Acordo assustando, suado e com um mal pressentimento, olho para o relógio, já eram quase 11 da noite e nada do bruno me ligar.
Tentei ligar para o Bruno, mas só caia na caixa postal. Esperei mais algum tempo e liguei varias e varias vezes e nada do Bruno atender. Não consegui dormir por nem um minuto naquela noite. No dia seguinte fui bem cedo até a casa dos pais de Bruno para saber se eles tinham alguma noticia.
Igual a mim os pais de Bruno também estavam preocupados, pois não haviam recebido nenhuma ligação do filho.
Corri para o escritório de Daniel.
Daniel já podemos resolver tudo? – disse entrando rapidamente em seu escritório
Claro, aconteceu alguma coisa? – disse Daniel preocupado
Não, é que terei que fazer uma viagem hoje e não sei quando vou voltar – respondi
Ah sim, aqui está o cheque da venda do apê, depois vou entrar e contato para resolvermos a divisão de outras coisas, você não quer se sentar um pouco? – ele disse
Não cara preciso ir agora mesmo, valeu por ter me entendido e por ter resolvido as coisas assim na boa – disse saindo da sala.
Corri para casa, peguei algumas roupas e as coloquei rapidamente em uma mochila, e segui para o aeroporto. O vôo mais próximo sairia em duas horas, nesse meio tempo tentei ligar para Bruno diversas vezes e nada. O medo tomava conta de mim, a ansiedade e a preocupação. Finalmente embarquei para Porto Alegre. Algumas horas depois já havia chegado a aquela grande cidade e tinha uma missão difícil, encontrar Bruno.
Procurei um hotel para me hospedar, liguei para Leila e avisei que havia chegado bem, ela me passou o telefone da prima de Bruno que vivia na cidade. Liguei para a prima de Bruno ela disse não ter noticias dele e que nem sabia que ele havia ido para Porto Alegre, marquei de nos encontramos ela foi ao hotel em que eu estava hospedado.
A campainha toca, abro a porta e vejo a prima do Bruno, uma mulher baixa, de cabelos escuros e compridos, usava óculos e tinha cara de ser estudiosa.
Olá, entre por favor – falei gentilmente
Obrigada – ela disse entrando
Sente-se – disse lhe apontando o sofá
Ela se sentou e então conversamos sobre assuntos diversos, me contou sobre sua vida, seu nome era Letícia, Letícia era lésbica, havia saído de casa aos 15 anos, pois seus pais não aceitavam sua opção sexual. Era uma garota com muitos problemas, contei a ela tudo que estava acontecendo, o meu pesadelo e sobre o desaparecimento de Bruno.
Resolvemos ir a uma delegacia.
Expliquei aos policiais o desaparecimento de Bruno eles disseram que deveria esperar mais, mas eu insisti e eles buscaram ocorrências de acidentes, sim havia uma ocorrência de acidente envolvendo três carros e sete pessoas, duas delas estavam mortas.
Os policiais nos passaram o nome do hospital, por sorte Letícia já conhecia cada canto da cidade então chegamos mais rápido em seu carro.
Boa noite, eu queria saber se há algum Bruno Henrique internado aqui? – perguntei desesperado
Há muitas pessoas aqui com esse nome, posso saber o que trouxe ele aqui? – perguntou a recepcionista
Um acidente de carro, de ontem para hoje – respondi
Sim ele está aqui, por favor, aguarde a enfermeira na sala de espera ela lhe dará informações e lhes dirão se podem ou não vê-lo. – disse a recepcionista
Cada segundo parecia uma eternidade, eu estava muito aflito, deveria estar pagando pelos meus pecados, eu não sabia qual o estado do Bruno, os meus pecados deveriam ser descontados em mim, não no Bruno, me sentia culpado, maldita havia sido a hora em que Daniel brigou com Bruno, era por toda aquela confusão que decidimos nos mudar, estávamos tão bem e em um dia aconteceu essa revira volta.
Até que em fim um médico veio me dar noticias do Bruno.
Boa noite são vocês que estão querendo saber o estado do Bruno? – perguntou medico
Sim doutor me diz logo, como ele está? – disse desesperado
Bem o estado do bruno é regular, ele sofreu uma fratura no osso úmero e vai precisar passar por uma cirurgia. – respondeu o medico
E essa cirurgia é grave? – perguntei
Não, é algo simples, mas isso vai depender de outros exames, ele está bastante machucado – respondeu o medico
Eu posso vê-lo? – perguntei
Quando ele acordar da nestesia e fizer os outros exames, você poderá vê-lo – respondeu o medico
Agora preciso ir, aguardem depois a enfermeira chamara vocês para vê-lo – completou
O medico saiu e eu caio em lágrimas ali mesmo na sala de espera, Letícia não abria muito a boca a menos quando falassem com ela, pelo menos ela me acalmou um pouco e pediu para que eu ficasse tranqüilo, me explicou como funcionava a cirurgia.
Ela foi falar com o medico mais detalhadamente, pois, entendia de medicina. Logo volta e me diz com os olhos cheios de lagrimas:
Estou preocupada, talvez Bruno possa ter sofrido uma lesão na cabeça. – ela disse chorando
Então choramos juntos, ela me contou como foi o acidente, bruno estava em um táxi que foi atingido pela batida de outros dois carros, Bruno acabou batendo a cabeça e fraturando seu braço. Agora aquilo me preocupava, uma lesão na cabeça traria sequelas para a vida toda ou então mataria o meu Bruno.
C O N T I N U A...
