Triângulo amoroso(2)

Um conto erótico de Caio.
Categoria: Homossexual
Contém 2134 palavras
Data: 02/09/2012 21:41:07
Última revisão: 02/09/2012 22:25:24

TRIÂNGULO AMOROSO- Capítulo dois: Uma causa para o nosso amor.

(Quem não leu leia, por favor, o primeiro capítulo, para melhor entender a história).

Após o carro sumir pela saída do Campus, eu tomei ciência de mim e corri o mais rápido que pude para a sala de aula. Meu cabelo ainda escorria pingos de água por todo lado, por pouco eu não estaria encharcado por inteiro. Deixei a sombrinha aberta do lado de fora, passei as mãos no cabelo com o intuito de diminuir a umidade e a adentrei na sala atrasado.

- Professor, me desculpe! O trânsito estava pesadíssimo por causa da chuva. - Me justifiquei sorrindo, um sorriso amarelo de vergonha, mas fazer o quê, né? Eu estava atrasado e tinha que dar uma explicação!

Ele não me respondeu, apenas acenou positivamente com a cabeça e continuou dando sua aula. A sala estava vaga, com pouquíssimos alunos. Com certeza a chuva pegou geral desprevenido. O tempo se passou e nada, o outro professor e nada... Nada do Kaik e muito menos do Matheus chegarem. Eu tenho a mania de balançar a ponta dos pés, um com o outro, quando estou nervoso. Naquele dia, eu via a hora de voar de tanto que meus pés se auto tocavam. Quando depois de um tempo, eu consigo me concentrar novamente, a porta da sala de aula se abre. Matheus entra com tudo. Pude perceber que ele estava de cara fechada e seus passos eram ligeiros em minha direção. MINHA DIREÇÃO? POR UM ACASO EU FIZ ALGO DE ERRADO COM ELE?

Não sei por que mais eu estava com uma péssima sensação, o professor logo o interrompeu:

- Matheus sabe me dizer por onde anda a educação?

- Não professor, sei não! Mas eu sei com toda certeza do mundo onde está minha mão!

- Como é que é Matheus?

- Tá aqui ô... Na cara desse filho da puta aqui!

Ele se aproximou de mim e com um soco me atingiu em cheio. Meus livros cairam no chão e o Kaik surgiu na porta da sala.

- Matheus você tá louco, cara? Você não tinha o direito de fazer isso! - Kaik atropelava nas palavras, como se estivesse em pânico. O professor saiu da sala, com certeza havia ido chamar a direção. Olhei para Matheus e ele parecia ter lágrimas nos olhos, além do que fungava.

- Matheus sai de perto dele, agora! - Kaik continuava a falar, só que dessa vez usava um tom mais autoritário.

Matheus o olhou, calado. Passou as mãos no cabelo como se tivesse tomado par da situação.

- Ai, droga... - As lágrimas começaram a sair aos poucos dos meus olhos. Ele tinha me pegado desatento, isso foi um prato cheio. Eu sentia meu rosto queimar não só de dor, também de raiva.

Os outros alunos logo vieram me acudir, Kaik puxou Matheus para uma conversa particular, enquanto as meninas proferiam minhas melhoras "Oh, Caio... Esse doido vai pagar por isso", "Fica assim não, meu anjo, não vai ficar a marca", "Caio, tá tudo bem, né? Aquele idiota vai ver só"... Etc.

Pela minha cabeça passava um milhão de pensamentos, como por exemplo: Quem ele pensa que é pra fazer isso comigo? Por que ele fez isso comigo? Eu o fiz algo? Como irei explicar esse roxo pra minha mãe?

Eram tantas perguntas... Nenhuma resposta. Juntei meus livros do chão, empurrei as meninas que me cercavam e me retirei dali, com a cara pegando fogo e olhos tremendo. Com certeza ele havia pegado um impulso desgraçado para me fazer sentir tanta dor. Revidar? Nada disso, eu sou superior, odeio briga, sabe... Tenho para mim que quem briga fisicamente, não sabe argumentar oralmente, em outras palavras: UMA PESSOA IGNORANTE (Burra). Ao passar pelos dois que pareciam discutir em baixo tom, sinto alguém me puxar pelo braço, olho do braço até o rosto e aos poucos percebo ser Kaik.

- É, desculpa pelo o que ele fez... É que... - Kaik dizia tudo tremendo, nem se quer olhava nos meus olhos. Tinha um semblante triste e sua face estava voltada para o chão. -... Ele não estava bem...

- Quem ele não estava bem eu já tinha percebido! Mas quer saber de uma coisa? De vocês dois eu quero é distância. - Ao dizer aquilo eu saí da sala esbarrando no professor e num grupo que estava junto dele. Eles balbuciaram algo, mas eu não entendi, na verdade, nem parei para ouvir. Corri entre a chuva pelo Campus. Sim, ainda chovia muito por sinal e segui para a para de ônibus. Nessa hora eu esbravejava tanto ser pobre e falta de um carro, que puta merda... Mas se Deus me quis assim, sou assim e pronto, acabou.

Sentei-me num banco coberto para aguardar o ônibus. Que por sinal demorou demais. Mas apareceu. Entrei-me nele dessa vez totalmente encharcado e no banco, cochilei. Acordei no susto já fazendo parada, eu não fazia ideia de onde eu estava mais de uma coisa eu tinha plena certeza: Já havia passado e faz tempo da minha casa. Desci com receio naquela rua escura, nossa, como em uma noite acontece tanta coisa, né?! Quando fui aproximando-me de uma esquina, passei a escutar vozes, vozes... Vozes conhecidas!

- Eu nunca te pedi pra mudar, não por mim. Se um dia tivesse que mudar, teria que ser por você, acima de qualquer coisa. Eu queria apenas um pouco mais de atenção, e quem sabe, um pouco mais de carinho. Eu sei é o teu jeito. Mas saiba que me irrita! Quem se esconde atrás dessa fala? Dizem que quando se gosta de algo ou alguém, a gente cuida, protege, quer estar perto, fazer parte da vida. Mas esse não foi o nosso caso. Eu aqui, trocando prioridades, te dando atenção e carinho, a ponto de fazer com que meus amigos sentissem ciúmes de ti. E você ai, no seu mundo. Dizendo que esse é o teu jeito. Dizendo que cuida e gosta da sua maneira. Às vezes eu me sinto arrependido... Arrependido por não querer te amar mais, por não querer te ver, não querer nem ao menos ouvir tua voz... E quando penso em tudo que passei ao teu lado eu percebo que ainda não sei viver. Não sei nem ao menos o que é vida. Vidas diferentes são o que nos uniram, gostos e hábitos diferentes... Não sei como me apaixonei por você, não sei de que maneira você me conquistou com esse seu sorriso quase invisível, e seu olhar baixo, um olhar que só eu sei entender... E nesta diferença vou me prendendo ao passado enquanto não encontro ninguém diferente de mim, ninguém que me fez sentir o que senti perto de você... As suas palavras saiam como uma suave melodia para meus ouvidos, suas cartas com letras lindas, seus vícios, seus costumes me deixavam louco... Eu vivia de você. Sei que não devia comparar outros com você, sei que todos são diferentes de mim e de você, mas são as indiferenças suas que me incomodam! São os seus vícios, seus hábitos, seu jeito de mexer no cabelo, seu modo de atender ao telefone, seu sorriso visto por poucos, seus mistérios... E um eu te amo não bastaria para você, talvez um eu te odeio soe melhor. Eu odeio esses meus arrependimentos, sei que não é possível mais, mas eu queria te amar novamente, te lembrar a cada lembrança boa minha, a cada momento feliz você estar junto, como era antigamente. Eu ainda te amo, ainda não sei se isso é verdade. Gostaria que fosse, mas isso importa? Não! Agora você quer outro, se apaixonou por outro e eu me ferrei! - Matheus? Aquela voz, aquela declaração seria dele?

Não segurei minha curiosidade e andei até aquele eco. Virei pela esquina e o Pajero prata estava ali. Ao lado de dois garotos que se abraçavam, repousando uma cabeça, no ombro do outro. Ali havia amor. E muito amor. Com a decepção estampada na minha cara, passei por ali direto. A chuva tinha cessado. Eu já andava pela outra rua quando uma moto por mim passou, e logo deu ré, anunciando um assalto.

- Passa tudo, mané! Passa tudo, anda... Agora... Cadê a merda do celular, cadê? - Ele revistava a minha mochila em busca daquele objeto, mas eu não tinha celular, não por não ter condições, mas sim porque eu não via necessidade naquilo. Antissocial? Não, apenas em relacionamento sério com meus livros.

- Não tenho celular, cara! - Disse a verdade.

- Tá de brincadeira, né?! Passa o celular ou vai tomar bala. - Ele me disse em tom de ameaça. Eu já começava a soar frio, com medo mesmo, afinal o ladrão estava armado.

- Eu não tenho, sério... Me revista aqui, eu não tenho mesmo!

- Ou você passa o celular ou morre, já falei!

- Cara, por favor, eu não tenho mesmo!

- Anda, eu quero algo de valor então, dá um jeito.

- Não tenho nada de valor, cara... Sou pobre, apenas livros e canetas você vai encontrar por aqui.

- É virgem? - Ele perguntou-me deixando tenso. Seu rosto estava quase colado ao meu.

- Não te interessa! - Respondi tentando despistar aquele assunto e me afastando daquele cara.

- Vou ser direto contigo! Você é gostoso e eu quero que você me coma, pode ser ou quer levar chumbo? - Ele perguntou-me assim, na lata, como se fosse a coisa mais comum do mundo... Morri com aquilo.

- Desculpa, mas eu não sou gay! - Rebati.

- Não quero saber se você é gay! Te achei cheiroso e bonito, pronto, te quero e ponto final... - Apontando a arma para mim ele continuouVai sobe na moto, que a noite hoje vai ser uma criança!

- Não, cara, por favor...

- Sua educação é fantástica também, mas sobe logo!

- Não, por favor...

- Tô ficando de saco cheio!

Sem continuar aquele papo o empurrei e corri. Corri o mais rápido que pude em direção a rua em que eu havia visto o carro dos meninos. Pra falar a verdade eu não corria, voava com medo dele me dá um tiro. Mas se ele me quer não vai me matar, certo? Errado! Ele atirou. Não pegou em mim, mas ele atirou. E continuou a me seguir. Eu a pé e ele de moto. Eu corria e ele me seguia. Avistei o carro do Matheus vindo em minha direção, graças à Deus, uma luz no fim do túnel. O carro parou ao meu lado junto com a moto do assaltante, que desceu e se posicionou próximo a mim. Meu corpo já estava explodindo de adrenalina. Quando o ladrão passou a arma por dentro da minha camisa e eu pude sentir o frio proposto pela ponta do revolver.

- Tá tudo bem contigo Caio? Nós ouvimos um tiro... Você tá bem? - Perguntava Kaik.

- É que... Tá sim! Desculpa a pergunta, mas vocês estão indo pra Zona Norte? - Diz que sim, diz que sim... Era a minha chance!

- Não, cara, estamos indo pro Sul! - Respondeu Matheus. Que merda de cara chato, eu ainda não havia entendido o porquê dele me odiar tanto. Mas isso eu resolvo depois.

- Mas se quiser a gente passa por lá, quer ir? - Se intrometeu Kaik.

- Não galera, ele tá com frescura! Vem meu amor, sobe na moto que eu te deixo em casa! - O cara interveio na conversa me arrepiando. Pegou-me pela cintura e tirou o capacete. Revalando ser branco, loiro, dos olhos claros. Bonito. Um choque interno proposto pelo meu coração tomou conta do meu corpo de novo. Droga, essa noite ainda promete muita mais.

- Seu namorado Caio? - Kaik perguntou-me com uma expressão um tanto quanto curiosa.

- Sim, nós nos amamos. - O motoqueiro novamente respondeu primeiro que eu. Só que dessa vez ousou virar meu rosto e me dar um beijo ali, na frente do Kaik. Eu correspondi, uma vez que eu ainda sentia a ponta da arma gélida em minhas costas.

- Ok, kaik! Temos que ir, e eles também querem se resolver, né amigos? - Se meteu Matheus, que raiva desse cara.

- Boa noite, gente. Sobe na moto Caio, tá ficando tarde! - Sem olhar para Matheus e Kaik, resolvi seguir a ordem do assaltante e subi na moto, já sem escolha.

O Pajero arrancou e no rumo contrário eu e o motoqueiro-ladrão também.

CONTINUA...

- Boa noite e boa semana minha gente! Avisando logo QUE SIM, ESSE CAPÍTULO ESTÁ CONFUSO E MALUCO, eu poderia alterar os fatos, mas não... Vou contar do jeito que realmente aconteceu.

Agradeço pelos comentários no capítulo anterior, principalmete para: Homem sério, , Lipii, GuiCorrea, Shot, Leozinhho, dieegoh' e Rod'z.

Grimm: Beijos, obrigado pela recepção!

NinhoSilva: Obrigado pela honra, valeu, esse capítulo é para você!

Lucca§: Abraços, cara... E ah, o Rafa me falou de você, rs! Ciúmes em, rs.

Gugao5: Obrigado por me perdoar! Desculpa mesmo, cara... Vou terminar de escrever o outro conto e postar só por sua causa. Abraço.

O que acharam desse capítulo? Agradou? Desculpa os erros de português.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Caio R. a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Nossssa...to adorando....muito louco mesmo...continua...Bjs...10

0 0
Foto de perfil genérica

Caramba muito massa. Estou esperando a continuação! Será que vai haver?

0 0
Foto de perfil genérica

Poxa estava vão bom porque parou de postar estou ansioso pela continuação.

0 0
Foto de perfil genérica

Olá... Meu nome é Rubia e meu marido se chama Beto. Adoramos seu conto, nos deixou com muito tesão. Também publicamos um conto aqui. Se chama "A procura de um amante". Temos um blog com muitos assuntos e fotos relacionados a sexo e também com nossas aventuras sexuais. Visite... Com certeza irá gostar e ficar com muito tesão. O endereço é: www.rubiaebeto.comunidades.net

0 0
Foto de perfil genérica

estou adorando o seu conto mais pq vc parou de posta tava muito bom o conto continua por favor

0 0
Foto de perfil genérica

muito babadeiro estou esperando pelo proximo capitulo

0 0
Foto de perfil genérica

foi meu louco, mas eu nao consegui parar de ler, ta mt bom mesmo. to ancioso pela continuaçao.

0 0
Foto de perfil genérica

Muito interessante cara prendeu minha atenção. Continua postando que eu estarei aqui firme pra ler ótimo conto você é de mais.

0 0
Foto de perfil genérica

Demais Cara Muito bom Mesmo !!! Ansiosisimoo !! 10. Não dmeora pra continuar hein ? rsrs

0 0
Foto de perfil genérica

Pow...vlw cara! To no aguardo.....bjao!!!

0 0
Foto de perfil genérica

rsrsrs.. Massa o conto. Eu entendi ? O assaltante pediu pra ser comido ? Ahh, ninguem me assalta assim. Enfim.. parabens pelo conto Caio. E so pra constar aqui (de novo), nao sei se porque li entusiasmado, mas nao vi nenhum erro ae de portugues. Tu escreve bem. Valeu. Abraço fera.

0 0
Foto de perfil genérica

Lindo, tá massa de ler sim! Mas foi como eu disse, muitos não iam entender mas você tinha contar, para poder narrar os fatos que estão por vim. <3

0 0
Foto de perfil genérica

Onrigado por dedicar seu conto à mim. É bom ser lembrado de vez em quando. Ah cara! Eu amo seu conto, realmente. Fiquei muito triste por você ter demorado a postar. Porém você postou e é isso o que importa. Grato pela leitura. :D

0 0