Primeiro texto dedia 08... eu faço um ano no site... a primeira temporada foi lançada... na verdade seria apenas elas, mas graças ao apoio de vocês pude fazer este trabalho maravilhoso... obrigado...
Exames e mais exames... assim seguiu a minha maravilhosa semana. E as notícias do Dr. João não eram nada animadoras.
- Infelizmente, não há nada que possamos fazer? – ele disse.
- Como assim? – perguntou Mauricio.
- Dr. Elias... o senhor mais como ninguém sabe a resposta... precisa aceita-lá... para ajudar o Pedro – ele disse olhando seriamente para o meu marido.
- Eu sei... droga... ele pensa que é reversível... – disse Mauricio.
- Por isso que eu não gosto de tratar familiares dos médicos... ele vai fazer fisioterapia... – disse João.
- Eu sei, mas o Pedro é tão cheio de vida... tão... tão... lindo...
- E ele não continua com vida e lindo? – perguntou João.
- Você vai precisar ser forte... os próximos meses não serão fáceis... para ele, você ou sua família.
- A vida é uma vadia... – disse Mauricio.
- Sim... eu soube que a tua família é adepta a este hospital... – disse João tentando alegrar o ambiente sem sucesso.
- Vamos... precisamos contar para ele. – falou Mauricio.
Estava no quarto conversando com a minha mãe, ela que ficava comigo a maior parte do tempo. Conversávamos sobre tudo, ela tentava me fazer esquecer os meus problemas.
- Boa tarde Doutor. – falei me arrumando na cama.
- Bem... Pedro... não existe uma maneira fácil de falar isso... infelizmente o teu acidente danificou bastante a tua coluna... e... ela perdeu algumas funções básicas...
- O que isso significa? – perguntei chorando.
- Isso não é uma resposta definitiva... você vai fazer fisioterapia... – disse Mauricio pegando em minha mão.
- Mas... isso quer dizer que eu vou viver em uma cadeira de rodas? Vou ser um inválido? – perguntei novamente.
-Não... você não vai ser um inválido e sim você vai passar um tempo na cadeira de rodas... – disse o Dr. João quase sem voz. – Vai sim...
Comecei a chorar como uma criança... não queria viver como um aleijado... depender dos outros para tudo...
- Eu... quero ir para casa.... – falei chorando.
- Nós vamos... – disse Mauricio.
- Eu quero ir para casa agora. – falei deitando na cama e ficando de lado, sem falar uma palavra.
Todos ficaram preocupados com a minha reação, mas... eu estaria destinado a viver em uma cadeira de rodas... eu estava com raiva, não sabia exatamente de quem... apenas estava com raiva do mundo... tanta gente ruim por aí... e eu ficaria preso em uma cadeira de rodas.
Todos os meus amigos foram ao hospital me levar para casa. Uma pequena recepção foi montada. Tive que fingir uns sorrisos e ser simpático... mas, meu coração ardia de tanta dor.Em vários momentos tentei levantar da cadeira de rodas... era impulso. E por incrível que parece eu sentia a porcaria dos meus pés coçarem.
- Quero ir para casa. – falei para Mauricio.
- Ok. – ele disse.
Sai sem me despedir. No caminho, os únicos que falavam eram Pablo e Patrick, eles brigavam por causa de uma bola. Eu mudei até com os meus filhos... entrei em uma profunda depressão. Ao chegarmos olhei para as escadas e o Mauricio me pegou no colo.
- Olha que assim eu me acostumo mal. – ele disse rindo, mas ficando subitamente sério ao me ver chorando.
Querendo ou não aquilo era humilhante. Eu não precisava daquilo antes... e não aceitava a minha condição. Ele me deitou na cama, me cobriu e eu dormi. Sonhei que corria na praia. Acordei chorando. Deitei novamente e fiquei pensando na vida.
- Amor... está tarde... você quer jantar? – perguntou Mauricio na porta do quarto.
- Não... estou sem fome...
- As crianças podem te desejar boa noite? – ele perguntou.
- Estou com dor de cabeça... falo com eles amanhã... – disse sem olhar para ele.
- Amor... come alguma coisa...
- Eu disse que não quero droga!!! – gritei jogando a bandeja das mãos dele.
Ele saiu e fechou a porta. Comecei a chorar copiosamente. Não queria ter respondido daquela forma para ele... não queria...
Os encontros entre Phelip e Ezequias continuavam calientes, mas eles não chegavam as vias de fato. Para o meu irmão era frustrante, mas ele respeitava o desejo de Ezequias.
- O que estava fazendo? – perguntou meu irmão deitado ao lado de Ezequias.
- Como assim? – ele perguntou sorrindo.
- Estamos namorando... ficando... enrolados?
- O que você me diz? – perguntou Ezequias.
- Diria que gostaria de te beijar todos os dias... – ele falou rindo.
- Bobo... sou complicado demais para namorar...
- Você pensa em casar com mulher? – perguntou meu irmão.
- Não sei... esse seria o maior sonho dos meus pais...
- Eles não sabem de você, mas desconfiam... certo? – perguntou Phelip.
- Acho que sim... preciso te contar uma coisa...
- O que? – disse Phelip ficando frente a frente com Ezequias.
- Estou gostando realmente de você... acordo pensando em você... passo as aulas pensando em você.... fico contando as horas para vir aqui.... – ele disse sorrindo.
- Mas.... sempre tem um mas... – disse Phelip sorrindo.
- Eu vi a tua lista de contantos... com as piriguetis...
- Bobo... – disse meu irmão rindo.
- É sério... não quero ser mais um nome na sua lista de conquista... sempre sonhei em ficar com alguém que me amasse e que lutaria por mim...
- Eu lutei por você... Ezequias depois do meu namoro com o Duarte... fiquei perdido... e realmente vacilei... você despertou uma parte minha que estava adormecida...
- Palavras são fáceis de falar...
- Não são apenas palavras... acha que eu trouxe alguma pirigueti aqui em casa? – ele perguntou.
- Sim... naquele dia que jogamos videogame...
- Aquela sem noção me seguiu até aqui...não tive culpa. – ele disse o abraçando.
- Jura? – perguntou Ezequias.
- Sim... juro... – disse Phelip olhando nos olhos dele.?
- Que bom... obrigado...
- Sábado... vamos sair para São Paulo? – perguntou Phelip.
- Eu tenho trabalho missionário. – disse Ezequias rindo sem graça.
- Mas, segunda é feriado... podemos ir no domingo e voltamos na terça... vamos? – ele perguntou novamente.
- Ok... ok... – disse Eequias beijando meu irmão.
Daniele foi a residência dos Soares buscar o irmão. Ela não perdeu tempo e tentou flertar com Bernardo.
- E então? O que tem feito de bom? – perguntou ela sorrindo.
- Bem... estou bem...
- Gostaria de ir a nossa igreja nesse final de semana?
- Claro... posso levar a minha namorada?
- Ahhh... sim... pode sim... – ela disse rindo sem graça.
- Bem... deixa eu chamar o Ezequias para você. – ele disse subindo as escadas.
Daniele era uma boa moça, mas muito curiosa... ela subiu atrás de Bernardo e ficou espiando.
- Mano.... você está aí? – perguntou Bernardo batendo na porta.
- To sim... – disse Phelip abrindo a porta.
- A irmã do Ezequias está lá em baixo... – ele disse.
- Ok... obrigado... – disse Phelip saindo de mãos dadas com Ezequias.
- A gente se vê amanhã? – perguntou Ezequias.
- Claro... – Phelip disse beijando na boca dele.
- Deus! – disse Daniele tapando a sua própria boca e descendo a escada silenciosamente.
Quando os dois desceram Daniele estava sentada no sofá. Ela deu um beijo no rosto de Phelip.
- Pensei que vocês dois não iam descer... estavam namorando? – ela perguntou sorrindo.
- Ehh.. não... – disse Phelip rindo.
- Ahh tá... porque já ia perguntar quais eram as tuas intenções com o meu irmão... – ela disse sorrindo.
- Vamos Dani? – perguntou Ezequias puxando a irmã.
- Tchau. – disse ela piscando para Phelip.
Na rua, Ezequais perguntou o motivo do comportamento de sua irmã.
- Eu vi... vocês dois se beijando... – ela disse deixando o irmão sem palavras. – Isso mesmo... vamos passar novamente por aquele inferno? Vai tentar se matar de novo? Eu não quero te perder... – ela disse abraçando o irmão.
- Dessa vez vai ser diferente... – ele disse chorando.
- Mesmo? Acha que ele vai casar com você... te tirar dessa vida?
- Eu não pedi para nascer assim... já passei por terapia de choque... não sabe o quanto sofri... para mim chega... se Jesus me ama... ele não vai se importar de eu amar...
- E eu não me importo... mas, não esqueça do que o Jeremias fez com você... eu não vou fingir novamente para te ajudar... sofri o bastante. – ela disse chorando.
- Eu lembro... mas, o Phelip é diferente... ele é... experiente. – disse o jovem.
- Espero que seja... se não... teremos que mudar novamente.
Vinicius pegou Jean na base militar da cidade. Ele havia participado de uma ação do exercito. Fazia tempo que os dois não transavam. Mas, havia um assunto mais importante.
- Amor... e o Pedro? – ele perguntou.
- Está em uma cadeira de roda, mas não é permanente... ele vai fazer tratamento...
- Que horrível... quando vamos visitar ele? – perguntou Jean.
- Ainda é cedo... ele está depressivo...
- Entendo... estava com saudade de você... meu ruivinho... e fiquei com ciúmes do Fábio. – ele disse pegando nos cabelos de Vinicius.
- Sabe o que eu descobri? – perguntou ele.
- O Fábio gosta de ursos... tipo... gordos... o ex- namorado dele é 10 vezes maior do que ele... em todos os sentidos...
- Eu já fiquei com um gordinho... namoramos por três meses... eu gostei é diferente... tem lugar para pegar... – ele disse rindo.
- Bom saber... bom saber... – disse Vinicius. – Vou comer todos os sanduiches do Mc Donalds...
- Não precisa amor... você está perfeito assim...
Mal os dois chegaram em casa e já foram tirando suas roupas. Vinicius beijou todo o corpo de Jean... eles estavam sedentos...
- Nossa que saudades de beijar o teu corpo. – disse Jean tirando a cueca de seu noivo.
- Vai... cai de boca... – disse Jean.
Vinicius chupou o pênis de Jean com velocidade e força. Em poucos segundos, ele gozou na boca de seus amado. E gozou muito. Vinicius se levantou e beijou a boca de Jean. O saldado abaixou e começou a fazer sexo oral no namorado. Nesse meio tempo, ele recuperou as energias e colocou o noivo em cima da mesa. Eles transaram ali mesmo... sem pudor.... se entregaram ao amor.
- Vai mete gostoso... – disse Viicius.
- Eu te amo... te amo... estava morrendo de saudades da tua bunda. – disse Jean.
A noite teve saldo positivo para algumas pessoas. Mas, infelizmente para mim o mundo estava cinza. Acordei de madrugada com vontade de urinar. Não quis acordar o Mauricio. Peguei a cadeira de rodas e subi lentamente. Só no trajeto de sair da cama e ir ao banheiro, levei 40 minutos. Não aguentei e acabei urinando na calça. Mauricio deve ter ouvido o meu choro e ligou a luz. Estava sentado na cadeira próximo a porta do banheiro. Ele tentou pegar em mim e eu o empurrei.
- Eu me viro... – disse.
- Estou vendo como se vira... para de se teimoso deixa eu te ajudar... – ele disse.
- Eu dou meu jeito... sempre dou o jeito para tudo... – falei abrindo a porta do banheiro.
Tentei entrar com a cadeira de rodas, mas ela era grande demais. Bati várias vezes.
- Deixa eu te ajudar. – disse Mauricio.
- Saiii daquiii! – gritei alto, acordando as crianças.
Mauricio saiu do quarto e eu fiquei sozinho. Com muita dificuldade. Consegui tirar a roupa molhada e trocar por outra. Quando sai do banheiro, percebi que o chão estava limpo. Mauricio havia limpado, me arrastando consegui chegar até a cama. Demorei duas horas para ir ao banheiro... a partir de hoje... essa seria a minha vida... não conseguia enxergar as possibilidades... apenas... o buraco negro que tomava conta da minha vida.
Do lado de fora do quarto, Mauricio estava sentado em frente a porta. Chorando... pois para ele a culpa era dele.
- Me perdoa! – ele disse chorando. – Me perdoa....
- Pai? – perguntou Judith.
- Oi? – ele disse se levantando.
- Pai? – ela disse se aproximando e o abraçando. – Vai ficar tudo bem... vai ficar tudo bem...
- Eu só quero o meu marido de volta... eu não sei quem é este homem que está ai...
- Eu também não entendo... estou com saudades do meu pai... – ela disse chorando.
- Não deveria está jogando esse fardo em cima de você querida... desculpa...
- Não pai... eu estou aqui para o que der e vier... te amooo! Vamos conseguir superar isso... vamos trazer o meu pai novamente...
A luta não seria fácil... eles passariam por várias provações... principalmente eu... mas, a minha família não desistiria de mim... eles não desistiriam...