O Irmão Ogro 2 - XXIII FINAL

Um conto erótico de CrisBR
Categoria: Homossexual
Contém 1243 palavras
Data: 03/01/2013 15:17:16
Assuntos: Gay, Homossexual

Ao mesmo tempo em que fico feliz, fico triste com o final de um conto. E esse foi muito especial. Não imaginava fazer uma segunda temporada, mas vocês pediram e eu fiz. Diferente da primeira tentei arriscar, fugir do clichê e... Acho que consegui. Consegui amigos, consegui até mais que isso. Espero ter conseguido tocar vocês e fazê-los refletir. Pra que rótulos? Pra que preconceito? Se for amor, vale a pena! Obrigado a todos os comentários e leituras até aqui. Até a próxima e boa leitura... Valeu!

- Mudou sim. E vocês vieram por quanto tempo?

- Não sei ainda. Tive que sair do emprego. Depois da licença, não consegui voltar. Agora quero que o Danilo fique mais perto do pai, não é Bruno?

Eu fiquei atônito. Então não era uma visita? Era permanente? É, não me cabia mais ali.

Bruno se sentiu na obrigação de responder:

- É, vai ser bom.

E foi isso. Comemos e fomos nos deitar, não sem antes Bruno abraçá-la, agradecendo pela sua chegada com Danilo. Eu estava no quarto e ele já chegou se despindo, depois do banho. Ao mesmo tempo que eu sentia saudades do seu toque, sabia que estava nos direcionando para um caminho sem volta, mas seria o melhor caminho.

Ele se deitou, passando seu braço pelo meu corpo, colando-o ao seu:

- Estou com tanta saudade do seu corpo.

Não disse nada. Me mantive na mesma posição. Queria me fazer de durão e resolver as coisas com menos enrolação, menos sofrimento.

- Vamos fazer amor essa noite?

Seu pau estava ereto e eu precisava agir. Me virei rápido, segurando toda minha emoção e agindo como se não fosse eu:

- Não to afim Bruno. Boa noite.

Saí da posição e fingi dormir. Ele não disse nada, apenas se virou e dormiu também.

Seria assim. Eu iria ignorá-lo e tudo ficaria mais fácil.

Lógico que eu sofreria, mas evitaria um sofrimento maior. Só quem ama sabe o que é querer o outro bem, mesmo que não seja ao seu lado. Era assim que eu me sentia. No dia seguinte, me levantei cedo, preparei o café para Amanda e

Bruno levantou em seguida. Me deu um bom dia seco, junto com um selinho meio que por obrigação. É, estava surtindo efeito.

Nós três tomamos café conversando amenidades, mesmo que eu tenha ficado praticamente em silêncio.

Esperei Bruno sair para o trabalho para ter a conversa definitiva com Amanda, iria deixar tudo às claras:

- Amanda, eu quero ser bem sincero contigo, espero que seja sincera comigo também e procure me entender.

- Claro Carlos. Em que posso ajudar você?

- Acho que quem vai ajudar sou eu. Bom, de uns tempos pra cá eu tenho repensado tudo, minha vida, o Bruno, tudo. Você sabe da nossa relação, não é?

- Sei sim. E não repreendo vocês.

- Obrigado, mas o que eu quero dizer é que eu quero deixar o Bruno livre. Ele, você, o Danilo merecem ter uma família normal.

- Eu acho que você está enganado Carlos...

- Eu não imagino o bruno aguentando todo o preconceito que o filho dele vai sofrer por tabela.

- Você está colocando tudo em risco...

- O risco é maior se a gente continuar junto. Não sei por que não me dei conta antes. Eu tô indo pra faculdade. Fique bem, qualquer coisa me liga e pensa que o caminho tá livre. Boa sorte!

Saí rapidamente pra que aquilo não virasse uma discussão. Desabei no caminho. Chorava muito, sequer conseguia ir pra faculdade. Decidi parar na mesma praia que tinha ido na noite anterior. Ela estava cheia, o sol queimava e eu olhava para o nada, certo da minha decisão.

Imaginei que Bruno ia sofrer um pouco, mas ele superaria. E eu? Eu também. Não seria minha primeira desilusão, nem a última.

Amadureci tanto sofrendo... Seria mais uma lição pra que eu amadurecesse.

Decidi voltar pra casa depois de quase três horas olhando para o mar. Andava devagar, ainda pensando em como seria continuar evitando Bruno, até que ele pensasse que eu não o amava mais.

Cheguei à portaria e já fui procurando a chave na mochila, sem prestar atenção na sua chegada:

- Procurei por você por um bom tempo e esqueci que você tem aproveitado a praia.

- E me procurou por que Bruno?

- Pra eu te dizer o quanto eu te amo.

Abaixei a cabeça, não estava preparado pra isso.

- Pra eu dizer que eu não vou deixar você. Pra dizer também que o meu amor por você é maior que o seu medo de continuar comigo.

- Ninguém merece sofrer por minha culpa, por nossa culpa.

- Nós dois não merecemos sofrer pelo preconceito dos outros.

- E vale a pena sacrificar seu filho por isso?

- Vale a pena sacrificar nosso amor por isso?

- Bruno, nós estamos na portaria.

- Eu sei. Carlos, eu só quero te fazer ver o que eu achei que estava na sua cara. Olha pra você, olha pra nós. Nós crescemos tanto juntos...

- E incomodamos demais.

- Esse seu medo é que está me incomodando. Eu não vou deixar acabar assim.

- Eu vou subir.

Entrei no elevador e senti seu corpo colar no meu, assim que a porta do mesmo se fechou:

- Não adianta que eu não vou entrar nesse joguinho. A gente se ama e é isso que importa.

- Não, tem muita coisa em jogo.

- Carlos, eu te amo. Te trouxe pra cá, me declarei várias vezes por você, perdoei uma traição e te pedi perdão por várias coisas também. E você vai jogar tudo isso fora?

A porta do elevador se abriu e entrei rapidamente. Amanda estava carregando Danilo que chorava.

- Carlos, segura ele um pouco pra eu buscar a mamadeira?

Instintivamente, segurei-o no colo e de imediato ele parou de chorar. Seu sorriso me acalmou. Bruno olhava maravilhado:

- Carlos, eu só peço que você pense bem e não jogue tudo fora.

Amanda voltou com a mamadeira e deu a Danilo, que já a segurava sozinho.

- Eu queria dar uma notícia pra você, Carlos.

Os dois sorriam e eu não entendia nada:

- Já contei para o Bruno. É que eu consegui um emprego aqui e vou morar pertinho.

Não entendi o porquê da sua alegria, mas ela continuou:

- Meu emprego é numa fábrica, a tarde, e eu pensei que você poderia cuidar do Danilo enquanto eu trabalharia. Afinal, você também vai ser um pai dele.

Me emocionei. Aquela criança tinha um poder e eu estava me rendendo a ele. Bruno me mostrava a cada vez que me amava e Amanda não seria um problema, longe disso.

Daquele momento em diante, tive a família que sempre sonhei. Amanda era presente em nossa casa, mas logo ela arrumou um namorado e isso me deixou ainda mais confortável. A dedicação de Bruno com o filho me deixava orgulhoso e ele se esforçava pra ser dedicado comigo também. Voltei à faculdade e as pessoas sequer comentavam o incidente de Leandro. O inquérito de sua morte e foi confirmado o suicídio. Meus pais me visitavam com frequência em Floripa e se davam cada vez melhor com Bruno e Danilo.

Nesses dois anos, jamais pensei que ia amadurecer tanto. Jamais pensei que “terminaria” esse relato com um casamento, um filho. Mas é isso.

Não sei se felizes para sempre... O preconceito nos persegue. Mas foi preciso tudo acontecer para provar pra nós dois que o nosso amor é maior que isso.

Amor... Amor... Amor!

Foi isso que nos impulsionou a superar tudo e... Superamos.

E vamos superar, sempre. Sozinhos ou juntos.

Sempre!

FIM.

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Comentários

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Sinceramente... esse Carlos é um porre. Chato demais!!!! Sorte dele que o Bruno o ama mais que tudo.

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Você não tem ideia do quanto me ajudou ler esta série... Cara! Não nos abandona não! Volta, por favor! 10, é claro!!!

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Muito bom o conto (o primeiro do tipo - relação entre irmãos - que leio até o final)! Infelizmente, o personagem principal não me deixou saudades.

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A história é linda, vc é um escritor nato. Muito envolvente esse conto, mas esse Carlos é muito enjoado, terminei o conto sem gostar dele. Mas a estória foi linda!!

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Nossa, adorei esse conto! Pena que o autor sumiu e ninguém sabe o paradeiro... Seria bom se retornasse. De qualquer modo, espero que esteja bem.

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mdsss cara de longe o melhor conto que eu ja li, eh simplesmente tocante cativante, mostra a vida como eh cheia de altos e baixos, um amor verdadeiro capaz de superar tudo juntos eh perfeitoo <3 parabéns amei muito e fikara eternamente na minha memoria <3

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Cara, parabéns! Que história de tirar o folego eein!? Hahaha principalmente nas partes em que o Carlos faz de tudo pra se redimir e tudo desanda... man, esse final foi muito mais que perfeito!

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Aplausos, um final digno de uma Diva, meus sinceros parabens.

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Lindo,LINDO, amei, muito,muito,muito,meus parabéns você é um grande escritor, vou ler seus outros contos concerteza,incrivel, parabens

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Seu conto e perfeito e me fez pensar bastante continue assim beijão

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simplesmente um conto DIGNO amei desde o começo ate aqui *-* meus parabéns

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