Eu passei aquele dia de domingo encolhido no canto do quarto, como um animal com medo.
Havia uma guerra dentro da minha cabeça, uma parte dela dizia:
Boa, Julho, você fez o que era para ser feito.
Já a outra dizia:
Que idiota que eu sou! Como eu desliguei a cam? E se ele estivesse falando a verdade? Ai, você é idiota assim mesmo ou fez graduação na área?
Eu estava confuso, será que eu tinha feito a coisa certa? Acho que não.
Ai, também eu queria o que? Que ele fizesse um documento no cartório comprovando que me ama para eu poder acreditar? Credo, eu realmente era um caso perdido.
Passei todo aquele dia que custava a passar, triste e confuso, eu queria dormir e esquecer de tudo. Mas quando eu fechava os olhos eu encontrava o causador de toda essa confusão. Mas o sono chegou e foi impossível não embarcar com ele no mundo dos sonhos.
Acordei me sentindo mal, uma sensação tipo: para que eu fiz aquilo? Algo que eu nunca experimentei na vida. Tomei meu banho calmamente. Me afogava no meus pensamentos enquanto a água caia sobre meu corpo.
Desci para jantar e vi que meu pai estava sentado à mesa.
Me servi de um pouco de café e peguei uma fatia de pão. Sentei em uma cadeira e vi que meu pai me encarava.
Posso saber o que você tem? - ele perguntou, sério.
Soltei um longo suspiro e deixei a fatia de pão com uma única mordida dentro do prato.
Eu: Nada pai.
Ele me olhou por um bom tempo e depois falou:
Tudo bem, já vi que você não quer conversar - ele me encarava muito sério.
exatamente, pai - suspirei, me sentindo menos mal.
Meu pai apenas balançou a cabeça, concordando e depois se levantou ao ouvir o barulho da campainha.
Escuto lá da porta, uma voz grave: Ola, senhor Albuquerque, o Julho está em casa?
Bebi o café às pressas, tentando me convencer de que não adiantava ficar tão ofegante daquele jeito. Eu tinha que fazer alguma coisa se não o encontro seria inevitável.
Mas falar era muito fácil, o difícil era fazer meu coração parar de tentar sair pela boca. Dei vários suspiros, tentando regularizar minha respiração e depois fiz um sinal para o meu pai, indicando que eu não estava.
Pai: Ola, meu jovem , o Julho saiu com uma amiga dele, uma tal de Mirela.
Miguel: ata, entendo; desculpe qualquer coisa eu resolvo na escola. Tchau senhor Albuquerque.
Pai: Quer deixar algum recado?
Miguel: Não! valeu mesmo.
Pera! Como assim saiu com a Mirela?
Agora ele sabia que eu estava em casa e não queria vê–lo, que ótimo!
Arrumei alguma esculpa qualquer para meu pai, para explicar porque não quis receber em minha casa, aquele jovem tão educado.
Subi as escadas e rumei para o meu quarto.
Chegando ao meu quarto, me jogo em minha cama e sussurro: Miguel porque você existe?
Alguém exclama: Você num tinha saído com minha irmã? – fazendo com que eu tivesse o maior susto da minha vida.
Me deparo com o Miguel saindo de debaixo da minha cama:
Eu: Como você entrou aqui?
Miguel: Pela janela, ué. As aulas de escalada tinham quer servir para algo.
Eu: Ok, Miguel! Você venceu, aqui estamos eu e você; frente a frente.
Miguel: Eu ainda quero saber uma coisa, posso perguntar?
Eu: Fazer o que, né?
Miguel: Você gosta de mim ou não? Só me responda isso, Julho, sim ou não? - pediu, seus olhos grudados nos meus olhos.
Eu respirei fundo, sabendo que não tinha mais como resistir.
Sim - suspirei e ele abriu um sorriso de tirar o fôlego e em seguida eu o beijei vorazmente.
Ele correspondeu ao beijo e senti meu coração ser inundado de tanta felicidade.
Eu: Então, eu posso ser seu herói hoje e até quando você quiser?
Não respondi nada, apenas voltei a beija-lo.
Miguel: Acho que isso foi um sim.
Eu: Você é mesmo um babaca, Miguel – eu falei, sorrindo, enquanto ele me abraçava forte.
Miguel: ´É por isso que eu conquistei você. Ou vai me dizer que esse não é o meu charme?
Eu não pude deixar de sorrir, cada vez mais encantado com ele.
Eu: É claro que é. Eu já disse que a você que tenho uma queda por homens imbecis? falei e ele me beijou no rosto com carinho.