Bom, acabou minha saga aqui. Foi muito bom escrever esse conto e fazer as amizades que eu fiz. Obrigado a todos que acompanharam desde o início e tenho que dizer que vou sentir muitas faltas de vocês. Valeu mesmo e até a próxima. Comentem muito e como sempre, boa leitura!
- É isso mesmo que você quer? Mais uma vez você movimenta tudo e ameaça cair fora...
- Parabéns pra você Bruno, e aos nossos pais. Você caiu direitinho e eles venceram.
Sai daquele apartamento rumo ao aeroporto. Tinha acabado. De verdade!
Peguei um táxi e percebia que estava sendo seguindo, mas não era o carro do Bruno. Mesmo com o trânsito quase parado do centro do Rio, eu podia perceber que o carro seguia o táxi, mas não conseguia identificar quem era. Até porque meu pensamento ainda estava no apartamento. Pensava muito no que estava fazendo. Ele de certa forma estava certo, mais um vez eu abria mão de tudo. Mas sempre seria assim! As pessoas iam querer nos separar, elas não entendem o nosso amor. Se até pra mim foi difícil entender no começo, imagino para as outras pessoas em uma sociedade tão preconceituosa como essa que vivemos.
Mas uma coisa era não entender e outra é tentar nos separar! E seria sempre assim. Não ficaríamos em paz no Rio de Janeiro.
Além disso, quem ama quer o bem. Eu queria o bem de Bruno e eu sabia o quanto essa relação ia ser difícil pra ele, até mais do que pra mim.
Meus pensamentos eram esses, eu ainda me perguntava se estava certo ou estava cometendo o maior erro da minha vida, mas não encontrava nenhuma certeza. Até que o táxi chegou, estava no aeroporto. Com sorte, eu conseguiria um voo para logo. Seria difícil, mas eu ia tentar.
- Moça, boa tarde. Eu preciso ir pra BH o mais rápido possível.
A atendente pediu meus documentos e só havia possibilidade pra que eu viajasse dentro de uma hora de meia, mas já estava no lucro. Acertei tudo e me sentei no saguão. Mas o susto foi quando ele se sentou ao meu lado. Marcos!
- Nossa. Foi difícil pra te encontrar hein Carlinhos. Não esperava que ele fosse te enxotar tão rápido!
- O que você quer Marcos? Se você soubesse a raiva que eu tô de ti você nem chegava perto de mim.
- Calma cara. Eu tô do seu lado nesse momento. Por mais que você esteja com raiva de mim eu tô tranquilo. Sei que eu fiz o melhor pra você.
- Não Marcos! Você só me fez mal e eu só queria saber o porquê disso. Por quê você mudou tanto?
- Carlos, você me transformou. Aquele garoto bonzinho e inocente deu lugar ao cara decidido que eu sou hoje. Eu não vejo problema nenhum nisso.
Eu tive que me calar. Ele tinha dito algo que havia me tocado. Eu mudei Bruno, de ogro a amor da minha vida. E mudei Marcos, de garoto perfeito a mal caráter. Isso mexeu comigo. Fiquei calado observando a hora passar e pensando no que estava ocorrendo com Bruno.
Que idiota era eu! No final das contas ele encontraria uma mulher que daria tudo que ele precisasse e ainda iria satisfazer as opiniões alheias. Pronto, seria melhor pra ele, mas não pra mim, definitivamente.
O horário do voo se aproximava e minha angústia ia se aumentando! Eu não sabia mais o que pensar, pelo menos Marcos estava calado ao meu lado. Minha cabeça rodava. Era só em Bruno que eu pensava, afinal eu o amava. Independente de qualquer coisa, ele era o homem certo pra mim. Pena que as outras pessoas jamais pensariam assim!
Faltavam 30 minutos para embarcar e eu já arrumava minhas coisas.
- Já tá indo Carlinhos?
- Sim Marcos e dispenso companhia.
- Não adianta. Já comprei a passagem cara. Vou só ao banheiro e volto pra sentar do seu ladinho no avião.
Aff, além de tudo era sarcástico! Juntei minhas coisas e segui andando até parar em frente a ele. Bruno!
- Carlos, por favor. Não me deixa! Eu não consigo viver sem você.
- Bruno, me deixa ir. Vai ser melhor pra você. Eu prefiro te ver feliz longe de mim do que triste ao meu lado.
- Você não entende né? Eu te amo porra. Eu só vou ficar bem do seu lado. Coloca isso na sua cabeça.
- Sempre vai ter alguém pra nos lembrar que as chances de dar certo são pequenas. Desta vez foi o Marcos e nas próximas?
- Nas próximas a gente vai estar longe Carlos!
- Como assim?
- Eu cheguei em casa aquela hora pra te contar a novidade e eu me descontrolei. Eu sei que você não teve nada com o Marcos, eu sei que você me ama. O que você sente é só medo e ele vai passar quando a gente for embora.
- Como assim embora Bruno?
Haviam duas passagens em suas mãos. Nós falávamos bem perto e eu já observava alguns olhares em nossa direção:
- Eu vou trabalhar no sul. Floripa! E você vai comigo. Agora. Bora?
- Bruno, você tá falando sério?
- Carlos, eu te amo! Não quero saber se a gente é irmão ou se somos homens. O que importa é que nos amamos e a gente vai ficar junto. Acabou. É isso. E quem não quiser aceitar que não esteja perto de nós, porque eu não vou hesitar em passar por cima de qualquer um pra continuar com você. Que ser meu pra sempre em Floripa?
- Claro que eu...
Me surpreendi. Ele me beijou. No meio do saguão estávamos nos beijando. Aquilo sim era uma prova de amor. Eu não podia negar meus sentimentos, muito menos minha vontade de estar ao seu lado!
O beijo acabou e nos abraçamos. Os olhares eram vários e expressavam muitas coisas. Me surpreendi ainda mais com o grito de Bruno:
- Podem olhar a vontade, eu amo esse cara. E hoje mais do que nunca eu não tenho vergonho de admitir isso! EU TE AMO CARLOS.
Nos beijamos novamente em meio a algumas palmas e assovios. Mais que isso, o olhar surpreso de Marcos até me deixava feliz.
- Peraí, Carlinhos. Só vou resolver uma parada alí. O ogro vai entrar em ação.
Nem o impedi. Bruno guiou Marcos até o banheiro e voltou minutos depois. Não fiquei preocupado com Marcos, mesmo vendo a mão do Bruno suja de sangue, mas ele disse que era apenas do nariz.
As coisas haviam dado certo. Viajamos, juntos. Sem olhar pra trás!
Estar ao lado de quem se ama é prazeroso acima de tudo. O amor move o mundo. O ódio também. Mas as escolhas somos nós que fazemos. Eu escolhi, nós escolhermos estarmos juntos e teríamos que enfrentar cada dia um obstáculo. Era isso. Mas era necessário. Cada obstáculo era uma vitória. E foi assim.
Felizes para sempre? Talvez. Mas o mais importante é o agora. Por agora, era perfeito. Longe de todos, mas perto do amor. Era isso que importava, lutar pelo sentimento que vale a pena. Ignorando os que não merecem e valorizando o sentimento real: AMOR!
Fica a dica.
FIM
- É isso mesmo que você quer? Mais uma vez você movimenta tudo e ameaça cair fora...
- Parabéns pra você Bruno, e aos nossos pais. Você caiu direitinho e eles venceram.
Sai daquele apartamento rumo ao aeroporto. Tinha acabado. De verdade!
Peguei um táxi e percebia que estava sendo seguindo, mas não era o carro do Bruno. Mesmo com o trânsito quase parado do centro do Rio, eu podia perceber que o carro seguia o táxi, mas não conseguia identificar quem era. Até porque meu pensamento ainda estava no apartamento. Pensava muito no que estava fazendo. Ele de certa forma estava certo, mais um vez eu abria mão de tudo. Mas sempre seria assim! As pessoas iam querer nos separar, elas não entendem o nosso amor. Se até pra mim foi difícil entender no começo, imagino para as outras pessoas em uma sociedade tão preconceituosa como essa que vivemos.
Mas uma coisa era não entender e outra é tentar nos separar! E seria sempre assim. Não ficaríamos em paz no Rio de Janeiro.
Além disso, quem ama quer o bem. Eu queria o bem de Bruno e eu sabia o quanto essa relação ia ser difícil pra ele, até mais do que pra mim.
Meus pensamentos eram esses, eu ainda me perguntava se estava certo ou estava cometendo o maior erro da minha vida, mas não encontrava nenhuma certeza. Até que o táxi chegou, estava no aeroporto. Com sorte, eu conseguiria um voo para logo. Seria difícil, mas eu ia tentar.
- Moça, boa tarde. Eu preciso ir pra BH o mais rápido possível.
A atendente pediu meus documentos e só havia possibilidade pra que eu viajasse dentro de uma hora de meia, mas já estava no lucro. Acertei tudo e me sentei no saguão. Mas o susto foi quando ele se sentou ao meu lado. Marcos!
- Nossa. Foi difícil pra te encontrar hein Carlinhos. Não esperava que ele fosse te enxotar tão rápido!
- O que você quer Marcos? Se você soubesse a raiva que eu tô de ti você nem chegava perto de mim.
- Calma cara. Eu tô do seu lado nesse momento. Por mais que você esteja com raiva de mim eu tô tranquilo. Sei que eu fiz o melhor pra você.
- Não Marcos! Você só me fez mal e eu só queria saber o porquê disso. Por quê você mudou tanto?
- Carlos, você me transformou. Aquele garoto bonzinho e inocente deu lugar ao cara decidido que eu sou hoje. Eu não vejo problema nenhum nisso.
Eu tive que me calar. Ele tinha dito algo que havia me tocado. Eu mudei Bruno, de ogro a amor da minha vida. E mudei Marcos, de garoto perfeito a mal caráter. Isso mexeu comigo. Fiquei calado observando a hora passar e pensando no que estava ocorrendo com Bruno.
Que idiota era eu! No final das contas ele encontraria uma mulher que daria tudo que ele precisasse e ainda iria satisfazer as opiniões alheias. Pronto, seria melhor pra ele, mas não pra mim, definitivamente.
O horário do voo se aproximava e minha angústia ia se aumentando! Eu não sabia mais o que pensar, pelo menos Marcos estava calado ao meu lado. Minha cabeça rodava. Era só em Bruno que eu pensava, afinal eu o amava. Independente de qualquer coisa, ele era o homem certo pra mim. Pena que as outras pessoas jamais pensariam assim!
Faltavam 30 minutos para embarcar e eu já arrumava minhas coisas.
- Já tá indo Carlinhos?
- Sim Marcos e dispenso companhia.
- Não adianta. Já comprei a passagem cara. Vou só ao banheiro e volto pra sentar do seu ladinho no avião.
Aff, além de tudo era sarcástico! Juntei minhas coisas e segui andando até parar em frente a ele. Bruno!
- Carlos, por favor. Não me deixa! Eu não consigo viver sem você.
- Bruno, me deixa ir. Vai ser melhor pra você. Eu prefiro te ver feliz longe de mim do que triste ao meu lado.
- Você não entende né? Eu te amo porra. Eu só vou ficar bem do seu lado. Coloca isso na sua cabeça.
- Sempre vai ter alguém pra nos lembrar que as chances de dar certo são pequenas. Desta vez foi o Marcos e nas próximas?
- Nas próximas a gente vai estar longe Carlos!
- Como assim?
- Eu cheguei em casa aquela hora pra te contar a novidade e eu me descontrolei. Eu sei que você não teve nada com o Marcos, eu sei que você me ama. O que você sente é só medo e ele vai passar quando a gente for embora.
- Como assim embora Bruno?
Haviam duas passagens em suas mãos. Nós falávamos bem perto e eu já observava alguns olhares em nossa direção:
- Eu vou trabalhar no sul. Floripa! E você vai comigo. Agora. Bora?
- Bruno, você tá falando sério?
- Carlos, eu te amo! Não quero saber se a gente é irmão ou se somos homens. O que importa é que nos amamos e a gente vai ficar junto. Acabou. É isso. E quem não quiser aceitar que não esteja perto de nós, porque eu não vou hesitar em passar por cima de qualquer um pra continuar com você. Que ser meu pra sempre em Floripa?
- Claro que eu...
Me surpreendi. Ele me beijou. No meio do saguão estávamos nos beijando. Aquilo sim era uma prova de amor. Eu não podia negar meus sentimentos, muito menos minha vontade de estar ao seu lado!
O beijo acabou e nos abraçamos. Os olhares eram vários e expressavam muitas coisas. Me surpreendi ainda mais com o grito de Bruno:
- Podem olhar a vontade, eu amo esse cara. E hoje mais do que nunca eu não tenho vergonho de admitir isso! EU TE AMO CARLOS.
Nos beijamos novamente em meio a algumas palmas e assovios.
Estar ao lado de quem se ama é prazeroso acima de tudo. O amor move o mundo. O ódio também. Mas as escolhas somos nós que fazemos. Eu escolhi, nós escolhermos estarmos juntos e teríamos que enfrentar cada dia um obstáculo. Era isso. Mas era necessário. Cada obstáculo era uma vitória. E foi assim.
Felizes para sempre? Talvez. Mas o mais importante é o agora. Por agora, era perfeito. Longe de todos, mas perto do amor. Era isso que importava, lutar pelo sentimento que vale a pena. Ignorando os que não merecem e valorizando o sentimento real: AMOR!
Fica a dica.
FIM