CAP7
Oie, nossa série tá chegando no final heim, mas confesso que jamais imaginaria que minha história seria tão bem aceita, o primeiro capítulo já vem chegando em 3mil views, e todos os caps ja somam mais de 8 mil visualizações, não houve um comentário ruim, só elogios e alguns comentários depravados que fiz questão de apagar por que a pessoa tem que ter respeito né! E também pelas amizades que estou fazendo pelo whatsapp e skype, está tudo valendo muito a pena, agora só resta contar o que aconteceu durante esses 3 primeiros meses do ano, e assim a série se encerrará, uem sabe conto em outras séries algumas coisas do meu passado né, mas vamos la.
Meu namoro estava simplesmente perfeito, nossa união era incrível, descobrimos ser semelhantes em quase tudo: curtíamos as mesmas bandas, os mesmos tipos de filmes e seriados, até as frescuras de comida ėramos iguais. Houve brigas sim, mas coisas normais do dia a dia. Sempre fui muito reservado, então contei pra ele sobre s rolos que tive no passado quando ja havia confiança necessária pra conversar sobre isso, e claro, ele acabou criando ciúmes destas pessoas, em particular do Leo, pois o garoto frequentava a mesma academia, meio óbvio haha.
Passamos o natal em cidades diferentes, pois fui visitar familiares 600km longe, o ano novo passamos juntos, aliás, passei com sua família em maranduba, litoral norte de SP. Descemos na sexta dia 29, ficamos em uma pousada que eu ja conhecia antes, na ponta da praia, região ali chamada de Lagoinha, devido um pequeno rio desaguar próximo às pedras, formando pequenas lagoas.
Pra nossa sorte dormimos no mesmo quarto, o que nos deu uma certa privacidade, apesar de não haver chave pra trancar a porta, os dois primeiros dias não pudemos nos amar, exceto quando deitavamos pra dormir, estava tudo corrido e passeamos bastante com seus pais. Já no dia 31, véspera, pudemos aproveitar a praia, pra quem não conhece, a ponta de maranduba é o início de uma trilha chamada de Bonete, ao qual você tem acesso à praias que só pode se chegar de pé ou de barco, e la nos aventuramos.
Com meia hora de trilha chegamos na praia mais próxima, Bonetinho, linda, sua cor lembra as praias do nordeste, uma lagoa sem onda, bonitos iates parados por lá. O calor estava escaldante, parecendo duas crianças descemos correndo nos refrescar, plantamos bananeira, viramos mortal hahah, fazer o que, mas vezes é legal essas palhaçadas do passado.
Já pela hora do almoço comemos uma porção de camarão e uma de lula com um chopp trincando de gelado, aquilo era o paraíso. Decidimos então tentar andar mais uns 4 km pela encosta e chegar na praia do Forte (ruinas de alguma prisão), começamos a longa caminhada, porém com 20 minutos a exaustão bateu, então paramos ali em uma pequena praia e sentamos em uma pedra grande, o sol já começava a se por, num abraço gostoso silencioso comtemplamos aquela imensidão de mar, nosso beijo era acariciado por aquela leve brisa que vinha do oceano. Voltamos logo pois rapidamente escureceria, estava chegando a hora da virada, engraçado como bate uma ansiedade na gente né! Chegamos na pousada e o pessoal não havia retornado ainda, pudemos brincar um pouquinho pois juntos ha três dias o tesão fica aflorado!
Escutamos o pessoal vindo e fui pro banho, estava todo queimado e vermelho. Lucas terminou seu banho e saiu do banheiro, estava mais lindo ainda, seu cabelo penteadinho, uma camisa e uma bermuda branca, todo perfumado. Dentro ainda do quarto agradeci a ele por ser meu namorado e dei um leve beijo em seu rosto. Todos prontos e pra praia descemos, pegamos os carros e rumamos pra Martins de Sá, la estava uma verdadeira muvuca de gente, a maioria de branco e a maioria bebada hahaha. Nos despitamos de seus pais e saímos andar, ou melhor, tentar andar devido o mar de gente. Nosso semblante demonstrava a felicidade que dividiamos, mas como nada é flores sempre, foi neste dia nossa maior briga, enquanto buscavamos uma sorveteria meu celular que estava em seu bolso, devido eu estar com documento do carro no meu único bolso, tocou. Pedi à ele pra atender enquanto eu fui pegar uma coca num quiosque próximo, voltei e sua cara era ódio puro:
F. Mor só Coca quente, então peguei uma água
L. Mor uma ova, seu macho ligou, doidinho pra continuar aquilo que vocês fizeram e que lhe deu muito tesão, ta la pedidndo pra você ir pra edícula dele que desta vez ele vai amassar seu capô do carro com as marcas da sua bunda!
F. Que? - realmente eu não tinha entendido direito - quem falou o que?
L. Ah me poupe Filipe, acha que sou babaca? Eu todo apaixonado por você e tu saindo ainda com esse viado enrustido? Sério cara não esperava isso de você, jamais.
F. Eu não saio com ele amor, já te disse, foram duas vezes, vai duvidar de mim?
L. Já falei, amor o caralho, pelo que entendi, você ainda continua sendo sua putinha!
F. Dá o celular, vo ligar agora lá.
L. Ah se manca! Agora o corno vai ficar aqui ouvindo conversinha de vocês dois!
Nisso ele jogou o celular no meu peito e foi andando, eu muito puto de raiva de ser chamado de putinha e de infiél não vi mais nada na minha frente, até zonzo fiquei, peguei a chave do carro e embarquei. Fui de volta pra Lagoinha e por la fui andando pra bem próximo das pedras, a lua tinha um tamanho incomum, ou talvez eram meus olhos enxarcados que desfocava minha visão, descalço caminhei lentamente, sentia muita raiva dele, mas também raiva do Leonardo, enquanto isso continuava recebendo sms do Lucas me ofendendo dizendo se eu já havia encontrado algum outro macho na praia. Sentei bem na beirada da água, as ondas vinham bem lentamente numa temperatura quente e voltava de encontro ao seu lugar, na praia nenhuma alma viva, apesar de haver movimentos nas casa a beira mar. Fiquei ali totalmente sozinho, olhando pra lua e pras luzes dos navios longe que se enfileiravam em destino ao porto.
Lucas começou a me ligar, mas eu não atendia, não queria novamente ser ofendido, eu iria começar um ano novo, o ano que estava acabando e levava junto dele o meu namoro, e ali repousei a cabeça entre os joelhos e fiquei esperando o que eu não sabia estar esperando.
Escutei uns fogos muito longe e olhando no celular pude perceber que era meia-noite. Olhei pro céu e agradeci a Deus por estar mais um ano vivo, com saúde e com minha família bem, pensei em ligar pra minha mãe mas lembrei que onde ela estava não existia sinal pra receber nem um sms. Deitei na areia, coloquei uma música e olhando as estrelas comecei a cantar junto
Um novo dia já nasceu, é bom sentir os pés no chão
E saber que ainda está aqui.
Com minhas mãos eu toco o céu
Enquanto elevo o coração
E posso dizer sou livre sim!
Fazendo isso me confortei, até sentia uma alegria por estar ali, sozinho comigo mesmo e sentindo uma presença dentro de mim que não me deixava fraquejar.
Eu me encontrava muito desiludido com ele, sei que foi uma crise de ciúmes, mas ver que não confiava em mim doía. Por ali fiquei horas, até que por volta das 2h40 meu celular acabou a bateria.
Sem perceber ali dormi, com frio acordei diversas vezes, e em uma dessas vezes vi um par de olhos fixados em mim, era Lucas, ouvi que chorava mansinho, eu não esbocei reação alguma, apenas o encarei por vários minutos. O silêncio foi quebrado quando ele suspirou e começou a falar:
L. Você quase me mata do coração, te procurei aquela praia inteira por você até altas horas, te devo um pedido de desculpas, aliás, um milhão de desculpas.
Eu apenas olhava-o, em total silêncio fiquei durante toda a conversa.
L. Pensar em você com ele me ferveu o sangue. Eu não medi as consequências, eu caí na provocação dele, minha falta de confiança me fez acreditar que vocês tinham algo, não estraguei apenas meu ano-novo, estraguei o seu também. Perdão meu amor, é que tenho um medo terrível de te perder, se ė que já não perdi. Perdão meu anjo, perdão?
Eu olhava as estrelas e apenas ouvia.
L. Sei que deve estar muito bravo, mas vamos lá pra casa, você dorme, eu não vou insistir com nada lá, mas vamos sair dessa friagem.
Eu neguei com a cabeça
L. Você não quer me dizer nada? - balancei novamente a cabeça negando - fala alguma coisa por favor. - fiquei em silêncio, eu odeio quando estou bravo e ficam insistindo comigo - fala amor.
F. Tá vou falar, mas agora aguenta, sabe mlk você não tem idéia de quanto me magoou com suas palavras, você me rebaixou chamando seu próprio namorado de puta, insinuou que não sou fiél, só não percebeu que com todas essas acusações você duvidou automaticamente de todos os "te amo" que já te disse, duvidou de todas as promessas que te fiz, se eu não namoro ele, é porque amo outro, esse outro é você seu babaca, se hoje divido as minhas coisas e meus momentos com você é porque te amo, se hoje deixei de passar o ano-novo no conforto da minha família, é porque por você vale a pena, se hoje eu passei o ano-novo sozinho numa praia é porque sofro por você - eu já chorava - tonto eu de te amar assim e não ter coragem suficiente pra te acertar a mão na cara por ter me humilhado, por me sentir preso a você não fui capaz de ir embora pra casa assim que você me ofendeu, fiquei aqui, sim fiquei, porque quem sou eu pra julgar alguém, você me julgou, mas aprendi que quando alguém te da um tapa na face direita, você deve dar a esquerda, sabe to muito puto, sério mesmo, imaginei meu ano novo perfeito, todos os dias aqui foram maravilhosos, e justo próximo à meia-noite estragou tudo - nessa hora ele se desesperava chorando - você me conhece, melhor deixar eu no meu canto que quando eu sentir que to pronto pra começar a perdoar, eu procuro.
L. Mas meu anjo, você não me ama mais?
F. Pergunta ímbecil, sério Lucas, me deixa no meu canto, depois que amanhecer eu volto pra casa.
L. Não vou te deixar aqui sozinho.
F. Vaza pelo amor de Deus.
Ele então colocou a música que havia cantado pra mim, Fiquei mudo, ele sabia que eu estava magoado demais pra ficar junto, na hora que cantou "não até o fim, até o ciclo terminar" comecei a chorar muito e pedi pra se retirar, então virou e foi embora, fiquei olhando o horizonte com suas intermináveis luzes. As horas passaram, vi os primeiros raios de sol iluminar a agua, liguei o cel na esperança daquela última carga, consegui tirar uma foto do amanhecer e logo em seguida ele desligou novamente, respirei fundo, observei as gaivotas procurando peixe na beira do rio, levantei, abri os braços, agradeci por ter visto aquele amanhecer tão lindo, peguei minhas coisas virei pra trás, e dormindo à poucos metros de mim, estava Lucas.