CONTINUAÇÃO - PARTE 03 - FINAL.
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Fiquei ali, sem ação. Chulipa perguntou:
_ O que eu faço, Caveira?
_ O de sempre!
_ Até com o Felício?
_ Principalmente!
Chulipa foi à porta e assobiou. Entraram uns cinco moleques e, rapidamente, levaram os corpos. Nem quis saber o destino que dariam a eles... Eu continuava de cócoras... incrédulo no que tinha vivido nos últimos minutos... Despertei ao ouvir:
_ Alexandre... Vem cá!
Levantei e, sem dizer uma palavra, caí em prantos nos braços de Rômulo. Não falamos nada por algum tempo. Depois ele afastou minha cabeça, passou a mão em meu rosto...
_ Passou! Passou! Ainda não foi desta vez!
Em seguida, Rômulo foi, lentamente puxando meu rosto para perto do seu... fechamos nossos olhos e, quando nossas bocas estavam prestes a encostar uma na outra, ouvimos passos e nos afastamos... Era Chulipa.
_ Caveira... e o carro?
_ Que carro?
_ O carro do matador. Tá parado em frente ao bar do Joca... Eu peguei a chave no bolso do safado antes de levarem o corpo...
_ Manda alguém deixar fora da favela...
_ O senhor precisa de mais alguma coisa?
_ Preciso... que você tome o lugar doFelícioaí fora!
_ Certo.
O restante do dia correu num clima meio pesado e silencioso. Chegou a hora de dormir. Deitei e, com muita dificuldade, comecei a cochilar. Certo momento, senti uma respiração perto do meu rosto e, ao abrir os olhos, me deparei com o rosto de Rômulo...
_ Desculpa, Alexandre, mas preciso fazer isso!
_ Rômulo...
_ Deixa eu falar... enquanto tenho coragem... Na hora que vi a arma apontada para sua nuca, eu tive certeza... certeza... que... eu amo você. Amo demais... Amo tanto que basta você dizer a hora e, se quiser, deixo tudo para trás e sigo para onde você escolher...
E nossas bocas se tocaram. Por alguns segundos pensei estar sonhando, mas o calor que foi tomando conta do meu corpo me deu a certeza de que era realidade! Rômulo beijava com tanta força e vontade que dava a impressão de que fazia aquilo pela derradeira vez na vida. Percebi que ele, levado pelo desejo, tentava virar-se para ficar sobre mim, então, ergui-me e fiquei com o rosto sobre o dele.
As mãos fortes de Rômulo apertavam meu corpo e sua boca já escapava da minha e explorava meu queixo, minhas orelhas, meu pescoço... Eu estava tomado pela loucura e pela paixão. Rômulo fazia força para me levantar mais um pouco. Fiquei de joelhos com suas pernas entre as minhas para que ele chupasse meus mamilos... e ele fazia isso com muita gula... muita ânsia. Quase surtei ao ouvi-lo pedir:
_ Chupa minha rola! Eu não agüento mais de vontade... Chupa!
Sorri e afastei-me, abrindo, com cuidado, suas pernas grossas. Segurei seu cacete e olhei para ele , que sussurrou:
_ Chupa, meu doutor!
E eu enfiei aquela chibata grossa entre os lábios, deslizando-a por minha língua sedenta de desejo...
_ Ahhhhhhhhhhh...! Ahhhhhhh...! Chupa gostoso, meu amor... Chupa! Ahhhhh...!
A cada engolida, Rômulo trenia os músculos do corpo inteiro e já não se continha naqueles gestos calmos que vinha mostrando... Segurou forte minha cabeça e passou a forçar contra aquela rola, que latejava descontroladamente...
_ Engole inteira! Issssssssss...! Assim...! Eu quero ser seu, doutor! Só seu! Ahhhh...! Engole minha chibata até o talo, vai! Ahhhhhhhh...! Isso! Ahhhh...! Gostoso!
_ Quero engolir muito mais! Ummmm...! Ummmm...! Ummmm...! Ummmm...! Ummmm...! Quero esse saco também! Ummmm...! Ummmm...! Ummmm...! Ummmm...! Quero sentir o gosto das suas virilhas Ahh...! Ummmm...! Ummmm...! Ummmm...! Eu quero ser seu também, meu amor!
_ Vem cá! Quero sentir a sua língua na minha boca! Beber sua saliva e ter a certeza que tenho um pouco de você dentro de mim...
E nos beijamos longamente...
_ Sinto como se nunca tivesse beijado na vida! Nenhum beijo jamais conseguiu me fazer viajar pra outra realidade, ficar leve, livre, louco [Risos] assim! Ao mesmo tempo, sinto uma confiança, uma segurança... sei lá! Assim, uma certeza de que não estou só!
_ É maravilhoso ouvir você falar assim!
_ Esse é o Rômulo real... É o seu Rômulo!
_ Meu?
_ [Risos] Seu! Só seu! [Risos] E o doutor Alexandre... é meu?
_ É... [Risos] Esse momento é tão incrível que chego a ter medo!
_ Medo?
_ Medo de que você, de repente, se veja inseguro... Medo de você não estar certo do que sente...
_ Eu estou muito seguro! E tenho tanta certeza do meu amor que tenho vontades que nunca existiram!
_ Por exemplo?
_Fica em pé, aqui mesmo...
Rômulo segurou meu pau...
_ De fazer isso, por exemploe enfiou em sua boca, começando a mais excitante chupada que tinha recebido até aquele momento. Segurei sua cabeça e fui dando metidas... ele engasgou e riu...
_ Calma! [Risos] Sou aprendiz! [Risos] Faz de novo... com um pouco mais de calma!
E fui dando metidas lentas em sua boca... Depois, mais rápidas e mais profundas... Eu via o prazer estampado no rosto daquele homem que até bem pouco tempo não conhecia as sensações que experimentava e dividia comigo naquele instante.
_ E aí, como seu negão se saiu no primeiro boquete? [Risos] Mereço que nota? Lembre-se de que sou um principiante!
_ Se você não tivesse me dito que era um principiante, eu iria imaginar que se tratava de uma dos maiores especialistas no ramo!
Ele deu uma gargalhada e disse:
_ Não sei se considero isso como um elogio ou como uma ofensa! Sim... porque você deu a entender que eu sou o maior chupador de rolas das áreas! [...] E isso eu não sou e nem pretendo ser... Agora, da sua... isso sim... eu pretendo ser o melhor chupador que ela já teve!
_ Não precisa pretender... você já é! [Risos] Você perguntou qual sua nota... Humm...! Isso serve como resposta?
Voltamos a nos beijar. Rômulo pediu:
_ Agora, eu estou louco pra sentir o gosto do seu cuzinho!
_ Isss... Não fala assim que eu fico todo arrepiado! Olha!
_ Porra, passei essa semana toda com a língua coçando... [Risos] Cada vez que você ficava de costas, eu precisava fazer assim, olha!
Rômulo pôs a língua para fora, prendendo-a entre os dentes...
_ Louco! [Risos]
_ Sério! Tinha que morder, com força, senão ela pulava da minha boca e mergulhava por dentro do que você estivesse vestindo... [Risos] Aí, você ia começar a sentir cocegazinhas no “furico”! [Risos]
_ [Risos] Você é louco mesmo!
_ Isso é só o começo! Vai se preparando... [Sorriso] Fica de quatro! Deixa essa bundinha pertinho do meu rosto... Deixa minha língua deslizar pelas suas preguinhas e depois invadir seu buraquinho... Deixa?
_ Ela vai fazer cocegazinhas, vai?
_ Vai! E o doutorzinho vai gostar! [...] Deixa?
_ Deixo! [Sorriso] Assim está bom?
_ Isso! Issssssssss...! Está ótimo! Maravilha de bunda! Isso!
_ Ai... Que delícia de cocegazinhas! Uhhhh...! Delicioso demais, Rômulo! Uhhh...!
_ Minha língua esta só avisando sua chegada na área... Agora, sim... ela vai invadir e tomar espaço! Senta a invasão!
_ Ahhhhhhhhh...! Isssssss...! Invade, vai! Ahhhhhhhh...! Toma esse espaço que, agora, é só seu! Ahhhhhhhhhh...! Ahhhhhhhhhh...!
_ [Risos] Ao invés dos meus dentes, agora é seu cuzinho que quer prender minha língua! [Risos] Pisca bem forte! Ammmm...! Morde minha língua com o cu! Ammmmm...! Gostoso! Tá fazendo meu pau babar de inveja, querendo invadir também!
_ Calma... deixa eu encontrar uma posição que não machuque sua perna!
_ Ahhh...! Com o tesão que eu estou, nada me machuca! Aquelas dores não são nada diante do desejo louco de meter minha pomba nesse cuzinho mordedor!
_ Fica assim... de ladinho. Pronto!
_ Vem...! E se prepara! Se você achava que eu era louco... Agora você vai saber o que é uma loucura de verdade!
_ Vai com calma!
_ Ah... Tá com medo da minha “rola doida”?
_ Não... Só estou pensando na sua perna! A sua “rola doida” tem todo o tempo do mundo pra mostrar suas...
_ ... peripécias!
Gargalhamos...
_ Exatamente... pra mostrar suas peripécias!
_ Tá certo... Tomara que ela tenha escutado! [Risos] Encosta mais... Isso! Mais... Assim...
_ Hummm...! Issssss...! Ai, que rola grossa! Issssss...! Aiii...! Devagar! Issss...!
_ Eu agüentei aquela dor... e meu doutorzinho está reclamando dessa?!
_ Reclamando? Isssssssss...! Nada disso! Essa é a dor mais gostosa que existe! Hummm...! Entrou todinha?
_ Ihhh...! [Risos] Estamos na metade! Uhhh...! Oh, cu gostoso! Quer que ela entre todinha, quer? Pois pede pro seu negão!
_ Hummm...! Mete esse cacete inteiro no meu cuzinho, mete!
_ Meto!
_ Aiiiiiiiiiii...! Ahhhhhhhhhh...!
_ Agora sim! Ficou só meus ovos de fora! Loucos de vontade de entrar também... [Risos]
_ [Risos] Pois vão continuar na vontade! Sua rola já tomou conta do espaço todo... [Risos]
_ Tem certeza? Deixa eu ver...
_ Aiii...! [Risos]
_ É verdade... [Risos] Então vamos deixar a bichinha brincar, né?!
_ Vai... Brinca! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Isso! Brinca bastante! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Rola gostosa! Aiii...! Aiii...! Aiii...!
_ Brincadeira boa, não é?
_ Aiii...! Aiii...! Aiii...! Muito... Muito boa! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Aiii...!
_ Minha rola vai se viciar nessa brincadeira, sabia?
_ Tomara! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Meu cuzinho também! Aiii...! Aiii...! Aiii...! Ahhh...! Estou gozando! Ahhhhhhhhhh...! Que gostoso! Ohhhhhhhhhhh...!
_ Ummm...! Alexandre... Ahhh...! O meu gozo tá chegando também! Queria ver sua boquinha cheia da minha gala!
_ Fica assim mesmo... Deixa que eu vou até lá... receber seu leite na minha boca!
_ Vem... Rápido!
_ Goza, Rômulo! Goza gostoso pra mim!
_ Ohhhhhhhhhhhhh...! Caralho! Uouuu...! Ahhhhhhhhhhhhhh...! Porra! Que gozo!
Isssssssss...! [Risos] Mostra a boca! Isss..! Agora engole! Isso!
_ Muito saboroso!
_ Da próxima vez, vou querer provar do seu leitinho também.
_ Não precisa esperar pela próxima vez... Olha... prova!
Em minha coxa ainda havia boa parte da gala que tinha sido atirada quando gozei. Passei dois dedos colhendo um pouco e levei à boca de Rômulo que, de olhos arregalados, mostrava surpresa. Rômulo segurou minha mão e guiou-a até meus dedos pousaram sobre sua língua... e os chupou.
_ E então?
Rômulo, fazendo careta e rindo, respondeu...
_ Uma delícia!
_ [Gargalhadas] Mentiroso!
_ [Rindo] Precisa só de um pouquinho mais de açúcar!
_ [Risos] Safado! [Risos]
_ Brincadeira... Quando falta açúcar, o amor adoça! Tudo o que vem de você é gostoso, meu amor!
Rimos e nos beijamos. Em seguida, dormimos. Na manhã seguinte, retomei minha vida e Rômulo permaneceu na favela. Quase todos os dias eu ia lá, tanto para acompanhar sua recuperação, quanto para namorar um pouco... e todas as vezes Rômulo perguntava sobre o valor do serviço que havia lhe prestado...
_ Estou pensando, Rômulo. Calma! Depois a gente acerta tudo!
E as semanas foram se passando. Depois de um mês, Rômulo estava reestabelecido, mas inda andava com um pouco de dificuldade. Certa noite, antes de ir embora, falei:
_ Rômulo, naquele dia horrível, você me falou que deixaria tudo para trás e seguiria comigo para onde eu escolhesse... Lembra? Antes disso, você havia me falado sobre um desejo seu... secreto... de sair daqui sem deixar pistas do seu paradeiro. A hora chegou. Depois de amanhã é minha colação de grau. A cerimônia termina às dez da noite e logo depois estarei pronto para viver longe daqui... basta você me avisar quando você estiver pronto também!
Rômulo ficou calado. Levantei-me da cama...
_ Por mim, ficar na cidade ou ir a outra não faz diferença. Mas para você faz! Pense nisso! Vou indo...
Saí dali com a certeza de que Rômulo, embora tivesse vontade, ainda não tinha coragem, suficientemente, forte para dar um passo como aquele. Essa certeza recaiu sobre outra: o amor que ele dizia sentir por mim não era tão forte como eu pensava ser... Forte a ponto de motivá-lo e o encorajar nessa transformação que eu tanto esperava ver.
O dia seguinte foi aquele corre-corre: prova de beca, corte de cabelo, contatos com fotógrafo... enfim... não houve como ir à favela. Pensei que Rômulo ligaria, mas fui dormir sem escutar sua voz.
No outro dia, fiz planos de passar e ver Rômulo antes da cerimônia de formatura, mas não houve um instante sequer para ligar. No fundo, esperava que ele fizesse isso. Deixei para vê-lo na manhã seguinte. E, quando menos esperei, já era a hora da Colação. Era o momento de concretizar um sonho de criança: ser médico!
Durante a cerimônia, passou um filme da minha cabeça... Todos os momentos de dificuldades enfrentados, as longas horas de estudo, os momentos de tensão durante as provas, os primeiros estágios... e, inevitavelmente, lembrei da experiência passada na favela... principalmente, o terror de ficar cara a cara com a morte e ver duas pessoas sendo mortas na minha frente. Não consegui segurar as lágrimas.
Chegou a hora do juramento. Todos a postos... acompanhávamos as palavras do orador da turma. Olhei para o lado e percebi que alguém acenava. Devido a distância, não consegui reconhecer. A cerimônia foi encerrada. Abraços, cumprimentos... diante de mim:
_ Parabéns, [voz baixa] “doutor anjo”! [Risos]
_ Chulipa! [Risos] Obrigado! Dá cá um abraço!
_ Opa! [Risos] No dia que fui ao posto e o senhor disse que ainda não era médico... [Risos] eu pensava que era mentira! [Risos] Mas agora o senhor é!
_ [Risos] E quase me mata de medo! [Risos] Seu chefe está por aí? Ele veio também?
_ Não... Ele só mandou esse presente pro senhor!
_ Obrigado! [Risos] Rapaz, de longe eu nem reconheci! Como você está diferente... Todo chique... cabelo cortado, roupa social! [Risos] Irreconhecível!
_ Foi o chefe que mandou providenciar... só pra eu vir deixar seu presente! [Risos] Agora eu já vou indo! O Caveira já deve tá doidinho! Ora, ele falou que acabaria às dez... mas passam de onze! [Risos]
_ Ah! Sempre acontecem esses atrasos! Fale para ele que amanhã eu irei até lá! E lhe agradeça o presente por mim! Ter mandado você foi como se ele próprio tivesse vindo! Adorei a surpresa... Pode dizer a ele!
_ [Risos] Felicidades aí... pra vocês!
Chulipa saiu e eu me isolei um pouco para abrir o presente. Quando vi, o mundo girou e o chão fugiu dos meus pés... Saí em disparada a procura dos meus pais que não entenderam direito o que eu tentava explicar... Disse-lhes, por fim que não se preocupassem pois no dia seguinte entraria em contato. Nem esperei para voltar com eles! O engarrafamento estava fora do normal. Os estacionamentos interrompidos... uma confusão.
Saí correndo, de beca mesmo, até a avenida paralela e tomei um táxi. Pedi que me aguardasse e entrei em casa. Fui tirando a beca enquanto caminhava até meu quarto. Peguei duas bolsas grandes e fui jogando o que podia dentro delas... Voltei ao táxi. Seguimos rumo ao aeroporto.
Assim que cheguei, despachei a bagagem e fui direto para a sala de embarque. A ansiedade que tomava conta de mim foi dando lugar à tristeza e à decepção. Olhei em direção ao local onde havia o detector de metais, armas, líquidos... os dois funcionários já se retiravam... Pensei: “Era bom demais pra ser verdade! Como tinha pensado... o amor dele não é forte o bastante! Quem sabe um dia chegue a ser...”; Escutei a primeira chamada:
_ Passageiros do vôo um, três, cinco, dois... Favor dirigir-se ao Portão A!
O desânimo aumentava e chegou ao ponto máximo quando ouvi:
_ Última Chamada: Atenção passageiros do vôo um, três, cinco, dois... Favor dirigir-se ao Portão A! Embarque imediato!
Desiludido, levantei da cadeira cabisbaixo... sentia-me destruído por ver aquela possibilidade escorrer entre meus dedos, mas, ao mesmo tempo, sentia muita pena de Rômulo. Não comparecer era confirmar o quanto ele era fraco, covarde e acomodado.
Uma vos chegou aos meus ouvidos... Era a mesma voz forte que tinha escutado na primeira vez que entrei naquele barraco escuro. Aquele som me fez levantar a cabeça e olhar para trás:
_ Não é o nosso vôo? Vamos, doutor Alexandre! Não quero perder nenhum segundo da nova vida que nos aguarda!
_ Rômulo...
_ Eu queria ter chegado antes, mas a última morte na favela causou um alvoroço!
_ Quem morreu?
_ O Caveira! Conheceu?
_ O suficiente pra dizer... Já foi tarde!
_ Fala assim do bichinho não, doutor! O cara era gente boa!
_ Boa... de prestar! Boa, pras cocotas dele! Gente boa... é o Rômulo... esse sim! Cada vez que eu vou conhecendo, mais vou me apaixonando!
Para meu espanto e completa felicidade, Rômulo aproximou seu rosto ao meu e, olhando profundamente para dentro dos meus olhos... e sorrindo, disse:
_ Amo você!
_ Eu também... Muito!
E, para fechar, beijou-me, ali mesmo, na maior naturalidade. Quando nos demos conta do que fazíamos, olhamos ao nosso redor, meio assustados. Olhamos uma para o outro e rimos aliviados. Quando viramos em direção ao Portão A, duas comissárias de bordo, que conferiam as passagens, nos assistiam sorrindo. Rômulo me perguntou:
_ Eu não tenho vergonha de amar. Você tem, doutor?
_ Não. Pelo contrário... Todas as formas de amar são lindas e devem ser motivos de orgulho!
_ Parece que as “comadres” ali concordam com a gente! [Risos]
_ Que bom! Isso prova que as coisas estão mudando! Devagar... mas estão!
_ Ora, se o negão aqui conseguiu mudar... então qualquer um consegue! [Risos] Vamos correr, senão a gente vai ter que voltar pra favela!
_ Não, não, não... Vamos!
[Risos]
Embarcamos. Poucos minutos depois, decolamos... Ali estávamos nós, entre nuvens, com destino à felicidade!