“Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa... E descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais.”- Bob Marley.
“De longe te hei de amar- da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância.” – Clarice Lispector.
Nossa o capítulo anterior repercutiu mais do que esperava... Eu mesmo fiquei boquiaberto com vários e-mails de leitores que se mostraram extremamente decepcionados pela minha atitude. Mas fazer o quê? Bem, a partir desse momento a história irá destrinchar em uma série de acontecimentos que levarão ao fim... Mas fiquem tranquilos, garanto que irão se surpreender com alguns fatos e além do mais pelo que eu estou lendo, a nova safra de séries são simplesmente “uaaaaauuuuuu!!!”. Chega de enrolação, certo? Boa Leitura hehehehe :DNão havia uma maneira mais correta de dizer aquilo... Mesmo se falasse de um modo mais gentil, mesmo se estivesse calmo para falar na maior naturalidade, seria terrível do mesmo jeito. Eu soluçava, minha voz estava rouca, e os batimentos cardíacos acelerados. Ele arregalou os olhos, a pele estava tão pálida que parecia papel seda e os sentimentos transpareciam no rosto dele. Choque, dor, desilusão, raiva, ódio, ira e principalmente os três últimos. Me encarava de uma forma que fazia os meus pelos arrepiarem como se passassem uma corrente de ar frio. E falou.
-- Repete. REPETE O QUE VOCÊ DISSE!!!
Engoli o seco. E o pau vai quebrar...
-- Eu e a Pa-Paula a gente. A gente... – engoli o seco.
Se antes ele estava pálido agora estava em um vermelho purpura com os olhos que faltava transbordar de raiva... Ele levantou da cama e antes que eu tentasse explicar algo me acertou com um tapão tão forte que quase eu me desequilibrei... Parecia que meu rosto foi acertado por labaredas de fogo. O mão pesada da porra!!!
-- Por favor me perdoa... Por favor... – eu estava chorando. Eu nunca chorei na frente dele até aquele momento...
-- TE PERDOAR? EU ESTOU ME CORROENDO DE VONTADE DE TE MATAR, VOCÊ E AQUELA VADIA... – ele soltou uma risada que parecia um maníaco assassino...
-- Olha, eu juro que nunca tive intenção. Foi um acidente... – dei o argumento ridículo.
-- ACIDENTE?! ACIDENTE É VOCÊ TROPEÇAR E CAIR, QUEBRAR ALGO SEM QUERER E NÃO TRANSAR COM A SUA PRIMA!!!- Ele gritou.
--M-mas e-eu tava bêbado... – fui pra traz da poltrona me distanciando dele. Vai que ele estava com uma faca? – E eu estava morrendo de raiva por que você amou aquele cara.
-- IMBECIL!!! QUANTAS VEZES EU TE DISSE QUE TE AMAVA? E É ASSIM QUE ME RETRIBUI? E TEM A AUDÁCIA DE DIZER “FOI ACIDENTE”.
-- Mas eu estava com ciúmes...- solucei.
Ele avançou pra cima da minha orelha e deu um puxão tão forte que me fez cair no chão. Eu juro que ele parecia um assassino... o.O
-- POR QUE DIABOS VOCÊ NUNCA ME OUVE? SERÁ QUE TUDO O QUE EU DISSE FOI EM VÃO? E NEM OUSE SAIR DESSE QUARTO SE NÃO SERÁ UM HOMEM MORTO. – ele apontou o dedo na minha cara.
-- Eu fui um trouxa, babaca, otário, um verdadeiro idiota, mas por favor – eu me levantei – eu te amo demais...
Ele agarrou um abajur que estava na escrivaninha e atirou com toda a força em minha direção. Se não desviasse minha cara ia ficar toda amassada...
-- Eu te amo demais... Ama é o caralho. Aiiii como eu pude acreditar que você e aquela vaca não iam... – ele começou a chorar... Eu tentei segurar os ombros dele mas ele andou um passo para traz – SE VOCÊ SE AMA A SUA VIDA SE AFASTE!!! – gritou.
-- Eu vou sair para não te incomodar mais... – disse vacilante caminhando até a porta do quarto.
-- SÓ VAI SAIR DA DROGA DESSE QUARTO QUANDO EU AUTORIZAR!!! AGORA VOLTE AQUI, ANTES QUE EU TE ARRASTE PELOS CABELOS!!! – berrou.
Voltei de fininho e sentei na ponta da cama...
-- Eu só vou dizer uma coisa. O que aconteceu entre a gente, ACABOU. E manda avisar aquela sua prostituta particular que se eu estiver de carro e a ver na rua, passo em cima do crânio dela e dou marcha ré pra ter certeza que foi para o quinto dos infernos. – ele disse palavra por palavras como se estivesse cuspindo um veneno perigoso. Ele era pior que o pai...
-- Mas eu te amo demais... Cara por favor , me perdoa vai... Eu te amo muito fosforozinho... – disse ajoelhado e completamente desesperado. Ele só caminhou até a mim e deu um empurrão forte com a perna me fazendo cair para trás... Onde ele tirou essa força?
-- Saia daqui. Vai pra sua casa, e fique com ela. Foi ela que você escolheu... E que se casem, mudem pra Marte ou se explodam, que eu estou pouco me lixando pra vocês.
Engoli o choro e perguntei.
--Só me promete que não vai fazer nenhuma besteira...
-- Você acha o que? Que vou cortar os meus pulsos ou pular do telhado por que a gente terminou? Eu me amo demais pra perder o meu tempo pra ficar lamentando por você. – ele disse áspero.
Credo, também não precisa esculachar né?
-- Tudo bem então... Tchau... – disse triste.
--Adeus, hasta la vista, godbye, adiêu, arrivederci, lebewohl...- me empurrou pra fora do quarto. Poxa, me botou pra fora em seis línguas... Bastava apenas dizer tchau.
Enquanto dirigia o carro a caminho de casa, tocava uma música que traduzia o que eu sentia:
“In a little while from now
If I'm not feeling any less sour
I promise myself to treat myself
And visit a nearby tower
And climbing to the top
Will throw myself off”
“Daqui a pouco
Se eu não estiver me sentindo menos que amargurado
Eu prometo a mim mesmo me tratar
E visitar uma torre próxima
E subir ao topo
E me jogar”
Não necessariamente nessa ordem, mas era mais ou menos assim... Ah, mas quem sabe poderia melhorar... Eu posso arranjar uma namorada e tudo voltar a ser o que era antes dele. E viver tranquilo e satisfeito... Quem sabe?
DUAS SEMANAS DEPOIS.
--Cara... Você está em uma situação péssima!!! – disse Carlos.
Duas semanas se passaram desde que o Ariel terminou comigo. E nada melhorou. Toda a minha felicidade pegou uma passagem pro Titanic do amor, bateu num iceberg chamado Paula e naufragou no oceano da melancolia. Eu estava deitado em minha cama, só com uma calça de pijama puída, com um pote de sorvete e um monte de porcaria pelo chão, as cortinas fechadas, roupas sujas aos montes... Minha vida estava uma droga.
-- Bah, cara... Melhora ae “véi”... Tu está na maior deprê desde que o ruivinho terminou contigo... Vamos sair hoje pra balada pra pegar umas gurias, se anima vai!!! – ele tentou me colocar pra cima.
-- Me deixa em paz. – disse metendo uma colherada na minha boca.
-- E pretende ficar assim até quando? Até ele está indo bem!!! – ele disse.
-- Eu sei que ele está se sentindo mau por tudo o que aconteceu, ok? Eu sei disso! – disse de boca cheia.
--É mesmo? E me explica então o por que ele anda de sorrisos pra lá e pra cá o tempo todo? Você não vê que não adianta nada você ficar ai?
Ele tinha razão... No dia seguinte na escola, eu cheio de olheiras e com o rosto meio inchado pelo choro, vejo ele completamente normal. Não parecia que terminou o namoro nem nada. Completamente indiferente, e o pior é que ele ainda dava bom dia (secamente ) e saia de um lado pro outro sempre acompanhado por algumas pessoas e ainda por cima ria de vez em quando. Tentei fazer uma serenata pra ele na noite do mesmo dia, mas recebi um banho de agua geladíssima e uma ameaça dele: “ VENHA AQUI MAIS UMA VEZ E MANDO SOLTAR OS PIT BULL’S PRA ARRANCAR A SUA CARA A MORDIDAS!!!”. E partir dai, eu me tornei um estranho, para ele. Mas para mim ele continuava da mesma forma de antes. Catarina todo dia estava tentando me reconquistar, e Paula então, nem se fala, ficava esfregando na minha cara o tempo todo sobre a noite que tivemos, embora nunca lembrei de nada que rolou, acho que estava bêbado demais...
Mas enquanto eu via ele aparentemente feliz, eu me afogava em uma saudade e tristeza que nunca senti. Não me importei mais com a minha aparência (meu cabelo estava rebelde e estava sem me barbear), nos estudos eu fui a um declínio surpreendente, enfim, estava com um horrível déficit emocional. E a noite tudo piorava por que sempre sonhava com ele e nossos momentos juntos, e ficava cheirando uma camisa dele que nem um viciado em crack, chorando que nem um bebezão pirracento. Parabéns Bernardo. É o cara mais estupidamente burro de deixar escapar alguém tão maravilhoso quanto ele. Nem ousava tocar o nome dele, por que se tornou uma espécie de tabu.
--Então vamos ao cinema... E ae topa? – disse Carlos.
--Ah quer saber... Vamos sim... Só me de um tempo pra voltar a minha vida, por que agora neste momento eu estou um porre. – disse.
-- Tá bom... E ae vai convidar a Catarina? – perguntou ele.
-- Bem... Aquela guria gosta de mim né cara? Eu vou dar uma chance pra nós dois... Quem sabe não dá certo? – disse. Mais um momento burro meu.
-- Ok então... “Falow véi”.
Liguei pra Catarina... Lógico que eu tive que afastar o celular da orelha por causa dos gritinhos histéricos dela... Tomei um banho de arrancar o meu couro, barbeei-me, e passei perfume. Busquei- a no apartamento dela e fomos para a matinê. Mas uma visão me deixou completamente irritado e balançado. Ariel e o desgraçado do Jonas, na fila da bilheteira. Juntos. OS DOIS ESTÃO TENDO UM ENCONTRO?!
Peguei a outra fila para não ser visto pelos dois e comprei os ingressos. Eu a Cat, fomos para as ultimas cadeiras da fileira, aquelas mais distantes do telão com vista privilegiada... Enquanto começava os trailers “ele” e o fdp foram pra uma fileira na nossa frente... ONDE ESTÁ A JUSTIÇA NESSE MUNDO?! Acalma-se, respira funda e relaxa.
O filme se iniciou, mas eu nem prestava atenção nele. Meus olhos se concentravam nos dois bancos da frente... Aos vinte cinco minutos do filme eu vi o braço de Jonas se espreguiçando casualmente e colocando o braço nos ombros do carinha que um dia foi o meu namorado. Eu comecei a ficar irritado e tentava ouvir alguma coisa da conversa dele.
-- Primeiro eu vou à sua casa... Ainda como seu amigo.
Você-Sabe-Quem soltou uma risadinha...
-- Mas você é somente meu amigo. Nada mais além disso. – ele disse
-- Mas um dia quem sabe? – o fdp insistiu... – Tenho alguma chance?
--Muitas chances – “ele” sussurrou.
O QUEEEEEEEEEEEEEE!!!
--Quando o filme acabar... Vamos dar uma volta? – Jonas perguntou.
-- Sim... – ele disse.
O filme acabou e já tinha um plano em pratica. Deixei a Catarina em casa, e quando entrei no carro ativei um aplicativo que tinha no meu celular que localizava o numero dos meus contatos no mapa... Os dois que se prepararem. Hehehehehehe.
Eles estavam em um restaurante no centro, e corri lá apreensivo. Quando cheguei em frente o carro de Jonas estava estacionado. Entrei lá de óculos escuros para ninguém me reconhecer ( eu me pergunto, que porra deu na minha cabeça de usar óculos escuros a noite? Isso chama mais a atenção em vez de disfarçar ), e sentei uma mesa bem próxima a eles... Puxei um cardápio e escondi o rosto.
-- Por que você não quer namorar comigo? – o desgraçado falou.
-- Eu não quero falar sobre isso Jon... – disse “ele”. Agora o outro tinha até apelido? Que porra é essa?
-- É que eu fiquei gamado em tu desde que eu te vi. E agora eu quero ter uma chance... Eu fui um babacão em querer forçar as coisas com tu... E só peço uma chance, pra você gostar de mim do mesmo jeito que gosto de você. – ele disse.
-- MENTIRA NÃO ACREDITE EM NADA DO QUE ELE FALA!!! VOCÊ É MEU!!! – disse exasperado. Drogaaaaaa, lá se foi o meu “disfarce”!
--Bernardo?! O que está fazendo aqui?! – disse o MEU fosforozinho.
CONTINUA