[Minha memória voltava aos poucos. Então recordei certo dia, no sofá da sala, uma mão movimentando-se entre minhas pernas. Era a mão de meu tio Hamilton! Vieram-me também, com clareza, suas palavras, no dia em que lhe pedi que me ensinasse a pilotar uma velha moto na qual ele me levava a passear: “Só se mostrar a xoxotinha”.]
QUANDO ELE CHEGOU, na última semana das minhas férias escolares, para passar alguns dias, abordei o assunto durante o passeio num Chevette conservadíssimo que ele acabava de adquirir. Eram três horas da tarde.
— Acho que estou recuperando a memória, titio. Estou recordando tanta coisa... Você era bem safadinho, hem!
Ele riu
— Titio, posso dirigir um pouquinho?
— Só se mostrar a xoxotinha — disse ele.
Rimos e ele me passou o volante.
— Aperta a embreagem... engata a primeira...
Uma centena de metros adiante, eu estava dirigindo normalmente.
— Bom, já que tenho motorista, posso tomar uma cerveja — disse ele..
Seguindo suas instruções, entrei numa rua sem saída, esburacada e estreita e estacionei em frente a um barzinho de madeira rústica praticamente no meio do mato. Hamilton conhecia o proprietário, Francisco, que cochichou em seu ouvido. Ele fez sinal de assentimento. Pouco depois, estávamos num reservado, com cerveja para festejar o reatamento do vínculo libidinoso interrompido pelo acidente. Porque, tio ou não, ele representava uma abertura maior no leque de probabilidades da minha obsessiva busca por prazer. Por isso tomei a iniciativa:
— Não queria ver a xoxotinha?
Queria, eu mostrei.
— Antes, era bonitinha — disse ele apalpando com delicadeza meus lábios íntimos. — Agora, está linda.
Linda, linda!
E cheirosa e gostosa.
Minha boceta, que vira a cabeça de homens e mulheres, fez finalmente a alegria de tio Hamilton. Estendendo-me ali mesmo, no piso de tábuas irregulares, eu ofereci à sua boca a fruta que ele, antes, se limitava a acariciar. E ele se deliciou e me deliciou.
— Ai, como eu gosto... — dizia ele.
Deitado entre minhas pernas, esticando a língua que passeava entre as dobras de minha vulva, meu tio mostrou do que mais gostava.
— Chupa, titio — dizia eu. — Chupa bem gostoso...
A boca de meu tio abrangia inteiramente minha boceta, como se quisesse engoli-la. E eu suspirava. A língua se movia ora lenta, ora freneticamente. E eu suspirava.
— Goza na minha boca, lindinha...
Com a língua em meu grelinho, Hamilton me fez gemer e gozar, gemer e gozar, gemer e gozar. Quantas vezes? Não sei. Foram tantos orgasmos, breves e seguidos, que perdi a conta.
E também a vergonha.
— Mete no meu cuzinho, titio — pedi.
Não vi de onde surgiu o tubo de lubrificante íntimo. Mas vi a rigidez de sua pica admiravelmente comprida, cheia da tesão que eu queria sentir em mim.
E senti.
Colocando-me em posição, Hamilton, abriu minhas nádegas, passou o creme em meu ânus e eu me preparei para receber seu pau; que veio alargando meu orifício.
— Aaaai....
— Tá doendo, lindinha?
— Pouquinho...
Se, para chupar, meu ideal é pau pequeno, para o sexo anal prefiro-o comprido (eu não disse grosso). Porque, quanto mais centímetros entram, mais superfície de contato de se estabelece, mais prazer eu proporciono, mais prazer eu recebo. E foram muitos os centímetros que adentraram a maciez da minha carne, recolhendo e expandindo a delícia da penetração anal, que fazia meu corpo fremir em ondas de volúpia.
Delícia de penetração, delícia de titio. Tendo enfiado todo o pau, Hamilton deitou-se em cima de mim e ficou imóvel a fim de retardar a ejaculação que eu sentia iminente.
Mas, mesmo em total imobilidade, não há força mental capaz de reter indefinidamente a marcha do orgasmo. Principalmente no caso de Hamilton. As contrações de meu ânus, o meu cheiro, a minha voz, a emoção, tudo isso desencadeou em Hamilton um orgasmo longo, que eu usufruí do início ao fim.
Como as águas do rio que, puxadas pela cascata, caem com estrondo, seguem calmamente, depois voltam a correr, arrastadas pelo desnível do terreno, assim foi nosso orgasmo. Dizendo “estou gozaaando”, ele começou a gemer e eu senti seu pênis inchar para expelir a primeira golfada de esperma. Arfando, ele me pediu que abrisse as nádegas, o que eu fiz com as duas mãos, para sentir seu pau entrar mais um pouco em mim. Ele voltou a gemer, eu voltei a sentir seu pau inchar e compreendi que ainda não estava exaurido seu depósito de sêmen. Sempre gemendo, ele ficou imóvel uns instantes, depois começou a movimentar o pau. “Ai, que cuzinho gostoso... ai, que cuzinho gostoso”, repetia ele. E, soltando seu peso em cima de mim, ele gozou de novo. Eu também.
— Gozou no meu cuzinho, titio?
Há momentos em que as palavras são supérfluas. Outros há em que elas são essenciais. Eu poderia ter cortado a frase logo depois do verbo, mas o complemento (meu cuzinho) reforçava a pergunta, enfatizava a atitude de entrega, floreava o ato de sodomia. Adicionalmente, o vocativo (titio), com sua carga semântica, fortificava a sensação psicológica do proibido, do incesto. Ele era meu tio; eu era sua sobrinha. Ele me vira nascer, crescer. Quando eu era bebê, ele passava talco em minha bundinha; agora, passava lubrificante íntimo.
Minhas palavras ecoaram em seu cérebro, que comandou o pênis, que readquiriu movimentos e voltou a inchar para derramar as últimas gotas do líquido cremoso portador de prazeres. Os gemidos de Hamilton, que não haviam cessado, subiram de tom, depois foram baixando, baixando até se transformarem num longo lamento pela impossibilidade física de prolongar a sessão de prazeres. Meu último orgasmo foi breve, porém gratificante.
— Gostou, lindinha?
— Gostei, titio — respondi recebendo suas carícias nas nádegas que eu remexia levemente numa promessa tácita de repetir a experiência sempre que ele quisesseVisitem meu blog: quiquinha12.blogspot.com.br