PEÇO DESCULPAS AOS MEUS QUERIDOS LEITORES, ESSE CAPITULO FICOU UM POUCO GRANDE DEMAIS, É QUE EU ME EMPOLGUEI, ESPERO QUE GOSTEM.
Acordei e continuei na cama, eu não conseguia acreditar no que tinha acontecido na noite anterior. E não tinha idéia de como explicar para minha mãe, o que nem para mim estava claro. Levantei com sono, eram nove horas ainda. Bem, não adiantava ficar enrolando por mais tempo na cama já que uma vez acordado eu não conseguia voltar a dormir.
Tomei um longo e demorado banho. Meu cabelo é a parte que eu mais gosto de mim, tenho cachos negros, me arrumei e desci minha mãe estava na sala assistindo jornal.
(Eu) — Oi
(Mãe) — Oi querido, dormiu bem?
(Eu) — Como um bebê, você fez de café da manha?
(Mãe) — Ainda não fiz nada, estava esperando você acordar, o que você vai querer?
(Eu) — Bolinho de chuva!
Fomos para a cozinha, e enquanto ela cozinhava comecei a desabafar, contei tudo.
(Eu) — Eu não sei por que, só sei que gostei e muito daquele estranho. E quando entramos na mata, ele disse que não iria me estuprar, me beijou e eu correspondi, depois ele me deu um soco, fiquei muito confuso na hora, mas depois ele me explicou que o Gian tem nojo de sangue, ele não gosta nem quando a mulher dele ta menstruada ele a manda embora de casa, e ela vai para a casa da mãe. E ele gosta de submissão, por isso do soco, ele não gosta que reajam. Ontem demos sorte mãe – ela me olhou curiosa – geralmente eles estão em quatro ou cinco quando abordam carros. Ontem só estavam eles dois, o Ruan não me disse o por quê. Lembra quando eu estava descendo do carro? – Ela confirmou com a cabeça – e eu tropecei, ele me segurou, eu disse brincando que eu sou tão desastrado, e a senhora sabe o quanto, que um dia desses eu ia me machucar sério, o Ruan disse que não deixaria enquanto ele estivesse por perto. E acho que me apaixonei por ele quando ele cortou a própria perna com um canivete e sangrou na minha cueca, sabe, pra parecer que ele tinha me estuprado.
Minha mãe estava terminando de fritar, eu tinha dito tudo, me sentia aliviado. Ela colocou a tigela com os bolinhos na mesa, peguei um copo de leite gelado. Sentamos na mesa e começamos a comer, ela só me encarava sem dizer nada.
(Eu) — A senhora esta decepcionada comigo?
(Mãe) — E eu deveria, deveria mesmo, mas não estou. A noite de ontem foi uma loucura que eu não gostaria de repetir. – Ela suspirou – Então era por isso que vocês estavam de mãos dadas? – Só pude confirmar com a cabeça, estava com a boca cheia, não por fome, mas para ter uma desculpa para não ter que falar – e eu achando que ele tinha ameaçado você Lucas. Não tem nada pra mim fazer ou falar, eu criei você bem e só posso esperar que você tome as melhores decisões. Eu não quero te ver sofrendo, eu te amo – ela colocou a mão dela sobre a minha, e eu comecei a chorar, normalmente eu não sou de chorar, a mas que droga, esses dias e essa conversa de normal não tinha nada. – Lucas todas as pessoas merecem uma segunda chance, e se você acredita que ele pode mudar... bem eu não sei.
(Eu) — Mãe, de onde veio a idéia daquela corrida maluca? – perguntei sorrindo. O resto do café transcorreu entre sorrisos e brincadeiras, ajudei a lavar a louça e subi de volta ao meu quarto. O resto do dia fiquei estudando e lendo romances que eu baixava do portaldetonando. À noite quando a lua surgiu, pedi a ela que o traga até mim, fui dormir com a certeza de que um dia iríamos nos encontrar de novo.
Minha mãe dava aulas em uma escola perto de casa, já a minha ficava bem mais longe por isso não havia chance de carona. Ônibus cheio de manha é uma droga, a maioria das pessoas parecia que nem tinham tomado banho. E para disfarçar se tomam banho de perfume.
Já disse que não tenho muitos amigos, a maioria são colegas. Na sala eu fico sempre na minha, mas como meu ônibus chega cedo na escola, antes da aula eu dou uma passada na sala dos professores. Se vocês acham que a sala de aula é bagunçada é por que não conhecem a sala dos professores. Livros, provas corrigidas e provas a serem corrigidas em todos os lugares. No começo eu tentei ajuda-los a se organizarem, desisti depressa. Eles não se importavam de viver na bagunça.
Não é querendo me gaba, quase todos os professores gostam de mim. Não eu não sou puxa-saco, apenas me dedico ao maxímo. A única que não gosta de mim é a professora de português, eu não sei o motivo. E apesar dela pegar muito no meu pé na sala, me da notas justas. Ela estava sozinha na sala, a cumprimentei rapidamente e sai. Fui para a sala, sentei no lugar de sempre.
(Monique) — Oi amore – ela tem uma voz muito doce, tão doce que chega a dar náuseas, Monique é aquele tipo de garota que usa o corpo para conseguir o que quer, e passa por cima de qualquer um que fique no seu caminho. Ela estava de boina, o cabelo estilo Gisele Bundchen jogado de lado, seu cabelo era natural.
(Eu) — Oi Monique, o que você quer? – Perguntei, ela só vinha falar comigo quando queria alguma coisa, tipo quando ela queria cola na hora da prova.
Ela jogou o material na carteira ao lado da minha, onde normalmente fica a Raquel, a menina gótica da sala.
(Monique) — Nossa Lucas, assim você me faz parecer interesseira. – Disse sorrindo. Raquel chegou e estreitou os olhos. Monique a encarou de volta. É estranho como as mulheres têm a capacidade de se comunicar sem usar nada alem dos olhos.
“Raquel: Que você esta fazendo no meu lugar?”
“Monique: Não é da sua conta!”
“Raquel: Se não sair por bem eu arranco seu aplique puta!”
“Monique: Tem certeza que quer medir força comigo sua magricela?”
A Raquel bufou, e foi se sentar no fundo da sala.
Isso era o que eu estava entendendo, na sexta feira eu tinha faltado da escola, gripe.
(Eu) — Mas você é interesseira.
Ela me olhou estreitando os olhos – que seja. Não estou aqui por você.
Entrou um garoto negro, cabeça raspada, alto e aparentemente forte. Ele olhou confuso pra mim, acho que ele entrou na escola sexta-feira e sentou no meu lugar, a carteira atrás de mim sempre fica vaga, ele foi e sentou lá.
(Eu) — Eu acho que entendi. – Sussurrei para Monique, que sorriu e revirou os olhos. Ela virou para trás e começou a conversar com ele, mais um para a coleção dela. Eu virei para trás e estendi a mão. – Oi eu sou o Lucas.
(Garoto novo) — Oi Lucas meu nome é Alberto, mas todos me chamam de Preto.
Continuamos conversando, Monique participava tentando chamar a atenção do Preto, ele era educado, mas parecia desconfortável naquela situação. O professor chegou, virei pra frente ainda rindo da ultima piada que Preto tinha contado. Descobri que ele era filho do meio, trabalhava em uma lanchonete, tinha dezenove anos. Em alguns aspectos ele era muito maduro em outros era um meninão, fazia graça de tudo. Preto malhava todos os dias, mas disse que não usava anabolizantes.
Seus olhos castanhos claros passavam verdade no que dizia que eu só pude acreditar. Depois não virei para trás, Monique e Preto continuaram conversando. No intervalo fui para a arquibancada do ginásio, tinha uns garotos jogando bola. Quando Monique vem e senta do meu lado.
(Eu) — E agora Monique que você quer?
(Monique) — Nada seu bobo, quer? – Ela estava com um “saco de batata Ruffles pra galera”, isso era uma das coisas que eu admirava nela, ela comia muito, mas muito mesmo, e não engordava. Aceitei.
(Eu) — Qual seu lance com o Preto? – Nesse momento chegaram Lucia e Laura, as duas idolatravam Monique. Ela balançou os ombros.
(Monique) — Eu gosto dele Lucas.
(Lucia) — Dele quem?
(Monique) — Meus seios, eu gosto muito deles e não vou por silicone. – Serio??? Tico e Teco não sabiam sobre o Preto, por que? Ela me olhou com um “cala a boca”.
Laura me olhou com raiva – e nem precisa amore, eles são perfeitos, qualquer hétero pode ver isso. – Ela disse com ênfase na palavra hétero, eu revirei os olhos.
O prefiro ficar sozinho a ser ignorado, por isso logo disse que tinha que ir ao banheiro. A escola não tem muro, mas ninguém se atreve a fugir, o ultimo que tinha tentado teve que passar uma semana lavando as privadas com uma escova de dente. Enquanto ia para o banheiro tive a sensação de que estava sendo observado. Olhei para umas árvores que ficavam do outro lado da rua, não tinha ninguém.
Me aliviei no mictório, enquanto lava as mãos e o rosto tive aquela sensação estranha de ser observado de novo, levantei o rosto encarando no espelho Jorge, o ex da Monique. Jorge era o capitão da equipe de futebol, ele tinha quase a mesma altura que eu, branco com olhos verdes. Aquele gato atrás de mim, e eu curvado, me deu um arrepiou na espinha. Me levantei e o encarei. Enxuguei as mãos nas calças, sei que não é educado, mas a maioria faz, e não mintam.
(Eu) — Oi Jorge. – Sua expressão era de fúria. Ele veio pra cima de mim, gelei, se ele começasse a me bater eu não ia conseguir me defender. Ele me abraçou e começou a chorar. Eu não sabia o que fazer, o abracei – ei cara, vai ficar tudo bem, calma, vai ficar tudo bem. – Eu não sabia como agir, aquele marmanjo chorando no meu ombro, fazia meu coração ficar apertadinho. Quando ele se acalmou, me disse que ele tinha pedido pra voltar com a Monique e ela não quis nem saber.
(Jorge) — Eu não sei mais o que fazer. Eu não como, não durmo. Eu não consigo viver sem aquela garota cara. – Mais uma vitima da Monique, eu não a culpo. Ele tinha terminado com ela, na frente da escola inteira, a humilhou dizendo que ela não era mulher suficiente para ele. Isso depois deles terem transado.
Que tenho eu haver com isso? Jorge nunca me tratou mal, prefiria fingir que eu não existo e a recíproca é verdadeira. – E onde eu entro nessa historia?
(Jorge) Me ajuda Lucas eu tentei falar com a Lucia e com a Laura, elas nem quiseram ouvir. - Ta a tico e a teco não quiseram ajudar. Ele me segurava pelos ombros e olhava profundamente em meus olhos, eu me perdia dentro daquele verde que pareciam duas lagoas.
(Eu) — E como você acha que eu poderia ajudar?
(Jorge) — Eu vi vocês juntos hoje, conversa com ela. Faça-a ver o cara bacana que eu sou.
(Eu) — Bacana? – Levantei uma sobrancelha.
(Jorge) — É, poxa vida eu nunca fiz nada pra você, quebra essa pra mim cara. Por favor.
(Eu) — Bem que eu queria ajudar, mas não posso – ele apertou meus ombros com uma força esmagadora. – Calma cara, não há nada que você possa fazer. Ela esta gostando de um cara.
(Jorge) — DE QUEM???? ANDA ME DIZ AGORA SEU VIADINHO!!!!
(Eu) — Me solta cara ta machucando. – Nisso entrou os garotos que estavam jogando bola, devia ter tocado o sinal. Ele me soltou, e vi pela sua cara o quanto aquela noticia tinha acabado com ele. Jorge deixou os braços caírem ao lado do corpo. – Cara é melhor partir pra outra, esquece a Monique. Você não tem a mínima chance com ela.
Sai do banheiro deixando-o perdido em pensamentos, fui pra sala. Sei que fui duro com ele, ele sabia que quando Monique colocava alguma coisa na cabeça ninguém tirava. Preto já tinha chegado e conversava com Monique.
(Monique) — E ai como foi no banheiro?
(Eu) — Encontrei com o Jorge…
Ela fechou a cara, - eu o odeio.
(Preto) — Quem é Jorge.
(Eu) — É…
Ela me interrompeu – não é ninguém.
O resto da aula passou rápido. Enquanto eu arrumava meu material Preto já tinha arrumado o dele e saído com um rápido tchau. Monique ainda estava ali, me esperando na porta, pegávamos o ônibus junto, ela ia pra casa e eu para o trabalho. Isso mesmo, trabalho. Trabalho em uma loja de roupas, eu não gosto de ficar pedindo dinheiro pra minha mãe, eu tinha juntado dinheiro trabalhando e comprado o celular. No ônibus perguntei se ela tinha ficado com ciúmes de mim e do Preto. Monique me olhou curiosa e disse que não, já que eu não tinha a menor chance com ele.
Ta, eu tenho alto-estima baixa, mas aquilo me ofendeu.
Monique desceu na segunda parada e eu na ultima. Adoro trabalhar nessa loja, de um lado tem uma lanchonete onde almoço e do outro uma sorveteria. Entrei na loja e fui atrás de uma pessoa com a qual eu sei que podia contar tudo o que estava entalado na garganta, eu tinha contado pra minha mãe quase tudo, omitindo uma coisa ou outra. Ela estava atendendo uma cliente, eu não podia esperar ela terminar de atender. Cheguei perto dela, ela me abraçou, cochichei no ouvido dela – quase fui estuprado sábado. – Ela se afastou de mim com os olhos arregalados e um sorriso enorme nos lábios.
(A Vendedora) — Carol termina de atender essa senhora pra mim eu vou sair pra almoçar com o Lucas. – Carol era uma menina com uns 16 anos que trabalhava com a gente, veio resmungando algo sobre gente folgada.
Enquanto eu comia o pastel e contava sobre a noite de sábado. Sentada a minha frente e muito atenta e tomando suco de laranja estava Valquíria. Valquíria era uma mulher no auge dos seus 23 anos, ela sempre me contava dos seus casos, e das coisas que fazia com eles, que eu ficava com vergonha. Eu estava feliz por ter algo pra compartilhar com ela. Quando terminei de contar tudo em detalhes, ela disse:
(Valquíria) — Uau, que aventura hein Lucas. E o Ruan era bem dotado?
(Eu) — E como é que eu vou saber?
(Valquíria) — Você não sentiu?
(Eu) — Acho que era, eu não sei.
Fomos para a loja e ela disse estar com inveja de mim, um de seus fetiches favoritos era ser estuprada. Valquíria não era só minha melhor amiga, era a única. O resto do dia passou normal, atendi clientes altas, baixas, gordas, meninas, mulheres, velhas. A loja fechava às sete e meia, o ônibus passava as oito. Peguei o ônibus pra casa, e o resto da semana foi igual. Monique ficou com o lugar da Raquel definitivamente, o Jorge não apareceu pelo resto da semana, e o Preto sempre divertido e atencioso. No sábado minha mãe e eu fomos comprar meu celular no shopping depois voltamos pra casa, a noite pedimos pizza, liguei a tv e fiquei chocado.
Um garoto tinha sido estuprado e morto brutalmente, não tinha sido isso que tinha me deixado chocado, ele era parecido comigo, eu não sei, mas sentia que tinha algo a ver com aquilo. No domingo, quando penso que a coisa não podia ficar mais estranha recebo uma única tulipa vermelha, a flor que eu mais gosto pelo seu significado a mesma coisa que estava escrita no cartão: “AMOR ETERNO,” estava assinada com uma única letra, R..
POR FAVOR COMENTEM PARA QUE EU POSSA MELHORAR, OBRIGADO PELA ATENÇAO, BJS AMORES