Após ouvir o que minha mãe acabara de me perguntar, fiquei em choque, imóvel, não disse uma só palavra. Até que ela pergunta novamente.
Mãe: - Então Alberto, respondi a pergunta que te fiz.
Eu: - Quem disse isso? Disse completamente desconcertado com a sua pergunta.
Mãe: - Isso não importa agora, só quero que responda a pergunta que lhe fiz, é verdade ou não?
Eu: - Sim mãe é verdade, eu ia contar para vocês assim que voltassem de viagem, já estava decidido a fazer isso, até já tinha falado para Rafael que abriria o jogo com vocês, mas infelizmente cheguei tarde, me desculpa por não ter contado logo toda a verdade. Disse com lágrimas nos olhos e muito nervoso, temia a reação de meus pais.
Mãe: - E porque você não nos contou isso antes?
Eu: - Por medo.
Pai: - Medo?
Eu: - Sim, medo da reação de vocês.
Mãe: - Olha filho, não vou dizer que fico feliz em saber que você é gay, caso contrário estaria sendo hipocrisia de minha parte, mas você é um homem feito, responsável, e tenho a plena certeza que você sabe muito bem o que quer, não precisava esconder a verdade da gente. Eu e seu pai o apoiaríamos em qualquer circunstância. Disse ela olhando ternamente em meus olhos.
Pai: - Pois é filho, nós só ficamos chateados por que você não nos contou antes.
Eu: - Desculpa.
Pai: - Não tem o que desculpar.
Mãe: - Só me diz uma coisa, você tem certeza que é isso que você quer? Você está feliz assim?
Respondi com um sorriso: - Claro que tenho certeza mãe, e sim eu estou completamente feliz, estou me sentindo maravilhosamente bem.
Mãe: - Era isso que eu queria saber, você é nosso único filho, nós te amamos muito, e a nossa felicidade é saber que você está feliz, portanto se essa é sua felicidade, pode ter certeza que é a nossa também. Nós vamos lhe apoiar, em tudo saiba disso.
Eu: - Obrigado, não sei nem o que dizer.
Pai: - Não precisa dizer nada.
Após a conversa minha mãe me deu um beijo na testa virou-se e saiu, foi em direção ao seu quarto, mas antes que ela entrasse lhe fiz uma pergunta.
Eu: - Mãe, só me tira uma dúvida, quem contou tudo para vocês?
Mãe: - Foi seu primo André. Por quê?
Eu: - Só por curiosidade mesmo.
Ela deu um sorriso e entrou em seu quarto, eu fui em direção ao meu, me tranquei lá dentro e fiquei por horas, estava muito contente com a reação deles, foi completamente oposta a que imaginava, nunca imaginei que seriam tão complacentes. Liguei para o Rafael, precisava muito falar com ele, mas não atendeu ao telefone. Um tempo depois ela me retornou a ligação.
Rafael: - Oi meu amor, desculpa não ter atendido sua ligação, mas é que hoje o serviço está puxado, não tive como atender.
Eu: - Me desculpa você, por ter ligado na hora do seu trabalho, mas é que preciso falar com você, mas não agora pelo telefone, quero te ver mais tarde quando você sair pode ser?
Rafael: - Claro que sim, assim que largar o serviço à gente se encontra, mas onde?
Eu: - Pode ser na praça mesmo.
Rafael: - Então ok, te vejo mais tarde. Beijo te amo.
Eu: - Beijo também te amo muito.
Desliguei o celular e fui assistir um pouco de TV, estava passando o filme “Ensaio sobre a cegueira”, baseado no livro de Paulo Coelho, muito bom, aliás! Enfim quando chegou a noite, por volta de 8 horas, fui até a praça, e lá fiquei esperando pela chegada de Rafael, quando ele chegou me abraçou e me deu um selinho de leve, até que ele diz.
Rafael: - Então amor o que aconteceu?
Eu: - Eu contei tudo para os meus pais.
Rafael: - E ai o que eles disseram?
Eu: - Foi totalmente contrário ao que eu pensava, eles aceitaram numa boa e até apoiaram nosso namoro, confesso que fiquei surpreso com atitude deles, achei que fosse ser mais complicado, mas me enganei. Me sinto aliviado.
Rafael com um semblante de alegria estampado em seu rosto me abraçou e disse em meu ouvido: - Eu sabia que ia dar tudo certo.
Eu: - Nossa com você é confiante hein!
Rafael: - Não é isso, é otimismo é diferente, e mesmo que os seus pais tivessem ficado contra ao nosso namoro, você pode ter certeza que eu não te largaria de jeito nenhum, iria lutar contra qualquer obstáculo que aparecesse em nosso caminho!
Eu: - Será que eu acredito nisso?
Rafael: - Pois pode acreditar, eu nunca fui tão sincero em toda minha vida, sabe Beto, antes de te conhecer eu não imaginava me apaixonar assim por alguém, mas depois que te conheci, tudo mudou, a única coisa que eu imagino é estar ao teu lado, te dar carinho, amor, prazer, te proteger, cuidar de ti!
Eu: - Eu também te amo muito, e realmente me sinto protegido e amado quando estou contigo. Você me faz me bem, me completa.
Rafael: - Pra ficar tudo bem só falta uma coisa.
Eu; - O que?
Rafael: - A gente assumir para todos o nosso namoro.
Eu: - Por mim tudo bem, mas e você não teme o que as pessoas vão falar da gente, até porque isso vai ser um prato cheio para todos os fofoqueiros daqui.
Rafael: - Temer o que? Eles podem falar o que quiser e se vierem falar alguma coisa pra mim, eu dou o número pra eles.
Eu: - número? Que número?
Rafael: - o número do meu foda-se para a opinião deles!
Começamos a rir, como eu já disse o Rafael tem um senso de humor incrível, ele nunca perde uma piada não importando o momento. Após conversarmos nos despedimos ele estava muito cansado, tinha trabalhado muito naquele dia, demos um beijo rápido e ele saiu, eu segui em direção a minha casa quando estava na metade do caminho, escuto alguém chamando por meu nome, e para minha infelicidade era do André.
André: - Alberto espera!
Eu: - Ah não era só o que me faltava, o que você quer? Por acaso ta me seguindo agora, é isso?
André: - Não, eu não estou te seguindo.
Eu: - Não é o que está parecendo. Mas agora fala logo o que você quer, preciso ir pra casa estou cansado.
André: - Então, gostou da surpresinha hoje? Disse ele com a cara mais sínica do mundo.
Eu: - Ah então é isso. Você é muito baixo mesmo né, mas fique sabendo que sua tentativa de acabar com meu relacionamento com o Rafael, não funcionou, muito pelo contrário, só nos fortaleceu ainda mais.
André: - Pelo amor de Deus Alberto eu te amo.
Eu: - Cara eu já te disse isso, mas vou dizer novamente, me deixa em paz, eu estou super feliz com o Rafael, eu não quero nada com você, vai ser feliz, segue tua vida e deixa a minha em paz, tenho certeza que você vai encontrar alguém muito melhor do que eu.
André: - Mas eu não quero outro alguém, eu quero somente você. Ele falou em um tom de voz alterado.
Ele veio para cima de mim, me encurralou na parede, tentou me beijar, mas eu esquivei, ele segurou meu braço muito forte.
Eu: - Me solta André, eu não quero te machucar, e se você não me soltar vou ser obrigado a fazer ma cois que não quero.
André: - E o que você vai fazer?
Eu: - Isso.
Dei um chute em seus órgãos genitais, ele começou a se contorcer de dor, confesso que fiquei com pena dele, afinal um chute desses dói demais, mas infelizmente foi preciso, ele pediu para que eu fizesse aquilo. Quando me virei,para sair dali ele disse.
André: - Isso não vai ficar assim, e aquela promessa que te fiz que não deixaria você e aquele entregadorzinho de merda em paz ainda ta de pé. Ele falou ainda se contorcendo de dor.
Apenas escutei o que ele disse e continuei andando, ao chegar em casa fiquei pensando na ameaça que ele me fez, temia ele fazer alguma coisa comigo ou com Rafael, até porque tudo que ele fez era uma pequena amostra do que ele realmente era capaz de fazer.
Continua...
Bom leitores espero que tenham gostado, e quero mais uma vez agradecer ao carinho de vocês pelo meu conto e dizer que os seus comentários é peça fundamental para que eu possa continuar a escrever. Obrigado e um forte abraço.