Aqui estou, no meu quarto me arrumando e desesperadamente ansioso. Meu nome é David, tenho 17 anos. Minha pele é clara, meu cabelo bem escuro (um pouco alto e sempre penteado partido) e os meus olhos azuis. Por que estou ansioso? Porque meu galego, depois de ir embora para o interior ajudar os pais a abrirem um pequeno negócio, voltou para cidade_ David, eu vou lá dá uma força pros meus velhos, mas me promete que vai me esperar? _ Ele não era bom em expressar seus sentimentos, mas seus olhos estavam marejados, acho que isso queria dizer que ele ia sentir minha falta.
Nós dois em cima de uma pedra que tinha numa praia perto das nossas casas, eu tinha 14 anos e ele 17. Na época ele era bem encorpado e forte, branco também (mas não como eu ele era um pouco bronzeado por jogar bola na praia), ele fazia academia desde seus 15 anos e tinha sua barriga dividida em seis gomos. Ele era muito bonito e eu era completamente apaixonado por ele.
_ Prometo. Promete-me que você volta? _ Eu disse afundando meus olhos em lágrimas em seu peitoral.
_ Claro meu amor. _ Ele pega em minha nuca, me faz olhar em seus olhos castanhos e me dá um beijo que achava que só ele sabia dá (só tinha beijado ele
_ Filho, o seu amigo chegou. _ Minha mãe diz batendo na porta.
_ Já estou indo mãe!
Minha mãe não sobre mim, nunca tive coragem de contar. Agradeço aos céus por ela não saber algo que aconteceu quando eu tinha 14 anos e que ninguém tenha comentado com ela. Deixando isso de lado, eu me olho no espelho outra vez... Bem, até que eu estava apresentável.
Abro minha porta e cruzo o corredor que dá acesso ao quarto dos meus pais, de hospedes e ao banheiro coletivo (que eu tinha que usar, pois não tinha banheiro no meu quarto) e por fim a sala.
A única coisa que eu vi ali foi ele. Ele estava lindo como sempre e seu sorriso estonteante ele me fazia sentir como naquela música Tão Perto, interpretada por Juliano Cortuah.
Ao te abraçar
Deixei o mundo pra trás
A música se faz só pra nós dois
Aqui tão perto
Posso ver Você
E assim me sinto viver
Deixei a vida
Levar os sonhos meus
A eles disse ‘Adeus’
Sem perceber
Aqui esperando
Perto de você
Enfim
Consigo saber:
Tudo o que eu quero,
Agora é estar
Aqui tão perto de um final feliz
Assim tão certo do que eu sempre que eu sempre quis
Nós dois chegamos tão longe
E sem querer
Então estamos tão...
Perto
(...)
Não sei quanto tempo me perdi naquele sorriso, só sei que acordei do transe com uma garota, com seus 19 anos, se pondo entre mim e Marcos e estendendo a mão:
_ Prazer, meu nome é Michelly. Sou a esposa de Marcos...
Eu não me lembro de muita coisa, as coisas começaram a girar e segurando minha vontade de cair eu estendi minha mão:
_ Prazer, David!
_ Nossa, que mão gelada. _ Acho que minha pressão caiu (ou subiu, sei lá) _ Então você é o David.
_ Mas olha só você... _ Finalmente o cachorro resolve abrir a boca. _ Como está grande!
(Mentira, eu sou um pouco baixo e minha altura não se alterou muito desde quando eu tinha 14 anos.).
Ele abre os braços e vem na minha direção. Ele ia me abraçar, o abraço que eu esperei por quatro anos ia acontecer e eu não estava nem um pouco feliz como eu imaginei que estaria. O cheiro dele entra pelas minhas narinas, ele usa o mesmo perfume seus braços se apertam ao redor do meu corpo e o abraço acontece.
Como as coisas mudam né? Esse abraço que eu me sentia tão protegido, agora me causava náuseas.
_ Estava com tantas saudades... _ Ele sussurra em meu ouvido.
Eu o abraço também não podia dar bandeira na frente da minha mãe, né?
_ Amor vamos arrumar a mudança, a dona Fernanda nos convidou para jantar hoje a noite David, vamos nos conhecer melhor.
Marcos me solta e me diz:
_ Mais tarde conversamos Tom.
Eu fico estático enquanto ele sai pela porta e vai para casa a frente, que era dos pais dele. Casado?! E a promessa? Promessas não valem muito nos dias de hoje.
_ Simpática a mulher do Marquinhos, né? _ Minha mãe diz pegando a bolsa. _ Eu vou fazer as unhas e depois vou ao mercado você quer alguma coisa?
“Tem veneno de rato aqui em casa?”
_ Não mãe, tô tranquilo. _ Digo indo pro meu quarto.
Ouço a hora em que ela fecha a porta do quarto. Casado... Alguém pode vir aqui e me acordar, por favor?
Eu deito na minha cama, as lágrimas vêm e eu não consigo mais segura-las. “Meu mundo caiu!” Será que Maísa também tinha sofrido uma decepção quando compôs essa música? Minha vontade era gritar, berrar e quebrar todo aquele quarto.
Olho para o lado e vejo uma foto minha e dele, a raiva aumenta (não querendo bancar o garoto mimado) eu pego e meto aquele retrato na parede e sufoco meu grito no travesseiro. Não sou melodramático, mas como ele fez isso comigo?
Com a cabeça explodindo com esses pensamentos, adormeço e acordo com minha mãe me chamando.
_ Filho, abre a porta. _ Eu me levanto e vou ver o que ela quer. _ Marcos quer sair com você.
What?!
_ Estou morrendo de dor de cabeça. _ Eu sei que essa é manjada, mas foi a única coisa que eu consegui pensar.
Minha mãe me olha com cara de descaso:
_ Você nunca tem dor de cabeça... O que foi? Você estava tão animado com a volta... _ Minha mãe para de falar porquê o maldito aparece no corredor.
Minha mãe me manda passar uma água no rosto e o babaca diz:
_ Não acredito que você estava dormindo. Você nunca dormia à tarde! _ Não basta trair, tem que controlar quando eu durmo ou deixo de dormir. _ Bora na praia, quero muito ver como está lá.
Ao terminar, minha mãe vira de costas para ele e ele me dá uma piscadela.
_ Vou lavar meu rosto! _ Eu finalmente digo.
Minha vontade era soca-lo até ele ficar roxo. Lavo meu rosto e penteio meu cabelo.
Quando olho para o espelho, o vejo na porta. Olhando-me com cara de predador:
_ Você ficou muito bonito! Você fez o que me prometeu? _ Desgraçado; filho de uma quenga dos infernos; como ele tem a coragem de me falar em promessa?
_ Eu cumpri, mas e você? _ Pergunto olhando em seus olhos.
Ele me olha confuso e me responde:
_ Estou cumprindo, te prometi que voltava.
Agora eu fiquei desconcertado, que cafajeste esperto!
_ Vamos!
Nós saímos de casa e eu estava preparado para falar tudo o que eu estava com vontade. Iria arrebentar a boca do balão. Entramos dentro do carro dele, nem prestei atenção, mas era caro. Fomos em direção à praia, calados. Minha vontade era gritar com ele até ele ficar surdo, mas não conseguia. Eu continuava o amando muito! Coração bandido.
O sol ainda não havia se posto quando chegamos à praia, ele saiu do carro e foi num caminho que eu conhecia muito bem... A pedra da promessa. Bem brega esse nome, mas é assim que eu chamo aquela pedra.
Quando chegamos, eu já ia abrir a boca pra descarregar tudo que eu estava sentido quando ele coloca o dedo na boca pedindo silêncio. “Fela da puta, me deixa gritar contigo em paz desgraça.” Mesmo não gostando do gesto eu me calei, porque eu não sabia como começar.
Ele estende o braço como se me convidasse a sentar do seu lado. Meio relutante, eu fui e então eu vi: o pôr-do-sol estava magnifico, aqueles raios vermelhos colorindo o céu laranja. Ficamos quietos até que o sol se fosse totalmente.
_ Eu sei que você está chateado, isso ficou evidente no seu olhar. Até Michelly notou, mas... _ Ele para quando vê que eu estou chorando. Ele passa o dedo no meu olho e diz: _ Não fica assim, eu tô aqui.
Ele me pega em seus braços e me beija, o beijo ainda era o mesmo e por um momento eu me perdi em sua boca. Mas então eu me toquei que estava beijando um homem casado, tento me separar dele. Ele segura minha nuca e continua o beijo, já estava começando a ficar excitado quando ele para.
_ Estou esperando por isso há quatro anos. _ Ele diz com um sorriso idiota no rosto.
Eu fecho os meus punhos e num ímpeto de toda minha fúria, lhe dou um soco. Mas ele como sempre, para minha mão antes que ela toque seu rosto.
_ Eu fiquei te esperando quatro anos para você voltar casado? Você é um cafajeste, traidor, safado e sem-vergonha. _ Eu digo passando a mão na minha boca. _ Me leva pra casa agora!
Ele estava assustado, acho que ele não esperava essa reação. Aproveitando-me disso, solto minha mão e vou correndo para dentro do carro.
_ Cara, vamos conversar... _ Ele diz entrando no carro.
_ Não tem conversa, a conversa acabou quando você se casou! _ Tentando lhe mostrar a coisa errada que ele fez, eu falo: _ Se você chegasse aqui e me encontrasse casado você ia gostar?
Vejo suas feições mudarem, seu rosto se contorceu e ele diz baixo, mas com raiva:
_ Nem pense nisso, você me prometeu. Você é só meu!
_ Não sou mais! _ Doeu disser isso, sim doeu. Mas ele não precisava saber então decidir chorar em casa.
Ele liga o carro e dar a partida.
_ Você sempre vai ser meu, porque você me ama. _ Dizendo isso ele aperta o volante com força.
As lágrimas teimosas começaram a rolar no meu rosto. Droga, detesto ser tão emotivo, mas fazer o que? Nós não escolhemos ser do jeito que somos né?
O caminho de volta para casa foi silencioso, ele não disse nada... Mas quando ele parou na frente da minha casa ele pegou meus ombros com força e me beijou.
_ Por favor, não faça isso! _ Eu peço.
_ Por quê?
_ Por que eu não consigo... Eu não vou conseguir te esquecer, se você ficar beijando!
Ele me olha e feio e diz:
_ Então não me esqueça, vai ser mais fácil pra nós dois!
Se tem uma coisa que eu me lembro em Marcos, é que ele sempre consegue o que quer!
_ Tchau! _ Eu digo saindo do carro.
Vou direto para o banheiro pra não ver a minha mãe. Começo a chorar de novo debaixo do chuveiro. Droga! O que foi que eu fiz para merecer isso?
“Segui minha vida
É bom saber
Se acaso eu te perder
Nós aqui
Tão perto de um final feliz
E assim
Tão certo do que eu sempre quis
Talvez seja um sonho
Que me fez chorar
Tão perto e ainda
Tão longe estás”
Marcos era um sonho perdido pra mim agora!Olá meu nome é Davi (coloquei o D no final pra enfeitar rsrsrs) e meu amigo me emprestou a conta dele. O verdadeiro Wanderson16 vai voltar logo, ele explica o que aconteceu. Bem, espero que gostem do meu conto!
