Revanche - Cap.1 (A)

Um conto erótico de Armando Calvin
Categoria: Homossexual
Contém 1492 palavras
Data: 20/01/2013 20:47:16
Última revisão: 20/01/2013 21:20:48

“Querido diário, hoje eu comecei as aulas com o tio João. Ele é um máximo!”.

“Querido diário, hoje eu tive um dia mega feliz! Passeei pela praia com o papai e depois encontrei o insuportável do Nathan”.

“Querido diário, meus amigos debocharam de mim por escrever em você. Mas o papai me apoiou. Papai sempre me apoia”.

“Querido diário, tenho medo. Estou confuso... Os homens de preto me pegaram! Levaram meu pai! Papai! Papai! Papai! Sinto frio... E tenho medo do escuro.”

Querido diário, eu cresci...

O crescimento é uma escolha inegável do tempo. E o meu crescimento foi regado de dores e decepções. Quando a decepção corta tão fundo alguém tem pagar. So, forgive me, dear diary. Pois a confissão que será feita aqui será do sabor mais amargo de toda a minha vida: Vingança. Essa não é uma história sobre perdão.

— Papai! Papai! Papai! Espera! — eu gritava rindo, correndo pelas areias da praia tentando alcançar meu pai, que corria ainda mais rápido e ria muito.

Eu tinha 5 anos de idade. Corpo magrelo, cabelos loiros encaracolados que cobriam a testa e olhos castanhos. Papai por volta dos seus 27. Ele era lindo. Vestia apenas um short exibindo suas coxas delineadas, pernas grossas e tórax definido com alguns pelos grisalhos misturados com negros. Papai tinha fios grisalhos desde pequeno então seus cabelos negros também tinham alguns fios grisalhos. Seus olhos eram azulados. E um sorriso lindo acompanhado por uma covinha encantadora entre as bochechas.

— Armando! — exclamou ele parando de correr e assim que eu o alcancei, ele me ergueu com seus braços fortes — Sabe como eu te amo Armando?

— Infinitamente?

— Infinito versus infinito!

Papai me pôs na areia, se agachou e beijou a minha testa, bagunçando meus cabelos.

— Agora o papai precisa ir trabalhar...

— Não, papai! Eu quero ir com você. Deixa? Deixa, deixa, deixa! — gritei pulando em seu pescoço, o derrubando e caindo junto com ele na areia, rindo.

Papai me olhou sério. Mantive o olhar de pidão. Porém ele apenas reafirmou:

— Papai precisa ir trabalhar. Comporte-se mocinho.

Abaixei a cabeça, triste, e papai levantou-se para ir embora. Mas logo ouvi sua voz.

— Armando! — olhei-o — Logo, logo anoitece e ficaremos juntinhos ok?

— Você promete?

— Promessa feita pelo papai é promessa cumprida. Eu te amo.

Papai sorriu e foi embora. E eu me mantive ali. Na verdade a nossa casa era a poucos metros dali. Uma casa de praia, na Ilha Capeside, que ficava num estado do Sul do Brasil, porém por ser afastada das demais regiões e rodeada por um mar, recebeu esse nome. E eu me sentia só. Minha mãe havia falecido recentemente restando apenas nós. Então, às vezes, minha única opção era me entreter sozinho com as ondas do mar. Ou não...

— Ei guri! — surgiu Nathan segurando uma bola — Tas afim de brincar? Hoje não temos aula mesmo!

Aquele menino sardento de novo! Nathan era um guri da minha sala, não éramos muito amigos, pois ele era um nerd de marca maior! Mas eu o superava e isso o deixava muito irritado. Ele era loiro, olhos azuis, corpo magrelo cheio de sardas. A última companhia que desejava era a dele, mas naquela situação... Sorri, acenei positivamente, levantei, tomei a bola dele e sai correndo sendo perseguido por ele.

Brincávamos, ríamos, nos divertíamos. E sentimos prazer. Querido diário, eu descobri o que era tesão. Não sei explicar bem como chegamos naquela situação, mas já era noite. Estávamos numa parte afastada da praia, eu deitado na areia e o Nathan por cima de mim. Sua boca estava próxima da minha e sentia sua respiração ofegante. Não entendia. Sentia algo duro entre suas pernas e na minha. Era estranho. Então sua língua invadiu a minha boca e sentia o gosto de sua saliva, sua língua encostando na minha, as vezes os dentes até se batendo. Apenas mexia minha língua e fui brincando com a dele. Era bom.

Vi uma sombra. Empurrei-o com força e me levantei, dando de cara com alguém: Victória Grayson. Uma jovem mulher de pele pálida, cabelos negros, vestindo um vestido deslumbrante acompanhado de um sorriso irônico e postura de julgamento. Ela governava Capeside junto com seu marido Conrado e meu pai era o braço direito deles. Tentei esconder a ereção que fazia sob meu short, e Nathan, ao reconhecê-la, saiu correndo. Encarei-a com toda raiva e depois corri desesperadamente para casa.

— Tio João... O que é terrorismo? — perguntei enquanto fazia umas das lições.

Não me esqueço do olhar assustado de tio João ao ouvir minha pergunta. Tio João, que estava sentado numa cadeira ao meu lado me ajudando nas lições, abaixou a cabeça e parecia pensar numa resposta. Enquanto isso, eu o observava. Tio João parecia muito com papai. Lindo! Tinha 22 anos, olhos castanhos, sobrancelhas espessas, barba por fazer e um corpo todo musculoso devido ao seu trabalho na oficina mecânica. Era onde tio João trabalhava pela manhã e a noite dava aulas particulares. E eu não precisava de suas aulas, mas talvez precisasse de sua presença.

— Onde você ouviu isso, piá? — respondeu-me perguntando.

— Bah, na TV! Falam toooda hora nisso! Terrorismo, terrorismo. Aí mostram um avião caindo, pegando fogo, pessoas machucadas. Falam no Brasil! Ou é EUA? Mas dizem...

— Mocinho! — interrompeu-me — Esqueça-se disso, visse? Isso é coisa de gente grande, feia, abobada e malvada. E tu não és grande, feio, abobado e malvado é?

— Não! Sou grandão, bonitão e espertíssimo!

— Pois então guri bonito, grande e espertíssimo! Você vai ter que me responder toda a tabuada de novo! — disse começando a fazer cócegas

— Não, não, não! — gritei rindo, me levantando e correndo pela casa.

Tio João veio atrás de mim e me pegou no colo, fazendo cócegas e perguntando a tabuada. E cada vez que eu errava, ele me enchia de cócegas, e às vezes, até beijos e abraços no meu corpo, me fazendo ter prazerosas e estranhas reações.

Ao término da aula, tio João me levou até em casa e papai estava jantando. Tentei tirar alguns detalhes sobre essa coisa de terrorismo, pois estava intrigado, mas papai foi enfático dizendo que “era assunto de gente grande”. Sentei em seu colo e ele me deu o resto da sua comida em minha boca. Sempre fazíamos isso. Logo após me preparei e fui dormir. Porém no meio da noite, despertei. Ouvi um barulho. Caminhei lentamente, desci as escadas rumo à sala e paralisei com a imagem que vi: Papai estava sem camisa beijando Victória, no sofá, enquanto o filho dela, Daniel, dormia no carrinho. Victória! Sua boca estava agarrada na de papai assim como a minha estava na do Nathan. Papai estava por cima dela assim como o Nathan estava por mim. Isso não podia acontecer. Era errado. Ele é meu...

— Papai! — berrei aos prantos.

Imediatamente papai se levantou, assustado, e vestiu desastrosamente a blusa que estava no chão. Victória parecia estar sorrindo.

— Armando, Armando. Vai já pra seu quarto! Meu Deus, era pra você estar dormindo, você não podia ter visto…

— Sai da minha casa... — determinei caminhando furiosamente até Victória e parando em sua frente. — Agora!

Ela estava de pé. Me olhou de baixo a cima. Me encarava. Papai podia não notar, mas seu olhar era de desdém. Não me segurei e a empurrei, a fazendo desequilibrar e cair no sofá.

— Armando! Peça desculpa já pra dona Victória! Agora!

Mantive meu olhar encarando furiosamente Victória. E dessa vez, foi ela que saiu. Ela se levantou, apanhou sua bolsa, acenou positivamente para papai, pegou o carrinho onde seu filho dormia e foi embora. Papai me olhou furioso e eu temi.

— Meu Deus, Armando... Como eu criei você errado. Como eu estraguei você! Isso que você fez... Foi de uma meninice, uma infantilidade. Eu tenho vergonha de você.

— Mas papai eu...

— Pai! A partir de hoje é pai! E trata de crescer, Armando. E se comportar como um homem! Pois eu amo a Victória e será com ela que a gente vai viver!

Senti raiva. Descontrolado, chutei com toda força a canela de papai, que deu um grito e me olhou assustado. Querido diário, eu descobri o que era ciúme. Ele me olhou decepcionado. E eu, arrependido. Porém apenas corri para a varanda da casa e fui surpreendido.

— Parado ai! Parado ai! Mãos aos altos!

Eram muitos. Eles estavam de preto. Homens de preto. Seguravam armas. Um me pôs sobre seus ombros e eu gritei desesperado:

— Papai! Papai! Papai!

— O que está acontecendo? O que está acontecendo? !

— Mãos onde eu possa ver! — gritou um dos policias avançando sobre o papai e o imobilizando.

— O que é isso? Estão cometendo um erro, estão cometendo um erro! Tire as mãos do meu filho! Larguem ele! Armando!

— Papai! — gritava me debatendo, mas estavam me levando para o lado de fora.

— Voltem! Não levem meu filho! Filhinho! Armando! Armando!

CONTINUA...

E ai galera. Esse é o primeiro capítulo. Espero msm que curtam... Votem e comentem aí o que vocês acharam ^^ É importante a opinião de vcs (: Vlw \õ/

contadordeserie_rj@hotmail.com

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Comentários

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Interessante. Mas der mais detalhe para os que não assistem Revenge, entendam melhor a serie

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Curti a história, bem interessante. Ainda não não pra ter uma idéia que rumo a história irá tomar, mas esse primeiro capítulo despertou muito interesse, parabens.

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Nuss, cara... Magnífico! O primeiro capítulo do seu conto está magnífico! Estou morrendo de curiosidade para continuar a ler o seu "Diário", então por favor não demore! Abraços, fui.

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