Mais Uma História de Amor - Cap. 1

Um conto erótico de BinhoOoO
Categoria: Homossexual
Contém 1531 palavras
Data: 28/12/2012 12:12:11
Última revisão: 03/01/2013 08:59:05

“Não há amor se não houver conflito,

Não há amor se não houver dor,

Não há amor se não houver saudade,

Não há amor se não houver paixão,

E nada disso existiria se não houvesse amor”

Era esta a frase que me sondava a cabeça todos os dias ao acordar pela manhã. Não me lembro nem onde a li, mas sei que foi em um livro.

Abrir os olhos pela manhã é sempre uma dificuldade, eu não consigo me sentir parte deste mundo, por mais que eu tente, algo sempre me separou dos demais meninos da minha turma.

Aos 17 anos, meus hormônios deveriam estar a flor da pele, assim como o de meus amigos. Me olhava ao espelho, enquanto vestia somente uma cueca. Meu corpo havia mudado, meus músculos se definiam mais e mais, meu cabelo castanho escuro levemente ondulado a altura de minhas bochechas, meus olhos verdes, todos contrastando com minha pele branca.

Todos me diziam que eu era bonito, mas eu realmente não conseguia enxergar beleza em mim. Na verdade eu não conseguia mais ver beleza em nada. Todos os meus amigos namoravam, ou pelo menos estavam enroscados com alguma menina. Não que eu não pudesse estar com uma menina, haviam algumas que viviam atrás de mim, mas eu nunca senti vontade de ficar com elas, nunca consegui vê-las como mais do que amigas.

Perdido em meus pensamentos, ainda só com minha roupa de baixo e me encarando no espelho, comecei a passar minhas mãos por sobre meu corpo, apertando em algumas áreas, sentindo de olhos fechados cada parte do meu corpo esquentar ao mesmo tempo em que apertava meus braços, meus mamilos, minha cintura, meu pênis. Estava claramente ficando excitado com meus próprios toques, por que eu não me excitava com os toques de uma menina?

*Tum Tum Tum

Mãe: Filho, você está vestido?

Eu: Estou mãe, pode entrar

Por algum motivo, minha mãe nunca entrava em meu quarto se eu não estive vestido. Meu pais havia nos abandonado quando eu tinha apenas 4 anos, nunca tive alguém que ocupasse seu lugar, eu era o homem da casa.

Minha mãe precisava trabalhar 15 horas por dia, em dois empregos diferentes para manter o estilo de vida que levávamos. Sempre a considerei uma guerreira e sempre vou estar em divida com ela.

Mãe: Filho, você já está pronto?

Eu: Quase mãe, só falta arrumar o cabelo

Mãe:Você e esse cabelo. Arrume logo ou você se atrasará para a escola.

Eu: Mãe, eu já estou com o ano garantido, só faltam 6 meses e estarei livre de escola

Mãe: Mas ai vem a faculdade, não se esqueça

Eu: Como vou esquecer se você vive me lembrando?

Mãe: Faço meu papel como mãe, faça o seu como filho e estude. Estarei lá embaixo te esperando

Dizendo isto ela saiu, me deixando sozinho novamente no quarto. Já estava vestido, gostava de me vestir bem, all-star branco, calça de brim preta, camiseta gola V branca e uma jaquetinha lisa simples preta como a calça. Quando me vestia assim, me olhava no espelho e via alguém bonito, mas era a roupa não eu.

Com o secador ajeitava meu cabelo para o lado direito como se ele estivesse sempre em movimento com a franja e tudo mais. Enfim estava pronto, mas pronto para que? Para mais um dia de tédio e falsos sorrisos na escola?

Saí do apartamento, peguei o elevador. Aquela musiquinha era tão irritante, não sei por que insistiam em deixar ela tocando. Fui em direção a entrada do prédio e puder ver minha mãe, mas ela não estava dentro do carro como combinado, ela conversava com alguém. Um homem que não parecia ser muito mais velho que eu. Ele devia ter em torno de 22 ou 23 anos.

Mãe: Queria desejar-lhe as boas vindas a nosso prédio

???: Obrigado, a senhora é muito gentil

Me aproximei.

Mãe: Ah, oi Rudd, você já está pronto?

Eu: Estou né, a senhora ficou me apressando

Mãe: Então já estaremos indo. Onde estão minhas maneiras? Este é meu filho, Rudd. Filho este é Dan, novo morador do condomínio, sabe aquele apartamento do lado do nosso que estava a venda? Então, ele vai morar lá agora

Dan: Obrigado por me apresentar senhora

Foi ai que eu ouvi de verdade sua voz pela primeira vez, uma voz calma, meio aveludada, uma voz muito bonita para alguém tão quieto quanto este... homem? Ele não parecia ser muito mais velho que eu, na verdade, se não fosse sua altura poderia dizer que ele tinha minha idade.

Dan: Prazer conhecê-lo Rudd

Ele estendeu a mão para me cumprimentar. Não tinha o costume de cumprimentar com apertos de mão mas por educação o cumprimentei.

Tocar aquelas mãos me paralisou por um momento. Tão macias como as minhas, porém mais quentes, o aperto firme porém delicado. Tudo isso fez com que eu prestasse mais atenção a pessoa em minha frente.

Se eu pudesse descrevê-lo desta maneira seria algo como um menino alto e com corpo de homem, dono de um sorriso sincero e olhos azuis brilhantes, brilhantes como seu cabelo loiro que sob o sol parecia dourado, um rosto de menino mas um olhar decidido e determinado. Me perdi em seus olhos, aqueles segundos pareceram horas.

Eu: O... er... prazer... é meu

Dan: Hahahaha

Que risada maravilhosa esse homem tinha, não consigo descrever em palavras o que senti ao ouvir aquela risada, mas umas das coisas que eu senti com certeza foi vergonha. Era bem óbvio que ele notou como fiquei.

Acordei de meus devaneios com a buzina do carro de minha mãe tocando, como sempre muito impaciente.

Eu: Bom, er... eu preciso ir, escola e tudo mais

Dan: Tudo bem, eu entendo como isso é importante. Foi um grande prazer conhecê-lo Rudd

Eu: Obrigado senhor, igualmente...

Dan: Por favor, não me chame de senhor, só Dan está ótimo

Eu: Okay, pode deixar senh... quer dizer Dan

Dan: Obrigado

Mais um sorriso.

Eu: É er... então, preciso ir, até mais

Dan; Tudo bem, boa aula Rudd, espero vê-lo em breve

Outro sorriso.

Corri para o carro com um sentimento engraçado de vergonha, tímides ou algo parecido. Um calor em meu peito também me acompanhava. E a imagem daquele sorriso, o som daquela risada. De alguma forma, era só nisso que eu pensava. E assim o dia foi passando, o sentimento, o calor, o sorriso, a risada. De alguma forma, pensar nisso o dia todo fez com que o dia passasse rapidamente, e quando me dei conta já era hora de voltar pra casa, mas o calor e os sentimentos ainda estavam lá.

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Uma nova vida. Esse era o pensamento que eu tinha em minha mente quando tirei a ultima caixa do caminhão de mudança e levei para meu novo apartamento. Não era um apartamento muito grande mas era o suficiente para duas pessoas morarem sem se encontrar lá dentro. Estava cansado de tanto descarregar coisas e ainda nem havia começado a tirar tudo das caixas, resolvi pegar meu notebook e continuar a escrever um romance ao qual eu só havia criado o título. A editora iria adorar saber que o grande romance em que eu estava trabalhando não havia nem saído do título ainda “O Fruto Proibido”. Pensando bem que nome mais ridículo, mas é tudo que eu tenho pronto até agora.

Horas se passavam e não conseguia escrever nada. Uma coisa me atrapalhava, um pensamento, ou seria uma lembrança?

Aqueles olhos verdes, curiosos, inocentes daquele menino que me cumprimentou pela manhã. Algo nele prendeu minha atenção e eu não conseguia me concentrar para escrever.

Já havia escrito alguns livros de sucesso antes, mesmo aos 22 anos sempre tive um talento para a escrita e o tempo necessário devido a condição financeira que minha família possuía, mas diferente deles, eu não gostava de esbanjar e muito menos demonstrar superioridade por causa de algo tão fútil e vazio como dinheiro. Mas faria de tudo para ter um pouco dessa futilidade deles novamente.

Desde o acidente que levou meus pais embora, eu nunca mais consegui me apegar a ninguém, não que antes eu fosse extremamente popular, mas perder os pais mexeu comigo.

Não conseguiria escrever mesmo, então resolvi relaxar um pouco, tirei minha camisa, peguei um suco de laranja da geladeira e fui tomar na sacada. O calor era grande, mas por dentro eu sentia um frio, um frio no estomago quando olhei para sacada ao lado da minha e o vi.

O mesmo menino que me cumprimentara pela manhã, o mesmo menino que povoou meus pensamentos até agora. Ele ainda estava vestindo a mesma roupa que vestia hoje de manhã, o sol que batia na sacada fazia com que seu cabelo brilhasse, um brilho castanho que só foi superado quando o brilho verde dos seus olhos se voltou a mim.

Apesar do frio no estomago eu abri os lábios e disse:

Eu: Olá novamente

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Bom pessoas, esse foi o primeiro capítulo dessa minha nova série, espero que vocês gostem de ler tanto quanto eu gostei de escrever. E pensar que essa história veio a minha cabeça essa madrugada.

Bom, comentem, compartilhem e divulguem se acharem que vale a pena.

Um grande beijo

BinhoOoO

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Comentários

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Curtiiiiiiiiii Muito, sensacional, Parabéns meu querido amigo!

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Obrigado pelos comentários, a respeito do hífen, eu coloquei no documento original, mas parece que o site não...

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Perfeito, mas na do diálogo use um hífen (-) ou um travessão, apenas isso e o seu conto vai ser um dos melhores!

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Perfeitoooo, sua escrita e maravilhosa. e continua logo.......

se puder leia os meus tbm , beijus da Laffayétt.

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