O Irmão,o Príncipe e o Cavaleiro das Trevas. Cap. 8

Um conto erótico de Daniel 02
Categoria: Homossexual
Contém 1819 palavras
Data: 12/02/2013 20:44:24

CAPITULO 8

Dormi profundamente, ainda em êxtase pelo que havia acontecido. Mas o despertador do celular não falhou, as cinco ele tocou fazendo-nos acordar de imediato, mesmo contra nossa vontade. Levantei a cabeça abrindo os olhos, depois mergulhei meu rosto no peito de Bernardo de novo e dei um beijo percebendo-o já acordado. Ele beijou minha cabeça e nos demos bom dia.

- É melhor eu ir antes que seu pai me dê um tiro. – Disse ele rindo, e me abraçou forte.

- É melhor mesmo. – Sorri também e retribuí o abraço. Por mim eu ficaria ali entrelaçado pelos seus braços musculosos até o fim da vida, mas não podia. Em pouco tempo teria que estar pronto pra ir pro colégio. Bernardo me soltou e se levantou pra ir se vestir, sentei na cama e fiquei o observando, enquanto também relembrava tudo que havia acontecido. Eu não era mais virgem, tinha me entregado a ele, pois o amava. E principalmente porquê estava certo de que ele também me amava.

Depois nos despedimos com alguns beijos não muito demorados, e abraços carinhosos, e então fui leva-lo até a porta. Fomos em silêncio, tomando muito cuidado. O dia ainda não havia amanhecido, e não havia ninguém na rua. Bernardo me roubou um beijo na porta da minha casa, foi rápido, mas o bastante pra me fazer sentir uma descarga de adrenalina no meu corpo inteiro, ansiedade e nervosismo devido ao risco daquela atitude. E ai ele foi embora, entrou no carro e saiu.

Voltei pro meu quarto, abri a sacada e me curvei apoiando-me no blindex. Fiquei pensando em tudo, em como eu parecia mudado, no quanto eu tinha esquecido certas coisas. Nem pras minhas amigas eu tinha dado mais tanta atenção. Mas devia ser assim mesmo, início de namoro. Eu torcia pra que tudo aquilo valesse apena. Me perguntava se estava sendo bobo, imaturo, infantil... Pela primeira vez eu não estava conseguindo manipular a situação, não estava no controle de tudo, estava a mercê. Mas o importante era que me sentia bem. Quando dei por mim, o dia já havia amanhecido, entrei no quarto e fui para o banho.

Me vesti como sempre, e escolhi um casaco, e passei um pó no rosto pra ficar mais bonito. Afinal eu queria que uma certa pessoa sempre me visse bem. Desci para tomar café da manhã e meu pai já estava sentado, logo Rafa chegou também. Nos demos bom dia, tomamos café normalmente e saímos, meu pai como sempre foi nos deixar na escola e não aparentava ter percebido nada.

A aula transcorreu normalmente, eu ficava divido entre prestar atenção e responder as mensagens do Bernardo, trocávamos apenas sms bobos, não falávamos nada de realmente objetivo, importante.

Me chatiei apenas quando ele contou que a tarde não poderia me ver porquê tinha judô e um compromisso com o seu pai, depois perguntou se a galera do cursinho tinha me chamado pra umas festa que iriam fazer ainda naquela dia na casa de uma das meninas que estudavam com eles, mas eu respondi que não, geralmente eles não chamavam gente do terceiro ano. Então provavelmente eu só o veria de madrugada de novo, e teríamos pouco tempo pra aproveitar, mas tudo bem. Não reclamei, fazer o possessivo logo no inicio definitivamente não seria nada bom pra mim, e nem ao menos combinava comigo.

Resolvi marcar de estudar com Matheus naquele dia, aproveitando que não teria nada pra fazer naquela tarde. No recreio eu o procurei por um tempo e logo o achei, ele estava no pátio da escola sentado em um banco com alguns outros garotos da sala dele, mas estava com fone de ouvido e apesar de não parecer estar fazendo pouco deles, também não aparentava estar interessado na conversa. Que garoto mais confuso. Me aproximei e parei, cumprimentei os garotos que a muito tempo eu já conhecia e então olhei nos olhos dele, ele percebeu que queria falar com ele e tirou os fones de ouvido. Mas ficou calado. Ótimo, foi mal educado mas pelo menos não havia me ignorado.

- Duas da tarde na biblioteca?Você pode?- Eu disse.

- Tudo bem – Disse ele enquanto me olhava com seu sorriso cínico nos lábios.

- Não se atrase – Dei as costas e saí. Ele eras irritante, mas eu podia ser mais, pensei. No fim do recreio voltei pra sala de aula e assisti as ultimas aulas. Quando o sinal de aviso pra ir embora tocou fui pra frente da escola me juntar ao Rafa pra esperar o meu pai. Quando ele chegou, entrei no carro e nos cumprimentamos com um abraço carinhoso, meu pai nunca havia parado de me tratar como criança. Almoçamos em um restaurante em um bairro próximo ao colégio, e quando chegamos em casa só tive tempo pra me arrumar novamente e voltar ao colégio pra monitoria com o Matheus.

Rafa foi me levar e eu cheguei alguns minutos antes das duas, mas dessa vez Matheus já estava lá. Fiquei surpreso. Pontualidade? Isso não era algo que combinava com ele, pensei, apesar de o conhecer muito pouco.

- Oi Matheus – Cumprimentei assim que cheguei. Nossa, ele tava lindo, polo branca coladinha no corpo musculoso dele, contrastando com sua pele dourada, uma bermuda de tactel amarelo, curta e com elástico e um tênis com esporte. Depois Dalí ele devia ir pra academia, ou algo do tipo, pensei. Ele percebeu como eu o havia olhado, da cabeça aos pés.

- Oi Daniel, senta aí. Vai ficar de pé?- Disse ele com aquele sorriso de sempre. Um sorriso de garoto safado, de um garoto que parecia saber quando alguém o achava bonito. Ele também me olhava, sorri. Nem tanto pra retribuir sua expressão, mas por não estar entendendo a situação, não era um flerte, mas era estranho. Voltei a sentir uma pontada de irritação, sem duvida aquele garoto conseguia influenciar meu estado de espírito e eu não gostava nem um pouco disso. Sentei e abri meu caderno.

- Então, hoje pensei em vermos seu conteúdo de física. – disse eu olhando pra ele. Ele assentiu, abriu o livro de física e me mostrou o conteúdo. A tarde transcorreu normalmente, as vezes trocávamos alguns olhares estranhos, mas tínhamos os dois levantado bandeira branca. Apesar disso, Matheus continuava a resolver os problemas com outros raciocínios alheios aos meus , e por incrível que pareça ele acertava sempre. Em uma questão em especial de mecânica, eu o avisei que se ele não fizesse da forma que eu havia ensinado, ele erraria, mas é claro que ele ignorou. Respondeu do jeito certo e encontrou o resultado, olhou pra mim com uma expressão desafiadora e acabamos caindo na gargalhada. Percebi que não havia mais uma barra de gelo entre agente. Ele até começara a parecer legal. Mas isso não queria dizer que não conseguia mais me deixar confuso e irritado em muito pouco tempo.

As horas passaram rápido, e quando o relógio marcou quatro e meia da tarde resolvemos encerrar a monitoria.Conversamos um pouco sobre o colégio e ele me disse que gostava de estar estudando lá, apesar de que achava a galera meio fútil, infantil... Devia pensar isso de mim também, imaginei. E era o que dava a pensar quando ele havia falo aquilo, pois eu fazia parte da galera, e ele não parecia se importar em me dizer aquilo. Falava com naturalidade, sem ter medo de ofender.

Nós nos despedimos, ele disse que ia ao banheiro e eu segui para o pátio enfrente a escola, enquanto tentava falar com meu pai ou Rafa, pra um dos dois me buscar. Ótimo, nem um dos dois me atendia, e pelo que parecia eu ter que ficar esperando por mais um tempo. Voltei o meu olhar para a saída da escola e vi Matheus passando por ela, seu cabelo parecia brilhar quando ele saia ao sol. Ele usava um óculos escuro Wayfer, que lhe dava um ar bem estiloso, eu tinha que confessar, ele era maravilhoso, e se não fosse tão insuportável, eu até poderia estar me sentindo atraído, pensei. Quando me dei por mim ele já havia se aproximado, e perguntou:

- Com quem você vai embora?

- Bom to tentando falar com meu pai ou com meu irmão, mas nem um dos dois atende.

- Eu to de carro, se precisar eu posso te levar em casa. – Seu tom era de cavalheirismo. Estranhei. Alô? Matheus? É você mesmo? Pensei e senti vontade de rir. Mas não sabia se deveria aceitar.

- Ah não sei Matheus, o condomínio que eu moro não é pertinho, não quero dar trabalho. – Disse a ele.

- Para de besteira Daniel, vamos. – Virou, me dando as costas e seguiu para os estacionamento sem me deixar dar mais argumentos. Dei de ombros, eu não queria esperar mesmo, e se ele insistia tanto... Deveria estar arrependido de ter sido tão grosso antes.

Logo achamos seu carro, uma Triton preta, entramos e seguimos caminho, Bernardo começou a me passar mensagens e eu a responder, fiquei distraído, e ria às vezes das bobagens que falávamos. Em um dado momento percebi que Matheus estava rindo enquanto dirigia.

- O que foi? – Perguntei com curiosidade achando que era algo na rua.

- Nada. Só to rindo dessa cara de retardado que você tá fazendo. Com quem você tá falando? – Dizia ele ainda dando risadinhas contidas e irônicas. Olhei pra ele incrédulo me perguntando porquê ele tinha que ser tão grosso as vezes.

- Nossa, você é estranho. Primeiro você é simpático, depois volta a ser ogro. Qual teu problema garoto? – Disse eu olhando sério pra ele, não estava com raiva, eu apenas não conseguia entender a situação.

- Desculpa, mas é que sei lá. Tava engraçado, fofo.. sua expressão. Sei lá. Bom, não quis te ofender não Daniel.

- E peraí, como você sabe aonde eu moro? – Quando dei por mim já tínhamos entrado no condomínio, e já estávamos na minha rua, lembrei que não havia lhe dito onde eu morava, por ter ficado distraído com o celular.

- Sou seu vizinho Daniel.- Disse ele quando parou enfrente a minha casa. Ele apontou pra uma casa branca e moderna que ficava quase enfrente a minha e disse – Moro alí. Descobri que essa e sua casa, alguns dias atrás. Meu cachorro havia fugido e fui busca-lo na porta de casa de madrugada daí te vi se despedindo daquele garoto do pré vestibular... Breno, Bernardo... Bernardo o nome dele né?

Fiquei estupefato com a situação. O que Matheus vira? O que tinha concluído? Minhas despedidas com Bernardo eram discretas, mas podia-se concluir muitas coisas a partir delas, principalmente porquê sempre eram na madrugada, e eu sempre de pijama.

- É, Bernardo. Valeu mesmo pela carona Matheus, até mais. Depois marcamos outra monitoria.

Saí do carro e percebi que Matheus ria baixo. Dei as costas e entrei dentro de casa sem mais nada ouvir. Estava nervoso com a situação, e nem queria imaginar a reação de Bernardo ao saber que alguém do colégio podia estar desconfiando sobre algo.

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Comentários

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Nossa, surpreendente. Eu acho que você fica com o Matheus.

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GOSTO DO CONTO,PENA Q VC DEMORA A POSTAR,E QUANDO ISSO ACONTECE SOU "OBRIGADA" A RELER O ANTERIOR PARA RELEMBRAR ONDE VC PAROU.N Q ISSO SEJA UM SACRIFÍCIO,MAS É TÃO BOM QUANDO O AUTOR É ASSÍDUO E VC ENTRA NO SITE E ANCONTRA A ATUALIZAÇÃO.CONTO C A SUA COLABORAÇÃO RRSSSS.

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Vai dar o cu pro Matheus... Dá logo...

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