Bom, mais uma parte aqui e eu só tenho a agradecer a todos vocês que leem e gostam da história. Comentem bastante e boa leitura...
Chegamos em frente a casa de Victor e ele me beijou mais uma vez dentro do carro.
- Eu sei que eu prometi ser só por hoje, mas vou querer te ver de novo Cacá.
- A gente dá um jeito Henrique. Durma bem.
Me deu mais um selinho e tomamos um susto quando ele abriu o portão e Victor saiu enfurecido pra calçada, chegando bem perto de mim, que havia decido do carro:
- Eu não to acreditando nisso!
Eu me assustei. Está certo que estava na porta de sua casa, mas já era madrugada e ele não deveria estar no portão.
- Foi só eu te dar um pé na bunda e você correu atrás do meu irmão?
Ele queria me atingir e eu iria entrar na dele, pois não iria escutar calado:
- Victor, você quer parar com esse show no meio da rua? Eu acho que não te devo mais satisfações da minha vida desde que você me deu esse pé na bunda que você disse né?
- Eu esperava que você ao menos esperasse sua cama esfriar, mas você é bem rápido mesmo.
Nesse momento Henrique decidiu intervir:
- Victor, vamos entrar. Acho melhor acabar essa discussão aqui.
Victor sequer o ouviu e chegou bem perto de mim, olhando no meu olho:
- Você não devia fazer isso!
- Por que não, Victor?
- Eu disse que te amava, sofri pra caramba do seu lado e você fica com meu irmão? Idiota.
- Eu sabia que um dia você ia jogar isso na minha cara. Anda, fala mais. Desabafa o que você guardou nesse tempo sofrendo do meu lado.
Henrique só olhava sem reação e Victor parecia cada vez mais nervoso. Eu estava puto, mas aparentemente calmo. Estava curioso pra saber o que Victor diria sobre o que ele passou comigo. Queria saber o que ele estava pensando de mim agora:
- Quer saber, você merece tudo que aconteceu contigo. Você dá corda pro otário do Daniel, agora entrando na do meu irmão. Quanto tempo você quer pra quebrar a cara de novo?
- E por que essa preocupação toda Victor? Você já deixou claro que não quer mais ficar do meu lado, não é? Então guarde suas opiniões pra você e pronto.
- Eu já entendi qual é a sua Carlos. Basta ter um pau e você vai fundo né. Faça bom proveito do meu irmão então.
Ele ainda ficou esperando minha resposta, mas eu não aguentava. Eu gostava muito dele pra conseguir ouvir aquilo. Doeu muito. Só olhei bem fundo em seus olhos e entrei no carro. Precisava ir embora dali antes que eu chorasse e me mostrasse frágil pra ele. Seguia a mais de 80 km por hora dentro do bairro. Dirigia como um louco. Eu só queria chegar em casa e afogar minhas mágoas em alguma coisa, seja álcool ou choro mesmo.
Cheguei bem mais rápido do que de costume e subi em segundos pro apartamento. Me deitei na cama e comecei a pensar em tudo que Victor havia me dito. Será que seria sempre assim? Quando eu encontrasse alguém bacana, na primeira oportunidade ele jogaria tudo na minha cara? Era difícil imaginar algo diferente disso.
Estava muito chateado e não consegui dormir nada, mas já era hora de ir trabalhar. Em alguns minutos eu desci e vi alguém parado em frente ao meu carro:
- Henrique? Fazendo o que aqui uma hora dessas?
- Madruguei Cacá. Fiquei preocupado com o que o tosco do Victor te disse. Pegou pesado pra caramba né?
- Pois é, mas é passado! Eu to indo pra agência. Quer carona pra algum lugar?
- Já tá me dispensando hein. Quero conversar com você, dá?
- Henrique, eu preciso trabalhar. A não ser que seja na agência.
- Ótimo. É meio sério e a gente se fala lá então.
Entramos no carro e no caminho conversamos pouco. Além de sono, eu estava muito triste. Claro que não queria dar meu braço a torcer para o Henrique, muito menos faltar ao serviço e encarar meu pai (não temos uma boa relação), mas estava destruído.
Chegamos à agência e ele se sentou na minha sala enquanto eu pegava alguns documentos com a secretária. Entrei na sala e ele parecia inquieto:
- Pode falar Henrique. Posso te ajudar em alguma coisa?
- Pode sim e muito. Você sabe que eu e meu irmão não temos uma boa relação né?
- Acho que já reparei.
- Então, ele me aceitou na casa dele há algum tempo, mas vive jogando na minha cara que a casa é dele, que eu preciso arrumar um outro lugar pra ficar e tal.
- É, o Victor que eu conheci ontem é desse tipo mesmo.
- Pois é, aí eu to com um certo medo que ele me coloque pra fora depois do que ele descobriu.
- E o que eu posso fazer?
- Pode me dar abrigo na sua casa, Carlos. Pode ser?
CONTINUA...