A HISTÓRIA DE NÓS TRÊS - 05X18 - "Sonho meu"

Um conto erótico de My Way
Categoria: Homossexual
Contém 2214 palavras
Data: 08/02/2013 03:21:13

Com todas as provas em mãos, Larissa ligou para uma amiga especialista em casos de homofobia. Afinal, Duarte já era maior de idade e não deveria acatar nenhum tipo de punição. Ainda mais em uma clinica clandestina. Eles deveriam aguardar mais alguns dias até a advogada tomar uma decisão. No meio tempo, Duarte tentou conquistar a confiança de Phelip.

- Lembra aquele dia em que nós fomos à praia e você me deu esse colar? – perguntou o jovem mostrando o objeto para o meu irmão.

- Sim... lembro sim. Fiquei nervoso nesse dia. – confessou Phelip sem olhar nos olhos de Duarte.

- Nossa. Poderia apenas olhar para mim. – falou Duarte exigindo atenção.

- Olha cara... eu não queria ser grosso com você, mas serei obrigado... não temos mais nada... você me abandonou, me deixou sozinho... eu nunca teria feito o mesmo por você... eu te amava... te amava mesmo... pensei até em casamento...

- Eu entendo... pode me odiar, mas eu ainda te amo. – garantiu Duarte.

- Não quero conversar sobre isso...

- Eu estou de volta... vamos ficar bem... – ele disse se aproximando.

- Não me toca... nada está bem... – disse meu irmão se apoiando no armário. – Dói... até hoje dói... você fez a sua escolha... eu chorei por dias... fiz coisas que não queria para tentar te esquecer, mas Deus colocou o Ezequias no meu caminho...

- Nos conhecemos a mais tempo...

- Isso não significa nada... o Ezequias me ajudou... eu finalmente me encontrei... aceitei quem eu sou... não sou bissexual... sou gay... e eu amo isso... eu amo a força que ela me dá. Sempre estive indeciso, mas... tudo mudou... as coisas mudam... nós mudamos... aceitei. – falou Phelip saindo do quarto aos prantos.

Sim... Phelip estava decidido, nada poderia mudar sua opinião a respeito de Ezequias. Já a minha indecisão me matava. Eu não amava Rogério, mas também não queria magoar os sentimentos dele, não foi igual ao caso com o Vinícius. Naquela manhã eu finalmente consegui, dei alguns passos sozinhos. Sem a ajuda de ninguém. Lágrimas escorreram dos meus olhos, de repente todo esforço pareceu ser dissipado, um peso retirado dos meus ombros.

- Você é incrível Pedro... você é incrível... – falou Rogério me abraçando.

- Graças a Deus... estou conseguindo. – falei olhando para os olhos de Rogério.

Foi inevitável. Rogério se aproximou e me beijou. O pior de tudo... não o empurrei ou protestei. Ficamos nos beijando por alguns minutos até que eu caí em mim.

- Eu não posso... – falei me sentando no chão, ainda não acreditando que havia andando.

- Me perdoa... pelo amor de Deus... a culpa foi minha... eu só faço merda. – ele disse sentando ao meu lado.

- Afinal... qual é a tua? – perguntei olhando pra ele.

- Eu gosto de você, eu gosto. – ele disse colocando a cabeça entre as pernas.

Pensei em dizer algo, mas infelizmente as palavras não saíram. Estávamos de mãos atadas e infelizmente (ou felizmente) eu não tinha vontade de beija-lo. O que me consolava era a melhora no meu desenvolvimento. Há meses que eu não conseguia sentir as minhas pernas... aquilo era um sonho para mim.

Faltava apenas um mês para o casamento da minha irmã e as desavenças entre ela e minha mãe continuavam. Apesar de sermos de uma família boa, Priscila negava-se a ser extravagante.

- Casamento idiota... se eu soubesse disso. O que é isso? Creme Brule? Caviar? – perguntou ela olhando para a lista.

- Calma Pri... não se estressa. Sabe que a dona Paula quer o seu bem. – tentou remediar Luciana.

- Não... olha só... olha o preço deste vestido...

- Nossa... é caro mesmo...

- Tanta gente passando fome no mundo... filhos sem pais... crianças nas drogas...

- Priscila, todos sabemos que você não é uma pessoa fútil, mas a tua mãe quer um casamento lindo. – falou Luciana pegando os catálogos de vestidos.

-Eu sei, mas ela quer gastar muito dinheiro. E eu quero algo mais simples. – disse Priscila sentando no sofá igual uma criança.

- Olá meninas! – falou minha mãe entrando toda animada.

- Oiii.... – falaram as duas em coro.

- Luciana... Priscila... olhem essas flores que eu encomendei dos Estados Unidos... – ela disse mostrando uma foto no tablet.

No orfanato, Bernardo, Judith e DJ pensavam em um plano para ajudar Daniele. Sem muitas ideias, eles sentaram no pátio da instituição enquanto as outras crianças brincavam.

- E se a gente fosse direito... tipo... somos amigos dela e queremos conversar... – disse Bernardo.

- Pode funcionar, mas lembra do rosto do pai dela? Deus me livre ver aquele homem de novo. – destacou Judi colocando a cabeça no ombro de Bernardo.

- É complicado. – ponderou Bernardo suspirando forte.

- Quatro dias presa deve ser difícil. Eu não conseguiria. – ressaltou DJ levantando e ficando em frente ao casal. – E se... a gente sequestrasse a Daniele... e levássemos ela para a casa abandonada?

- É uma opção. – disse Bernardo.

- Uma bem perigosa, mas que pode funcionar.

- É o seguinte... – falou Bernardo aproximando DJ e Jutih.

Eles fariam de tudo para ajudar aos amigos. Afinal, a regra deles era “Um por todos e todos por um”. Na mesma noite os três partiram em direção a casa de Daniele. Pegaram uma escada e subiram até o quarto da jovem. Judith bateu e meio sonolenta Daniele levantou e abriu.

- Louca... o que você está fazendo aqui? – perguntou Daniele assustada.

- Vamos te salvar. – falou Judith. – Pegue algumas roupas.

- Roupas? Eu... – disse Daniele em total confusão, querendo entender o plano dos amigos.

- Dani... não temos tempo para explicar exatamente o que queremos fazer, mas confie em nós... vai dar certo. – falou Bernardo se aproximando e apertando os ombros da menina.

- Ok. – ela disse ajudando Judi com as roupas.

- Temos pouco tempo... vai já amanhecer. – Falou Bernardo.

Eles desceram pela escada e sumiram na noite. Na verdade andaram poucos metros até a casa abandonada. No local, vestígios lembravam a passagem dos órfãos. Judi pegou alguns desenhos e mostrou a Bernardo.

- Eu sei que vocês pensa, mas meus pais não são monstros... eles apenas... eles... – falou Daniele aos prantos.

- Ei, tudo bem... – disse Judith sentando-se ao lado da menina. – O importante é deixar você e o Ezequias em segurança.

- E o meu irmão, o Phelip conseguiu falar com ele? – perguntou ela.

- Ainda não, mas eles descobriram a tal clinica e vão tirar ele de lá. – falou Bernardo olhando atentamente através da janela.

- Espero que sim... eu e o Ezequias somos oprimidos, eles pensam que fazem bem... – ela disse chorando.

- Vai ficar tudo bem... você vai dormir aqui... traremos comida e diversão para você. – disse Judith.

- Obrigada. Muito obrigada. – falou Daniele chorando.

Em casa praticava os meus passos escondido, pois, não queria fazer uma surpresa para toda a minha família. O meu esforço e dedicação estavam mostrando pela primeira vez resultado. Jamais imaginaria que fosse possível deveria agradecer ao Rogério, mas estava bastante confuso quanto aos meus sentimentos por ele. Será possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?

Durante o meu passeio pelo quarto lembrei do meu irmão Paulo. Havia seis anos que eu não o via pessoalmente. Há muitos anos atrás, ele me ensinou a andar de bicicleta. Lembro que eu tinha seis anos, meus pais me compraram aquelas bikes com rodinhas traseiras.

- Você é um bobão. – falou Paulo me fazendo chorar.

- Eu não sou...

- Bobão... bobão... bobão...

- Não sou. – falei o empurrando.

- Ei... não fica chateado... se quiser eu te ensino. – ele falou ficando atrás de mim.

- Não quero. – falei limpando as lágrimas.

- Para de ser chato, eu tava brincando e outra se a mãe ver que eu te fiz chorar ela vai me dar uma bronca.

- MANNHEEEEEEE... O PAULOOOOO.... – gritei enquanto o meu irmão tapava a minha boca.

- Ei... quer que eu apanhe... deixa de coisa... vou tirar as tuas rodinhas e ensinar você.

- Tá... seu chato... se eu cair... a mamãe vai... vai...

- Eu sei, sei. – ele disse praticamente arrancando as rodinhas.

Depois de muitas quedas e três machucados queria desistir. Meu irmão me forçou a continuar. Ele dizia muitas palavras de apoio, mas também me pressionava bastante. Depois de muito pelejar conseguir andar meus primeiros metros sem a rodinha traseira. Celebramos juntos aquele vitória, mas infelizmente meu irmão Paulo não estava ali... para celebrar aquela.

- Muito bem Pedro... você precisa se concentrar... – falei me sentando na cama.

Consegui o impensável. Queria fazer uma surpresa para a minha família e já sabia até aonde ela iria acontecer. Peguei o celular e liguei para o Rogério, pois, precisava de uma vez por todas resolver as minhas pendências com ele.

Decidi encontrar Rogério em um lugar público, afinal seria melhor para conversamos. Ele parecia abatido... no fundo queria muito abraçar ele e falar que tudo ficaria bem, mas não conseguia. Ficamos em silêncio por um bom tempo.

- Pedro... eu... eu quero pedir desculpas. – ele disse aparentemente envergonhado.

- Tudo bem... olha... eu não sei o que falar...

- Eu fui um idiota... pensei em mim... você tem uma família maravilhosa..

- Rogério... preciso de você... afinal você fez tudo por mim... eu consegui andar por sua causa... estou sentindo minhas pernas novamente. – falei com lágrimas em meus olhos.

- Pedro... – ele disse me abraçando fortemente. – Desculpa... eu sei que você não me ama, mas quero ser teu amigo.

- E vamos ser... aquele beijo não mudou nada... eu tenho um carinho enorme por você, mas é um sentimento de irmão... existe apenas um homem que eu amo... e ele é o Mauricio.

- Parecemos dois idiotas chorando. – ele disse rindo.

- Ei... não se preocupa... somos bons idiotas. – falei chorando e rindo ao mesmo tempo.

- Quer dar uma volta aqui na praça? – ele me perguntou levantando e me estendendo a mão. – Mas, dessa vez... realmente andando.

- Claro... meu amigo. – falei me levantando.

Naquela tarde uma forte chuva caiu. Ezequias e seus companheiros do Centro eram obrigados a trabalhar. Durante várias horas os jovens desmatavam ou limpavam algo.

- E a gente não come não? – perguntou Ezequias para um rapaz.

- Comer? Se chama engolir aquela gororoba de comida.... comer...

- Ei! – gritou um guarda. – Então não gostam da comida daqui né? – ele perguntou.

- Não senhor... eu não disse nada. – falou o jovem, levando um soco do guarda.

- Só por causa disso não irão comer nada hoje!! – ele gritou.

- Mas... – tentou protestar Ezequias, sem sucesso.

- Vou avisar ao diretor. – disse o guarda se retirando.

- Idiota. – falou Ezequias levantando seu colega.

- Eu to acostumado. – falou o jovem limpando o sangue da boca. – Nossa agora tá frio. Odeio esse clima frio.

- Precisamos sair daqui. – falou Ezequias.

- Precisamos é terminar... tenho certeza que amanhã estaremos gripados e outra... aqui eles não cuidam da gente... meu pai é um louco... me internar num lugar desses. – falou o jovem.

Mauricio e Larissa encontraram com uma advogada. Juntos eles poderiam dar um fim ao pesadelo de Ezequias.

- É um caso delicado, mas se o jovem é maior de idade ele pode escolher o que quer. – falou a advogada.

- Bem. Podemos ir o quanto antes? – perguntou Mauricio.

- Sim. – afirmou a mulher pegando alguns papeis em sua pasta.

- Que bom. – disse Larissa.

- O juiz viu as provas que vocês mandaram e pediu até a fiscalização da tal clinica. – falou a advogada.

- Preciso ligar para o Phelip. – falou Mauricio se afastando.

Judith e Bernardo levaram a janta de Daniele. Eles fizeram o lugar parecer um lar. A jovem chorou um pouco e demonstrou preocupação.

- O Ezequias é muito fraco... tenho medo de que algo possa acontecer a ele. – falou Daniele.

- Não se preocupa... o Mauricio e a Larissa estão dando um jeito. – disse Bernardo pegando nas costas de Daniele.

- O papai vai dar um jeito nisso. – afirmou Judith.

- E eu fui uma idiota com os seus pais... sua família... mais preconceituosa que os meus pais... – ela disse chorando.

- Ei... para de bobagem... vai dar tudo certo... – falou Judith abraçando a jovem.

- E se os meus pais me pegarem e tentarem me prender também... ainda sou de menor... eu... eu...

- Vai ficar tudo bem... estamos contigo nessa. – disse Bernardo passando segurança para a amiga.

Ezequias não sabia mais quanto aguentaria. Estava esgotado, com poucos dias na clinica, ele não se reconhecia mais no espelho. Era obrigado a trabalhar muito e comer pouco.

- Vamos garoto! – gritou um homem empurrando Ezequias para o quarto.

- Espere... e... e... a janta? – ele perguntou.

- Janta?! – perguntou o homem soltando um riso alto. – Você não está em hotel cinco estrelas garoto... vai descansar que daqui a pouco tem mais trabalho.

Ezequias desabou no chão e começou a chorar. Onde ele estava? Que tipo de pessoas eram aquelas? Seria um castigo de Deus? Muitas perguntas passavam pela cabeça do jovem, mas a principal era... será que ele não vem atrás de mim? Ezequias se encolheu na cama e tentou não pensar na fome... ele fechou os olhos e imaginou... se imaginou distante daquele lugar... longe daquelas correntes.

- Eu to aqui. – disse Phelip vestindo um elegante smoking.

- Mas... os... os guardas vão te prender... você precisa sair daqui. – pediu Ezequias com lágrimas nos olhos.

- Eles estão dormindo... e outra... eu estou aqui... por você. – disse o jovem levantando o namorado da cama.

- Eu te amo. – disse Ezequias abraçando Phelip.

Sim... às vezes o nosso único recurso é o sonho, mas ele pode trazer uma amarga lembrança de uma vida que talvez não nos pertença...

Gente, infelizmente o conto está chegando ao fim... ao final dele farei uma revelação para todos vocês... e uma surpresa também. Se vocês realmente gostaram... deixe seu comentário e a nota... beijos... bom Carnaval para todos!

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Comentários

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ai que pena, que vai acabar, amo essa história

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Olá My Way,acompanho o seu conto desde o primeiro capítulo,mas só agora pude comentar(antes tarde do que nunca né rsrsr?).Só tenho elogios a você,sua família,sua história e a sua forma de contar a história,pois,ela em NENHUM momento se quer ficou chata ou algo do tipo,ao contrário,a cada capítulo,ela fica mais e mais emocionante e nos prende mais e mais também.Sua história esta entre as minhas 5 preferidas aqui da Casa dos Contos.Parabéns!!!!!!Nota 10000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

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Eu sei que é a primeira vez que eu comento em seu conto. Porém quero dizer que o seu conto foi o único que me fez chorar, rir e me apaixonar pela sua história em menos de uma hora de leitura. Parabéns pelo conto e continue com seu método achei perfeito!

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esta demais como sempre nota: 10000000000000000000000000000000000000000000000000000000

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Infelizmente peguei seu conto na reta final, mas é muito bom, parabéns. 10 Continue logo!

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Você me prometeu que teria até a sétima temporada, hein? O conto está ótimo e espero o próximo capitulo. Abraços, muitos abraços amigo, mesmo chato as vezes, mas te adoro do mesmo jeito! Rsrsrsrs. E gostaria de ver outro capitulo antes do fim do carnaval, acha possível?

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Ah não acredito que o conto esta acabando #Triste.

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Esse casamento promete né? Nota 10, parabéns!

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to que nem a frannh, minhas unhas não vão sobreviver rsrsrs

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estou curiosa quando a revelaçao e a surpresa

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nossa maravilhoso, nao demore par cont esta super emocionante ,e qual sera essa revelação,menino nao faça uma revelação bombástica, olha eu ainda tenho que fazer estoque de lenços de papel para as emoções finais... nota 10

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Tadinho do Ezequias tomara que o Philip salve ele logo, to ancioso pela continuacão adoreii.

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Tadinho do Ezequias tomara que o Philip salve ele logo, to ancioso pela continuacão adoreii.

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