Continuado...
Quando desembarcamos no aeroporto de Curitiba era quase 21h00min. Sentia-me estranho, não conseguia descrever o que se passava em minha mente, logo Pedro me acorda do transe.
Pedro – Luca? Sua mala.
Eu – Oi...que foi...nossa estava distraído.
Pedro – Deu pra perceber, estou falando com você a um tempão. Você está pronto pra enfrentar toda esta situação?
Eu – Acho que sim, sem dúvida esta viagem me ajudou muito. Agora é encarar o que está por vir de cabeça erguida.
Pedro – É assim que se fala amigo. Vamos que estou cansadão.
Eu – Vamos!
Quando estávamos indo para o estacionamento peguei o celular e liguei para o Seu João, queria saber se o Ricardo ainda estava no meu apartamento.
Eu – Oi Seu João, aqui é o Luca. Como o senhor está?
João – Oh Seu Luca, quanto tempo, estou bem graças a Deus.
Eu – Me diga uma coisa, o Ricardo está?
João – Não, faz uns três dias que ele saiu. Disse que estava se mudando, pois tinha achado um lugar para morar.
Eu – Ah tá...estava viajando, mas estou voltando hoje.
João – Que bom Seu Luca, espero que tenha feito boa viagem.
Eu – Fiz sim...bom Seu João, muito obrigado...até mais.
João – Até Seu Luca.
Desliguei o celular com certo alívio, apesar de estar disposto a encarar toda situação, não estava com vontade de ver o Ricardo tão cedo.
Pedro – E aí? O que ele disse?
Eu – Ricardo foi embora. Finalmente vou poder voltar pra casa.
Pedro – Nossa...você falando deste jeito até parece que estava sendo maltratado lá em casa.
Pedro fez uma cara de “coitado” tão engraçada que não me contive e caí na risada.
Eu – Não é isso seu bobo, fui super bem tratado. O negócio é que estou com saudades da minha casa, das minhas coisas.
Pedro – Sei! Então você já vai pra sua casa hoje?
Eu – Queria, você se importa?
Pedro – Na verdade me importo, estava me acostumando com você lá em casa.
Eu – Eu também, você é uma ótima companhia.
Pedro – Então por que você que ir embora?
Eu – Ah Pedro, eu preciso do meu cantinho. Tem outra, você pode ir lá em casa a hora que quiser, acho até que vou te dar uma cópia da chave.
Pedro – Posso mesmo? Se for assim eu deixo você voltar pra sua casa.
Não tinha percebido como o Pedro estava carente, como pode alguém trair um homem tão perfeito como ele. Entramos no carro e seguimos para o meu apartamento. Quando chegamos cumprimentei o Seu João e em seguida subi, estava com saudades da minha casa. Pedro entrou comigo carregando a minhas malas.
Eu – Finalmente em casa.
Estava feliz de ter voltado, percebi que estava tudo muito limpo e organizado. Olho para o Pedro e vejo que ele está perto da porta com a cara emburrada.
Eu – Pedro, que cara é essa?
Pedro –Nada!
Eu – Para de onda, você ainda tá chateado por eu voltar pra casa.
Pedro – Não...sim...sei lá.
Pedro – Para Pedro, deixa disso. Que saber...quer dormir aqui hoje?
Quando fiz o convite ele quase pulou em cima de mim, parecia uma criança que acabou de ganhar um doce.
Pedro – Posso? Posso mesmo?
Eu – Claro, já te disse que adoro sua companhia.
Ele me abraçou com tanta vontade que quase me derruba. Deixei-o na sala e fui levar minhas coisas para meu quarto, estava tudo no seu devido lugar. Olhei para cama e logo me veio à lembrança de quando o Ricardo dormia comigo. Tratei logo de esquecer e voltei para sala, Pedro estava deitado no sofá assistindo TV.
Eu – Tá com fome?
Pedro – Pior que tô.
Eu – Vou pedir uma pizza, não vou cozinhar essa hora da noite.
Pedro – Por mim tudo bem.
Comemos e passamos o resto da noite assistindo TV, já era de madrugada quando levanto e vou para cama.
Eu – Vou dormir, você vem?
Pedro – Já vou, deixa terminar este filme.
Eu estava podre, sentia dores por todo o corpo. Apaguei quando deitei, tempo depois senti o Pedro deitando do meu lado e me abraçando. No dia seguinte acordei já era mais de meio-dia, estava bem descansado, o Pedro ainda dormia profundamente. Levantei e fui direto tomar um banho, depois de um banho relaxante resolvi preparar o café para nós. Ainda enrolado na toalha vou em direção à cozinha, quando chego à sala levo um dos maiores sustos da minha vida. Ricardo estava na sala, acho que estava procurando algo, pois estava mexendo nas gavetas. Com o meu susto ele também se assusta, nosso olhares se encontram.
Ricardo – Luca, não sabia que você tinha chegado. Me perdoa por entrar assim na sua casa.
Não consegui falar, minhas pernas tremiam.
Ricardo – Acho que esqueci alguns documentos aqui.
Com muito esforço consegui responder.
Eu – Eu cheguei ontem.
Ricardo – Fez boa viagem?
Eu – Sim, foi ótima. E você?
Ricardo – Eu estou bem, consegui achar um lugar bacana pra morar.
Eu – Ah que bom.
O silêncio reinou, ele me olhava de uma forma que me desconcertava.
Ricardo – Desculpa ter atrapalhado seu banho.
Nesta hora que eu me toquei que estava só de toalha.
Eu – Putz...me desculpa estar deste jeito.
Ricardo – Que isso! Você está na sua casa, eu que não devia estar aqui.
Novamente o silêncio se fez presente.
Ricardo – Luca, eu preciso falar com você sobre o que aconteceu naquele dia.
Eu – Não precisa, eu quero esquecer aquele dia.
Ricardo – Não...eu preciso me desculpar, não foi minha intenção fazer aquilo.
Eu – Mas fez, você não sabe como aquilo me machucou. Me senti sujo depois que você me beijou a força.
Eu sentia que as lágrimas corriam pelo meu rosto, ele também já se mostrava emocionado.
Ricardo – Me perdoa, por favor. Você é muito especial pra mim cara.
Eu – Então por que você fez aquilo?
Ricardo – Não sei, quando bebo eu não raciocino.
Eu – Resposta errada.
Ricardo começou a chorar com mais vontade.
Ricardo – Luca, por favor me perdoa. Desde aquele dia me sinto a pior pessoa do mundo.
Eu – Olha Ricardo, está muito recente, deixa o tempo passar.
Ricardo – Só me diz mais uma coisa?
Eu – Fala!
Ricardo – Você ainda me ama?
Senti um choque naquele momento.
Eu – Não vou mentir...ainda te amo, mas vou fazer de tudo pra esquecer este sentimento por você. No momento eu só quero distância.
Vejo mais tristeza em seu olhar. De repente Pedro entra na sala gritando.
Pedro – O que este desgraçado está fazendo aqui?
Eu – Calma Pedro, o Ricardo só veio buscar uns documentos que ele esqueceu.
Ricardo – Pelo visto já começou fazer de tudo para esquecer, né Luca!
Não acreditei no que tinha ouvido.
Eu – Ricardo, o Pedro é só meu amigo.
Ricardo – Estou vendo, deu pra dormir com os amigos?
Dava para sentir o deboche nas palavras.
Eu – Qual o seu problema cara? Já não basta o que você me fez? Se eu estivesse dormindo com o Pedro, isso não é da sua conta.
Pedro – Caí fora seu mané.
Ricardo – Cala boca que eu não estou falando com você.
Pedro – É mais eu estou falando com você.
Quando Pedro termina de falar dá um soco na cara do Ricardo, logo os dois começam o maior quebra pau na minha sala.
Eu – Parem, que merda.
Tentava separar sem sucesso. Com a confusão sou empurrado com tudo, me desequilibro e caiu batendo a cabeça na quina do balcão. Pedro vendo eu caído no chão empurra Ricardo e vem ao meu socorro.
Pedro – Lucaaaa. Viu o que você fez seu maldito.
Ricardo - Meu Deus, Luca acorda. Não faz isso comigo, eu te amo cara.
Pedro olha para Ricardo sem acreditar no que ouviu
Pedro – Precisamos levar ele para o hospital.
Ricardo – Sim, vamos no meu carro.
Pedro me pega no colo e me leva até o carro de Ricardo. A caminho do hospital Pedro foi atrás comigo, pois estava desacordado enquanto Ricardo dirigia.
Pedro – Eu juro que se acontecer alguma coisa com ele eu te mato.
Pedro estava furioso. Ricardo olha pelo retrovisor e diz:
Ricardo – Se acontecer algo a ele eu mesmo me matoOlá meus queridos amigos, desculpem a demora. Prometo não demorar para postar. Esta semana eu tirei o gesso e agora estou andando com a ajuda de uma muleta, logo volto para as minhas atividades normais. Desejo a todos um feliz dia das crianças, que vocês ganhem muitos presentes...rsrsrsrsrsrs. Bjos e abçs:)