“Podia ser só amizade, paixão, carinho, admiração, respeito, ternura, tesão. Com tantos sentimentos arrumados cuidadosamente na prateleira de cima, tinha de ser justo amor, meu Deus?” Caio Fernando de Abreu
Olá queridos amigos e leitores!
Primeiramente gostaria de expressar a minha profunda gratidão com os que leram e acabaram incentivando a produção desse 2º capítulo através de seus comentários. Também ressalto que este é um conto VERÍDICO.
Mas acho melhor irmos ao que interessa, ou seja, ao conto. Desejo uma excelente leitura a vocês e espero que gostem!
Quando já tinha terminado de me arrumar toca o interfone. Desci correndo pra atender e escutei a voz dele... Mandei-o entrar e quando o vi gelei...
Realmente Matheus estava lindo (acho que não comentei, mas ele é um ano mais novo que eu), usava, assim como eu, uma calça jeans, uma camisa gola pólo lilás da Lacoste (as camisas pólo são as que mais tenho e gosto), uns Adidas, relógio digital quadrado, uma pulseira no pulso direito e uma correntinha no pescoço. O perfume era de enlouquecer qualquer um, não era nada especial, mas o cheiro daquele Kaiak caiu perfeitamente em seu corpo. Por fim, seu cabelo estava despojado, um tanto desarrumado com um pouco de gel. Depois de toda essa riqueza de detalhes nem preciso falar que estava louco e gamado naquele carinha. Após a perplexidade ocasionada por toda esta visão, finalmente o convidei para entrar e tomar algo. Fazer um esquenta para a balada (sempre gosto de já chegar no clima da festa^^).
Sentamos-nos na sala (minha casa realmente é muito linda, uma decoração perfeita) e o apresentei para meu pai que estava lá e fui preparar um black label com três pedrinhas de gelo para tomarmos (eu amo muito whisky, mas relaxem que não sou nenhum alcoólatra! Hahahaha).
Meus pais (ainda não falei muito deles para vocês) são muito gente boa, no entanto eles trabalham de mais e não conseguem ser presentes como realmente gostariam. Por causa disso tentam suprir essa “ausência” dando quase tudo o que seu filho único deseja. Minha mãe vem de uma família de juristas e também é filha única, meu bis-avo foi advogado e meu avô deu continuidade ao escritório que fora fundado por ele. Atualmente meu avô comanda seu grande escritório de advocacia, juntamente com minha avó que é Promotora de Justiça aposentada e outros advogados contratados, lá no Rio de Janeiro e minha mãe comanda o escritório aqui de São Paulo. Meu pai, por sua vez, é engenheiro e teve sua ascensão profissional e financeira após casar-se com minha mãe e hoje ele é, na realidade, empresário, comandando uma construtora que presta serviços para empresas privadas e para governos estadual e federal. Meu pai se chama Fábio Moreira e minha mãe Gabriela Prestes.
Bom, mas chega de falar da minha família (isso já está ficando até chato) e vamos ao que interessa afinal esse conto é sobre a história minha e do Matheus.
Peguei o copo de whisky e tomei. Meu pai me olhou e nos perguntou:
- Pai: Então filho, como vocês se conheceram e ficaram amigos?
- Eu: O Matheus ta jogando e disputando posição comigo para irmos pra Três Coroas jogar o campeonato, então acabei convidando-o para vir aqui em casa e depois irmos pra festa.
- Pai: Hum... (diálogo muito interessante esse nosso não acharam? Kkk).
- Eu: Oh Matheus, vamos ali jogar uma sinuca e conversar?
- Matheus: Demoro, vamos sim!
Peguei o baldinho de gelo, a garrafa de whisky e pedi pro Matheus me seguir e fomos até a área de festa aqui de casa, onde tem a mesa. Chegamos lá e começamos a beber, jogar e conversar. Matheus era bom na sinuca, mas eu era bem melhor (o vagabundo aqui “dorme” em cima da mesa, jogo todos os dias^^). Mesmo ele perdendo, os jogos eram bem disputados e estávamos muito alegres.
Do nada minha mãe chega...
- Mãe: Oi meninos! Nando seu pai me falou que vocês estavam aqui jogando e bebendo, então fiz uma tábua de frios pra vocês comerem e não ficarem bêbados.
Nós assentimos e rimos do zelo e preocupação da minha mãe. Ela nos deu tchau e voltou para conversar com meu pai.
- Matheus: Nando, Fernando, seus pais são muito fera e você também. (ele corou).
Comecei a rir daquilo ali e respondi...
- Eu: Valeu você também é, mas pode me chamar de Nando e não precisa ficar vermelhinho hem! Acho que está nascendo uma grande amizade entre nós ;)
Seguimos bebendo e jogando, até que olhei no relógio e vi que já era meia-noite. A essa altura já estávamos rindo de tudo e falando muito (efeito da bebida é óbvio). Fomos até meu pai e pedi para que ele levasse a gente na balada (eu ainda não tinha feito os tão sonhados 18 anos, logo não tinha CNH), mas ele tava cansado e resolveu me dar dinheiro pra balada e para um táxi. Tinha um ponto de táxi na porta do meu condomínio, então não demorou nada e, em poucos minutos, estávamos na festa.
Na chegada fui comprar os ingressos.
- Eu: Vou pegar o camarote pra gente porque tem Open Bar e to muito a fim de tomar um porre hoje! Hahahaha
- Matheus: Sou meio fraco pra bebida Nando. Nem eras gastarmos tanto pagando um camarote.
- Eu: Relaxa brother, eu te convidei, eu pago. (Sou um Gentleman)
Ele se fez de difícil, mas eu já conhecia o pessoal de lá e logo comprei as entradas, fazendo com que ele não tivesse outra opção a não ser aceitar! (Podem falar a verdade, eu sou muito foda! Hahahaha)
PS: Entre inúmeras qualidades que eu tenho com certeza a modéstia é a maior delas! Huahuahauahaua.
Voltando ao conto...
Ficamos curtindo o pagode que estava tocando, o qual era de alto nível (muitos vão dizer: “por melhor que seja o pagode, nunca vai ser de alto nível”, mas como diz o provérbio chinês: gosto e cú, cada um tem o seu^^).
Depois de conversar muito sobre mulheres, relacionamentos, futebol, futuro, Matheus me fala:
- Matheus: Nando faz muito pouco que eu conheço você, mas não sei nem o porquê, tenho uma puta confiança em você. Nunca confiei assim em um amigo e vou te falar uma coisa, não sei se fiz merda, mas terminei com minha namorada (eu conhecia ela só por fotos do face/orkut – sim, há dois anos atrás todos nós usávamos o dinossauro chamado orkut - e posso dizer que é uma moreninha muito gata). Depois que conheci você e ouvindo suas histórias nos treinos de baladas, pegação com seus amigos e, por você ter se aproximado de mim, resolvi acabar com ela pra curtir minha vida. Não sei se não estou sendo precipitado...
Fiquei quieto por um estante e tomei de uma vez só o whisky que estava no meu copo (parecia uma navalha descendo pela garganta e caindo no fígado^^).
- Eu: Pow Matheus fico feliz pela sua consideração comigo. Acho que o melhor que você tem a fazer é deixar rolar, afinal o que for pra ser será. Além do mais a gente vai viajar pro campeonato e a vida de solteiro tem suas vantagens. Você bonito do jeito que é não vai ficar na seca de sexo (dei uma risada pra descontrair, afinal fui discreto como um elefante correndo).
- Matheus: Você também não deve ficar na seca, pois é bem gato. (Ele ficou muito vermelho. E gato também, sem falar que foi mais direto do que eu tinha sido).
Confesso que já estava de porre e com aquilo que ele falou, me olhando nos olhos ainda por cima, me fez mudar de assunto e puxei um papo de carros (sei que fui muito medroso, mas isso era novidade pra mim e pra ele também e, além do mais, não tinha naquela época coragem de agarrar um cara no meio de uma balada hétero).
Meus amigos do time, Pedro e Gustavo, me gritaram, pois estavam na pista e não no camarote...
- Pedro: Vi vocês há tempos e já to estranhando! Passaram toda a festa conversando e nem saíram pra pegar umas gatas! Ele falou rindo
- Gustavo: Já ta na finaleira, acho que já vamos indo. Bem que você podia fazer um churrasco amanhã na sua casa em Nando pra gente beber e rir um pouco?!
- Eu: De boa, eu ligo pra vocês amanhã. Ah Pedro, já peguei muita gata nas baladas, to com crédito pra poder ficar mais de canto hoje!
Todos riram e nos despedimos. Matheus e eu estávamos bem bêbados e decidimos ir embora. Matheus mal conseguia ficar em pé, então o botei embaixo do meu braço e fomos até o táxi. Peguei o celular dele e avisei que iria mandar um sms pra sua mãe dizendo que estava tudo bem e que ele iria ficar na minha casa porque já estava quase amanhecendo e era perigoso voltar sozinho (Hitler ficaria com inveja dos meus planos infalíveis! Kkkkk).
Matheus aceitou na hora e então nos dirigimos até a minha casa.
Chegando lá fomos até o banheiro do meu quarto para escovar os dentes e lavar o rosto. Após descemos na cozinha pra tomar água. Foi aí que perguntei...
- Eu: Decidi aí Matheus, você quer ficar no quarto de hóspedes aqui no andar de baixo (mentira, era ao lado do meu) ou no meu quarto lá em cima?
- Matheus: Se você não se importar eu fico no seu, afinal não conheço direito a sua família e sou cheio de vergonha.
- Eu: Tah de boa, mas aí eu ou você teremos de dormir no chão ou junto na minha cama de casal, pois não tem outra no quarto.
- Matheus: Eu gosto de dormir confortável e sou seu convidado né Nando?^^
- Eu: Está decidido, “infelizmente” vou ter que dormir com você do meu lado :/ (Mentirinha, nunca fiquei tão feliz! Roberto Carlos no meu lugar falaria: “Sabem aquele cara mais feliz do mundo? Esse cara sou eu”! Kkkkkkk)
Então entramos no meu quarto e...
CONTINUA.
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Esta aí meus lindos, mais um capítulo novinho, acabando de sair do forno. Ele ficou mais longo que o 1º, pois acabei me empolgando ao escrevê-lo. Espero que gostem e comentem com elogios, sugestões e/ou críticas, afinal todas elas serão construtivas!
Beijos a todos e o mais breve possível estarei postando o 3º capítulo.
e-mail: nandomoreira07@gmail.com