Agradeço à vocês que comentaram e que estão curtindo o conto. Amo o Dean e o Sammy demais. Devido à esse fato, to de saco cheio de gente, que NEM LÊ O CONTO, só aparece para dar ZERO e dizer que o conto já deu. Então vou acelerar o fim do conto... Sem mais enrolação, vamos ao que interessa!
Love is the only game that is not called on account of darkness.
PARTE 07 - EFEITO POSTERIOR
“Quer uma carona?” Jim perguntou parando o carro e se inclinando no banco. “Tô indo pra sua casa.”
“Valeu,” Sam diz tirando a mochila das costas e entrando no carro.
“Dean me convidou para jantar,” Jim explicou. “Ele disse que ia fazer chilli e se não me engano, ele me falou algo sobre uma torta de maçã.” Ele disse olhando de lado e percebendo que Sam só olhava para o lado de fora da janela. “Espero que não tenha problemas.”
“Jim, você sempre é bem-vindo em nossa casa.” Sam disse sorrindo para o amigo. “E Dean faz um chilli e tanto.”
Jim ficou estudando o comportamento de Sam enquanto dirigia. O jovem estava mordendo o lábio inferior ainda olhando para a janela. “Você está bem, Sam? Está tão quieto?” Jim finalmente perguntou.
“Tô...” Sam respondeu sem tirar a vista da paisagem. Ele mordeu novamente o lábio e então falou. “Eu tô preocupado com Dean,” ele falou de uma vez.
“Desconfiei que fosse isso... O que ele fez dessa vez?”
“Nada. Ele... eu... só... ah, não sei....” Sam disse suspirando frustrado.
“Não precisa se apressar.” Jim disse rindo e dando um tapinha no joelho de Sam.
“Acho que ele está se esforçando demais, não está dormindo bem. Fica tendo pesadelos horríveis e eu... tô preocupado. Quando tento conversar ele só diz pra não me preocupar, só que ele já teve 3 crises de enxaqueca nas duas últimas semanas. Então... eu tô preocupado.” Ele termina teimoso.
“Ele pareceu um pouco pálido quando o vi essa manhã.” Jim concordou. “Mas ele me disse que estava bem quando perguntei como estava.”
“Ele sempre diz isso, mesmo quando não está. Idiota teimoso.” Sam disse chateado.
Jim soltou um risinho. “Acho que deve ser um inferno viver na sua casa.” E riu de novo quando Sam fez cara de confuso. “Dois idiotas teimosos debaixo do mesmo teto.” Ele explicou.
Sam então riu. “Bem, com certeza faz a vida interessante.” Ele admitiu sem graça.
“Talvez você devesse falar com o médico de Dean sobre as enxaquecas, leve-o pra um check-up. Talvez ele tenha que mudar a medicação.” O Pastor sugeriu.
“Não acho que os remédios para as convulsões sejam o problema. Acho que o problema é Dean e sua cabeça dura.” Sam disse sisudo.
“Aí é muito complicado de se resolver.” Jim concordou rindo. “E eu acho que pra isso não há cura.”
“Não, o pior é que não.” Sam disse assentindo com a cabeça.
Jim riu. “Posso levar vocês no hospital, se quiserem.”
“A gente tem uma consulta marcada pra semana que vem, achei melhor esperar até lá, mas obrigado de todo jeito.”
“Acha melhor?” Jim perguntou preocupado.
“As enxaquecas não são lá essas coisas, e ele as tem quando está muito cansado.” Sam assegurou. “Acho que dá pra esperar até semana que vem sim. E eu vou com ele então ele não vai poder esconder nada ou dizer a verdade-Dean.” Ele diz sorrindo um pouco.
“Se for ajudar, posso diminuir o tempo que Dean passa me ajudando.”
A oferta era tentadora, mas Sam sabia que Dean iria odiar a idéia. “Não... Dean adora te ajudar. E eu sei que pode parecer bobo mas... fazer essas coisas o dá um motivo pra acordar todas as manhãs. E ele precisa disso agora.” Sam suspirou de novo. “Eu só espero que ele vá com calma nas coisas. É como se ele tivesse que provar algo.”
“Talvez Dean se sinta assim. Dean pode estar cego, mas ele quer ser independente. Ele era um caçador e no fundo ele sempre vai ser, mas ele é esperto o suficiente para saber que não tem mais como.” Jim parou um pouco para saber se o amigo o escutava e o viu assentir com a cabeça. “E ele não quer ser um fardo pra ninguém. Esse é o jeito dele de provar que está bem pra todo mundo. E eu suspeito que ele esteja tentando provar isso especialmente pra você.”
“Ele não tem que provar nada pra mim, eu não ligo pra isso! Só quero que ele seja feliz.” Sam protestou.
“Eu sei, Sam e concordo que se permitir ficar doente não é o caminho certo pra isso. Mas é o jeito dele, e acho que a gente vai ter que se esforçar mais pra ajudá-lo.”
“Ah posso fazer isso. Eu usarei o que Dean chama de olhar de cachorro abandonado nele. Mesmo ele não me vendo, ele de alguma forma sabe quando eu o uso. Sempre dá certo.” Sam diz rindo.
“Então está combinado. Você usa o seu olhar de cão abandonado e eu dou um jeito de convencê-lo a fazer tudo que eu quero. E não se preocupe, ele nunca vai saber. Será nosso segredo.” Jim sorriu.
“Obrigado Jim.” Sam suspirou em alívio. Ele se sentia melhor agora que pôde conversar com alguém sobre suas preocupações e agradeceu a quem quer que fosse lá em cima por ter mandado Jim. Ele era seu salvador e melhor amigo.
“Com Dean tem que ser ataque duplo,” Jim falou dando um sorriso maroto. “E acho que somos as pessoas certas para isso. Mas o que mais te preocupa?”
“Odeio quando faz isso.” Sam fez bico e olhou para Jim. “Acho que eles te ajudam lá de cima.” Sam disse apontando para cima com a cabeça.
“Com vocês dois eu tenho toda ajuda possível.” O Pastor riu. “Agora me diga o que mais te preocupa. Se for te fazer se sentir melhor...” ele encorajou.
Sam suspirou. “Acho que Dean está lembrando do que aconteceu com ele e o pai.” Ele confessou. “Isso tá me assustando. Mesmo que ele odeie o que o pai fez com ele no hospital, ele ainda venera o homem. Vai acabar com ele quando ele descobrir que o pai nem tentou ajudá-lo.”
“Entendo.” Jim murmurou. Sam contou já havia contado a história e Bobby também contou antes dos meninos chegarem na cidade. Ele entendia porque o jovem estava tão amedrontado. “Sam,” ele disse. “Ei seo que vai ser difícil, mas você tem que contar tudo à Dean antes que ele lembre por si só.”
“O quê? Eu não posso!” Sam gritou.
“Você tem que fazer isso,” Jim insistiu. “Se você não o fizer e Dean se lembrar... e pelo visto vai ser logo... talvez ele nunca te perdoe. E eu sei que vocês não iam conseguir viver com isso. Vocês precisam um do outro.” Ele disse dando outro tapinha na perna de Sam. “O que deixa vocês fortes é que vocês enfrentam tudo juntos. E isso não é diferente. Converse com ele.”
“Vou tentar...” Sam sussurrou relutante. Jim estava certo como sempre. Ele precisava conversar com Dean e contar tudo. Ele sorriu um pouco pro amigo e voltou sua atenção para a janela. Sam se perguntava se Jim desconfiava dos dois. Eles tentavam ser prudentes na presença do amigo e Sam suspeitava que eles não estavam fazendo isso muito bem, mas se Jim desconfiasse de algo, tinha escolhido ficar calado, coisa que Sam estava grato.
“E faça logo.” Jim precaveu. “Chegamos.” Ele disse estacionando o carro. “Vai indo ver se Dean já tá com esse chilli pronto. Tô morrendo de fome!”
“Eu também.” Sam sorriu e abriu a porta. Colocou a mochila no ombro e foi subindo as escadas da entrada.
Jim ficou vendo aquele garoto de 1,95cm andando todo alegre até em casa, tinha decidido dar um tempo à sós pra Sam e Dean antes de se juntar à eles no jantar. Ele já desconfiava do relacionamento dos dois, eles sempre foram muito próximos, mas algo no jeito que eles estão tocando um no outro ultimamente o alertou disso fora que estava escrito na cara dos dois pra quem quisesse ler. Eles estavam confortáveis perto dele e às vezes Jim via um pouco dessa demonstração de amor dos dois e também percebeu que só um dos quartos estava sendo usado, fato que eles não pareciam não se preocupar em esconder. Jim estava grato pelo fato dos dois irmãos serem discretos fora de casa, já que a cidade sabia que os dois eram irmãos muito próximos e protetores. Então, decidiu ignorar. Seu lado de caçador disse para seu lado pastor ficar quieto e deixar os dois em paz. Jim amava os garotos como se fossem seus próprios filhos e não os magoaria por nada no mundo. Ele gostava de tê-los na sua vida e se sentia menos solitário e esperava que os dois sentissem o mesmo. Jim apenas esperava que John Winchester, onde quer que esteja, percebesse o quão estúpido tem sido por deixar seus dois filhos assim, como se fossem nada. Ele suspirou e saiu do carro andando até à casa.
Dentro de casaSam abriu a porta e deixou a mochila cair no chão. Ele viu a figura familiar de costas para ele. Ele se perguntou o que seu pai estaria fazendo dentro da casa deles e onde Dean estaria. Ele tentou controlar sua raiva enquanto seu pai virava para ele. “Que diabos faz aqui??” Sam perguntou tirando o pai da frente do seu caminho. Seu coração gelou e se sentiu mal quando viu seu irmão no chão sofrendo espasmos do que ele já sabia por experiência que era uma das piores. “Dean!” Sam correu na direção do irmão rezando pra que não precisasse usar a medicação de emergência.
Sam pôde ver que Dean estava no meio de uma convulsão, todo o seu corpo estava debatendo violentamente. Seus braços batiam Sam viu a saliva ensangüentada saindo da boca de Dean. Sam ajoelhou-se e com prática naquilo segurou os braços do irmão e o tentou virar de lado enquanto assistia sem poder fazer nada o corpo que ele tanto amava e venerava convulsar incontrolavelmente.
“Ele está sangrando,” John finalmente conseguiu falar. “E ficando azul.”
Sam olhou feio para o pai. Cada fibra do seu corpo dizia para ele se levantar a bater nele até que ele caísse no chão pedindo clemência, mas Dean precisava dele e pra Sam isso era mais importante que bater no pai, isso ficaria pra depois. “Provavelmente ele deve ter mordido algum canto da boca, ou a língua quando caiu,” ele respondeu grosseiramente. “E quanto ao azul, é normal em crises desse porte. O que você fez??” ele gritou.
“Nada,” John mentiu.
Sam sentiu que seu pai mentia, mas preferiu ignorar e se concentrar no irmão. “Há quanto tempo ele está assim?” ele perguntou ainda com raiva. John deu de ombros, incerto. O tempo parecia ter parado depois que viu seu filho mais velho naquele estado. Ele se sentiu sem poder algum e todo seu treinamento médico e conhecimento tinham fugido de sua mente e o deixou paralisado. John se sentiu culpado de sua incapacidade. “Eu preciso saber!” Sam disse furioso. Ele olhou novamente para o pai, mas ainda assim alerta com o irmão.
“Tem uns minutos... acho que três...” John respondeu.
“Tem certeza?? Não passou de cinco minutos? Tenha a certeza.” Era uma pergunta qual ele definitivamente esperava uma resposta.
John estava surpreso com o tom de voz do filho mais novo. “Não. Tem uns dois ou três minutos. Tenho certeza, Sam.” Sam olhou feio novamente mas assentiu positivamente com a cabeça e voltou sua atenção para Dean.
Ambos olharam para Jim quando ele entrou na casa. “Sam?” Jim falou indo em direção ao garoto.
“Achei que estivesse morto...” John falou chocado e ficando de boca aberta quando viu o velho amigo que achava que tinha morrido meses atrás entrando na casa.
“Aparentemente não,” Jim falou ignorando John e indo até o banheiro. Sam e Dean eram sua prioridade no momento. Ele voltou um minuto depois com toalha, balde de lixo e uma caixinha vermelha que tinha os remédios para emergência no caso Dean ter um ataque que durasse mais de cinco minutos ou se caso tivesse uma convulsão atrás da outra. Jim ofereceu o material para Sam que sorriu em agradecimento.
“Acho que ele não vai precisar do remédio.” Sam disse se curvando mais para checar o irmão. O corpo de Dean já não estava se debatendo violentamente e o tom de azul de sua pele e lábios tinham desaparecido. Os movimentos bruscos tinham sido substituídos por pequenos tremores e assim sua crise sumia. Dean começou a abrir e fechar os olhos e alguns gemidos saíam algumas vezes. Sam pegou uma almofada e colocou embaixo da cabeça do irmão. Ele tinha que tirar o pai de dentro de casa, ele não queria que John testemunhasse o despertar de Dean depois de uma crise tão forte. Na verdade, ele queria mesmo era dar um murro na cara do pai, mas ele relutantemente se segurou e engoliu seco. “Tire-o daqui.” Sam apontou com a cabeça na direção de John. “Eu não o quero presente quando Dean acordar.”
“Ele é meu filho!” John protestou. “E eu preciso falar com ele. Falar com vocês dois!”
“Você deixou de ser nosso pai há meses. E só pra constar, nós não queremos falar com você.” Sam acusou.
“Sam, você vai me escutar e vai ser agora.” John falou alto. Ele podia sentir sua raiva crescendo de novo. Imagens dos filhos nus voltaram à sua mente e deram nova carga para sua raiva irracional e comportamento.
“Dean parece que consegue falar agora?” Sam respondeu raivosamente. “Veja realmente seu filho uma vez na vida!”
“Não fale comigo nesse tom.”
Sam olhou para Dean novamente, satisfeito por ele estar melhorando e sabendo que vai ficar bem em alguns minutos. Ele se levantou de uma vez e antes que seu pai pudesse reagir ele se aproximou e pegou pela gola do casaco, usando toda a força que tinha surpreendendo John e utilizando essa reação do pai o empurrou até a parede. John não relutou, apenas ficou olhando seu filho mais novo, chocado com o que viu em seus olhos – ódio, fúria e abominação estavam refletidos ali, nos pálidos olhos de Sam. “Nós nunca mais vamos escutar você novamente e eu falarei com você como eu bem entender.” Sam rosnou perigosamente.
“Sam,” Jim tentou ficar entre pai e filho, mas Sam não parecia soltar o pai. Jim podia ver todo o corpo de Sam vibrar com tanta raiva, parecia que seu corpo ia explodir. Sam olhou de lado para o pastor, mas voltou sua atenção para o pai apertando ainda mais o casaco. Jim falou a única coisa que ele conseguia pensar naquele momento. “Dean precisa de você, Sam,” ele pôs a mão no braço do Winchester mais novo e percebeu um pouco de hesitação passar no rosto dele. Dean gemeu de novo. Aquele som foi o necessário para a mente de Sam. Seu pai podia esperar. “Dean precisa de você,” Jim repediu.
“Vá embora da nossa casa,” Sam gritou perto do rosto do pai. “E se eu descobrir que você tem algo a ver com a crise de Dean eu vou pessoalmente acabar com você. Pai ou não.” Sam soltou o casado do pai e o empurrou para o lado. John tropeçou um pouco mas ainda ficou de pé, ainda olhando chocado para o filho mais novo. Sam voltou sua atenção para Dean protegendo a vista do irmão para que não pudesse ver o pai. Ele alisou o rosto do irmão e mais uma vez sentiu vontade de bater no pai, mas um outro gemido de Dean o impediu. Sam cerrou e abriu os punhos várias vezes tentando se acalmar. “E fique longe de nós,” ele disse sem se virar.
Jim notou o olhar de Sam e notou também que o jovem estava desesperadamente tentando se acalmar. Ele decidiu ajudá-lo antes que ele se levantasse de novo e dessa vez realmente batesse no pai, Jim seriamente duvidou que ele seria capaz de segurar Sam da próxima vez. “Vamos John, Sam consegue se virar daqui em diante.” Ele disse colocando a mão no braço de John e puxando-o firmemente.
John ia dizer algo à Sam mas um olhar de advertência do pastor o fez ficar em silêncio. Com um suspiro alto John se soltou de Jim e saiu pisando forte para fora da casa, resmungando. “Me ligue,” Jim disse para Sam. “Tudo bem se virar sozinho? Consegue?” Ele não queria deixar os dois sozinhos, mas ele sabia que era importando manter John longe dali no momento.
“Sim. Pode deixar. A gente vai ficar bem, eu te ligo assim que Dean melhorar.” Sam assentiu.
“Acha que precisa levá-lo ao hospital?” Jim perguntou ainda preocupado. “Parece que foi próximo da marca dos cinco minutos. Posso ligar para Dr. Miller pra você...” ele ofereceu.
“Não,” Sam balançou a cabeça olhando para Dean e passando a mão despreocupadamente no cabelo do irmão. “Ele já tá voltando. Só vou colocá-lo para dormir. Posso levá-lo no hospital mais tarde, se caso precise.” Ele reassegurou. “E eu posso ligar pra Dr. Miller sempre que precisar.”
“Ok, eu passo aqui amanhã então, pra ver como ele está, tudo bem?” o pastor disse sorrindo. “Não se preocupe, vou manter seu pai longe daqui.”
“Obrigado Jim. Sou muito agradecido por isso,” Sam disse olhando para o amigo e retribuindo o sorriso. “Foi mal pelo chilli.”
“Nah, eu aceito um novo convite.” Jim disse acenando e saindo.
Sam voltou para Dean. Os tremores quase pararam. Sam sentou no chão e cuidadosamente colocou seu irmão meio-sentado encostado no seu peito. Ele pegou uma toalha e limpou o sangue que estava na boca do irmão e no queixo. Ele sabia por experiência que não tinha acabado ainda, mas estava aliviado pelo fato de que o corpo de Dean estava mais calmo. Havia uma marca escura na virilha do irmão e Sam sabia que quando a crise tomou seu corpo, relaxou a bexiga dele. Acontecia de vez em quando e ele sabia que Dean ficava mortificado e desconcertado, então quanto mais rápido Sam agisse, melhor seria. Dean abriu um pouco os olhos e Sam pôde ver que seu irmão, como sempre, estava confuso e desorientado e que sua cegueira escondia isso. “Eu estou aqui,” Sam sussurrou no tom mais calmo que conseguiu. “Tá tudo bem.”
“Sammy...” Dean falou e Sam percebeu o tom de voz confuso.
“Sim, sou eu.” Sam acariciou o rosto suavemente.
“Ca-ca-cansado... e-e do-rrr de ca-abeça...” Dean murmurou fechando os olhos.
Dean gaguejar também era normal depois de uma crise assim e ele abraçou o irmão confortando-o. “Eu sei...” ele acalmou o irmão e ficou alisando a têmpora dele. Dean suspirou satisfeito com a carícia, e de novo, como sempre, Dean estava exausto e só queria dormir e Sam sabia que seu irmão provavelmente iria fazer isso pelas próximas horas enquanto seu corpo se recuperava da convulsão.
Dean abriu os olhos de repente e Sam notou que seu irmão estava extremamente pálido e suando muito. Ele sentiu o que estava pra vir, mas não foi rápido o suficiente e Dean acabou vomitando em cima dos dois. Sam só conseguiu colocar um balde nos últimos jorros. Depois de tossir e algumas ânsias Dean encostou-se novamente em Sam e fechou os olhos. Sam colocou o balde de lado e pegou a toalha novamente para limpar Dean o melhor que pôde, xingando o pai no processo, ele não conseguia evitar. Odiava seu pai cada vez mais o culpava pelo sofrimento de Dean.
“I-i-isso é-é uma-a dr-droga,” Dean gaguejou rouco. “E-e-e e-eu f-fi-z xi-xi-xi, nn-ão f-foi?” Dean tentou se controlar mas não conseguia esconder a humilhação em sua voz. “De-de-desculpe S-s-sammy.”
“Shhhh. Não tem nada que se desculpar,” Sam pôs a toalha de lado e se ajeitou. “Tudo bem,” seu coração quase partiu com o som de vergonha no tom de voz so irmão e pôde ver lágrimas se formando nos olhos dele. “Você não consegue controlar isso. Ta tudo bem.” Dean o ignorou e deixou que as lágrimas caíssem silenciosamente. Ele virou o rosto envergonhado. Sam colocou o irmão nos braços com praticidade.
“Cara, eu sei andar.” Dean protestou finalmente controlando a gagueira, fungando e enxugando o rosto com uma das mãos.
“Cala a boca e aproveita.” Sam disse segurando firme o irmão.
Dean relaxou e colocou a cabeça no ombro de Sam. “Teimoso idiota.” Ele resmungou no ouvido de Sam.
“Conheço um assim também,” Sam sussurou de volta. Dean riu um pouco. “Você devia parar com as rosquinhas e os cookies,” Sam brincou andando pelo corredor até o quarto. “Seu traseiro tá pesado.”
“E o seu é fofo,” Dean sussurrou.
Sam deu uma risadinha.
Uma vez no quarto, Sam cuidadosamente deitou seu precioso pacote na cama. Imediatamente Dean rolou para o lado e fechou os olhos. “Eu sei que quer dormir, e vai poder fazer isso já já, só me deixe tirar suas roupas.” Sam disse rolando um Dean que protestava.
“Você sempre me quer sem roupa,” Dean murmurou sorrindo um pouco.
“É, mas só quando você ta podendo fazer alguma coisa.” Sam sorriu de volta e tirou a roupa do irmão. Dean tentou ajudar mas seus movimentos não estavam muito coordenados então deixou que Sam fizesse todo o trabalho. Sam jogou as roupas no chão lembrando de colocar na lavanderia antes que Dean acordasse. Ele foi até o banheiro pegar um pano quente e úmido e uma toalha. Gentil e eficientemente ele limpou Dean que suspirava sonolento sentindo o pano percorrer seu corpo. Sam estava se levantando quando o braço de Dean caiu por cima dele. “Fica.” Ele pediu.
Sam pegou a mão do irmão e a apertou gentilmente. “Claro que vou ficar, seu estúpido.” Ele disse carinhosamente. Sam cobriu o irmão e depois alisou seu cabelo curto. Sam sorriu para si mesmo ao ver Dean se inclinando para o toque.
Os olhos de Dean abriram novamente. “Eu lembro.” Ele murmurou virando os olhos na direção do irmão. Sam viu que Dean lutava contra o sono e sabia que ele não ia resistir.
“Lembra do quê?” Sam perguntou confuso enquanto continuava acariciando o rosto do irmão.
“De tudo.” Dean murmurou mais uma vez e fechou os olhos, adormecendo.
O coração de Sam gelou. Isso era o que ele temia há meses. Ele se ajeitou na cama e continuou a acariciar o cabelo de Dean na tentativa de se acalmar e acalmar o irmão. Sua mente fervia e sentiu ânsia.
Do lado de foraJim fechou a porta e suspirou enquanto ia andando até o seu carro. John Winchester estava encostado nele, olhando distraidamente a distância. “Então... você não morreu.” Ele disse olhando para o pastor.
“Não. Não morri.” Jim respondeu simplório.
“Ainda caçando?” John perguntou decidido a não ligar porque Jim não contou que ainda estava vivo, ele deveria ter seus motivos.
“Não. Desisti quando me mudei pra cá.” Jim respondeu firmemente.
“Quem mais sabe?” John perguntou curioso.
“Bobby,” Jim deu de ombros. “Foi minha decisão, John. Eu fui um caçador por mais de 30 anos... e estava cansado. Então, depois daquele demônio lá, eu decidi... bem... morrer.”
John deu de ombros de novo. “E Sam e Dean?” ele perguntou acenando com a cabeça para a casa.
“Me ajudaram. Junto com Bobby.” Jim admitiu. “E então quando precisaram de ajuda, vieram até aqui.”
“Deviam ter feito como eu mandei.” John respondeu grosseiramente. “Sam devia ter voltado para a faculdade e ter a vida normal que sempre quis e Dean deveria ter ido para a Clínica onde seria tomado conta. Aquilo,” ele disse abanando a mão para a casa. “lá dentro prova meu ponto.”
“Aquilo lá dentro,” Jim disse calmamente. “Era seu filho tento uma crise causada por um dano no cérebro, que ele conseguiu tentando ajudar você a matar aquela droga de demônio.”
“Ainda assim, deveriam ter feito como eu mandei.” John disse teimoso. “São meus filhos e eu só fiz o que achei que fosse melhor para eles.”
Jim respirou fundo, irritando com o comportamento de John. “O que era melhor para eles? Você queria seus filhos sozinhos e separados um do outro? Ele ficariam miseráveis! É isso o que realmente quer para eles?”
“É melhor do que o que estão fazendo agora!” John rosnou.
“Eu duvido seriamente.” Jim respondeu balançando a cabeça. “Entre,” ele disse abrindo a porta do carro.
“Eu estou esperando para ver meus filhos.” John respondeu com teimosia. Ele deu as costas para Jim e cruzou os braços. “Preciso falar com eles, colocar algum senso na cabeça deles.”
“Era isso que estava fazendo com Dean?” Jim perguntou já sabendo a resposta. “Antes que tivesse aquela crise?”
“Não é da sua conta.” John disse ignorando a pergunta.
“Eu me preocupo com eles, então é da minha conta sim.”
John riu sarcasticamente. “Meus filhos e eu temos assuntos para tratar, assunto de família.”
Jim suspirou profundamente. Talvez ele devesse deixar Sam bater no pai. “Entre John. Vamos até minha casa. Você ouviu Sam, eles não querem vê-lo agora. Dean acabou de ter uma crise grave e ele definitivamente não vai estar acordado para falar com você por pelo menos dois dias.”
Por mais que detestasse admitir, o pastor estava correto. Seus filhos não falariam com ele agora. E ele tinha visto o olhar de Sam. E antes que Dean tivesse o colapso, ele disse que o odiava. John abriu a porta do carro. “Mas voltarei para vê-los logo. Eles querendo ou não.”
“Você é um idiota, John Winchester. Se continuar assim, vai perdê-los para sempre.”
John olhou feio para Jim. “Eu disse que iria para sua casa... mas isso não quer dizer que eu tenho que ouvir seus sermões.”
Jim balançou a cabeça e ligou o carro. Ele olhou de lado para John e sabia que não ia conseguir mantê-lo afastado por muito tempo de Sam e Dean, ele fez uma nota mental de ligar para Bobby assim que chegasse em casa. Ele precisaria de reforço.
Agradou? *--*
