Bem, continuando o conto! XD
Um recado: quem não gosta dos meus contos, simplesmente pare de acompanhar! Ta enchendo o saco já ouvir um certo cidadão reclamando de todo conto que eu posto.
Na hora que o Rafael disse aquilo pro Léo, eu fiquei meio sem entender. O Rafa e eu já tínhamos nos tornado tão amigos que eu não consegui pensar em nada naquela hora.
Felipe: Vocês já se conhecem?
Lucas: Estamos indo, tá?
O Lucas e o Gustavo se despediram e foram embora. Ficamos só nós três ali.
Léo: O que você tá fazendo aqui?
Ambos continuavam sérios.
Rafael: Parece que to estudando. Aqui é uma escola, sabia?
Léo: Você entendeu o que eu quis dizer.
Rafael: Eu me mudei pra cá com meu pai depois que ele se divorciou da minha mãe.
Léo: Seus pais se divorciaram?
Rafael: Um bocado de coisa aconteceu depois que você terminou comigo.
Só nessa hora eu entendi. Cara, fiquei com raiva, quis bater a cabeça no poste.
Felipe: Será que não é melhor a gente conversar em outro lugar? Vocês dois estão chamando atenção já.
O Léo deu uma olhada em volta e viu que realmente alguns alunos da minha escola estavam olhando pros dois. Ele deve ter achado que tinham ouvido a conversa. Mas eu sabia que o motivo era outro. Simplesmente por serem dois alunos de escolas diferentes se encarando seriamente! Os outros já estavam preparado pro começo de uma briga.
Nós três saímos andando, eu fiquei no meio dos dois, torcendo pra que não desse mais rolo entre o Léo e eu.
Quando nos afastamos dos alunos da minha escola. Eu mesmo puxei o assunto de novo:
Felipe: Léo, o Rafa é seu ex?
Léo: É.
Rafael: Como você sabe?
Felipe: É complicado explicar.
Rafael: Pelo menos tenta.
Felipe: Eu sou o atual namorado do Léo.
Ele não pareceu se importar muito sobre eu estar namorando o ex dele. Ele pareceu se importar mais com outra coisa.
Rafael: Namorado do Léo? Você é gay? Por que não me disse?
Léo: Como se ele fosse se abrir assim pra alguém que ele pensasse ser hetero...
Rafael: Mas ele sabia que eu sou gay. Eu me assumi pra sala toda no primeiro dia de aula.
Léo: Que coragem. Você não era assim.
O Rafa fez uma cara de deboche e continuou conversando comigo.
Rafael: Você não sabia mesmo que eu era ex do Léo?
Felipe: Não. O Léo contou o que aconteceu entre vocês e os pais dele. Só que ele não me contou seu nome, nem como você era.
Rafael: Hum. E faz tempo que vocês namoram?
Léo: Quase dois meses.
Na verdade tinha aquele longo tempo que ficamos separados por causa da Lana, mas o Léo pareceu não querer contar sobre aquilo.
Rafael: Espero que estejam felizes juntos.
Bem, como posso dizer? Me surpreendi com a atitude dele. Achei que ele ia dar trabalho já naquela tarde.
A esquina do Léo chegou, ele se despediu de nós dois. Na verdade ele só deu um tchau meio seco pro Rafael. Eu não entendia o porque! Não estou defendendo o Rafael, mas tinha sido o Léo que sumiu e nunca mais deu um sinal de vida. Se alguém devia estar bravo ou magoado, era o Rafa.
Rafael: Fe, eu juro que não esperava por isso. Eu só esperava encontrar o Léo de novo.
Felipe: Tudo bem.
Rafael: Não, me escuta! Eu não vim pra cá de propósito! Mas depois que vim, eu fiquei meio contente por ter a chance de encontrar o Léo pessoalmente. Só que eu achei que ele ia estar sozinho.
Felipe: Rafa, fica tranquilo, eu te entendo.
Paramos em frente ao portão de casa. O Rafael estava com uma cara de decepção, não sei se pelo Léo, ou por mim. Só que... ele era um dos meus melhores amigos. E eu resolvi confiar nele:
Felipe: Almoça aqui em casa hoje?
Rafael: Acha. Assim de última hora? Sua mãe nem deve ter se preparado.
Felipe: Minha mãe é de boa. Ela não vai se importar. Você entra, liga pro seu pai, e pronto.
Ele levou alguns segundos pra pensar e responder.
Rafael: Tudo bem...
Dei um sorriso involuntário, kkk. Abri o portão e deixei ele entrar primeiro.
Entramos em casa, minha mãe estava na cozinha, sentada na mesa lendo uma revista. Estava de costas pra mim quando entrei na cozinha e falei: “cheguei mãe”.
Ela se virou sorridente, como sempre, levantou-se da mesa e só então viu o Rafael. Seu sorriso continuou contagiante e eu disse:
Felipe: Mãe, ele é o Rafael. Tem problema dele almoçar com a gente hoje?
Valéria: Claro que não! Vamos, eu só estava esperando você chegar.
Eu já tinha comentado do Rafael pra minha mãe. Porém eu não contei sobre ele ter assumido ser gay. Tudo o que ela sabia e que ele tinha se tornado meu amigo e era o novo aluno.
Minha mãe, como sempre, conversou bastante com o Rafael. Ela tem um jeito muito agradável de conversar com as pessoas. Um dos últimos assuntos foram os pais do Rafa! Ele contou que os dois tinham se separado e ele tinha se mudado pra cidade com o pai dele.
Bem, minha mãe quis saber um pouco sobre o pai do Rafa também. Ele falou um pouco. Enfim, os dois também se deram muito bem. Mas minha mãe teve que voltar pro trabalho. E nos deixou sozinhos.
Rafael: Sua mãe é muito legal.
Felipe: Eu sei.
O sorriso sumiu da cara dele de novo, e ele disse:
Rafael: Acho que vou indo... você deve ter outras coisas pra fazer.
Felipe: Não! Não tenho mais nada pra fazer, e fica mais um pouco pelo menos.
Ele forçou um sorriso e concordou.
Felipe: O que foi? Você tava super sorridente hoje de manhã.
Rafael: Nada, Fe. Eu só fiquei meio surpreso com o Léo e outras coisas...
Felipe: Quer falar sobre essas outras coisas?
Rafael: Outro dia.
Felipe: Ok. Então vem cá...
Levantei da mesa, ele me acompanhou. Levei-o até meu quarto. Quando ele entrou, deu uma olhada e perguntou: “o Léo já esteve aqui?”.
Felipe: Sim, não vai ficar com ciúmes só por isso né?
Rafael: Não to com ciúmes dele.
Bem, eu não interpretei o que ele disse naquele momento. Eu só tinha ido ao meu quarto para guardar minha mochila e trocar de camisa. Eu já tinha guardado da mochila e estava procurando uma camisa no guarda-roupa. Após encontrar, eu me virei e vi o Rafa sentado na cadeira do meu PC, me olhando fixamente.
Esse foi o único momento que me senti desconfortável com a presença dele. Eu ia me sentir mal se pedisse pra ele sair só pra eu trocar de camisa. Então fiquei de frente pra minha cama – de lado para ele – e tirei a camisa de uniforme da escola. Logo depois vesti a outra camisa e olhei pro Rafa, ele não despregava os olhos de mim. Comecei a perceber um interesse da parte dele.
Felipe: Quer fazer o que?
Se ele tinha outras intenções, eu queria descobrir logo, assim eu cortava um pouco minha proximidade com ele.
Rafa: Não sei. Você que me pediu pra ficar aqui e me trouxe até seu quarto.
Felipe: Não vai me interpretar mal.
Rafael: Não, fica tranquilo.
Mas eu não estava tão tranquilo. O jeito que ele disse o “me trouxe até seu quarto” foi um pouco diferente.
E eu não tinha o que fazer com ele. Bom, eu tinha, mas não queria e nem podia fazer isso.
Sentei-me na minha cama e falei:
Felipe: Me conta... o que aconteceu com você enquanto o Léo passava por tudo aquilo.
Rafael: Bom, acho que o Léo não sabe, mas meus pais também descobriram. Eu não sabia, mas eles instalaram um programa espião do meu computador porque começaram a desconfiar.
Felipe: Eles reagiram mal?
Rafa: Mais ou menos. Eles não vieram conversar comigo de imediato. Monitoraram minhas conversas bom um bom tempo. E isso foi até bom, porque eles viram com os próprios olhos que eu não estava fazendo nada de mau. Eles vieram conversar comigo depois que eu tive minha última conversa com o Léo. A que decidimos contar pra mãe dele, e ele saiu dizendo que me amava e que falava comigo mais tarde. Só que nunca mais ele entrou. Eu só recebi mensagens dos pais dele, me falando pra sumir da vida do Leonardo.
Felipe: Acho que o Léo não sabe desse detalhe.
Rafael: Eu imaginei. Eles me disseram que o filho deles não ia se envolver com pessoas como eu. E me pediram pra nunca mais entrar em contato com o Léo. Eu tentei conversar, expor meu jeito de pensar e tentar mostrar a realidade pra eles.
Felipe: Eles têm uma realidade própria.
Rafael: Eu percebi. Eles não me deixavam falar. Não ouviam o que eu tentava falar. No final eu desisti de conversar com eles e só resolvi esperar o Léo voltar. Eu amava tanto ele que eu tinha certeza que a qualquer minuto ele ia me ligar, ou me mandar um e-mail. Só que ele nunca ligou e nem mandou e-mail. Ele me bloqueou no facebook, mudou o número do celular e não respondia e-mail.
Felipe: Na verdade. Os pais dele deixaram ele sem internet e celular por um tempo.
Rafael: Fe, não me importa. Se ele quisesse continuar comigo, certeza que teria procurando um jeito. Sei lá, emprestado um sms de algum amigo. Só pra falar se tava tudo bem. Ou pelo menos pra terminar comigo de um jeito certo.
Felipe: Eu entendo... tanto você quanto ele.
Rafael: Eu também entendo ele... Só que mesmo assim eu ainda to magoado. Fe, ele era tudo na minha vida, mesmo eu não conhecendo ele pessoalmente.
Felipe: Mas e depois disso?
Rafael: Meus pais conversaram pacificamente. Tive sorte, eles colocaram o ponto de vista deles e me pediram pra mostrar o meu ponto de vista. No final eles só disseram que não era aquilo que esperavam de mim. Mas aceitariam se era o que me fazia feliz. Desinstalaram o programa espião na minha frente e as coisas continuaram normais, exceto pelo Léo.
Felipe: Você ainda ama ele?
Rafael: Não. Depois de tanto tempo... voltei a me valorizar mais e fiquei na minha, esperando a pessoa certa.
Felipe: Entendi.
Rafael: Mas o que me incomoda mesmo é ver ele tão bem, sem nem ter se preocupado em me dar um aviso de “to bem”.
Felipe: Não sei o que dizer sobre isso... sou péssimo em dar conselhos.
Ele deu risada e disse:
Rafael: Tudo bem.
Bem, passamos a tarde toda conversando. Acabamos passando daquele assunto para diversos outros assuntos. Falamos sobre várias coisas mesmo.
Por volta das duas e meia da tarde, o calor era tanto que mesmo parados não parávamos de suar. Isso me fez sentir a obrigação de tirar a camisa, mesmo com o Rafael ali. Que também sentiu a liberdade de tirar a camisa. Bem, eu não liguei. E me desculpem, mas eu tive que olhar o corpo dele.
Ele era mais magro que eu, mas ele tinha um corpo bem atraente. Evitei olhar muito, levantei da minha cama e fui até a janela. Via-se no horizonte algumas nuvens pretas! Vinha tempestade por ai. Mas não falei nada, isso provavelmente faria o Rafa ir embora, e eu não queria isso, estava divertido com a companhia dele.
Dei um passo pra trás sem olhar nada e acabei encostando no Rafa. Me virei na hora.
Rafael: Desculpa, eu só queria ver o tempo.
Ele ficou um pouco vermelho. E eu disse:
Felipe: Tudo bem.
Rafael: Acho que vou embora antes que essa tempestade chegue.
Bom, eu não medi as palavras e nem pensei antes de falar:
Felipe: Ah não. Fica mais, por favor!
Ele ficou meio sério e falou: “Acho que o Léo não ia gostar dessa proximidade entre a gente”.
Felipe: Você é meu amigo. Eu gosto da sua companhia.
Rafael: Eu sei, eu sei, ficar perto de mim é muito bom mesmo.
Felipe: Não se acha não, hein.
Ele riu. E disse:
Rafael: Mas é sério, acho que eu vou embora antes que comece a chover.
Felipe: Ah, tudo bem então. A gente se vê na segunda.
Rafael: Ou antes, quem sabe.
Felipe: É.
Ele vestiu a camisa, pegou a mochila e eu acompanhei até o portão de saída. Ele não parecia ter segundas intenções. E naquela época eu ainda não tinha intenções com ele. E nem imaginava que as coisas iam ter uma pequena reviravolta em alguns meses.
O Rafa foi embora. E agora vou pular um bom pedaço de tempo, porque tudo o que tenho de interessante pra contar, aconteceu mais recentemente.
Na última semana de aula, antes das férias de julho, o Rafa continuava meu amigo, assim como o Lucas e o Gustavo. O Lucas tinha se tornado amigo do Léo por causa das várias vezes que o Léo me esperava na saída. Eu sabia que eles tinham se adicionado no facebook, mas eu não via nenhuma interação entre eles.
De qualquer modo, eu não vi o Rafa durante as férias, e ele também tinha parado de ir à aula com uma semana de antecedência.
Durante as férias, eu fui na casa do Léo mais uma vez. Quando cheguei os pais dele não estavam mais, já tinham ido pro trabalho.
Ele não parecia muito contente.
Felipe: Algum problema, Léo?
Léo: Não, Fe.
Eu sabia que tinha um problema. Ele estava me evitando. Nos víamos quase todo dia, porém não transávamos havia mais de um mês, e sempre era por algum motivo relacionado à ele.
Eu resolvi ficar quieto só mais aquele dia. E ver o que ia acontecer.
Ele geralmente não puxava conversa sobre o Rafael. E ultimamente nenhuma conversa ia muito longe com ele.
O clima entre nós aquele dia ficou tão chato, que logo eu decidir ir embora. Mas o Léo me segurou.
Léo: Fe, eu quero conversar com você sobre um negócio.
Felipe: O que?
Nós estávamos no quarto dele.
Léo: Eu to pensando no assunto faz um tempo. E to decidido.
Felipe: Decidido em que?
Léo: Quero terminar com você.
Bem, como vou dizer? Eu esperava algo do tipo, levando em consideração o nosso relacionamento de uns tempos pra cá.
Felipe: O que aconteceu agora, Léo?
Léo: Eu amo outra pessoa.
Felipe: O Rafael?
Léo: Não. Não é o Rafael.
Felipe: Quem é?
Léo: Não importa. Eu to terminando com você.
Felipe: Poxa, Léo. Depois de tudo o que passamos?
Léo: Eu sei. Te agradeço muito por tudo o que fez por mim. Eu não vou te esquecer. Mas, sabe, não tem mais graça...
Felipe: Fala do sexo?
Léo: Não, não é isso. Falo de tudo. Eu não te amo mais.
Poxa, por mais que eu esperasse algo do tipo, doeu muito ouvir aquilo.
Felipe: Poxa, mesmo eu fazendo por você tudo o que eu faço?
Léo: Desculpa. Mas eu quero terminar antes de me relacionar com a outra pessoa.
Felipe: Se é o que você quer. Se é isso que vai te manter feliz daqui pra frente, eu não posso fazer nada a respeito.
Léo: Obrigado por tudo, Fe.
Foi uma despedida estranha. Na verdade, tudo foi estranho. Mas eu fui embora da casa dele com um nó na cabeça. Nosso relacionamento era tão bom, tão perfeito ao meu ponto de vista? O que tinha acontecido pra chegarmos aquele ponto? De terminarmos e nenhum dos dois derramar uma lágrima sequer? Poxa, foi realmente confuso...
Quando cheguei em casa, minha mãe já estava lá. Não conversei muito com ela, e subi pro meu quarto. Peguei uma toalha, roupa limpa e fui tomar um banho.
Eu ainda não me conformava com o que tinha acontecido.
Bem, eu passei aquelas férias de julho meio sozinho. Não vi mais nenhum amigo meu. Nem mesmo o Rafael.
Na última sexta feira de férias, eu fui cortar o cabelo, que estava precisando. No domingo de noite, eu fiz a barba. E na segunda, eu já estava preparado pro último semestre de ensino médio.
Chegando na escola, nenhum dos meus amigos estava do lado de fora, acho que por causa do frio que fazia naquela manhã. Quando entrei na sala de aula, o único que já tinha chego entre meus amigos era o Rafael.
Bom, eu me surpreendi ao vê-lo, como posso dizer? Ele mudou um pouco. Encorpou, mudou o penteado. Me perguntei como podia ter mudado tanto fisicamente em tão pouco tempo?
Nos cumprimentamos, e ele disse:
Rafael: E ai, viu diferença?
Felipe: Ta brincando? Tomou bomba é?
Rafael: Não. Passei a me cuidar um pouco mais, desde o final de maio. Acho que você só notou tanta diferença porque ficou muito tempo sem me ver.
Felipe: Acho que sim.
Bem, ele estava bem gatinho. Cabelo arrepiado, com uma cara de anjo, pele perfeita. Nunca reparei em como o sorriso dele era contagiante. Ele piscou pra mim e olhou pra porta. Meus outros amigos estavam entrando. O Lucas e o Gustavo.
O Rafa colocou a blusa de novo. Me perguntei se ele tinha tirado só pra que eu reparasse seu corpo.
Bem, aquela manhã passou devagar. Dez minutos pareciam ser uma hora. Na hora da saída, como sempre, eu ia andando com o Rafa até minha casa.
Rafael: Por que você sumiu nas férias? Nem mesmo me procurou.
Eu não sabia se deveria falar que tinha terminado com o Léo. Só que eu estava precisando tanto de um amigo pra conversar que não pensei duas vezes.
Felipe: O Léo terminou comigo.
Ele arregalou os olhos. Olhei bem pra ele. Estava com uma calça moletom preta e blusa preta com detalhes brancos e vermelhos, mochila nas costas e mãos nos bolsos da blusa. Estava um estudante muito lindo, rs.
Rafael: Mas a decisão foi dele?
Fiz que sim com a cabeça.
Rafael: Poxa, nunca achei que fosses fossem terminar.
Felipe: No começo achei que ele tinha terminado comigo pra voltar com você.
Rafael: Juro que eu não tenho nada a ver com isso.
Felipe: Não sei o que deu nele. Nossa relação ficou estranha! Ele começou a me evitar até que um dia ele terminou comigo.
Rafael: Poxa... ele deu um motivo?
Felipe: Disse que amava outra pessoa.
Rafael: Poxa, Fe. Eu acho que eu fui o primeiro suspeito... Mas eu juro que não tenho nada com isso!
Felipe: Tudo bem, Rafa. Eu confio em você.
Ficamos alguns segundos sem conversar...
Rafael: E sua mãe?
Felipe: Tá aprontando alguma. Acho que ela tá arrumando algum namorado.
Rafael: Por que você acha isso?
Felipe: Ela fica o tempo todo trocando mensagens. Começou a acessar a internet toda hora pra conversar com alguém que eu não sei quem é. E sempre que pergunto ela fala que são “amigas”.
Rafael: Talvez sejam amigas mesmo.
Felipe: Eu conheço minha mãe... Da pra ver pela expressão do rosto dela que não são amigas. Ela tá apaixonada.
Rafael: Mas isso é bom! Ou não é?
Felipe: É. Desde que ela esteja feliz. Acho que já era hora dela deixar meu pai pra trás e arrumar outra pessoa.
Rafael: Também penso assim.
Felipe: Só acho que ela deveria se abrir comigo, assim como eu me abro com ela. Eu tenho o direito de saber que é o cara...
Rafael: Booom...
Ele fez uma pausa.
Felipe: Bom o que?
Rafael: Nada. Eu tava pensando. Você tem alguma ideia de quem pode ser o cara?
Felipe: Provavelmente é alguém do trabalho dela. É o único lugar que ela fica o suficiente pra conhecer alguém desse jeito.
Rafael: Acho que logo você vai ficar sabendo quem é...
Felipe: Espero.
Bem, chegamos em casa, eu me despedi do Rafa e entrei. Minha mãe estava com almoço pronto, me esperando.
Valéria: Oi, filho. Achei que o Rafael viria com você hoje!
Felipe: Por que achou isso? Não tinha nada combinado...
Valéria: Ah, por nada. Só pressentimento.
Ela deu um sorriso e fez sinal pra que eu sentasse.
Conversamos pouco enquanto almoçamos! Deu a hora e minha mãe voltou pro trabalho. Me vi sozinho em casa, sem nada pra fazer. Com aquele frio danado.
Pulando mais um pedaço de tempo, para a sexta feira seguinte, de noite. Eu ainda notava minha mãe conversando muito na internet e no celular, mas eu ainda não tinha ideia de quem poderia ser o cara.
Ela me tirou a dúvida na hora de jantar. Quando eu terminei de tomar banho e desci até a cozinha, a janta estava pronta, e depois de jantarmos, ela falou:
Valéria: Filho, eu tenho uma coisa pra te contar.
Imaginei que era sobre o cara. Mas fingi que não tinha ideia do que era.
Felipe: O que é, mãe?
Valéria: Eu conheci um homem algum tempo atrás. Ele me pareceu interessante. Comecei a conversar com ele... As conversas fluíram e nós começamos a namorar depois de um tempo.
Felipe: Eu imaginei que você tinha alguém...
Valéria: Eu sei. Ele me contou.
Felipe: Mas como ele sabia? Eu nem sei quem ele é!
Valéria: Ele é pai de um dos seus amigos.
Filho da mãe. Tive vontade de ir até a casa do Rafael e estrangula-lo! Ele sabia de tudo e não me contou!
Apoiei o cotovelo na mesa, esfreguei os olhos e sussurrei: “O pai do Rafael”.
Valéria: É. Você pareceu não gostar da notícia!
Felipe: Eu gostei, mãe. To muito feliz por você ter dado esse passo. É que o Rafael é meu melhor amigo. É estranho saber disso.
Realmente, era estranho saber daquilo. Eu não conhecia muito bem o pai do Rafa. Só sabia que seu nome era Eduardo. E além de tudo, era muita coincidência!
Ela me contou que os dois se conheceram no começo de abril, em um sábado que eu fui à pizzaria. Ela disse que já conhecia ele de vista das reuniões de pais da escola. E que se encontraram naquele dia quando foram nos buscar e ficaram conversando por alguns minutos. Depois disso passaram a conversar pela internet ou pelo telefone.
Felipe: Por que você não me contou?
Valéria: Eu queria ter certeza de que ele era um bom homem.
Felipe: Se ele for igual ao Rafa. Com certeza é!
Valéria: Isso é o que eu to achando que é?
Felipe: O que?
Valéria: Filho, você fala do Rafael direto. Elogiando ele o tempo todo! Durante as férias eu percebia que você tinha vontade de procura-lo.
Fiquei quieto, encarando-a.
Felipe: O que você quer dizer?
Valéria: Você tá gostando daquele garoto. Não está?
De fato, eu estava me apegando muito ao Rafael, só que eu não sabia dizer se eu amava ele...
Felipe: Mãe...
Fiquei quieto, eu não sabia o que dizer...
Valéria: Não precisa responder. Mas pense bem, filho. Você fala mais sobre esse garoto do que falava sobre o Léo. Cuidado pra não se decepcionar.
Felipe: O que você quer dizer?
Valéria: Não se apaixone por alguém que nunca vai te amar. Me entende? Por alguém que seja hetero...
Pois é, às vezes eu me esquecia de que minha mãe não sabia que o Rafa era gay, e ex do Léo. Eu ainda não me sentia confortável para falar sobre o assunto com minha mãe, mas já que ela me dava liberdade, eu resolvi falar.
Felipe: Se o Rafael fosse gay, você acha que seria certo nós dois? Já que minha mãe e o pai dele namoram?
Valéria: Vocês não são parentes de sangue. Então acho que não seria errado...
Ela parecia pensar muito no que estava falando, e eu resolvi cortar o assunto.
Felipe: Mas e sobre o pai do Rafa. Vocês vão continuar assim por enquanto?
Valéria: Bem, vamos continuar namorando até o momento da próxima decisão...
Felipe: Entendi.
Valéria: Nós vamos sair pra jantar amanhã. Você e eu, ele e o Rafael. Então já fique preparado.
Felipe: Sim senhora.
Ela riu do meu jeito de falar aquilo.
Bem, eu fiquei feliz por minha mãe ter me contado sobre o namorado. Fiquei muito surpreso também por ser o pai do Rafael. E surpreso também porque percebi que minha mãe estava me motivando com relação ao Rafael. Ao meu ver, as coisas estavam estranhas. Mas no fundo, eu estava feliz, eu ia jantar com o Rafa no dia seguinte.
No dia seguinte, eu acordei muito bem. Feliz e satisfeito com sei lá o que, kkk.
Minha mãe passou o dia quieta, mas eu percebia que ela estava impaciente.
De noite, minha mãe começou a se arrumar bem antes que eu. Ela tomou banho, levou um tempão pra arrumar o cabelo e mais um bom tempo pra escolher uma roupa. Eu tive tempo de tomar banho só enquanto ela escolhia a roupa. No final das contas, ficamos prontos ao mesmo tempo.
O combinado era o Eduardo passar de casa nos buscar. Minha mãe falou um pouco sobre ele enquanto esperávamos. Parecia ser um cara legal.
Quando ele chegou, e subimos no carro, eu fui atrás com o Léo, e minha mãe no banco da frente. O Eduardo me cumprimentou quando entrei, e depois deu um beijo na minha mãe. Eu olhei pro Rafael, ele me olhou também, todo sorridente. Mas ao invés de um carinho ou sei lá, eu dei um soco de leve no braço dele.
Felipe: Isso é por não ter me contado naquele dia.
O Eduardo deu risada e disse:
Eduardo: Fe, ele me contou tudo quando chegou em casa naquele dia, e eu contei pra sua mãe.
Rafael: Desculpa, Fe. Mas meu pai me contou e disse que sua mãe queria esperar pra te contar. Aí eu não quis ser o boca-grande que ia te contar contra a vontade da sua mãe.
O Eduardo ria quase toda hora com o que falávamos lá atrás.
Ele era um cara bonito, nem muito gordo e nem muito magro, cabelo loiro, alto. Tinha um aspecto elegante.
No restaurante, continuamos conversando. O Eduardo me perguntou muitas coisas. Ele era um cara inteligente!
Depois que a atenção dele se voltou pra minha mãe, a minha atenção se voltou pro Rafa. Encostei meu pé na sua perna embaixo da mesa. Ele me olhou, e deu um sorriso bem fofo, sem nenhuma malícia.
O Rafa era assim, eu não via malícia no que ele falava, ou nas suas expressões. Eu via mais emoções... Eu gostava disso nele.
A noite passou rápido, eu e o Rafa não pudemos conversar sobre o que queríamos. Mas os olhares eram sinceros, kkkk.
Depois de sairmos do restaurante, o Eduardo inventou de irmos ao cinema. Ainda dava tempo de pegar as últimas sessões. Minha mãe deixou que eu e o Rafa decidíssemos, e claro que nós dissemos que queríamos. Afinal, seria mais tempo pra passarmos juntos.
Com quase meia hora de filme, o Rafa deu dois tapinhas na minha perna, sussurrou pro pai dele que ia ao banheiro. Quase na mesma hora eu levantei e falei que também ia.
Por sorte nos deixaram sair da sessão. O fiscal nos entregou dois bilhetes com um rabisco feito por ele, devia ser sua assinatura ou algo assim. E anotou nossos nomes.
O Rafa começou a falar assim que nos afastamos do fiscal.
Rafael: Você parece estar contente com nossos pais.
Felipe: Estou sim.
Rafael: Você percebeu que meu pai não quer se separar da sua mãe?
Felipe: Não.
Rafael: Ele inventou de vir no cinema só pra ficar mais um tempo com sua mãe. Ele não quer se separar dela.
Felipe: Ele ama muito minha mãe.
Rafael: É.
Ele disse aquilo e me encarou. Já estávamos dentro do banheiro, que por algum milagre estava vazio.
Felipe: E você? Quer se separar de mim?
Ele me encarou com aquela carinha linda. E disse:
Rafael: Você quer?
Felipe: Não. De jeito nenhum.
Nós nem usamos o banheiro, ficamos só conversando lá dentro. E depois que eu disse aquilo, acabamos no beijando. Foi um beijo tão carinhoso, nem sei explicar.
Ele parou de me beijar, em um certo momento e perguntou:
Rafael: Tem certeza que você quer ficar comigo?
Abri um sorriso e respondi: “certeza absoluta”.
Ele me deu mais um beijo e disse: estamos demorando... melhor voltarmos pro filme. Podemos conversar depois.
Felipe: Claro.
Bem, o resto da noite foi tranquila. O Rafa ficou sentado ao meu lado no cinema, com sua perna encostada na minha. Na hora de ir embora, o Eduardo deixou minha mãe e eu em casa e depois ele e o Rafa foram embora.
Só vi o Rafael de novo na segunda, na escola. Quando entrei na sala, nossos olhares se encontraram de imediato e ambos sorrimos. Não sei se alguém reparou, e nem me importei. Sentei na minha carteira e começamos a conversar:
Felipe: Bom dia.
Rafael: Bom dia, Fe.
Felipe: Achei que você ia em casa ontem.
Rafael: Não fui porque se eu fosse, sua mãe estaria lá e não teríamos tempo sozinhos.
Ele falava o mais baixo possível, reparei que algumas meninas do outro lado da sala estavam reparando em nós dois, e o Rafa também percebeu, mas nem ligamos.
Felipe: Mesmo assim, você poderia ter ido, pelo menos faria companhia.
Rafael: Não pensei assim. Desculpa. Posso ir hoje?
Felipe: Claro.
Rafael: Que hora?
Felipe: A hora que você quiser. Não tenho hora pra você...
Ele deu um daqueles sorrisos indescritíveis e disse:
Rafael: De tarde a gente conversa então... porque aqui vai ser difícil falar.
Fiz que sim com a cabeça. Na verdade que queria conversar com ele o quanto antes, mas naquela hora não seria possível, eu entendi bem isso.
A manhã passou bem rápido, eu e o Rafa trocávamos olhares toda hora.
Naquele dia de tarde, eu corri tomar um bom banho assim que minha mãe voltou pro trabalho. Quando sai, vesti uma bermuda e camisa sem manga. Fiquei assistindo TV enquanto esperava o Rafael chegar.
Dei um pulo do sofá quando a campainha tocou. Desliguei a TV e fui correndo até o portão.
Logo que abri já vi aquele sorriso, o Rafa estava usando uma bermuda e camisa sem manga também, ele realmente tinha encorpado bastante.
Nós entramos e acabamos na cozinha porque eu quis um copo d’água.
Ele estava impaciente, sua cara demonstrava indecisão. E eu resolvi falar:
Felipe: Rafa, tem algo pra dizer?
Rafael: Tenho, mas tá difícil.
Felipe: Posso falar então?
Ele fez que sim com a cabeça, e eu falei.
Felipe: Você sempre se importou comigo. Se preocupa comigo o tempo todo. Você é especial demais pra mim. O banheiro do cinema não foi o melhor lugar pra eu ter feito aquilo, mas eu não me arrependo. Você me conquista cada dia mais. Eu te amo, Rafa.
Rafael: Você tem certeza de tudo isso? Você vai desistir do Léo assim? É claro que eu quero que você fique comigo. Mas eu não quero que você termine daqui uns dias pra voltar com o Léo.
Felipe: Eu tenho certeza absoluta disso! O Léo que terminou comigo. Não vejo a cara dele há um mês. To certo do que eu quero.
Rafael: O banheiro do cinema não era um bom lugar?
Felipe: Eu achei que não... – respondi com uma risadinha.
Rafael: Você acha que aqui é um bom lugar?
Estávamos de frente um pro outro, e num instante nos abraçamos e nos beijamos. Ele sussurrou entre os beijos: “há tanto tempo eu sonho com você... achei que nunca ia ter a chance de fazer você feliz”.
Felipe: Você não só me faz feliz... Você é minha felicidade. Você só precisa estar do meu lado...
Rafael: Então você vai ser feliz o resto da vida...
Sorri de novo e voltamos a nos beijar. Não sei como acabamos indo parar no meu quarto, mas quando me dei conta, o Rafael estava tirando minha camisa. Eu deixei-o tirar, e depois tirei a dele. Ele desabotoou minha bermuda, mas não conseguia faze-la “cair”. Então eu empurrei um pouco pra baixo, o suficiente pra que ela se soltasse e caísse no chão. Quase no mesmo instante eu senti a mão dele agarrando meu pau, que já estava duro. Eu nunca tinha perguntado para ele se ele era virgem. Bom, já era tarde pra perguntar, se fosse, estava prestes a deixar de ser.
Enquanto ele apalpava meu pau com sua mão, eu abria sua bermuda com a minha e deixava-a cair no chão. Minhas mãos apertaram sua bunda redondinha e gostosinha. Sentei-o na cama, me ajoelhei na frente dele, tirei sua cueca e encarei seu pau gostoso, 17 cm, não muito grosso e sem curvatura.
Logo comecei a chupa-lo todinho, vez ou outra passava a língua na cabeça, a mão do Rafael não parava quieta, ele suspirava bastante... mas logo me pediu para parar.
Ele me segurou pela cintura e me sentou na cama, ajoelhou-se na minha frente e tirou minha cueca. Eu não esperava mais nada, ele encarou meu pau por uns três segundos e logo em seguida caiu de boca. Ele fazia tão gostoso, =x.
Eu soltei minha cabeça para trás, olhando para cima, e fechei os olhos. Eu estava com muito calor, eu já estava suando e eu teria gozado na boca dele se ele mesmo não tivesse parado.
Ele voltou beijando minha barriga, meu peito, meu pescoço, e quando beijou minha boca, ele me empurrou um pouco e me deitou na cama.
Me distraí por um minuto e não sei de onde ele tirou o “lubrificante” que passou no meu pau. Eu deixei ele “comandar” os movimentos. Então fiquei deitado enquanto ele alisava meu pau e depois se posicionava em cima dele. Com as próprias mãos ele segurou meu pau levemente pela cabeça e com os dedos colocou a cabeça do meu pau certinho na sua entradinha.
Apesar de tudo, os olhos dele estavam sempre fixos nos meus. Até que de leve ele foi descendo pelo meu pau, sendo penetrado conforme sua vontade, gemendo e suspirando, os olhos se fechavam por alguns segundos, várias vezes. Ele não deixou penetrar tudo. E eu nem exigia isso. Isso quase não acontecia com o Léo, e como era a primeira vez do Rafa, sei lá, eu entendi bem, mas deixa isso em off,>.<
Os olhos dele semiabertos me encararam, e ele começou a cavalgar em seu próprio ritmo, devagar, começando ir um pouco mais rápido depois de alguns segundos. Ele gemia bastante, minhas mãos estavam em suas pernas o tempo todo acariciando ou simplesmente paradas.
Só trocamos de posição uma vez, ele ficou de quatro, mas eu meti devagar. Eu me importava demais com ele, por isso segurei o tesão e respeito-o. Indo mais rápido, ou mais devagar, conforme ele se expressava.
Quando fui gozar, tirei meu pau e gozei tudo nas costas dele. Ele pareceu apressado, ou nervoso, pois logo se virou e me beijou, foi um beijo intenso, excitado. Ele afastou sua cintura da minha por um momento, sua mão desencostou da minha bunda e eu senti ele se masturbando. Ele não quis ser ativo naquela vez, mas na segunda vez ele foi ativo.
Enfim ele gozou, psrou de me beijar e nos deitamos na cama um pouco.
Rafael: Fe, eu te amo demais...
Felipe: Eu também te amo muito, Rafa...
Rafael: Promete que vai sempre ficar comigo?
Felipe: Prometo. Prometo sim, lindo.
Galera, esse conto já ficou grande demais... por isso vou encerrar por aqui.
Olha, eu sei que alguns não vão gostar do rumo que eu tomei. Principalmente por eu ter terminado com o Léo. E talvez o conto não tenha ficado bom, se esse foi o caso, eu peço perdão! É que to tentando acabar com ele logo, pra garantir que vocês vão saber a história até os dias atuais, como pediram.
Eu também to tentando acelerar o máximo a história porque não vou poder mais postar com a facul e o trabalho.
O próximo conto será o último. Se ainda quiserem saber da história.