Um momento de ousadia

Um conto erótico de Ana Beatriz
Categoria: Homossexual
Contém 1127 palavras
Data: 22/10/2012 22:47:12

Foi naquele momento X dos tempos de casado no qual é afundar ou flutuar. E eles decidiram flutuar. Ela: 45 aninhos, engordara exatos três quilos desde que comemorara os 20 – e como era magrinha então, continuava enxutíssima e agora de cabelão na cintura. Ele: Com aquele charme meio grisalho dos homens de 51, a natação e as bicicletas mantinham tudo na linha. A partida da filha única – para doutorado noutro estado e também porque o seu namorado era de lá – os deixara cara a cara um com o outro. No começo, sentiram falta da rotina de ser mamãe e de ser papai. Depois descobriram que aquela nova situação os fazia namorados de novo.

O marido - qual adolescente – pareceu redescobrir que tinha dezesseis centímetros de prazer entre as pernas e passou a utilizá-los com frequência admirável para enfiá-los inteiros na rachadura entre as coxas da esposa e também na sua boquinha – ela se reacostumou a sentir a semente cálida em seus amplos seios e também a invadir sua garganta, a fazê-la quase engasgar.

Muito bom mas não suficiente – descobriram. Sempre fora uma fantasia dele, e ele nem sabia, e também dela, e ela só agora desconfiou. Os dezesseis eram muito bons – mas eram necessários mais. E só se poderia obtê-los em outro.

No começo falavam entre risinhos, mas depois a sério. O marido tomou posição: já que era para comer a mulher dele, não aceitaria menos de vinte centímetros. E mais grosso que ele. A mulher tremeu um pouquinho ao saber das dimensões mas decidiu não ser mole – ela seria uma mulher de verdade, sem medo de tamanhos.

Descobriram o que todo casal descobre – o problema de um segundo falo é que nenhum falo vem sozinho – todos vêm com um cara junto. E achar o cara com o instrumento certo e que não vá dar problema depois é a questão.

Mas quem quer mesmo acha um jeito, e o marido achou – vinte anos, desencucado, marca forte de sol de bermuda de surfe, e principalmente – vinte e um centímetros e meio com força total.

O de sempre, noite de quinta, suíte reservada no motel melhor da cidade, o carro do casal a buzinar na porta de república onde o carinha morava, ele desce, jeans surradão e blusa estampada.

No carro, as luzes velozes da BR, dava para ouvir as batidas dos corações dos dois homens, de tão pesadas. Atrás, uma metamorfose – a mulher estava na beira do acidente vascular cerebral – até o garotão entrar. No meio dos trinta e dois minutos da viagem ela já achava o mais normal do universo transar com dois homens – transa-se com um, transa-se com outro – o que tem de mais? Sentia-se feliz de ter tido coragem de usar a cinta-liga por baixo do vestido curtinho, e melhor ainda se tivesse trazido a fio-dental em forma de coração.

E quando saiu do banheiro com a cinta-liga e o sutiã transparente a cena a fez delirar: dois homens, um deles totalmente nu, o outro de cuecas boxer, a esperavam. Ela pensava no que fazer quando a natureza tomou a decisão e fez com que algo que apontava o chão deixasse de fazê-lo, e se voltasse para ela, às golfadas mas com firmeza, até apontar para ela, leve, orgulhoso.

Orgulhoso também ficou o marido com o efeito que sua esposinha causava. A menos de trinta centímetros acompanhou fascinado a transformação.

E seguiu-se o que se esperaria que se seguisse: os vinte e um centímetros e meio afundaram no buraco da mulher casada. Sua larga cabeça forçou a entrada pelo doce túnel, fazendo a proprietária dele torcer-se em quase dor, até render-se de prazer. O falo visitou-a com a dona de quatro, brincando de cavalinho, e até deitada, na posição de fazer filhinhos. E apertado pelo calor molhado da periquita, não resistiu: ondas de iogurte quente cobriram o umbigo dela, a camisinha arrancada no momento exato.

Foi no segundo tempo. Ela voltou da toalete, coração a bater por um segundo assalto na luta, e viu a cena. O garotão, já recuperado da primeira vitória, transformara-se em poste horizontal, pronto para nova briga. Ao lado dele, as mãos do marido em forma de gancho tiravam-se a própria cueca boxer. Mesmo diante do portento que era o garoto, o marido tinha um falo bastante respeitável, pensou ela. Viu os bagos já bem conhecidos balançarem livres.

Por um instante uma ideia lhe passou de que o endurecimento do marido não era aham bem por causa dela. O marido pegou o envelope – era ele quem colocaria a camisinha no rapagão. O coração dela pulou uma batida. O marido tocou o falo do cara – ligeiramente apontando para cima, a cabeça avermelhada. Como quem tem todo o tempo do mundo, em vez de enfiar logo o plástico, o cinquentão passou os dedos pela parte de baixo, como sentir os vincos por baixo – e , muito natural, muito cuidadoso, e muito macho, beijou o falo do rapaz. E não satisfeito, beijou de novo. E mais em baixo. E em um segundo mais, a esposa não conseguia ver mais as bolas do garoto – pois as mesmas se encontravam nas bochechas de seu esposo.

Em seguida o marido contemplava a cabeça, seus lábios a dois centímetros dela – lábios que beijaram a cabeçona, uma, três, sete vezes – beijos carinhosos e másculos, e que fizeram o garotaço revirar os olhos para o teto, e fizeram a esposa pegar bem feminina na nuca do marido, a fazer-lhe um doce movimento de vaivém, e dando seu apoio de mulher. Com a metade do falo de outro macho enterrado na boca, o marido sorriu com os olhos para a mulher. Isso era amor.

E a mão na nuca foi muito útil quando o jovem principiou a gritar rouco – a esposa não deixou o marido afastar a cabeça enquanto o pouco de falo que restava fora da boca do marido se contraía, e as bochechas deste sentiam a carga. O garotão tirou sua arma meio amolecida, e a esposa com uma mão impelia o ombro do marido para baixo, convidando-o a ficar mais um pouco, e com a outra acariciava-lhe o pescoço e soprava: “engole!” Dois movimentos firmes no gogó do marido e aquele vestígio de amor físico entre machos lhe entrou pelo corpo. Era o fim.

E ao contrário do que ela pensava, depois que deixaram o garotão, riram, brincaram e voltaram até cedo. Saindo de roupão do banho, o guia da TV nas mãos, o marido disse: Ei, hoje vai passar O Poderoso Chefão II! Vamos assistir de novo??

Assistiram. Mas ela mal pôde se concentrar nas estripulias de Dom Corleone. O que ela pensava é quando ela veria de novo a cena – o marido, aquilo tudo, a boca.

Beijos, Beatriz

http://mulher-sensual.blogspot.com

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Comentários

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Gratíssima pelo comentário, querido! E também pelo "ilustre"... eheh Como esse foi o meu primeiro conto com cena homem-homem, pensei que fosse levar pedrada! eheh

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Não me revejo na prática bissexual, mas como momento de cumplicidade do casal está perfeito! E eu que pensava que era mais um conto de bissexualismo feminino da ilustre Ana Beatriz! AH! Muito Bom na Mesma! Continue! Um beijo, Martim

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