Quando se atinge certa idade, a vida torna-se diferente; ou melhor, nossa visão sobre a existência e a duração de nossa jornada ficam – em certa medida – mais repletas de incertezas, impulsionando as pessoas na direção do desejo de desfrutar ao máximo os prazeres físicos que a vida proporciona, já que, a certa altura, tudo isso terá se perdido. E esse era o pensamento que rondava a alma e a mente de Sílvia, que, aos quase cinquenta anos de idade, temia que nem tudo que a vida permitira ela pudera desfrutar a contento.
Casou-se cedo demais, teve filhos cedo demais, tornou-se chefe do lar cedo demais. Tudo isso após apenas alguns namoricos insignificantes, o encontro casual com Paulo e o arrebatamento com a possibilidade de sair do convívio com os pais dominadores e cuja experiência de vida não fora suficiente para dirimir todas as dúvidas e incertezas que qualquer adolescente recém-saída do colégio e iniciando uma faculdade ainda tinha rondando sua alma e sua mente.
Mesmo assim tocou a vida. Os filhos cresceram e também procuraram seus caminhos, de preferência longe dos pais, e restou a ela o marido – absorvido pela labuta diária e desconectado das necessidades da esposa, principalmente aquelas que diziam respeito ao enorme desejo sexual que ela vinha sentindo nos últimos tempos.
Vez por outra, via-se com o olhar arregalado em frente à televisão à cabo, assistindo pornografia (que ela simplesmente achava deliciosa), pensando em como ela também desejava uma aventura como aquela que aparecia nos filmes. Homens bem dotados, repletos de vigor físico, carinhosos, ou mesmo brutais algumas vezes, mas que mesmo assim, desempenhavam o papel do macho excitado (algumas vezes apaixonado, pensava ela), realizando todas as fantasias que uma mulher podia ter, e deixando-as plenamente satisfeitas com o prazer obtido por uma insaciedade indescritível.
A bem da verdade, ela sabia que aquilo era apenas coisa de cinema e televisão e que figuras como a protagonista de “Historie d'O”, ou mesmo “Emanuelle” tratavam-se de resultados das mentes criativas de escritores e roteiristas, e que jamais existiu alguém que tivesse passado por tantas aventuras deliciosas com o potencial de delas extrair o máximo de prazer. Apenas na ficção tudo aquilo podia ser verdade, e Sílvia sabia que a realidade era bem diferente – mais cinza, mais triste, mais enfadonha e mais destituída de expectativas – exigindo que ela convivesse mesmo assim com a curta perspectiva das eventuais e inconstantes noites em que Paulo a procurava e eles acabavam por fazer um sexo morno, muito próximo das limitações impostas pelo peso dos anos e das diversas responsabilidades assumidas.
Também na internet ela navegava em busca de sítios eletrônicos voltados para o mesmo tema. Eram imagens, vídeos e mensagens altamente provocativas que deixavam aquela balzaquiana à beira de um orgasmo que, com frequência, era o final de uma masturbação quase inconsciente decorrente do que via e ouvia. E também frequentemente, acabava por deitar-se evitando a proximidade do corpo do marido, já que sentia-se envergonhada por ter feito o que acabara de fazer sem a participação do companheiro de tantos anos.
“Que coisa louca!”, pensava ela ao acordar pela manhã após uma noite intranquila e já sem a companhia de Paulo que saíra para o trabalho. Queria ela confessar para ele o inconfessável: queria muito ser masturbada pelo seu marido, desejada a ponto de que ele lhe fizesse um sexo oral bem gostoso enquanto ela o masturbava lentamente. Queria dizer para ele que queria sentir-se desejada, mesmo sabendo da impossibilidade de que fizessem sexo todas as noites. Queria, enfim, sentir-se mulher de verdade; porém não tinha coragem de dizê-lo e acabava por entregar-se ao sexo solitário em frente à televisão ou à tela do notebook pessoal, ouvindo e vendo coisas que queria muito para si mesma! Triste, … triste viver uma ilusão e um anseio que jamais viriam!
E era desse modo – morno e vazio – que os dias sucediam-se uns aos outros, fazendo Sílvia mais infeliz e mais solitária do que antes. Supria, é verdade, esse vazio com atividades diárias que lhe preenchessem a mente: academia de ginástica, natação, clube, jogo de cartas com as amigas, cinema eventual, passeios ao ar livre. Mas, para bem da verdade, tudo isso não passava de mera figuração, atitudes nitidamente evasivas em relação ao que realmente a afligia: o desejo de ser desejada e de desejar alguém.
E mesmo sem qualquer perspectiva de melhora, Sílvia continuava a procurar por algo que não sabia muito bem o que era, assim como continuava a sobreviver ao lado de Paulo com as limitações que isso significava.
Certa noite, navegando na web, ela se deparou com um sítio denominado de “Ilha dos Sonhos”. Na homepage, havia um aviso de que o conteúdo era voltado para adultos e que os administradores não se responsabilizavam pelo acesso. Aquela foi a frase-chave que encheu a cabeça daquela mulher de curiosidade mesclada com excitação. E navegando nas páginas seguintes descobriu que se tratava de um sítio que promovia a realização das fantasias de seus assinantes, bastando, para tanto, que preenchessem um formulário indicando, ao final, que tipo de fantasia queriam ver realizada. Não havia custo, já que ainda segundo o sítio, a finalidade era apenas reunir pessoas que tinham o mesmo anseio – de um lado o sonhador e de outro o realizador – sendo que, excetuando-se a garantia da integridade moral e pessoal dos envolvidos, a realização da fantasia ficaria por conta de ambos, não havendo qualquer envolvimento dos administradores após o primeiro encontro virtual promovido entre os interessados através do meio eletrônico.
Sílvia sentiu-se muito excitada com tudo aquilo. Afinal de contas, fantasia sexual sempre fora um tabu para ela, algo existente apenas no mundo da imaginação de roteiristas de filmes eróticos e escritores sem classificação que escreviam na internet. Jamais acreditou que fosse possível realizar uma fantasia de fato, algo como ser abordada por um policial bonitão e acabar transando no banco detrás da viatura, ou ainda ser sequestrada por um lindo criminoso que antes do resgate preferia algo mais divertido e pervertido. Não, tudo aquilo não passava de conto do vigário, pensou ela; quem acreditaria!
Todavia, como a curiosidade sempre matou o gato, Sílvia não se fez de rogada e alguns dias depois, ainda muito excitada com a ideia de realizar uma fantasia sexual, acessou o tal sítio e passou a preencher o cadastro inicial exigido pelos administradores. Alguns dados básicos, um endereço de e-mail, um avatar e um codinome de tratamento (que, por óbvio ela escolheu Emanuelle, com dois “eles” para realçar a aura de proibido). Enviou o cadastro e recebeu como resposta que ele estaria sujeito à aprovação e que, brevemente ela receberia uma mensagem para acessar sua página pessoal e descrever – com todos os detalhes – a fantasia que pretendia ver realizada.
As noites que se seguiram foram de pura impaciência e total expectativa; ficou com receio que Paulo percebesse alguma coisa e tratou de disfarçar (se é que isso fosse possível), indo deitar-se mais cedo ou mais tarde que o marido e acessando constantemente seu correio eletrônico pessoal – que ela criara especialmente para aquela finalidade – ansiosa por saber se seu cadastro ia ser aceito. E, de fato, isso aconteceu quando ela menos esperava.
Foi na manhã de um dia qualquer que ela, após despedir-se do marido e tomar um banho, sentiu necessidade de acessar seu e-mail, posto que a curiosidade estava quase sufocando seus últimos dias. Nua como saíra do banho ligou seu notebook e assim que acessou o correio eletrônico, viu que o site havia respondido seu cadastro que “fora aceito com sucesso”, inserindo um link de acesso para que ela entrasse em sua página pessoal dentro da área privada.
Havia uma mensagem informando que o acesso ao que ela ia registrar seria exclusivo daqueles “associados” que dispunham-se a agir como “realizadores de fantasias”, e que ninguém mais poderia ler o conteúdo. Pediu também uma doação ao sítio (óbvio, não!) para que este pudesse manter-se, posto que vivia de anunciantes e que jamais ganhava algo com a intermediação. E Sílvia, que estava eufórica com o fato de ter sido aceita, não se fez de rogada e doou logo cem reais (afinal, miséria pouca é bobagem, pensou).
Após ter realizado a transferência da doação, voltou ao e-mail e acessou o link fornecido pelo site. Imediatamente abriu-se uma página com cabeçalho a ser preenchido com o logon de acesso e a senha que ela anteriormente criara para tal fim. Em seguida, abriu-se mais uma página com algumas perguntas específicas sobre o fantasia. Sílvia foi preenchendo cada uma delas com certo recato, posto que eram perguntas bem íntimas e pessoais – algumas até mesmo inconfessáveis – mas necessárias para que o “realizador” pudesse ter uma ideia de quais os gostos e preferências da sonhadora.
Duas perguntas Sílvia respondeu sim sem titubear: desejava fazer sexo oral e também anal e que mesmo que no final a aventura se revelasse apenas excitante (sem concretização de fato) ela sentir-se-ia muito bem. Pensou que, na verdade, apenas o fato de participar de algo assim – diferente – já faria sua vida monótona um pouco diferente da entediante rotina do dia a dia sem sal e sem tempero. A próxima página pedia uma descrição do tipo físico pretendido pela “sonhadora” com alguns detalhes também muito comprometedores. Sílvia, mais uma vez, hesitou, pensando que seria melhor desistir de tudo e ignorar aquela aventura sem rumo.
Todavia, pensou melhor, e optou por correr o risco, já que aventura sem risco não tem a mínima graça. Descreveu o homem dos seus sonhos com todos os detalhes que vieram à sua mente. Cor dos olhos, dos cabelos, altura, tipo físico, tamanho do membro, forma, cor de pele, etc. Estava tão excitada e ansiosa que quando terminou achou melhor ler o que escrevera e qual não foi a sua surpresa ao perceber que o homem que ela descrevera era o seu marido com alguns “detalhes” a mais – aliás, detalhes que ela apenas criara para atender ao seu inconsciente – deixando-a sem entender o que fizera.
De qualquer modo estava feito. Apertou a tecla de envio e a página foi processada pelo site. Seguiu-se alguns minutos de espera (angustiante, pensou ela), até que, finalmente, uma nova página se abriu. Nela havia a informação que ela deveria descrever o “roteiro” da fantasia, a fim de proporcionar ao “realizador” a possibilidade de visualizar o cenário em que a ação deveria se desenrolar. Mais uma vez Sílvia hesitou, principalmente porque o site pedia também uma foto de corpo inteiro (vestida, é claro), para que ficasse em seus arquivos protegidos e acessáveis apenas por eventuais interessados na realização da “fantasia”. E o próprio site abriu uma pequena tela que orientava o posicionamento da sua “webcam” possibilitando que a foto fosse extraída naquele exato momento.
Com medo, trêmula e pensando que tudo aquilo não passava de uma total loucura, Sílvia acionou o disparador da câmera e afastou-se o suficiente para que sua imagem fosse captada. E em um piscar de olhos, sua imagem apareceu na tela, com uma pergunta de autorização para gravação da imagem. Ela se aproximou, pensou, tremeu mais um pouco, riu nervosamente, pensou em desistir, mas, quase de modo tresloucado, concordou e apertou o teclado. Estava feito! Faltava apenas o “roteiro”.
Ela pensou, pensou, e pensou muito. Imaginou diversas situações excitantes, mas não podia entender como o “realizador” seria capaz de torná-las reais o suficiente para que ela se sentisse imergida na fantasia que concebera para si mesma. Como é que alguém “normal” iria perder seu tempo em montar um “cenário” para satisfazer uma mulher de meia-idade, casada e insatisfeita? Quem seria louco o suficiente para concordar com tudo aquilo para, no final, não sentir qualquer prazer, inclusive com o risco de ela sequer aparecer no dia em que o evento for marcado? Apenas um maluco ou pervertido deitaria todos os seus esforços no sentido de realizar não a fantasia dela, mas sim a dele. Amanhecer morta, jogada em um matagal não era o fim ideal para uma aventura sexual.
“Tudo isso é insano!”, Sílvia pensou; “É melhor deixar pra lá!”, sua mente não conseguia processar tudo aquilo. Desistir seria o melhor a fazer. Continuar sua vida como estava era o correto a fazer. Não havia uma razão contundente para prosseguir com aquela loucura. E se Paulo viesse a descobrir! O que ia ser do seu casamento! Não, definitivamente, ela precisava parar com aquilo, desistir e apenas perder cem reais. E assim que apertou a tecla “esc”, uma mensagem apareceu informando que o arquivo seria guardado para quando ela quisesse continuar. Tentou em vão recuar daquela operação, mas o sistema prosseguiu de moto próprio e arquivou tudo o que ela fizera até então. A tela fechou-se automaticamente retornando à homepage do site.
Sílvia desligou o equipamento e foi até a cozinha tomar um pouco de água. Estava literalmente atordoada e não sabia se tudo o que havia feito era certo ou errado. Pensou em voltar e desfazer o que havia acabado de concretizar, esquecer tudo e voltar para a cama ao lado de seu marido. Porém, ao mesmo tempo sentia a necessidade de saber se alguém iria ler a sua página, se havia algum “realizador” que se apresentaria para satisfazer aquele desejo contido (reprimido) por anos de vazio e de desejo não realizado. Pensou também em contar tudo ao marido, mas hesitou pela simples ideia de como ele reagiria.
Atormentada, amedrontada e cansada, acabou por pegar no sono na mesa da cozinha, acordando quando a madrugada já estava alta e o silêncio das ruas demonstrava que nada mais havia o que fazer apenas deitar e dormir.
Pela manhã, acordou com Paulo beijando-lhe a face e dizendo que precisava viajar a negócios e que voltaria apenas no domingo pela manhã. “Domingo pela manhã!”,pensou ela, “mas o aniversário de casamento é no sábado!”. Ouviu um solene e sincero pedido de desculpas, com a afirmação de que fariam alguma coisa para comemorar mesmo com atraso. Despediu-se mais uma vez, sendo que a última frase que ouviu foi que ele não se esqueceria do seu presente.
Sílvia passou o resto do dia desconcertada com a viagem repentina do marido e a tristeza de passar o aniversário de casamento sozinha e sem ter o que fazer. Foi para a academia, mas nem mesmo a aula de aeróbica mudou seu ânimo. Saiu de lá pensando que a melhor coisa a fazer era ir ao centro comercial e torrar o cartão de crédito do marido (afinal, roupas e sapatos novos são um excelente remédio para a tristeza feminina). Perambulou pelos corredores, olhou vitrines, apreciou algumas coisas, mas não sentiu qualquer ímpeto em comprar algo novo ou diferente.
Quando estava passando em frente à uma loja especializada em roupas íntimas, ouviu o toque de mensagem de seu celular. “Entre nessa loja. Há uma surpresa esperando por você”; o coração dela disparou de uma forma que parecia querer sair pela boca. Ela não sabia a origem da mensagem já que o remetente não estava identificado. Olhou assustada para os lados, pensou que tudo aquilo poderia ser alguma brincadeira de mau gosto de suas amigas, mas facilmente percebeu que não havia ninguém próximo o suficiente para que ela pudesse confirmar suas suspeitas.
Novo toque e nova mensagem: “Vamos, entre! A vendedora está na porta a sua espera”. Sílvia percebeu que, de fato, havia uma vendedora e assim que ela se aproximou a moça lhe entregou um pacote com um sorriso nos lábios, dizendo que o conteúdo já estava pago. Sílvia, meio sem jeito, agradeceu e voltou as costas caminhando rapidamente para a porta de saída. Entrou em seu carro e finalmente teve coragem de olhar o conteúdo. Era uma linda lingerie novinha e muito excitante. Vermelha com fio dental e detalhes metálicos parecendo botões de pressão. Outra mensagem: “Já que você não descreveu a sua fantasia, vamos fazer a minha, … vá para casa, tome um longo e relaxante banho com os brindes que estão a sua espera. Amanhã enviarei novas instruções, … divirta-se e aproveite o dia, … ah! Não tenha medo, eu não sou um bicho papão!Beijos”. Sílvia estava simplesmente enlouquecida! Tudo aquilo não podia – e nem devia – estar acontecendo! Loucura total! E o tiro de misericórdia veio ao chegar em casa e perceber que havia um entregador a sua espera com uma linda cesta de presentes; ela os recebeu, agradeceu ao entregador e deu-lhe uma gorda gorjeta pelo trabalho.
Entrou em casa e ficou ali na sala olhando os presentes que havia aberto quase sem pensar. Havia sais de banho, loções para a pele, perfumes, um lindo vestido jovial e sapatos vermelhos extremamente altos. Sílvia não sabia o que pensar. Correu para o seu notebook e acessando a página da “ilha dos sonhos”, enviou uma mensagem ao “fale conosco”, solicitando informações sobre aquela loucura que estava acontecendo. E a resposta, imediata, foi curta e lacônica: seu desejo estava sendo atendido.
A tarde chegou e encontrou a mulher desabada na sala de estar apenas olhando para a tela da televisão desligada, um copo de uísque nas mãos e um ar de desamparo quase infantil. “O que é que eu vou fazer, … Meu Deus! Tudo isso só pode ser alguma pegadinha de muito mau gosto!” Ah! Se eu descobrir que foi coisa do Paulo eu mato ele! … Coisa do Paulo? É isso! Aquele maluco deve ter aprontado tudo isso para comemorar nosso casamento, … sim, é isso! Ele vai voltar no sábado e me fazer uma surpresinha daquelas!” Sílvia ficou eufórica ao encontrar uma explicação para o que estava acontecendo. O dia ficou melhor e ela suspirou aliviada; tratava-se apenas de seu marido sendo algo que nunca, … foi! Era melhor acreditar naquilo a enlouquecer com as possibilidades.
O dia se foi e a noite chegou. Sílvia foi jantar com algumas amigas e depois de alguns drinques achou por bem voltar para a casa vazia. Entrou em seu quarto e ligou a jacuzzi – precisava realmente de um banho relaxante depois de um dia maluco daqueles – e retornando ao quarto lembrou-se da cesta de presentes. Nua como estava desceu as escadas pegou a cesta e retornou. O banho que se seguiu foi um verdadeiro ritual que jamais havia feito antes em toda a sua vida. Usou todos os brindes que estavam à sua disposição, e relaxou seu corpo imerso na água cálida da banheira com a hidro acionada. Foi algo novo, surpreendente.
Secou-se cuidadosamente, enquanto olhava seu corpo no espelho: até que não estava mal para a idade; seios fartos e ainda firmes, barriga protegida por alguma malhação, coxas suculentas e firmes sustentadas por pernas bem torneadas. E a bunda! Sílvia sempre admirou seu traseiro que achava cinematográfico, digno de uma cena de pornografia tipo “hardcore”. Olhando assim ela sentiu-se excitadíssima e pensou que chegara a hora de masturbar-se (algo que jamais havia feito antes).
Correu para o quarto, e completamente nua deitou-se na cama. O início foi tímido – mais parecia uma apalpação – mas não tardou para que ela relembrasse algumas cenas que vira na TV e na internet que a ajudaram na nova empreitada. Acariciou suavemente sua pele por toda a extensão que lhe era possível, sentindo a maciez e o frescor da pele após o demorado banho ocorrido há pouco. Deteve-se nos mamilos já entumescidos e brincou ferozmente com aquelas frutinhas duras e empinadas. Procurou tocas todas a extensão de seu busto generoso e sentiu um arrepio gostoso percorrer-lhe a espinha; definitivamente ela estava excitada!
Não tardou para que suas mãos encontrassem sua vagina quente e úmida, pronta para ser usufruída e proporcionar prazer. A massagem clitórica iniciou-se com extrema timidez e algum receio, pois mesmo sabendo que naquele dia ela estava só, Sílvia sempre tivera a sensação de estar sendo observada (talvez a razão fossem as câmeras de segurança que Paulo instalara por toda a casa, inclusive no quarto do casal), e isso era algo que sempre considerara constrangedor – principalmente quando ela e Paulo faziam amor – razão pela qual quando isso acontecia ela suplicava que ele as desligasse.
Todavia, naquela noite, o desejo da carne falou muito mais alto e ela passou a brincar com seu sexo massageando-o cada vez mais vigorosamente. Sentia a pele quente e o rosto ruborescido como uma colegial, e os arrepios iam em um crescendo cada vez mais deliciosos e excitantes. Estava quase atingindo o ápice quando o seu celular vibrou.
Assustada, Sílvia quase pulou da cama sentando-se para apanhá-lo. Não era uma ligação, mas sim uma mensagem de texto que dizia: “Que delícia! Continue com o que estava fazendo meu doce tesão, … eu quero gozar com você!”. Sílvia ficou em estado de choque; era ele! O seu “realizador”; mas como era possível! Foi fácil perceber que ele havia acessado o sistema de câmeras da casa. Sílvia sentia-se totalmente indefesa, dominada pela onipresença de alguém que parecia desejá-la de verdade! E aquilo estava se tornando muito mais excitante que ela podia ter imaginado. Novo toque, … nova mensagem: “Não se assuste minha gostosa, eu quero saborear você aos poucos, … sorvê-la como um vinho de safra especial e única, … continue o que estava fazendo, eu também estou aqui, sozinho, com o pau duro nas mãos aproveitando a visão do paraíso! Vá em frente, eu te quero...”.
Impossível controlar-se; Sílvia digitou uma mensagem de resposta dizendo que queria vê-lo (ou melhor, que queria tê-lo!) e que ficara muito ansiosa com tudo aquilo. A resposta veio imediata: “Calma minha peituda deliciosa, … tudo a seu tempo, … agora vamos continuar de onde paramos.”.
Sílvia deitou-se e retomou o que estava fazendo – só que agora muito mais motivada que antes – tocando seu clítoris inchado e úmido e massageando-o com a maestria de quem já fazia aquilo há muito tempo. Seu corpo contorcia-se na cama e a excitação ia em um crescendo incontrolável. E não tardou para que o orgasmo viesse pungente e vigoroso, quase um pequeno riacho molhando os lençóis e deixando-a em estado de absoluta graça interior.
Nova mensagem: “Aí! Adorei, gozei como um touro no cio, … te quero meu tesão! Me diz, o que você quer que eu faça quando nos encontrarmos? Uma chupada inesquecível ou um anal bem carinhoso?”. Mesmo ainda dominada pelas pequenas ondas de prazer que percorriam seu corpo Sílvia sentiu-se mais excitada do que antes. Imediatamente, teclou uma resposta simples e objetiva: “quero tudo!'. E a resposta foi mais surpreendente ainda; o telefone tocou, porém não era mensagem de texto, … era uma ligação! Tremendo como uma criança amedrontada e ao mesmo tempo curiosa, ela atendeu e ouviu uma voz máscula do outro lado da linha dizendo: “Amanhã minha delícia, … amanhã vou ter você todinha para mim! Me aguarde, … bons sonhos, ...”.
Ele desligou e ela quedou-se na cama pensando no que estava por vir. Milhares de pensamento proibidos – quase profanos – passearam por sua mente durante toda a noite, impedindo-a de pegar no sono. Imaginava como ele seria e o que fariam quando se encontrassem. Era algo enlouquecedor que chegava a lhe causar algum pavor; e se Paulo viesse a saber? e se suas amigas a vissem em algum lugar com outro homem? Seria uma loucura total que ela devia abandonar? Apenas dúvidas rondavam a sua mente e a sua alma. E a duras penas desfaleceu de cansaço mesclado com medo.
O sol já estava alto quando Sílvia entreabriu os olhos. Estava muito sonolenta e tinha dificuldades em acordar totalmente. Distraidamente olhou para o relógio de cabeceira e ficou espantada. Já passava das onze horas da manhã! Como podia ter dormido tanto? De qualquer modo relaxou, pois além de ser um sábado, ela estava só e não haviam compromissos a sua espera. Levantou-se e depois de pensar um pouco decidiu que ia tomar café da manhã na cozinha do jeito que estava. Nua em pelo desceu as escadas e preparou um delicioso desejum matinal que foi devorado em alguns instantes. E enquanto comia pensava no que estava por vir, … aquele homem da voz máscula e as diversas possibilidades que o acompanhavam.
No final da tarde o celular tocou fazendo Sílvia ficar imediatamente sobressaltada; era ele, sem dúvida era ele! Correu atender e assim que se conectou ouviu a voz do marido cumprimentando-a pelo aniversário de casamento. Sem demonstrar certa decepção, ela agradeceu gentilmente e perguntou onde ele estava e quando iria voltar. Paulo disse que estava em Belo Horizonte e que voltaria apenas na segunda. Segunda! Sílvia retrucou com voz disfarçadamente triste. Paulo lamentou também, mas afinal, eram apenas negócios. Conversaram por mais alguns minutos até que ele disse que tinha que desligar renovando as congratulações pelo aniversário de casamento deles.
Sílvia desligou o telefone e passou a pensar no que ainda estava por vir (aquela voz era o mote do dia de aniversário!). Ela meditou um pouco e concluiu que o melhor a fazer era aproveitar as surpresas que ela imaginava iam acontecer. Livrando-se dos pensamentos ruins, Sílvia decidiu que era hora de aproveitar o presente que ela mesma se dera – e tomara que ele realmente valesse a pena!
Anoite avançava silenciosa e tranquila quando o celular tocou fazendo o coração de Sílvia disparar tresloucadamente. Atendeu. Era ele! A voz (e que voz!), soou baixinho mas muito sensual. “Olá minha tesudinha! Está pronta? Eu espero que sim, …”. Antes mesmo que ela tivesse tempo de responder, ele seguiu dizendo-lhe que se vestisse com as roupas que lhe foram presenteadas – inclusive o ousado vestido curto e de uma transparência sutil mas excitante – pegasse sua bolsa e saísse de casa. O destino já estava traçado no GPS do carro e bastava apenas que Sílvia seguisse o caminho indicado.
Sílvia não sabia o que dizer e o seu silêncio a deixava ainda mais constrangida. Ela tinha agora medo, excitação e desejo – tudo ao mesmo tempo – e sua mente e alma não sabiam o que fazer. Mais uma vez aquela voz máscula e deliciosamente provocante veio em seu auxílio: “Não se preocupe minha pequena Afrodite, não há mal nenhum no que vamos fazer, e eu apenas quero lhe dar o máximo prazer possível, … eu quero servi-la como jamais algum homem o fez, … não tema por nada, apenas venha, … estou te esperando cheio de tesão!”. Aquela última frase acendeu milhares de luzes naquela mulher de meia-idade. Pensou que valia a pena jogar tudo para cima e cometer uma loucura (o arrependimento mata, porém a curiosidade também!).
Vestiu-se com uma rapidez que ela mesmo desconhecia ter e em poucos minutos estava dirigindo-se para o encontro de sua vida. As coordenadas fornecidas para o GPS do carro de Sílvia indicavam um edifício sofisticado em um bairro nobre da cidade. Ela raramente ia para aquela região e sabia que se tratava de um bairro de classe alta e de gente com posses suficientes para ter o que quisesse. Aquilo ainda causava-lhe certo temor, mas não havia razão para recuar agora – era tudo ou nada!, pensou ela – e continuou seu trajeto orientado pelo equipamento do veículo.
Estacionou o carro bem próximo do seu destino. Era um edifício residencial de alto padrão que parecia ter apenas um apartamento por andar. “Que chique!”, pensou ela enquanto admirava o local onde o dono daquela voz linda morava. Seria casado? Jovem ou velho? Teria filhos? Seria apenas um doido tarado querendo uma presa fácil para as suas sandices? Foi novamente o celular que tirou Sílvia daquele mar de pensamentos inúteis. “Ôi, você já chegou minha delícia? Estava te esperando, pode subir meu apartamento fica no terceiro andar e a porta está aberta, … Ah! O porteiro está avisado, pode deixar seu carro na garagem, vaga de visitantes, vem que estou te esperando, …”.
Sílvia entrou e estacionou como foi indicado. Não viu o rosto de ninguém, o prédio parecia estar completamente vazio. Trêmula e caminhando com dificuldade ela dirigiu-se até o elevador social e ao entrar imediatamente apertou a tecla do terceiro andar – se não tivesse feito isso, talvez tivesse desistido de tudo e voltado para o carro. E quando a porta tornou a abrir-se Sílvia deparou-se com um hall amplo e decorado com extremo bom gosto. Floreiras coloridas e naturais davam um tom jovial ao lugar (será que ele era apenas um garoto querendo se divertir com a “coroa” do momento?) e alguns quadros com tons eróticos – porém moderados – davam um ar mais intimista ao ambiente. Ela desceu do elevador e caminhou até a porta. Ao fazer menção de tocar na maçaneta folheada a ouro, a porta entreabriu-se quase que num passe de mágica. A sala de acesso também era muito bem decorada e um corredor amplo e curto conduzia a um outro ambiente que estava em penumbra controlada.
A voz – agora ao natural – convidou-a a entrar e assim que ela obedeceu viu uma silhueta protegida pelas sombras em pé ao lado de um sofá de canto. A imagem que ela via denotava alguém alto e de porte atlético. Não sabia se estava nu ou vestido, mas sentiu-se aliviada ao perceber que não era alguém muito jovem – afinal ela não queria ser confundida com uma Milf – já que jovens não lhe causavam qualquer motivação que não a de tratar como crianças.1
O anfitrião permanecia na penumbra, porém sua voz se fazia perceber por todo o ambiente dando sinais claros de que ambos estavam totalmente a sós. Ele elogiou o vestido ao que ela agradeceu dizendo-lhe que tivera muito bom gosto. “Que tal você fazer um striptease para mim? Eu iria adorar.” Quando Sílvia ia argumentar que não havia música ouviu-se o som que parecia ter tomado conta do ambiente. Era uma música suave, mas muito excitante. Sílvia fechou os olhos e começou a acompanhar o ritmo. Lenta e languidamente, ela gingava o corpo com movimentos provocativos que nem sabia conhecer. As vezes parecia querer entregar-se, e outras afastava-se evitando aproximar-se o suficiente. Deixou que o vestido de alças fosse ficando cada vez mais esvoaçante e dando as costas para seu anfitrião sinalizou-lhe que abrisse o zíper lateral.
O homem aproximou-se demonstrando extrema excitação e fez com que o zíper descesse o mais lentamente possível. Assim que terminou, Sílvia afastou-se e deixou que o vestido caísse aos seus pés. Nesse momento, apenas com as peças íntimas que havia recebido de presente Sílvia continuou dançando com os sapatos de saltos extremamente altos, gingando e rebolando de modo cada vez mais provocativo. Seu companheiro de aventura não foi capaz de conter-se e saindo da zona de penumbra, aproximou-se dela deixando que a pouca luz do ambiente revelassem seu rosto e corpo.
“Que homem divino!”, pensou ela enquanto saboreava a visão que estava a sua frente. Era um homem também de meia-idade, mas com aspecto mais jovial que aquele próprio da idade. Tinha feições finas sem ser delicado e o corpo – Aí, o corpo – era uma escultura digna de um Auguste Rodin. “Delicioso!”, pensou ela mais uma vez antes de ser abraçada carinhosamente por ele. Beijaram-se longamente – um beijo que há muito tempo Sílvia não recebia de alguém. Suas mãos ágeis e másculas percorriam sua pele como um escultor examinando detalhadamente sua próxima obra de arte.
As carícias prosseguiam cada vez mais longas, aprimoradas e repletas de desejo incontido. Sílvia nem percebeu quando ele sutilmente tirou-lhe o sutiã deixando seus seios à mostra. Beijou-os com sofreguidão, buscando os mamilos endurecidos pela excitação provocativa do momento. Ao mesmo tempo, Sílvia - não se fazendo de rogada – procurou pelo seu instrumento de prazer e quando finalmente conseguiu tocá-lo quase teve um colapso; era um membro enorme que mesmo por cima da roupa demonstrava toda a sua pujança e energia. Pensou que aquele monstro não podia invadir sua pequena vagina sem causar um estrago irremediável; porém ouviu a voz quente e máscula dele em seu ouvido sussurrando: “Calma minha delícia, ele não vai te machucar não, apenas lhe dar o prazer que você jamais sentiu”.
E muito embora Sílvia não se achasse do tipo mignon, ficou surpresa quando quando ele tomou-a nos braços sem qualquer dificuldade, permitindo que seu corpo ficasse colado ao dele. Suas mãos passeavam pelo tórax avantajado do seu parceiro e os pelos estavam completamente eriçados demonstrando claramente que ele também estava muito excitado. Tendo-a nos braços ele a conduziu até o sofá mais próximo, deitou-a suavemente e depois passou a divertir-se com a última peça de resistência do pobre vestuário da sua desejada. E com maestria digna de uma cena tórrida de cinema, tirou a minuscula calcinha deixando à mostra uma vagina delicada e suculenta que já estava úmida de tanto desejo.
Sílvia gemeu baixinho quando a mão quente daquele homem fabuloso acariciou seu monte de Vênus que,, por sua vez, deliciava-se com a maciez da pele depilada com muito cuidado. As carícias foram crescendo e fazendo com que Sílvia gemesse e se contorcesse cada vez mais. “Não se reprima tesuda, … aqui você pode gemer e gritar o quanto quiser, … estamos apenas no início da nossa aventura!”, a voz dele (máscula e carinhosa) deixou Sílvia completamente fora de si. Mais uma vez beijou-o longamente na boca, sentindo o sabor daquela língua que ela desejava que estivesse em outro lugar.
“Por favor, … me chupa, … por favor, …” , implorou Sílvia com voz fraca de quem não conseguia mais conter seu desejo. E ele prontamente a atendeu passando a executar um sexo oral que Sílvia jamais experimentara. Foi divino! Tão profundo, tão suave e gentil, tão enlouquecedor que ela gozou intensamente por várias vezes. Era algo inconcebível para ela – com Paulo o máximo que atingira foram apenas dois orgasmos seguidos. Ela não imaginava que aquilo fosse possível, que um homem pudesse despertar algo tão espetacular em uma mulher.
Os orgasmos sucediam-se em uma onda interminável de prazer. Sílvia gemia, contorcia-se, acariciava os cabelos dele com as mãos e não resistia quando ele retomava a marcha de sua língua voraz. O ápice veio quando o orgasmo foi tão intenso que ela amedrontou-se ao sentir que estava esguichando líquido de uma forma inexplicavelmente constante. Mas, seu parceiro veio imediatamente em seu socorro e disse-lhe que não se preocupasse pois o líquido era uma explosão natural do corpo.
E quando cessou Sílvia sentia-se desfalecida, sem energias. Tinha gozado de um modo nunca antes imaginado. Seu parceiro também parecia estar cansado, porém muito menos que ela, inclusive porque o membro descomunal continuava ereto e vibrante. Passados alguns minutos ele se aproximou dela e sussurrou em seu ouvido algo inesperado. “Vem cá minha safadinha! Vamos pro meu quarto realizar a minha fantasia, … eu não aguento mais, quero te foder todinha!”, aquela expressão vulgar operou em Sílvia um efeito antes desconhecido; ao invés de deixá-la constrangida excitou-a mais ainda, fazendo com que ela pegasse naquele membro e o massageasse vigorosamente.
Seu companheiro não deu-lhe trégua. Ajudou-a a levantar-se e abraçados dirigiram-se para o quarto dele que ficava logo ao fundo da sala. No caminho ele, mais uma vez, sussurrou algo em seu ouvido. “Antes de entrarmos, preciso lhe confidenciar qual é a minha fantasia; quero comer você na presença de outro homem. Aliás, ele já está nos esperando. Não se assuste, ele é de confiança, apenas é tímido e não quer mostrar o rosto. Por isso, estará de máscara. Tenho certeza de que você vai adorar, ...”.
Aquela confidência tomou o coração de Sílvia de assalto. Ela não sabia o que pensar e por um momento hesitou em continuar. Como toda a mulher inexperiente, temeu por sua integridade e receou pelo que estava por vir. Não sabia se podia – ou mesmo se devia – continuar com aquilo. Sentiu-se trêmula e fria. Mas as mãos de seu acompanhante – quentes e fortes – mantiveram-na firme. “Não. Não, meu tesão; não tenha medo sua gostosa, … vem comigo, …
Mais uma vez Sílvia pensou que de nada adiantava recuar. Afinal, já chegara até ali e seguir em frente era melhor do que arrepender-se depois. Continuaram em direção ao quarto que também estava na penumbra, iluminado apenas por pequenos spots laterais que conferiam um ar intimista ao ambiente preparado para o sexo que viria. Na cama outro homem jazia, nu em pelo e também com o pênis em riste (muito menor que o outro, mas mesmo assim pulsante e apto).
Quando eles se aproximaram, ele levantou-se da cama e caminhou na direção do casal. Iniciou-se, então, uma sequência de carícias tão intensas e voluptuosas, que Sílvia pensou que iria desfalecer de tanto desejo. Eram quatro mãos másculas percorrendo-lhe cada centímetro de seu corpo, explorando cada detalhe de sua anatomia de mulher madura e muito bem conservada.
Quase que inesperadamente, Sílvia foi levemente inclinada para a frente oferecendo seus préstimos ao pênis do convidado que foi saboreado com a gula de uma adolescente iniciante. Sorveu, chupou e lambeu aquela máquina até conseguir um orgasmo de jato intenso que não foi recusado, mas totalmente engolido como um néctar há muito esperado. O homem contorcia-se à sua frente e por duas vezes bambeou ante a potência do orgasmo combinado com a destreza quase pecaminosa daquela mulher que estava realizando todos os desejos acumulados havia muito tempo.
E enquanto Sílvia ainda sentia o gosto quente do esperma que rolava garganta abaixo, foi arrebatada pela penetração do instrumento que pouco antes roçava ao redor de sua vagina. O início pareceu algo que doloroso, mas com a lubrificação que a ela fora proporcionada antes, não tardou para que pudesse aproveitar toda a extensão daquele órgão poderoso e valente. Os movimentos repetiam-se constantes e cada vez mais profundos, a ponto dela sentir os pelos pubianos dele acariciarem as laterais dos grandes lábios. O ritmo aumentava de forma gradual e controlada, feita por alguém que conhecia muito bem a qualidade de seu membro e as possibilidades que ele despertava no sexo oposto. O companheiro a sua frente ainda tinha o pênis meio endurecido na boca dela que trabalhava com ele a fim de torná-lo apto para o bom combate.
“Aí, … aí, não dá mais, minha putinha deliciosa, … vou gozar dentro de você!” Com essas palavras, Sílvia recebeu a carga de sêmen de seu anfitrião. Era um verdadeiro tsunami de esperma que invadiu-lhe as entranhas deixando-a completamente preenchida. E era algo tão intenso que parecia não ter fim. Mesmo achando que ambos os machos estavam em situação de nocaute, Sílvia ainda queria mais. E antes mesmo que ela pudesse esboçar qualquer gesto o mascarado puxou-a em sua direção colocando-a por sobre ele quando ambos chegaram próximos da cama.
Sílvia sentiu que o pênis já estava pronto para o próximo round e não se fez de rogada deixando que ele escorregasse para dentro de sua vagina muito lubrificada pelo sêmen do outro parceiro. Assim que o membro penetrou-a por completo, ela passou a controlar a situação (algo também inédito, já que com Paulo a coisa era na base do “papai-e-mamãe”), movimentando-se para cima e para baixo com uma ginga gostosa e bem ritmada.
Aquela cópula prolongou-se por algum tempo e vez por outra Sílvia olhava para trás e via seu anfitrião em pé a sua frente masturbando demoradamente seu membro meio endurecido, dando sinais que em breve estaria de volta ao embate. Aquilo era tão excitante, que Sílvia não queria que terminasse; dois homens à sua disposição era demais! Era como um harém pessoal, que ela sonhava usufruir para sempre – ou pelo menos, enquanto aquilo durasse – sem perder de vista o fato de aquela fantasia torná-la mais mulher do que antes.
Os gemidos roucos do mascarado davam nítidos sinais de que ele estava próximo do fim, fazendo com que Sílvia tornasse os movimentos mais rápidos e mais incisivos. Mas quando ela pensou que tudo ia terminar, sentiu algo duro e quente aproximar-se de seu ânus. Nossa! Que loucura! Apenas a proximidade daquele enorme instrumento de prazer fez com que ela gozasse mais uma vez, um gozo intenso e demorado, obrigando-a a contrair sua vagina apertando o membro do mascarado e fazendo com que o orgasmo dele fosse retido ainda por alguns momentos.
Duas mãos fortes e quentes seguraram suas nádegas e o pênis embicou na direção da pétala intocada que latejava de desejo. “Vamos lá sua safada gostosa, … tá na hora de perder o cabaço desse cuzinho virgem, … lá vou eu tomar posse do que é meu e que ainda não foi de ninguém!”. E dizendo isso seu parceiro segurou a máquina preparando-a para o ataque não sem antes lamber delicadamente aquele orifício intocado e cobiçado deixando-o úmido o suficiente para o que estava por vir.
A primeira investida foi tão potente que Sílvia quis gritar ensandecida pela dor. Desejou recuar, mas as mãos fortes do seu dominador não permitiram que isso acontecesse, segurando-a de forma a manter as nádegas firmes para receber o resto do doce castigo que se avizinhava. Mais uma investida e mais uma dor quase lancinante. “relaxa minha cadelinha, assim vai doer muito mais, … aproveita o pintão que está de invadindo!”. Mais uma sequência de palavras mágicas proporcionando para Sílvia uma sensação de excitação tão marcante que ela decidiu que era a hora de aproveitar a situação e controlar a dor até substituí-la pelo prazer.
Relaxou seu esfincter e deixou que o membro escorregasse um pouco mais, percebendo que dor gradualmente ia dando lugar a uma sensação indescritível de prazer e satisfação. Agora era ela quem comandava o espetáculo: tinha um membro em sua vagina e outro em seu ânus que finalmente havia deixado de ser intocado e que em pouco tempo tinha recebido aquele pênis cavalar totalmente, deixando claro que agora restava apenas o prazer de usufruir da situação. Rebolou intensamente, movia-se como uma mulher enlouquecida de desejo que não queria que o sexo acabasse e que apenas almejava dar e receber prazer para dois homens.
Foram momentos mágicos – pensou ela – momentos únicos e íntimos demais para serem esquecidos; queria guardar em sua memória cada segundo do que havia acontecido e do que ainda estava acontecendo. Por um momento pensou ser tudo fruto de sua imaginação, apenas um desvario que acabaria assim que acordasse ou abrisse os olhos, remetendo-a de volta ao vazio de uma vida sem expectativas ou anseios a serem realizados. Mas não tardou para que percebesse que estava de olhos bem abertos – acordada e consciente – usufruindo de um prazer sem fronteiras e que até então vira apenas em cenas pornográficas de vídeo ou pela rede, sendo a protagonista que tinha sob seu domínio dois homens excitados e potentes o bastante para deixá-la sem forças.
E foi exatamente isso que aconteceu; o orgasmo veio em conjunto provocando gemidos longos e altos de todos os participantes e fazendo com que Sílvia fosse arrebatada por uma onda de sensações indescritíveis, inundada por sêmen que vinha de todas as direções e que a fazia mais viva do que nunca. Em alguns minutos todos quedaram-se inertes e prostrados pela vitória do desejo realizado. Sílvia aconchegava seu corpo por sobre o mascarado, enquanto sentia o peso quente e gostoso de outro macho sobre ela. Sorriu feliz e realizada e em breve apenas o sono reparador seria capaz de completar uma noite fantástica.
A luz do sol entrando pela janela do quarto forçou Sílvia a abrir os olhos, mesmo ante a sua recusa em fazê-lo. Sentia-se cansada, extenuada e não conseguia lembrar-se de muita coisa; tudo tinha parecido um sonho e ela pensou que realmente fosse. Porém, ao atinar a visão para percorrer o ambiente onde se encontrava, percebeu que tudo aquilo tinha sido verdade! Estava ela deitada no quarto daquele apartamento onde tudo acontecera! Levantou-se meio que assustada procurando identificar a situação em que se encontrava. Olhou ao redor e percebeu que estava só. Olhou para o relógio digital que integrava o deck da cama e quase morreu de susto ao perceber que passava do meio-dia!
Desesperada saiu em correria na direção da sala, onde percebeu que não havia ninguém. Aquilo deixou-a curiosa e preocupada. Caminhou por outros ambientes do enorme apartamento e não viu nem sombra de outra pessoa além dela. Ao chegar na cozinha percebeu que havia uma mesa posta com um espetacular café da manhã, ornado por um vaso de solitário de cristal que continha duas lindas rosas vermelhas colombianas.
Caminhou na direção da mesa e sentando-se na cadeira próxima não se esquivou de apreciar aquelas delícias que foram deixadas ali para serem devoradas por alguém que acordasse faminta após uma noite de sexo muito ardente. Enquanto tomava café e saboreava um brioche divino percebeu um envelope encostado no vaso solitário e que continha o seu nome grafado com letra cursiva em sua parte externa. “Surpresas e mais surpresas! Quantas ainda virão?”, pensou ela enquanto abria o envelope.
Dentro um cartão perfumado cujos dizeres ela percorreu de uma única vez, passando a sentir-se tonta e achando que ia desmaiar. Ela conhecia aquela letra! Era de seu marido! Como era possível! Não conseguia acreditar no que havia lido e achou por bem ler mais uma vez, tomando o cuidado de fazê-lo com o vagar que a situação exigia.
“Feliz aniversário minha deliciosa! Espero que a noite tenha sido tão maravilhosa para você quanto foi para mim. Não se preocupe, eu li o seu cadastro no site e pensei que era hora de realizarmos algumas fantasias que antes não tivemos a oportunidade de fazer. Me perdoe se tudo foi muito discreto e sutil, e espero sinceramente que essa seja a primeira de muitas fantasias que ainda iremos realizar. Um beijo. Te espero em casa onde – se você quiser – poderemos continuar o que começamos ontem a noite. P.S. Desta vez apenas nós dois tá!”
Sílvia começou a rir – primeiro nervosamente – e passado alguns minutos após o choque do que lera, sentiu-se recompensada. Afinal quantas mulheres podem usufruir de uma fantasia com o marido participando ativamente dela? Divertiu-se com a situação e achou que o mundo não era mais o mesmo – tudo havia mudado. Ela havia mudado. Então restava apenas aproveitar.
Correu para a sala, pegou o vestido que estava no chão e depois de pô-lo por sobre o corpo correu em direção à porta de saída. Queria ir imediatamente para casa beijar, abraçar e amar aquele homem com quem dividira toda uma vida.
Parou na soleira pensando que estava sem qualquer peça íntima. Mais uma vez sorriu para si mesmo e deu de ombros. Afinal, ao chegar em casa não pretendia permanecer vestida. Queria mais uma vez entregar-se ao prazer de ser possuída e de possuir!.