É, Carlos e Victor já não existem mais juntos... Espero que estejam gostando e tô adorando os palpites. Obrigado e boa leitura...
- Quer saber Carlos, você é um covarde. Acho melhor que você seja feliz... sozinho.
- Não se preocupe. Eu vou tentar.
Fechei a porta e arranquei o carro. Estava acabado. Mais uma vez ele estava certo. Eu precisava ficar sozinho. Só assim eu conseguiria me entender e me envolver com alguém novamente. Nesse momento a sombra de Daniel já nem me atormentava. Eu só pensava que eu estava jogando tudo que Victor sentia por mim pela janela e o provável era que eu não iria tê-lo novamente, mas era um risco a se correr.
Voltei pra casa e dormi em um colchonete (ainda não haviam chegado os móveis novos). Fiquei pensando por um tempo, mas como estava cansado decidi dormir e não foi difícil.
Acordei e fui trabalhar tentando refletir em cada segundo que antecedeu minha chegada à agência. O trabalho estava entediante até uma visita inesperada ser anunciada e liberada para entrar na minha sala:
- Henrique, o que você faz aqui?
- Eu preciso conversar com você, tem tempo?
- Pode falar.
Eu estava surpreso pela visita dele e curioso. Não sabia se ele falaria de Victor ou de Daniel. Qualquer um dos dois assuntos seria complicado com ele, mas deixei ele desabafar.
- Então, eu sei que nunca conversamos e você deve ter uma péssima impressão de mim, mas acho que me ouvindo você pode mudar sua opinião.
- Se você veio falar do Victor...
- Não Carlos. Eu vim falar de mim mesmo. Eu descobri tudo que o Daniel disse pra você e percebi que ao lado dele eu estaria cavando minha própria sepultura. Eu preciso me desculpar.
- Você se envolve com quem você quiser. E Daniel vai ter o castigo que merece, naturalmente.
- Eu sei disso, mas eu me senti com uma dívida com você. Fiquei sabendo que você e o Victor terminaram e achei que tivesse mal. Seria um momento bom pra te “ajudar”.
Ele fez o sinal de aspas com a mão e eu ainda não entendia o que ele queria dizer.
- Henrique, eu não estou vendo sentido no que você tá fazendo. Seja mais claro?
- Ok. Eu vim te convidar pra sair, pronto, falei! Acho que a gente pode conversar um pouco, você pode mudar a sua ideia sobre mim...
- Sinceramente eu acho melhor não. Eu to precisando ficar sozinho.
- Você que sabe. Eu quero ser seu amigo, cara. Você não merece nada do que tem passado e quando quiser, é só me ligar.
Ele me abraçou rápido e anotou seu telefone num papel em cima da minha mesa. Sua atitude era no mínimo estranha, mas ao mesmo tempo, parecia sincera. Fiquei até as 20 horas na agência, mais para fugir do tempo ocioso.
Cheguei ao apartamento e os móveis haviam chegado. O porteiro ajudou os entregadores, como forma de se desculpar pela omissão quando Daniel os levou. Estava tudo lindo. Adorei a minha cama, mas sentia falta de Victor nela. Queria que ele estivesse comigo, mas ao mesmo tempo para ele seria melhor não. Ele facilmente encontraria alguém melhor que eu, o que não era difícil. Tanto esteticamente quanto internamente.
Deitei-me e comecei a encarar o papel com o telefone de Henrique. Eu não tinha mais nada a perder. Resolvi ligar.
- Alô?
- Henrique, é o Carlos. Tudo bem?
- Melhor agora com a sua ligação. Precisando de mim?
- É, resolvi aceitar seu pedido. Ainda tá afim de sair?
- Claro. Eu passo no seu apartamento e a gente vai junto. Pode ser?
- Ótimo, eu espero.
Passei o endereço para ele e fui me arrumar. Seria bom ter alguém pra conversar. Alguém que não me fizesse pensar em Victor, muito menos em Daniel. Alguém que me fizesse esquecer a situação atual e que me fizesse falar sobre meu futuro.
Pronto. Era isso que eu precisava.
Arrumei-me e fiquei esperando por ele. Quinze minutos depois e o porteiro interfona e eu libero a subida dele.
Olhei pela câmera e ele estava lindo. Ele era muito diferente de Victor, mas também bem bonito. Não tinha todo aquele corpão, mas seus olhos se destacavam. Eram verdes e bem expressivos. Mais que isso, sua atitude na agência mais cedo havia mexido comigo. Ele realmente não era aquilo que eu pensava dele.
A campainha tocou e eu já esperava ao lado da porta. Abri a porta rápido:
- Demorei?
Ele já foi entrando enquanto eu fechava a porta:
- Não, não. Você veio rapidinho.
- Eu sabia que você ia me ligar.
Ele se aproximou rápido e me surpreendeu. Me beijou com força, segurando todo meu corpo e eu... correspondi.
CONTINUA...