Bem galerinha linda da CdC, esse conto pode dividir opiniões dentro do site... Não estou fazendo apologia ao paganismo nem nada do tipo, mas eu achei que seria uma ideia diferente... Além do mais, eu sou apaixonado por livros de ficção fantástica... Inspirei-me em SEREIA da Tricia Rayburn pra criar esta história...
Se vc acha que vou postar aqui coisas do tipo palavras mágicas e tal, me desculpe mas nossas visões de magia e feitiçaria divergem... Estou me baseando na cultura grega e um pouco nas doutrinas de vertentes pagãs, como a wicca e o xamanismo...
Nosso protagonista vai se colocar em difíceis situações com os deuses gregos... Vamos ter um pouco de drama tbm, pq essa é a minha marca registrada... kkkkkkkkk... Espero que se divirtam com a história... Aceito críticas e sugestões, mas mantenham a compostura porque sou "protegido por uma deusa virgem"... rsrsrsrsrs SALVE, HÉSTIA!!! \^^/ KKKKKKKK
Irei publica-los apenas aos sábados, ok? Tenho que me dividir entre família, faculdade e namorado... rs... Os interessados em conversar ou trocar ideias (ideias sobre a história, tá... eu tenho namorado! ^^ desencalhei gente!) pode me adicionar... silver.sunlight@live.com
Capítulo 01 – Pesadelo em Glimmerlock
Indescritível. Essa é a definição ideal para onde me encontrava. Eu não me lembro de ter saído de casa. Estava diante de um caminho ladeado de belas árvores. Árvores frondosas e mui assustadoras por onde pirilampos dançavam como em uma festa.
Algo naquele caminho me intrigava ao extremo. Sentia-me atraído. Como se um ímã me arrastasse. Sentia a brisa passear pelo meu corpo e com isso me dei conta de como estava vestido: uma fina e delicada roupa feita de um tecido branco muito leve e com uma capa branca do mesmo tecido. Parecia um sacerdote? Não tinha certeza da minha aparência naquele instante. Apenas percebia que minha pele ligeiramente bronzeada brilhava abaixo daquele tecido.
Comecei a dar alguns passos. Tremia. Temia. Queria sair correndo dali, mas algo arrastava. Meu corpo não me obedecia. Novidade! Ninguém nunca me obedece. Não me admirava de nem mesmo meu próprio corpo o fazer.
Já havia se passado dez minutos desde que adentrei o caminho, mas a estradinha não parecia ter fim. Os pirilampos eram meus companheiros nessa jornada e não imaginava onde isso me levaria.
Aos poucos, a estrada de terra começou a ser substituída por um caminho ornamentado com pedras polidas. Elas eram claras e as reconhecia. Na verdade, acabei reconhecendo onde estava e o que estava prestes a acontecer ao avistar as estátuas das virgens que seguravam enormes jarros dos quais dispendiam água sobre alguns canais, estes que se conectavam com um grande e misterioso tanque. Glimmerlock, o santuário da feitiçaria. Meus joelhos começaram a doer ao parar a beira das águas ao avistar a figura feminina que assombrava-me há anos.
Sua pele era alva como a neve e reluzia como se tivesse sido esculpida a partir de uma estrela. Seus olhos eram de um brilho prateado intenso como a lua cheia que era refletida no centro de Glimmerlock. Envolvida em vestes magníficas de seda negra adornada com pequenos cristais estava a senhora da noite, Nyx.
“Faz muito tempo, minha criança. Estava com saudade de ver o brilho dos seus olhos.”
Sua voz doce e firme ecoava ao meu redor, porém seus lábios sequer se mexiam. Fui acometido por um forte arrepio.
“Não há mais tempo, minha criança! Corra! Ela está aqui!”
Os galhos das árvores começaram a ser agitados pelo forte vento que pairou sobre Glimmerlock. Comecei a ouvir ganidos e latidos. Era ela. Eles estavam atrás de mim. A sensação de perigo foi suficiente para libertar-me da dor. Disparei a correr pelo caminho por onde havia vindo.
Voltei para o tanque e percebi que vários cães caçadores saltavam da mata para a estrada e vinham em minha direção a toda velocidade. Era difícil correr com tanto tecido ao meu redor e os cães começaram a me alcançar.
Eles rasgaram minha capa deixando-me apenas com as finas roupas que estava por baixo da mesma. Continuei correndo, mas em vão. Os cães me alcançaram e começaram a encurralar-me próximo a uma pedra. Um deles avançou sobre meu pescoço e, na tentativa de defender-me do ataque, acabei permitindo que ele ferisse meu braço. Neste instante, um uivo estrondoso paralisou meu coração. Minha respiração diminui como se eu fosse morrer asfixiado. Não conseguia me mexer e, se pudesse, não permitiria que meu sangue saísse do meu braço.
Com muito medo e angústia consegui olhar para trás, fitando a pedra sobre a qual ela estava. Imponente, assustadora, poderosa e acompanhada de seu fiel cão, Hécate estava sobre a rocha.
“Nós temos contas a acertar meu jovem. Sua família será destruída, mas você é o único que pode evitar essa tragédia. Sirva-me e terás a liberdade que quiser.”
O eco de sua voz era mais cortante e assustador que os fortes e gélidos ventos árticos. Eu comecei a sentir que meu sangue parava de circular. Uma forte dor começou a perfurar meu peito. Meu coração! Meu coração está parando!
_ Não!- Gritei com o resto de minhas forças.
Senti meu corpo chocar-se com o chão do meu quarto e percebi que tudo aquilo não passou de um sonho. Mas eu sabia que não era bem assim. Ela estava atrás de mim e eu precisava me defender.
Perdoem-me minha falta de educação. Preciso apresentar-me. Chamo-me Mallack Montaigne e sou descendente de gregos. A história da minha família é um tanto quanto conturbada. A família do meu pai, Argus, era devota à deusa Hécate. Porém, a família de minha mãe, Anfíate, era devota a Nyx. Quando nasci houve uma grande contenda entre os parentes. Uns queriam que eu servisse a Hécate, enquanto outros queriam que eu servisse a Nyx.
Em meio a toda confusão, minha avó materna, Amber, tomou-me do meio da confusão e consagrou-me a Nyx, fato que gerou um problema que perdura até os dias atuais. Mas o que havia sido feito, não poderia ser desfeito. Pelo menos era o que eu pensava. Esqueça tudo o que você acredita a cerca de bruxaria, pois garanto que nada do que os contos de fadas conta chega perto do que minha família faz.
Exatamente isso o que eu disse: minha família é composta por mestres em magia negra e rituais antigos. Esse é o meu maior problema, pois meu avô paterno amaldiçoou-me devido a atitude de minha avó. Eu, componente inocente em toda a história, sou acometido desses sonhos perturbadores desde que me entendo por gente.
Não consegui dormir e nem tive tempo, pois já eram 6:40 da manhã e eu precisava estar na empresa onde sou estagiário às 7:30. Arrumei-me o mais rápido que pude, mas antes fui me despedir de minha avó. Meus pais faleceram há dois anos e, desde então, eu moro com minha avó materna. Passei em seu quarto para ver como ela estava.
_ Bom dia, dorminhoca! Hora de se levantar! – disse enquanto acariciava sua cabeça.
_ Eu não acredito que você está tendo a ousadia de acordar a sua própria avó a uma hora dessas? – responde-me ela de forma ácida.
_ A senhora precisa tomar o seu remédio da pressão. Deixe de fazer corpo mole. Não foi a senhora que me treinou dizendo que nunca deveria fazer corpo mole?- rebati.
_ Tudo bem! Me convenceu! Vá trabalhar imediatamente!- ordenou ele enquanto pegava seu remédio e um copo de água.
Cheguei à empresa com um pouco de tempo de sobra e decidir ir à cantina para comer algo. Estava com fome. Tamanha foi minha surpresa ao me deparar com o John tomando café da manhã na empresa.
_ Você chegando cedo? Acho que vai chover!- disparou ele com um largo sorriso no rosto.
_ Poupe-me de suas gracinhas! Não estou com humor para isso. - respondi com um ar de superioridade.
_ Você soube da festa da empresa?- perguntou levando um copo de café à boca.
_ Sim, mas não pretendo ir. Não gosto de festas e minha avó não pode ficar sozinha.- disse sacudindo minha cabeça sentindo uma leve tontura.
_ Vamos! Vai ser divertido. É uma festa a fantasia. Eu passo na sua casa e te pego.- Disse ele fazendo uma carinha apelativa.
_ Você me convenceu. Agora deixe-me comer algo!- Disse pegando uma bolacha.
Continuamos a conversar amenidades até que chegou o horário do nosso expediente. Trabalhei o dia todo com uma leve dor de cabeça. Os sonhos são sempre muito intensos. Acabei meu horário, fui a algumas lojas para montar uma fantasia e consegui comprar tudo o que eu queria. Cheguei a minha casa, conversei com minha avó, arrumei-me e parti para a faculdade. Acabei cochilando as duas últimas aulas, pois o dia tinha sido um tanto estressante.
Aquela noite tive o mesmo pesadelo. Acordei na manhã seguinte com uma dor de cabeça bem forte, mas ela sempre passava quando eu conversava com minha avó. Trabalhei normalmente, retornei a minha casa e fui me arrumar.
A minha fantasia foi uma idealização minha: dark angel. Comprei uma bermuda curta de alfaiataria na cor preta. Ela marcava muito bem as minhas pernas. Coloquei algumas correntes prateadas penduradas nela para dar um ar “agressivo”. Uma camisa branca de manga curta com alguns detalhes pretos. Decidi colocar uma faixa abdominal preta para marcar bem as minhas curvas. Luvas pretas com detalhes metalizados e um par de tênis preto. Estava infantil, inocente e incrivelmente diferente. Aquilo que vi no espelho não era a minha definição de sexy.
John chegou e deu uma buzinada como alerta. Estava saindo e decidi falar com a minha avó.
_ Vovó, pedi a Anastacia que fique com a senhora! Prometo que volto cedo!- Disse fazendo uma expressão de realização.
_ Ela está atrás de você. As suas roupas provam isso. Tenha cuidado!- Disse ela com um ar de preocupação.
_ Acalme-se, por favor. Vai dar tudo certo! Confie em mim!- Disse em um tom otimista, mas completamente assustado em meu interior.
_ Espero que esteja certo disso. Tenha cuidado! Lembre-se dos seus votos!- Advertiu-me antes de eu sair pela porta dirigindo-me ao carro de John.
_ Você está incrível! Então é por isso que usa roupas tão largas?- Disse-me John em tom de deboche na última frase.
_ Deixe de idiotices e vamos logo antes que eu desista!- Disse tentando livrar-me de meus pensamentos promíscuos a respeito dele e adentrando o carro.