Na outra cidade, meu traje caseiro era um calção, sem nada por baixo. Ao me mudar, acabei adotando o que eu dissera a Rogério ser meu costume. Com exceção “daqueles dias”, eu uso, junto com a blusa, apenas saia, normalmente folgada e não muito curta, para poder circular por outras partes da residência sem dar na vista. Assim aguardei o professor de Matemática, que me ligara às oito e meia.
— Estou livre hoje. Quer aula?
— Aula eu não quero, mas também estou livre.
Livre, porém presa das tentações da carne. Era quarta-feira. Sozinha em casa, escrevendo e excitando-me com as recordações, recebi com alívio sua ligação e posterior visita, meia hora depois, quando, fechando a porta, ele depositou na mesa a chave de um carro recém-adquirido.
— Tem película? — perguntei.
— Tem.
Recordando os orgasmos deliciosos no carro do supervisor da antiga escola, eu lhe disse sem rodeios:
— Tô a fim de chupar uma pica.
Ao dizer “uma pica”, em vez de “tua pica”, eu deixava claro que a dele não gozava (ops!) de nenhum privilégio especial. Era apenas uma entre as demais que eu tinha intenção de selecionar para o meu prazer.
— Gostou, hem! — alegrou-se ele.
Gostar de pica, na verdade, eu não gosto. Porque não tem sabor e está ligada a um corpo que não me inspira carinho nem, muito menos, beijos. O que me atrai no pênis não é a aparência (embora considere alguns bonitos); o que me atrai, nesse apêndice, são as sensações que ele me proporciona. A principal delas é quando eu o ponho inteiro na boca, o que só é possível quando não se trata de um membro avantajado. “Que gostoooso.” Outra sensação gostosa, que me faz cócegas no clitóris, é quando eu titilo com a língua a parte inferior da glande. “Que delícia.” Mas nenhuma sensação é melhor do que a mamada, que é o ato de deixar na boca uma parte confortável do pênis e sugá-lo como se fosse uma mamadeira.
Principalmente de manhã.
Deitada entre as pernas do meu professor de Matemática da oitava série, eu mamei em seu pênis num ritmo constante, escutando seus gemidos e sentindo nossa excitação aumentar exponencialmente. Não demorou muito, o orgasmo veio como faíscas elétricas ao redor do clitóris enquanto eu bebia seu esperma como um brinde ao prazer.
Prazer que se iria repetir, de outra forma, e que foi anunciado pelo toque de mensagem do celular. Um número desconhecido pedia que eu ligasse.
Liguei; dava ocupado. Enquanto eu fazia outras tentativas, Rogério de pôs a lamber minha boceta.
— Humm... como está gostosa...
— Chupa o pinguelinho, professor...
As sensações de sua língua movendo-se ao redor do grelinho me deixaram mole. Mole, eu me deixei virar de bruços, mole falei quando, enfim, a ligação se concretizou:
— Alôôô...
Era Camila. Vendo, pelo espelho, que Rogério passava no pau novamente duro o creme lubrificante que precavidamente trouxera no bolso da bermuda, escutei as palavras de Camila, entrecortadas de indecisão. Eram desculpas por me incomodar, vergonha por me ligar, coragem por se revelar.
— Aiiii!
— O que foi?! — alarmou-se Camila.
— Nada — gemi. — É a cabeça.
A cabeça do pau. Mas meu gemido não era de dor. Relaxado, meu anelzinho ofereceu pouca resistência à glande — na verdade, nenhuma. E o pau de Rogério entrou redondinho, devagar e sempre, até seu púbis ficar colado às minhas nádegas.
— Abre as pernas que passa — brincou Camila.
— Já pa-pa-passou — gaguejei sentindo espalharem-se por meu corpo as sensações provenientes do pau de Rogério, latejando dentro de mim, imóvel, prolongando o prazer e a satisfação de enrabar a aluninha.
— Então? — instou Camila.
Ela queria um encontro. Mas, naquele momento, eu não tinha o que dizer. Não queria falar. Só queria gemer de prazer. Levitando em ondas voluptuosas, interrompi a ligação e, com as duas mãos, abri as nádegas, para que o pau entrasse mais um pouco. O pouco que faz a diferença.
— Tá gostando de dar o cuzinho?
Eu não precisava responder. Minha satisfação era evidente, nos curtos ais, no ronronar, nos suspiros que eu emitia remexendo levemente a bunda. Foi um prazer prolongado, envolvente, com pequenas variações de intensidade que me estremeciam o corpo enquanto o pau de Rogério se movia lentamente dentro de mim, num ritmo que recordava a canção “Je t’aime”. Eu não precisava responder.
Mas respondi:
— Que gostooooso... ai, como é bom... aiiiiii...
E mais gostoso ficou quando, mudando o ritmo da penetração, Rogério se pôs a dar estocadas que faziam seu pau quase escapar, para depois retornar, afundando sua rigidez na maciez do meu ânus. Aí foi ai! ai! ai! de ambas as partes até que seu sêmen jorrou em meu reto, que captou e direcionou suas sensações para o meu clitóris. Foi o segundo orgasmo de um dia de muitos.
[Leia os relatos anteriores.]Leia meus livros (assinados por L. Martins):
http://www.clubedeautores.com.br/books/search?utf8=%E2%9C%93&where=books&what=%C3%A9rika+12&sort=&topic_id=