Quando eu te vi [4]

Um conto erótico de Déniel
Categoria: Homossexual
Contém 1388 palavras
Data: 29/01/2013 20:10:22
Última revisão: 29/01/2013 20:17:57

Está caindo uma chuva bem fininha, mas forte aqui. Adoro quando o dia está assim. Dá vontade de passar o dia na cama vendo seriado, comendo doces e dormindo. Vou continuar a história de onde eu parei ontem.

Meninos, quando eu abri meus olhos vi o Ítalo com aquele rostinho bem branco, os lábios semi-azulados de frio e passando os braços um no outro para se manter aquecido. Me senti tão mal em ver meu bebê assim. Sem pensar um segundo sequer, puxei meu cobertor, que já estava quente, e o cobri.

Ítalo: Você não vai ficar com frio?

Eu: Vou, mas não me importo. Só me importo se você está com frio.

Com a parte de trás da minha mão comecei a acariciar sua face. Como estava fria. Ele me olhava e começou e esboçar um doce sorriso. Eu continuava a passar minha mão em seu rosto, voltava e alisava sua orelha. Ele se ajeitou na poltrona, levantou aquela barra central que fica entre as poltronas e colocou sua cabeça em meu ombro. Eu, sem hesitar, passei meu braço por trás de sua cabeça para abraçá-lo, mas não parei de acariciá-lo em nenhum momento. Quando ele se aproximou, pude sentir com mais intensidade o cheiro dele, o cheiro do cabelo dele. Como o cabelo dele era macio, suave e gostoso de mexer. Ele se apoiou em mim, fechou os olhos e comecou a dormir. Passei a noite toda acordado o assistindo dormir, protejendo o sono dele.

Quando foi começando a clarear, ele começou a se mexer no meu peito. Ele estava acordando.

Eu: Bom dia, dorminhoco. O sonho estava bom?

Ítalo: Bom dia! Aonde estamos? - ele estava rouco, acho que a garganta estava inflamando, e ele estava confuso.

Eu: Em algum lugar de Minas. Saímos de Goiás há algumas horas. Você está bem?

Ítalo: Tô, mas minha garganta tá doendo e eu estou com fome.

Eu: Daqui a pouco nós vamos parar em alguma cidade, aí a gente toma café. Tá bom?

Ítalo: Aham. Vou ao banheiro, tá?

Eu: Ok!

Ele se levantou e foi lá no fundo do ônibus. Peguei a blusa de frio dele e cheirei. Aquele cheirinho de amaciante com perfume. Não me importaria nem um pouco de sentir aquele cheiro para sempre. Kkkkkk ele voltou.

Ítalo: Déniel, tô me sentindo mal. Com dor de cabeça e ânsia de vomito.

Eu: Ai, fica quietinho aí. - abri minha mochila e peguei um analgésico - Toma, a água não está gelada, mas não está quente.

Ítalo: Não posso tomar esse. Tenho alergia.

Eu: Só tenho esse aqui, quando a gente parar eu compro outro pra você. Se você precisar de qualquer coisa me fala.

Ítalo: Tá! - ele pegou meu ipod e ficou ouvindo música e voltou a dormir -

Quando ele cochilou, eu coloquei a mão na testa dele. Ele estava muito quente, era febre.

Em alguns minutos, o ônibus entrou em uma cidade e parou em uma rodoviária. Sem que ele acordasse, saí e comprei vários analgésicos diferentes, antitérmico, antiácido e remédio para náusea e vômito. Passei na padaria da rodoviária e comprei uns pães de queijo muito bons, toddynho e batatinha.

Quando todos entraram ele ainda estava dormindo. O acordei e disse que tinha trago café da manhã, mas ele estava tão fraquinho que nem reagiu direito. Coloquei o canudo no toddynho e fui dando na boca dele o pão de queijo e levava o toddynho até a boca dele. No final das contas ele comeu tudo. Ele é um bebezão muito trabalhoso, meninos.

Mais tarde ele acordou. Estava bem melhor. Junto com o café ele tinha tomado os remédios. Ele olhou pra mim e começou a rir da minha cara.

Ítalo: Velho, você não dormiu? Tu tá a cara da miséria. Kkkkk

Eu: Hahaha! Valeu pelo apoio moral! Eu tava muito ocupado sendo usado como colchão por alguém...

Ítalo: Tô nem aí, oxe!

Eu: Ah, é? Me devolve o cobertor! Hunf!! - puxei o cobertor, que tava todo amarrotado, e me cobri tampando até a cara -

Ficamos em silêncio uns 30 segundos, até que sinto algo triscando na minha bochecha. Ele tava cutucando minha bochecha com o dedo. Nossa, não aguentei e comecei a rir bem alto. Sinto muitas cócegas, mas não dei o braço a torcer! Continuei com o cobertor na cara. Ele o puxava 1cm pra baixo e parava. Depois ele puxava mais um pouco o cobertor de novo e parava. Ficou fazendo isso um tempão até descobrir meu rosto, que de acordo com ele estava uma miséria.

Não consegui segurar o riso. Abri o olho e ele tava encostado no travesseiro dele olhando pra mim com aquela carinha de menino.

Eu: Que foi, seu ingrato?

Ítalo: Obrigado, de novo, por vir comigo. E obrigado por cuidar de mim. Se você não tivesse vindo e eu passasse mal, eu ia ficar aqui sozinho largado às cobras.

Eu: Ah, de nada!

Ítalo: Estou te dando um trabalhão, né? Estou estragando a sua viagem pra BH.

Eu: Claro que não! Você é a única razão dessa minha viagem para cá. Queria ficar esse tempo contigo e não ligaria de ter que te trazer no colo de Brasília até Belo Horizonte. -enquanto eu fala, ele ia respirando mais rápido e seus olhos começaram a ficar vermelho - Ítalo, você ainda tá se sentido mal?

Ítalo: Não...eu...na verdade...sim...

Eu: Você quer alguma coisa? Água, remédio?

Ítalo: Dizem que o beijo é capaz de curar qualquer coisa. - ele pegou na minhas mãos. Sua mãos eram enormes, estavam geladas. Ele devia estar muito nervoso. Ele nunca tinha beijado nenhum rapaz na vida. Ele soltou uma das mãos, a encontou no meu rosto e foi se aproximamdo até nossos lábios se tocarem. Foi perfeito. Um beijo suave, lento. Eu correspondi, e fui forçando meu rosto contra o dele, fui calmamente enfiando minha língua dentro da boca dele até encontrar a sua língua. Que boca deliciosa ele tinha. Ficamos naquela dança de línguas por alguns segundo, até que fomos lentamente parando com uns selinhos. Eu olhei, e ninguém tinha visto.

Ítalo: Desculpa, eu...eu...

Eu: Calma, eu gostei. Não poderia ter sido melhor.

Ele levou as mãos ao rosto e respirou profundamente. Ele pediu pra trocar de lugar comigo. Deixei. Ele foi pra janela e eu pro corredor. Ele ficou olhando para a janela o resto todinho da viagem. Isso me deixou muito mal. O ônibus parou em Belo Horizonte algumas horas depois. Pegamos nossas coisas que estavam lá dentro, saímos e nos despedimos do motorista. Eu o ajudei a carregar a bagagem. O celular dele começou a tocar.

Ítalo: Isso! Já cheguei, estou aqui no desembarque. Uai, mas não estou te vendo. Meu pai está aqui também? - ele foi surpreendido por uma menina muito linda, cabelos castanhos enormes, usava brincos de argola, usava gloss nos lábios e um vestido muito sexy. - eles desligarm o celular e começaram a se beijar intensamente. Aquele beijo molhado, de língua, louco.

Vanessa: Ai, amor! Que saudades! -ela tinha um sotaque mais forte que ele -

Ítalo: Déniel, essa aqui é a Vanessa, minha namorada. - ele falou sem graça -

Eu: Oi, Vanessa! Prazer em conhecê-la! Vocês formam um casal lindo! - eu não sabia o que dizer, estava quase tremendo. Um mix de emoções era criado em minha cabeça. Eu queria explodir e sumir dalí -

Ítalo: Você quer ir lá pra casa ou...

Eu: Não...um...amigo...meu...vem...me...pegar...

Ítalo: Tá ok, mas se você precisar de qualquer coisa você me liga. Falou, cara.

Eu: Falou, se cuidem!

Vanessa: Tchau!

Quando eles se viraram, eu me sentei no chão da rodoviária e fiquei lá por quase uma hora. Liguei pro meu colega para ele me pegar lá.

Eu: Marcos, oi! Aqui é o Déniel. Por favor, vem me pegar aqui na rodoviária. Por favor, eu preciso...- começei a chorar igual criança no meio da rodoviária. Não consegui segurar o choro, eu tantava falar, mas nada saia da minha boca senão gemidos de dor. Estava um caco. Eu não havia dormido, não havia comido e minha alma havia sido pisoteada. Não dava pra ser pior. Por mais que eu tentasse limpar meus olhos, meu nariz, era inútil. Eu estava muito triste.

Meninos, está prestes a acontecer algo muito tenso nessa história. Não deixe de saber a loucura que eu fiz naquele dia.

Beijos, Déniel.

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Comentários

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meu que triste...o conto esta maravilhoso.10

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Caraaaaa amo teu conto... Tem romance e uma história realista (acho q é real abafa) incrível e perfeitamente balanceada... Lindo... Posta, posta, posta, posta... Mtoo vai meu 10 gato :)

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Táh mt legal!!! Toh esperando a continuação:)

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Que viadagem da boa he he he Muito bom !!! (http://contosdahora.zip.net)

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Ai que emoção! Muito bom ancioso pela continuação.

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Comecei a acompanhar sua história hoje. Começo movimentado, hein! Ansioso pelo desenrolar dos fatos! ;)

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