Continuando...
Chegando lá, não conseguia descer do carro, o nervosismo veio de uma vez, congelei, tive vários flashbacks no momento passando em minha cabeça, poxa, fazia muito tempo que não conhecia alguém legal e diferente, fazia tempo que não transava, ele me esperava ao lado de fora do carro, respirei fundo e desci do carro. Chegando no quarto, ele rapidamente tirou a camiseta, até que tinha um corpo bonito, nada sarado, mas bonito, veio em minha direção, me puxou e me beijou, mas dessa vez era um beijo mais urgente, ofegante, forte, começou a tirar minha camiseta, beijou meu peitoral, meu abdômen, voltou ao meu pescoço até que voltou a minha boca. Vi que estava em um caminho sem volta ali, mas apesar de tudo, não conseguia me entregar, sabia que não daria certo, parei, me afastei e fui para um canto do quarto, Diego me olhava sem entender. Até que criei coragem, e disse:
Eu: - Não posso continuar, desculpa, mas não consigo, não sei me desligar, sou muito sistemático, não sei ser muito espontâneo, desculpa mesmo.
E abaixei a cabeça, Diego não disse nada, era obvio que não estava nada contente, afinal, saiu da balada achando que ia se dar bem, ele então disse:
Diego: - Tudo bem, se você não quer, não tem jeito né.
Ele rapidamente se vestiu, fui e paguei o quarto, Diego me ofereceu uma carona, mas não aceitei, não achei certo, peguei um taxi uns metros depois do Motel e fui pra casa. Fiquei meio decepcionado comigo mesmo, mas ao mesmo tempo, sabia que sexo casual não era comigo, nada casual era comigo, sempre fui muito motorizado, se eu fosse viajar, não sabia pegar o carro e ir, tinha que planejar cada parada, cada posto de gasolina e restaurante no caminho, tinha hora pra sair e hora pra chegar, tentaria trabalhar isso, mas entendi e me respeitei. Chegando em casa, cai na cama e adormeci.
Na manhã seguinte, liguei para minha mãe e chamei ela e seu marido (Luís) para almoçar, eles aceitaram de prontidão, queria ir em um lugar legal com eles, já tinha ouvido falar, mas nunca tinha ido no Outback, então decidi seria lá mesmo. Fomos, demos muitas risadas. Minha mãe tinha 46 anos, não era velha e Luís tinha 47, era um homem apresentável, mas o importante é que fazia muito bem a minha mãe, viviam viajando, indo a estádios e shows de tudo quanto é tipo. Ele me respeitava muito, não sabia se ele aceitava ou não, mas não me repreendia em nada, em troca evitava falar de meu namoro com ele.
Depois do almoço, resolvi fazer uma coisa que também fazia anos que não fazia, ligar para meu melhor amigo, que não falava a 1 ano e meio mais ou menos, sabia que viria uma bronca, isso se ele me atendesse, tinha medo da reação dele.
Gabriel sempre esteve lá pra mim, ele também é gay, foi ele que me deu força pra continuar quando pensava em desistir. A essa altura tinha 28 anos, era Odontologista, era um belo rapaz, era loiro, tinha olhos verdes, cabelos lindos arrepiados, sempre malhou muito, era bem musculoso, pelo menos quando eu lembrava, sempre foi muito pegador e fazia sucesso por que alem de tudo era 100% ativo. Ele sempre me respeitou, nunca tentou nenhuma gracinha, eu não sabia como tinha ficado tanto tempo sem ele, sem os abraços dele que me confortava demais, sempre me apoiando, sentia muita falta dele. Então peguei meu celular, tremendo, e liguei. No segundo toque ele atende:
Eu:- Oi, tudo bem? Pode falar?
Gabriel: - Nossa, olha quem apareceu. Pois é, mas to muito ocupado, sabe como é né 1 ano e meio atrás eu estaria, mas agora, sou muito ocupado.
Não esperava essa, ele sempre foi um doce comigo, mas eu merecia, respirei fundo e falei:
Eu: - Por favor Ga, preciso muito do meu melhor amigo, mais do que nunca. Me desculpa por ter sido tão cuzão com você, sinto muito sua falta, me arrependo tanto de tanta coisa. Por favor, vamos nos encontrar quando você estiver disponível.
Sabia que ele não me deixaria na mão, ele fica mudo e então responde:
Gabriel: - O que eu não faço por você né, lindo? Vamos jantar juntos, por o papo em dia, te busco que horas?
Eu: - Quando der pra você, meu endereço ainda é o mesmo, tá?
Gabriel: - Combinado, deixa eu atender que a agenda ta cheia hoje. Beijo.
Eu: - Outro, vou te esperar.
Então, era isso, eu iria vê-lo de novo, tinha até me esquecido do quanto ele era bom, lindo, sempre cuidou de mim, não seria agora que me deixaria na mão, dormi um pouco a tarde, acordei bem antes, tomei aquele banho, me arrumei todo, fiquei pronto um pouco antes da hora, assisti TV até que meu interfone toca pedindo para eu descer. Queria me divertir, queria saber tudo da vida dele nesse último ano e meio.
Desci , ele me esperava do lado de fora do carro, encostado na porta, logo que o vi, fui em sua direção e o abracei, me senti muito bem, protegido, logo, entramos no carro, antes que algum vizinho pensasse besteira, porque apesar me verem pouco, vivia ouvindo fofocas sobre mim, apesar de todos saberem da minha sexualidade. Era um bando de velhas desocupadas.
Eu: - Então, onde vamos ga?
Gabriel: - Em um barzinho legal que ouvi falar a pouco tempo, fiquei sabendo que lá toca uma banda cover da sua banda favorita!
Eu: - E você, após todo esse tempo, ainda se lembra do meu gosto? Falei rindo.
Gabriel: - Claro lindo, foi você que sumiu, te mandei várias mensagens de texto, mas você tinha trocado o número e não tinha me passado.
Fiquei sem graça. Chegamos no barzinho, era uma delicia, bem coisa de interior dos Estados Unidos, tinha uma banda tocando Nickelback que sempre foi minha banda favorita. Estava contente demais, por estar com meu melhor amigo e me divertindo. Conversamos tanto, fiquei sabendo que Gabriel tinha saído com mulheres também por ai.
Eu então, disse:
Eu: - Belo gay que você é!
Gabriel: - Não confunda Bixa com Broxa, lindo!
Ri demais aquela noite, comemos tranqueira, mas gostei mais da presença do Ga que do lugar em si, que não ficava pra trás. Ele fazia muito sucesso, com os homens e as mulheres, era muito lindo, e tinha um sorriso simpático. Recebeu umas cantadas e bilhetinhos, mas fomos embora, na hora que ele parou em frente ao meu prédio, meio que me desesperei, não queria dar adeus a ele, mas precisava. Ele me abraçou, sorriu e desci do carro. Ele esperou eu entrar no portão e partiu.
Algo estava muito estranho comigo, será que depois de tanto tempo, estava me apaixonando por ele? Será que podia aparecer depois de 1 ano e 6 meses e ter esse direito? Estava tão confuso, ou podia ser a carência, não sabia, mas queria passar mais tempo com o Ga. Me lembrei que Victor não gostava muito da nossa amizade, acho que por sempre Ga viver me abraçando e me chamando de lindo, talvez isso tenha sido uns dos motivos de nos afastarmos.
Mais tarde, Ga me ligou pra combinar uma balada pra próxima noite, não sabia se seria uma boa ideia, mas eu iria, por ele. Já imaginava muitos carinhas dando em cima dele, ele pegando todos e eu com esse sentimento que não sabia o que era. Mas eu iria, confirmei minha presença, ele viria me buscar pois ainda estava sem carro, só pegaria o meu novo na próxima semana.
Na manhã seguinte, fiquei na cama ainda pensando em tudo do dia anterior. Não via a hora de ver Ga de novo, passei o dia ansioso até que a hora estava chegando, me arrumei e novamente ele chegou, só que dessa vez ele subiu um pouco. Logo que entrou, me abraçou e disse:
Gabriel: - Oi lindo, tudo bem?
Eu: - Oi Ga, tudo ótimo!
Gabriel: - Nossa que empolgação. E sorriu pra mim.
Gabriel: - Então lindo, espero que você não se importe mas estou com uns amigos no carro, dois na verdade, que vão com a gente.
Eu: - Magina, vai ser legal conhecer alguém novo.
Gabriel: - Ah é safado, já enjoou de mim?
Eu: - Que isso, cala a boca e vamos vai!
E saímos, chegando no carro, vi seus amigos, muito lindos por sinal, Bruno e Ricardo. Estava me sentindo o patinho feio ali, eles todos eram amigos de academia, eram muito lindos e eu era o intruso lá. Fui calado o caminho todo, só observando o quanto eles se divertiam, que sorrisos lindos. Ga vivia me olhando pelo retrovisor, ele sabia que tinha algo errado, mas não quis falar na frente dos outros.
Chegamos na balada, lugar bem chique, vários caras bonitos, encarando os meninos que estavam comigo, não era bem uma balada, era muito parecido com um barzinho. Sentamos em uma mesa, só prestava atenção na conversa deles, ria das piadas, estava muito monossilábico. Até que reparei uns olhares de Ricardo, ele olhava diretamente nos meus olhos e isso me intimidava demais, mas não falava nada a mim nem eu a ele. Até que vejo um belo casal chegar de mãos dadas, e meu mundo caiu, isso mesmo, era Victor e seu velho amante, digo velho, por que era aquele que eu o vi me traindo quando o segui. Estavam de alianças, logo que chegaram deram um beijo, não me viram lá, Ga viu também, logo eu me desesperei, estava sem chão, não estava pronto pra essa. Me levanto, então Victor me vê e fico muito sem graça, vou saindo do lugar e Gabriel vem atrás, ele me segura pelo braço e fala:
Gabriel: - Hey, não vai não, mostra pra ele que você tá bem pô! Por favor.
Eu: - Desculpa Ga, mas não dá.
Logo vi Ricardo e Bruno atrás, mas já era tarde eu tava chorando e o Ga me abraçou. E disse:
Gabriel: - Tudo bem, vamos embora todos, descupa Ricki e Bruninho.
Eles então disseram que tudo bem, vi que Ricardo estava bravo, mas não disse nada o caminho todo. Chegando no meu prédio, Bruno me deu um abraço e disse:
Bruno: - Foi um prazer te conhecer, espero que você saia mais com a gente, você é mais lindo que aquele cara que tava com ele. Sorriu e entrou no carro de novo.
Logo Ricardo Fez o mesmo, me abraçou e disse no meu ouvido:
Ricardo: - Fica bem tá? Ele é um idiota. Até a próxima.
E então ficamos eu e Ga, ele me disse:
Gabriel: - Quer que eu fique com você essa noite?
Eu: - Não precisa, vou ficar bem.
Ele então entrou, esperou eu subir e foi embora. Agora estava por minha conta, eu e eu mesmo, tinha medo da minha reação a noite sozinho no quarto, mas essa era uma das provas que precisava passar nessa novo etapa, faria o que fosse preciso, mas tinha que aguentar.
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Bom, ta aí mais uma parte, não postei ontem pra não ficar muita coisa em um dia só. Qualquer dúvida, sugestão e critica é bem vinda. Deem nota e comentem se puderem por favor. Queria muito agradecer os comentários e as notas de vocês, significa muito pra mim hoje em dia poder narrar o acontecido sem me sentir mal. Vocês são demais!
E-mail pra contato: Marcio.casadoscontos@hotmail.com