Pessoa, felizmente consegui um horariozinho esse fds pra postar o CAP 5! Agradeço aos comentário de todos =D vocês são uns amores!
Akami, respondendo a sua dúvida: Edu usa o perfume Egeo, da Boticário. Por curiosidade, eu uso o Quasar, da mesma marca.
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“Seu maior defeito talvez seja a perfeição” – Engenheiros do Hawaii
Essa semana que se passou foi uma das mais confusas da minha vida. Ao mesmo tempo em que eu queria a todo instante estar com Edu, me contive, e me mantive o mais afastado possível.
Era insuportável estar na presença dele. Seu perfume juntamente com seus perfeitos e enigmáticos olhos verdes me incitava um desejo incontrolável. Eu tinha a certeza que se ficasse muito com ele acabaria fazendo algo que não devia. A cada dia, Edu invadia ainda mais meus pensamentos.
Os dias foram passando. Tentei ligar para Biel algumas vezes para pedir desculpas, mas ele fazia questão de atender e desligar na minha cara. Desisti por fim. Cada a mais, eu conversava menos com Maria. Não era por mal, mas se eu conversasse com ela, eu teria que chamá-la de “amor” mas não era ela que eu queria chamar de meu amor. E também não era dela que eu queria ouvir “Eu te amo”.
Nosso namoro, antes legal e proveitoso, havia se tornado frio e sem sal. Tudo por causa de um abraço. As coisas foram indo de mal a pior, até que eu terminei com ela. O pior foram as postagens em redes sociais sobre o amor. Sobre esperança e etc. Confesso que fiquei bem triste, mas eu não conseguia levar adiante.
Edu terminou com Gabi duas semanas depois. Ninguém entendeu o porque pois eles sempre foram animados, ativos, amorosos, românticos um com o outro. Segundo Edu era porque Gabi era uma pessoa muito difícil de lidar e raramente aceitava outro ponto de vista, a não ser o dela.
Após o termino dele, ele ficou muito triste e depressivo. Eu era seu melhor amigo, logo sobrava pra mim “consolá-lo”. Mas isso não era uma boa idéia. Ele ficava muito triste contando sobre ela, sobre os dois, que ele precisava de alguém na vida dele e outras coisas de termino de namoro.
Foi complicado, mas consegui fazer o papel de bom amigo sem me jogar no colo dele e tentar fazer o papel de “bom namorado”. Mas, aconteceu algo, e eu não fui forte o suficiente duas vezes.
Era começo da semana. Estávamos na escola assistindo aula (Edu havia mudado de sala, estávamos na mesma série e a escola autorizou por sermos bons alunos). Quando a secretaria da escola entra na sala e chama Edu. Ele me olhou com um olhar de curiosidade, deu de ombros e saiu.
Me lembro como se fosse ontem. Edu saiu. Mais ou menos uns 10 minutos depois ele voltou com o rosto todo vermelho de choro, seus olhos estavam sem vida e ele estava tremendo. Arrumou seu material correndo e saiu, sem falar nada com ninguém. Simplesmente saiu. Comecei a ficar preocupado. Com certeza alguma coisa havia acontecido.
Pedi para sair de sala, entretanto a professora não autorizou. Não deu 15 minutos quando a secretária me chamou também. Na hora que eu saí da sala, estava o pai do Edu. Ele me explicou toda a situação.
A mãe do Edu havia viajado para sua cidade natal e lá havia falecido. Eles estavam viajando imediatamente. Edu queria de toda maneira que eu fosse junto. O pai de Edu, Carlos, já havia até falado com a minha mãe e eu iria junto.
Arrumei meu material completo. O pai do Edu passou em minha casa, minhas coisas já estavam prontas. Despedi dos meus pais e sai.
Passamos rapidamente na casa de Edu, para pegar ele e as malas (ele é filho único). Saímos de viagem. Era em torno de 3horas de viagem e ficaríamos 2 dias. Seriam dois dias difíceis.
Durante a viagem a pai deles explicou o motivo da morte: infarto fulminante. Durante a manhã ela passou mal, foi ao hospital. Faleceu alguns minutos após dar entrada no hospital. Todos os dois estavam muito abalados. Não era para menos.
Fiquei com Edu durante todo o tempo no cemitério. Na lapide da mãe dele estava escrito “Seu maior defeito talvez seja a perfeição”. Era a estrofe de música favorita da Dona Carmem.
Voltamos para a casa da avó do Edu, lugar onde estávamos hospedados. Era de noite, estávamos prontos para dormir. Eu e Edu estávamos no mesmo quarto, dormindo no chão, em um colchão de casal inflável.
Durante a noite era inegável escutar o choro silencioso de Edu. Aquilo me entristecia muito.
- Edu, conversa comigo. Eu sei que você precisa. – Falei uma hora.
- Araujo... Espero que você nunca passe por isso. Você tem noção do que vai ser? Eu chegar em casa todos os dias da escola e não ter ela pra me perguntar como foi a aula? Não ter ela para brigar por causa das minhas notas? Não ter ela pra me dar um beijo e um abraço de boa noite, mesmo eu achando que era velho demais para isso? Não, não desejo isso pra ninguém! Ninguém. – A cada frase ele chorava, era impossível não sentir um vazio dentro de mim.
- Eu sei cara. Vai ser complicado. É impossível substituir alguém que amamos. Principalmente nossas mães. Mas você pode contar sempre comigo! Sempre que precisar estarei pronto para ajudar. Eu sou seu amigo. Conte comigo. – Tentei ser o mais sincero possível.
- Araujo, você é a pessoa mais legal que eu conheço. Sério! – Após esse singelo agradecimento ele me abraçou e chorou nos meus ombros. A cada respirada eu sentia o seu cheiro. Aquilo foi me deixando louco. Até que ele me soltou e ficou olhando no fundo dos meus olhos. Não resisti. Fiz a maior merda da minha vida. Mas também a melhor coisa.
Num movimento involuntário, beijei Edu.