11 – Descobrindo que o amor é uma cor
23 de julho de 1996 – terça-feira.
NO CAPÍTULO ANTERIOR (10):
● Janaina liga para Mário e brinca dizendo que a xoxota ainda doía e sangrava, fala que o irmão tinha visto tudo. Fabíola fica preocupada ai ver o pai nervoso, Mário conta que tinha comido a indiazinha e que Paulo sabia, a filha questiona porque ele não queria ela, ele desconversa. Mário conversa com Paulo que lhe fala que não iria fazer nada, que tinha sido melhor que fosse com ele ao invés de com algum estrangeiro aproveitador. Amanda desconfia e briga com o tio que tenta acalmá-la, ela está cheia de ciúmes, mas Mário insiste eFabíola despejou as roupas na cama antes de começar arrumar sua mala, Janaina sentia uma felicidade estranha como se aquele dia não tivesse existido.
― Tu vai botar tudo na mala? – olhou sem saber se caberia – Porque tu não comprou uma sacola...
Parou e olhou, não caberia tudo, a mania de levar mais roupas que usaria sempre dava nisso.
― Vocês levam pra mim... – queria falar que sabia de tudo, mas não encontrava maneiras – Amanhã tu pede pro pai comprar uma mochila...
― Não sei se vou... – sentou dobrando peças de roupas – O pai e a mãe...
― O Paulo disse que tu vai, não disse?
Mas não seria assim tão fácil, fosse pelo pai não havia duvidas, mas era da mãe que tinha medo apesar do Paulo.
― Mas ele ainda não falou pra eles... – suspirou – Não é pelo pai, é pela mãe.
― Tua mãe é mesmo braba?
― E como! – sorriu, não caberia mais nada na mala – Mas nunca foi assim não, as coisas viraram quando ela cismou de ser irmã da igreja.
Fabíola escutou a história de sua vida recente, fecharam a mala e deitaram na cama.
― E tua mãe?
― A mamãe é um espécime raro... – tirou a camisa e deitou de bruços – Não está nem aí para mim, mas quan-do lembra do papai inferniza minha vida.
Janaina olhou para a amiga, não parecia ser muito diferente dos aperreios que vivia, só que ela não era obrigada a fingir aceitar uma igreja tacanha como a que a mãe congregava. Sem saber de onde, a imagem de Amanda povoou o pensamento.
― Tua prima gosta muito do tio... – respirou olhando o teto branco.
― Quem, Amanda? – Fabíola sorriu baixinho – Não é só ela não, Clarinha também é fissurada nele... A gente tudo é, não é mesmo?
Janaina sentiu a barriga esfriar e sentou cruzando as pernas, pela perna da bermuda de algodão cru Fabíola olhou a calcinha de pano.
― Tira essa calcinha... – levantou e mexeu nos pacotes escolhendo uma das calcinhas que havia comprado na feirinha – Anda, tira e veste essa daqui...
A garota segurou a peça pequena, não era uma fio dental, mas soube que entraria em sua bunda. Nunca tivera uma igual, quem comprava suas roupas era a mãe e quando chegou, de volta do parque aquático, teve que explicar as que Mário lhe havia dado. O biquine a mãe rasgara em um de seus muitos acessos de raiva.
― A mãe não deixa... – olhou para a amiga – Ela rasgou o biquine que vocês me deram...
― Então faz isso, guarda essa pra quando tu fores pra casa... – na cabecinha desmiolada um plano – Quando tu estiveres com papai tu usas essas, ele gosta...
Janaina queria, mas a indecisão cruel lhe barrava. Fabíola abaixou a bermuda e mostrou.
― O pai gosta dessas daqui... – sorriu e girou, a parte de trás enfiava na bunda.
― É muito pequena... – sentiu vergonha, na cobria quase nada – Fica tudo aparecendo e... Isso não incomoda?
Fabíola tirou a bermuda e não acreditou que ainda existisse alguém como Janaina, parecia que a indiazinha vivia em um outro mundo sem deixar a vida viver nela.
― Vai... Experimenta!
Janaina ainda olhou para ela antes de baixar a bermuda. A calcinha que usava não tinha atrativo algum e em nada favorecia o corpo moreno bem feito.
― Tu tens de aprender muito... O papai gosta de coisa bonita e... – tomou a peça e olhou – Isso daqui é no sé-culo passado.
― É porque tu nunca viu as outras, essa é a menor – vestiu o presente e caminhou para o espelho do quarto – Ficou bom?
― Tá ótimo! – parou atrás da colega e olhou para o espelho – Viu como ficou bonito em ti?
Janaina olhava para as duas pelo espelho, eram quase da mesma altura. Ela um pouquinho mais alta apesar de um pouco mais nova, os seios quase do mesmo tamanho só diferentes pela cor e o corpo, a barriga sem gorduras, as curvas das ancas bem feitas e as pernas. Não fosse ela com características silvícola e a amiga europeia bem poderiam ser parentes. Sorriram e sentiu-se bem quando Fabíola lhe abraçou pelas costas.
― Gosto muito de ti... – acariciou a barriga morena – Doeu muito?
Janaina sentiu o corpo tremer e aquele frio de medo se alastrando, não teve coragem de responder, apenas colocou sua mão sobre a dela e apertou.
― Papai me contou... – parou suspirando – Quando tu ligou pra falar do Paulo... Eu desconfiei e... O pai não sabe mesmo mentir, o olho direito treme quando ele mente – sorriu, Janaina olhava, os olhos arregalados, para o espelho – A gente conversou e... Ele falou do jardim na Universidade... Não fica assim – sentiu que ela tremia – Olha... Eu não contei pra ninguém, não vou contar viu? Tu gosta muito dele, não gosta?
Janaina respirou fundo e virou, ficaram de frente, os olhos avermelhados mareados e Fabíola sorriu.
― Seu Mário é um homem muito especial... – enxugou o fio de lágrima que caiu dos olhos, no rosto um sorriso amigo – E ele gosta de ti, viu?
No primeiro momento, quando o pai se abriu, pensou que seria um golpe de uma menina pobre querendo viver melhor. Mas logo esqueceu, era maldade demais pensar daquele jeito, tinha gostado da garota desde o primeiro momento, no parque aquático passaram a ser unha e carne.
― Ele não vai te magoar... – abraçou a amiga sentindo os seios espremidos – Não te preocupa, não vai te faltar nada...
― Eu sei... – finalmente criou coragem, a voz fina parecia distante – Eu... Eu amo teu pai... E... Não quero nada não, só quero ele...
Ficaram abraçadas, não falavam nada, apenas estavam abraçadas, cabeças apoiadas no ombro, duas amigas que não eram mais crianças e que começavam entender os meandros da vida.
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Na piscina Amanda suspirou agoniada quando sentiu o pau escapulir da bunda, ainda ficou alguns instantes naquela posição incomoda.
― Desculpa Mandinha... Desculpa... – naquele instante não sentia nada além de remorso.
Amanda levantou, sentia a bunda arder e aquela gosma saindo lhe incomodava. Olhou para ele e sorriu.
― Tu me arrombou, meu tio sacana... – se jogou em seus braços cruzando as pernas em seu corpo – Era pra ser na frente, viu?
Aquilo desarmou completamente, imaginava ter maculado e ferido a garota, mas ela sentia que seu amor e de-sejo havia crescido, ele a queria e ela seria dele.
― Amanda, eu...
Ela deixou que ele falasse, não era momento de desculpas, prendeu a boca na dele e meteu a língua e beijou com sofreguidão.
― Não fala nada... Não tem porque tu pedir desculpas, eu queria... – tornaram colar as bocas e se beijaram co-mo homem e mulher.
― Está doendo? – tinha vontade de passar a mão, mas teve medo.
― Não! Tá doendo nada – sorriu moleca – Arde um pouquinho, mas não dói nada... – sentiu a mão acariciando sua bunda e fechou os olhos, ainda escorria uma réstia de gozo – Agora o coco não vai segurar...
― Doida... – levou a mão para entre suas pernas, sentiu estar melada, colocou o dedo e ela retesou o corpo – É bom tomar banho antes de subir... – empurrou o dedo, entrou sem dificuldade alguma.
― Tu gosta de bunda?
― Só a sua... – sorriu e lambeu os lábios – Só da minha moreninha maluquinha...
Ajudou a garota vestir a calcinha e o vestido rasgado, saíram de mãos dadas como se nada houvesse acontecido. Eram sobrinha e tio conversando animados, Amanda entrou no vestiário da piscina, Mário foi para o bar onde apenas um encarregado esperava a hora de fechar. Pediu uma dose de uísque e foi esperar a sobrinha que saiu do vestiário espremendo os cabelos molhados.
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― Agora tu és minha madrasta! – Fabíola sussurrou em seu ouvido.
Janaina nunca tinha pensado nisso e sorriu sem saber direito o que aquilo significava.
― Tu és mais velha que eu... – falou também aos sussurros.
― Mas é tu quem dá pra ele – se afastou e encarou a colega – Tu não vai me dar um irmãzinho, viu?
― Tu tá doida, não tenho idade pra isso não – virou novamente para o espelho, a calcinha tinha lhe realçado o corpo, olhou para a barriga e colocou as duas mãos imaginando como seria ficar grávida.
Fabíola olhava para ela e quando a viu com as mãos na barriga imaginou o que ela pensava, mas tinha sido só uma brincadeira, não pensava realmente que ela viesse engravidar, o pai não deixaria. Mas ele tinha gozado dentro dela e, assim como ela, já tinha menstruado.
― Ia ficar uma grávida bonita...
― Deus me livre... – virou para ela – Não quero filho, não agora...
No elevador Mário segurou a porta fechada acionando o botão e puxou o rosto de Amanda e se beijaram sa-bendo que nada seria igual depois daqueles dias em Fortaleza.
― Não para de sair... – Amanda sentiu a bunda melada, tinha sangrado um pouco – Tu gostou de minha bun-da?
― Você sabe que sim... – apalpou sua bunda e ela suspirou rebolando.
― Vou querer outra vez... Mas lembra que tu prometeu...
Mário suspirou, não havia mais volta, aquele ato impensado havia selado definitivamente sua relação com A-manda. Liberou o elevador, ainda se beijaram antes que ela tocasse a campainha.
― Pensei que iam dormir por lá! – Marina sorriu e acariciou os cabelos molhados da filha – Caíram na piscina?
Amanda apenas sorriu e entrou direto para o banheiro, a irmã já dormia.
― Tu domou a ferinha... – acariciou o rosto – Janaina vai ficar contigo ou vem pra cá?
Mário olhou a montanha de malas empilhadas, Maria Clara dormia nua abraçada com no travesseiro.
― Tá muito assadinha... – notou que o irmão olhava para a filha – Não aguentou vestir a calcinha... – acendeu a luz do abajur e se aproximou da filha – Tá muito vermelho... Acho que pegou uma micose – afastou as beiradinhas da xoxota mostrando a vermelhidão.
Mário olhou, a vagina ainda com moldes infantis, poucos cabelinhos translúcidos emplumava a pélvis.
― É bom passar um hipoglóis – não teve coragem de tocar.
― Não trouxe...
― Fabíola tem, vou buscar... – Quando voltou ouviu Amanda pedir.
― Mãe, me dá um absorvente!
Marina sorriu e pegou o absorvente e entregou para o irmão.
― Toma, leva pra tua ferinha... – viu que o irmão estava indeciso – Leva rapaz, tu está cansado de ver a periquita delas... – tornou abrir os grandes lábios da vagina de Maria Clara e passou a pomada.
No banheiro Amanda sorriu ao receber o absorvente, não tinha menstruado, mas ainda sangrava um pouco.
Voltou para o quarto, Fabíola e Janaina pareciam dormir, sentou na beirada da cama e tirou a camisa e a ber-muda, levantou e foi para o banheiro, ligou o chuveiro e entrou. A água morna foi um alívio instantâneo, esfregou o corpo com a esponja lembrando Amanda gemendo, balançou a cabeça como se quisesse expulsar aquele momento. A água morna corria em seu corpo, pegou o pau sentindo arder, lavou com sabonete sem conseguir esquecer a morena doidinha, desligou o chuveiro e saiu com o corpo molhado, pescou uma cueca e vestiu, o corpo ainda molhado, respirou e tornou sentar, havia pouco espaço, Janaina virada para Fabíola e Fabíola para ela, deitou sem querer tocar o corpo da indiazinha, pouco espaço, a cama não lhes caberia.
― Pai... – Fabíola levantou a cabeça, Mário tentava se equilibrar no pouco espaço, a garota sorriu e puxou o corpo da amiga – Porque tu demorou tanto?
― Estava conversando com a maluca da tua prima... – se ajeitou sem olhar para ela – Está tudo no ponto?
Janaina acordou e virou para ele, também sorriu, era a primeira vez que deitava com ele depois do jardim. Fabíola apoiou o queixo no braço da indiazinha, as duas somente com as calcinhas pequenas.
― Oi! – Janaina sorriu – Tá muito apertado aqui... – esticou as pernas, Fabíola passou as suas sobre as dela – A tia já foi dormir?
― Já... – estava cansado – Ajudou minha princesinha?
― Ajudei – sentia a pele encher de pontinhos, Fabíola brincava com o biquinho de seu peito – Mas não coube tudo...
Mário olhou o dedo da filha mexer no bico do peito da garota, não estranhou, talvez fosse sem que ela perce-besse.
― Vocês vão ter de levar o resto... – continuava mexendo – Amanhã tu sai com Jana e compram uma mochila...
Lembrou do presente que comprara paras as quatro, mas preferiu não entregar naquela noite.
― É bom dormir logo, o voo de vocês sai cedo – acariciou o rosto da filha.
― Pai, a Jana... – respirou, queria falar muitas coisas, mas apenas respirou – Tu vai levar ela, não vai?...
― Dorme filha... – virou de lado – Vou... Essa indiazinha endiabrada entrou em nossa vida...
Janaina sentia um algo estranho, nem nos mais fantasiosos sonhos tinha sonhado viver o que estava vivendo. Há pouco mais de uma semana era apenas mais uma garota sem futuro vivendo entre garotas que trocavam o corpo por uma sandália bonita, uma roupa de shopping ou simplesmente para sair do mundinho sem futuro e viverem por momentos entre benesses que nunca seriam suas de verdade. Pensou nas colegas de infância que se jogaram nesse mundo, algumas arrependidas com filhos para criar, outras expulsas de casa para a rua insana pelos desejos de pais, tios e irmãos que as transformava em receptáculo de esperma antes mesmo de nascerem seios e outras chorando suas dores em alguma clínica de recuperação viciadas em tóxicos ou mesmo asiladas em seu próprio mundo de desgraça com a vergonha de AIDS ou de doenças do sexo.
― Que foi indiazinha... – Mário tirou a mecha de cabelo caindo em seu rosto – Está feliz?
― Muito, muito feliz... – suspirou fugindo daqueles pensamentos tristes – Tem vez que penso ser um sonho gostoso...
Falavam baixinho, Fabíola dormia talvez metida em seus próprios sonhos, talvez sonhando com o sonho da garota que sonhava olhando para seu pai.
― As vezes sinto medo de dormir e acordar só pra ver que era um sonho – se aproximou mais dele e beijou seus olhos – Tu não é um sonho, não é?
Mário olhou para seu rosto bonito, não passava de uma garota grande que ainda não entendia as coisas da vida. O que é sonho e o que é realidade? Como descobrir em que momento a vida deixava de ser um para ser outro?
― Talvez você seja o meu sonho...
Janaina sorriu e abraçou o corpo daquele homem que escolhera seu e que lhe mostrava o lado do viver somente vivido em sonhos. Restaurantes caros, três dias em um lugar onde, sem ele, jamais entraria como hospede, onde nem as colegas com seus gringos tinham estado.
― Porque eu? – murmurou assoprando em seu ouvido.
Nem ele sabia, ninguém tem o dom de saber de antemão para que rumo bandaria o coração. Abraçou a garota como se abraçasse um tesouro cavoucado das entranhas da vida, o peito da garota arfava, o coração disparado zunia como fosse um tambor, não sabia e talvez jamais saberia qual o visgo que lhe fez olhar para ela não apenas como amiga da filha e das sobrinhas e nem o que a fizera escolhê-lo dono de sua virgindade.
― Porque sim! – foi o que lhe veio – Porque você é Janaina, a indiazinha dos lábios de mel.
Janaina sorri e segura o pau quase duro, Fabíola se mexe e quando Mário vira para a filha a indiazinha engole seu pau e chupa...
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NO PRÓXIMO CAPITULO (12):
● Mário visita a comadre, Maria Helena – sua afilhada – se joga em seus braços e fica alegre quando ele falou que passaria o final de semana com elas. Conversam animados e quando a mãe entra em casa a garota segura o pau do padrinho e chupa, a mãe lhes flagra e não diz nada. A afilhada sempre foi muito expansiva e fala que a mãe estava doidinha pra levar uma varada, Silvia Helena fala que a filha estava passando dos limites, mas deixa que ela pegue o pau do compadre e coloque em sua xoxota...