Mais uma vez, valeu demais pelas notas e comentários. Quero parabenizar os autores que me lêem pois muitas histórias boas estão surgindo por aqui e fico muito bem ao lê-las... Boa leitura e até o próximo!
Fui pra casa por um caminho alternativo e em dez minutos já estava no elevador. Cheguei à porta e me arrumei um pouco mais, ajeitando a roupa e o cabelo.
Entrei!
E o susto me fez arregalar os olhos e me humilhar por ser burro e acreditar nele mais uma vez.
A casa estava vazia. Literalmente vazia.
Meus móveis mais leves não estavam na sala. Meu quarto havia sobrado apenas o guarda-roupa. Na cozinha, até as panelas não estavam mais lá. Ou seja, ele havia me roubado, havia limpado a minha casa.
Perdi meu chão e só soube ligar para o Victor:
- O que foi?
Ele havia me atendido com certa impaciência e eu já chorava no chão.
- Victor, por favor, vem aqui em casa.
- Você tá chorando? Me fala o que houve.
- Por favor, Victor. Vem logo.
Ele desligou o telefone e eu me perguntava o por quê disso tudo. Eu sempre fui tão bom com ele e mais uma vez ele me destruía pelas costas. E mais uma vez por dinheiro. Pior, eu estava com medo do que estava por vir.
Vinte minutos depois e Victor estava ao meu lado, tão abismado quanto eu, ainda tentando me tirar do chão.
- Foi ele não foi? Foi o Daniel que fez isso né?
Eu só acenei com a cabeça já esperando seu julgamento.
- Eu avisei Carlos. Eu disse que esse merda ia te fazer sofrer de novo. Mas depois a gente fala disso. Vem.
Ele me pegou no colo e me levou até um canto do meu quarto (Daniel havia levado até a minha cama).
- Fica quietinho vai. Quando você tiver melhor a gente vê o que pode fazer.
Fiquei abraçado a ele e tentava esquecer. Apenas isso. Seu corpo me transmitia uma paz e dentro de alguns minutos eu já estava mais calmo.
Parece que a ficha caiu e eu me levantei disposto a descobrir o que aconteceu de fato.
- Victor, vamos lá na portaria. Preciso tirar isso a limpo.
Descemos pela escada de tão impaciente que eu estava e abordei o porteiro com certa grosseria, afinal estava nervoso:
- José, posso saber como que o Daniel saiu dessa merda de prédio com meus móveis sem a minha autorização?
- Calma Carlos.
- Calma o caramba Victor. Eu pago muito caro pra morar nesse prédio e descubro que fui roubado.
O porteiro, enfim, resolveu falar.
- Mas o senhor e o Daniel têm um... sei lá, um... vocês moram juntos. Ele disse que ia vender e veio um moço aqui comprar. Em minutos eles levaram várias coisas.
- Que merda!
Eu gritava. Atraindo alguns curiosos no saguão.
- Carlos, o cara não tem culpa. Vamos pensar nas atitudes a serem tomadas agora?
- Não. Eu só vou pensar em demitir esse idiota.
Subi bufando para meu apartamento. Que ódio eu estava sentindo. Victor veio logo atrás.
- Ei, você percebeu o quanto foi grosso com o porteiro?
- E você percebeu que tudo que eu demorei anos para montar não está mais aqui? Que mais uma vez eu fui passado pra trás? Acho que só eu percebi...
- Carlos, você está muito nervoso. Acho melhor se acalmar. Bebe uma água com açúcar, vai.
Eu não conseguia parar com minha raiva e não queria tomar água nenhuma. Fiquei andando de um lado pro outro e Victor buscando uma solução:
- Você não quer ir na delegacia e registrar um boletim de ocorrência contra o Daniel?
- Eu quero Victor que você pare de procurar solução pra essa merda e me deixe em paz.
Nem eu acreditei no que falei.
- Boa sorte aí então.
Ele se foi e eu merecia.
CONTINUA...