Um amor subconsciente
Parte 2
Sentei-me na cadeira vazia mais próxima, para melhor analisar a cena, e esperei por volta de dez minutos, até que a vadia se inclinou sobre o balcão de atendimento do McDonald’s, vazio, e dá um beijo no canto da boca do MEU Celo, e vai embora.
Meu coração se contraiu, e senti uma enorme dor ao ver aquela cena. Meu amor por ele é maior que tudo nesse mundo, e em qualquer outro, não queria perde-lo.
Levantei-me da cadeira e fui em direção a ele, iria atuar como nunca. Cheguei bem próximo a ele, que estava de costas, e sussurrei bem perto de seu ouvido esquerdo:
- Oi amorzinho – falei com minha voz mais sensual.
Ele voltou-se pra mim, levando um imenso susto, por nunca ter me visto em seu local de trabalho.
- O-o-oi bebê – ele tremia muito, e gaguejava mais ainda – O que faz aqui? Tem muito tempo que está aqui?
- Não benzinho, eu acabei de chegar. Por quê? Algum problema? – meu grande problema são as indiretas, ironias e sarcasmos.
- Nenhum, vida – ele foi me beijar, porém virei a cara – Ei, algum problema pergunto eu – reclamou, revoltado.
- Claro que não, docinho. Mas acho melhor guardar tudo pra hoje à noite.
Eu podia estar com muito ódio dele pela cena que vi, mas não resistiria nem mais um dia para perder logo minha virgindade com aquele gato.
- Por que hoje à noite, amor? Algo especial?
Eu não pude acreditar. Será que ele havia esquecido de nosso aniversário de namoro?
- Você não se lembra de que dia é hoje? – perguntei, rangendo os dentes.
- E eu deveria me lembrar? – perguntou- incrédulo – Sei lá... Quarta- feira?
Que ódio!
- Hoje é nosso aniversário de namoro, IMBECIL – gritei.
Não aguentei mais um segundo lá, e antes de sair, joguei o presente na cara dele, e pelo barulho, algo foi quebrado, e com certeza não foi o presente.
Com passos furiosos saí dali, com destino a minha casa.
Paguei ao taxista, e desci no gramado de casa já chorando; e Jonas me viu da janela de seu quarto por sermos vizinhos, e rapidamente chegou onde eu estava.
- O que aconteceu Lu? – perguntou-me.
- Me abraça, por favor! – foi somente isso que consegui falar.
Ele me puxou de encontro a seu corpo para um abraço forte, de urso. Ficamos assim por uns cinco minutos, até me soltar dele, já achando estranho, por nunca termos nos abraçados.
- Agora que está mais calmo, me fale o que aconteceu – disse calmamente.
- É difícil te falar isso Jo, mas eu... – não posso contar isso a ele, não posso acabar com nossa amizade, pensei - ... eu não posso te contar – respondi.
A expressão facial de Jonas foi de preocupação a fúria em questão de segundos, o que me causou certo medo, pois quando ele quer, sabe ser bem apavorante.
- Como assim você não pode me contar Lucas? – ele falou meu nome, ou seja, estou morto – Você e eu sempre contamos tudo um ao outro.
- Você não iria entender Jo – foi o máximo que consegui para argumentar, falando baixo, quase inaudível.
- PELO MENOS TENTE PORRA!!! – berrou.
Jonas nunca ousou gritar ou falar palavrão comigo, e isso sempre foi recíproco.
- Não dá Jonas, é sério – tentei explicar, já com muito medo.
- Quando quiser falar comigo, me procure – disse, já dando as costas, indo em direção a sua casa.
Ver Jonas entrando em casa e batendo a porta fortemente, e minha cara, foi desolador. Eu precisava dele ali, comigo, ou de alguém, mas ninguém sabia sobre mim, além do traste do Celo.
Entrei em casa e subi correndo as escadas. Tranquei-me em meu quarto e me deitei na cama, pra chorar, até dormir.
Acordei com meu quarto totalmente escuro, exceto pela luz que vinha da janela. Peguei meu celular. Já se passavam das oito da noite.
- Inferno! – praguejei.
Fui até o banheiro, tomei um banho bem relaxante, voltei ao meu quarto, ainda escuro, e me vesti.
Deitei-me na cama para pensar em Marcelo, se deveria continuar com ele ou não...
- Por que Celo? Eu te amo tanto. Por quê? Não sei mais o que fazer... E o que você estava fazendo com a vadia da Samantha? Posso até te amar incondicionalmente, mas minha raiva está se equiparando a esse amor – dizia sozinho.
Ouvi barulhos, gritos talvez.
- O que é isso? Quem está gritando? – pensei – Não... não pode ser quem eu estou pensando... É o Marcelo.
Prontamente corri para a janela central de meu quarto, era de lá que vinham os gritos, e foi lá que o pior aconteceu...
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Bom pessoal, mas uma parte do conto postada, espero que agrade.
Agradeço a todos que leram, votaram e comentaram o conto anterior, e que me fizeram melhorar o conto.
Beijos, e até o próximo...