Decidi dormir no quarto com nossa filha Sílvia, para remoer meus sentimentos e colocar a cabeça em ordem. De fato, Paula estava errada, ela estava se deixando levar pelo tesão desenfreado e Márcio, com razão, lhe aplicara um corretivo. No dia seguinte pouco nos falamos, Márcio não apareceu na terça, não ligou, não deu notícias. Acabei conversando com Paula, ela estava arrependida, veio se aninhando aos poucos e acabamos fodendo gostoso.
O amante só apareceu na sexta. Inicialmente, tratou Paula com certa indiferença, o que a fez derreter-se e choramingar atrás dele e ele, se aproveitando da situação, a comeu longamente durante a noite. Na manhã de sábado tudo parecia estar normal: tomamos o café da manhã tranquilamente contando piadas. E assim sem passaram quinze dias.
Recebi uma ligação de Evaristo querendo falar comigo. Foi breve, não quis entrar em detalhes, marcamos num bar perto de meu trabalho. Contou-me que tivera uma altercação séria com Márcio depois daquela foda, que ele o proibira terminantemente de voltar a se encontrar com Paula. Mas o coitado estava como cachorro magro, argumentou que Paula era uma mulher excepcional e ele tinha muita vontade de voltar a passar uma noite com ela, solicitando minha ajuda. Expliquei-lhe que éramos um casal, que eu não resolvia nada sozinho. “Entendi... só vai falar com ela se eu comer você também, não é?”, ele frisou. Fui pego de surpresa, essa hipótese não havia passado pela minha cabeça.
“Você gosta de rola, que mal há nisso?, ... fala com ela e a gente acerta isso..., afinal eu curti te comer aquele dia”, ele continuou, dando uma pegada no pau, “eu nunca tinha comido um cara, mas curti, não vou negar”. Fiquei embaraçado, confuso, não sabia o que dizer. No meu íntimo não podia negar que tinha gostado de Evaristo, apesar de ele ser meio canalha; mas, por outro lado, eu prezava muito o Márcio para traí-lo dessa maneira.
Na semana seguinte Márcio veio com uma novidade: queria ir num bar de swing. Acertamos de ser na sexta feira. Numa conversa telefônica à tarde, Márcio me explicara que Paula precisava continuar no processo de se soltar, mas tinha de ser com rédea curta. Ir ao bar era o ideal, ela conheceria novos caras, novos cacetes, e não correria riscos, pois ele ficaria todo o tempo a seu lado. Eles entraram como o casal e eu entrei como extra, invertendo os papéis. Após uma hora sondando o ambiente, com muita gente passando de lá pra cá e vários caras sozinhos marcando presença, Paula se arriscou a ir para uma cabine com Márcio. Fiquei só no bar bebericando, quando um sujeito se aproximou e começou a levar papo. Em pouco tempo fiquei sabendo que ele estava ali na mesmíssima situação que eu: a mulher dele estava dando em alguma cabine e ele estava esperando. Que fazia mais de um ano que trazia quinzenalmente a mulher no bar e ela era bem conhecida, alguns caras marcavam e apareciam no dia.
Decidimos dar uma volta pelas cabines e o movimento estava intenso, quase todas ocupadas. Numa delas havia uma pequena suruba e uma loira estendeu seu braço e me alisou o pau. Ela estava levando por trás, enquanto outro cara lhe sugava os peitos, sendo que ao lado havia outro grupo armado. Moreira, o meu novo colega ao lado, comentou “se estiver afim, entra.... aqui vale tudo”. Na cabine seguinte encontramos Paula e Márcio: ela dava para um marido e Márcio comia a mulher. Moreira me arrastou para frente, queria encontrar sua esposa. Ele demorou a localizá-la, pois ela estava no meio de três caras, cada um de um lado. Sorrindo, comentou “hoje ela se acaba... vai ficar arrombada e lavada de porra”. Aproveitei e perguntei se ele curtia, ele apenas balançou a cabeça afirmativamente. Novamente no bar, me confessou “todo corno adora pegar depois, toda esporrada, não é?... aqui só se transa com camisinha, mas quando ela sai com o amante dela mete sem... volta pra casa ainda cheirando foda”. Acabei abrindo para Moreira como era nosso esquema, e ele comentou que não curtia dar, não tinha nada contra os cornos que davam, que entendia perfeitamente, mas seu negócio era mesmo só ficar olhando e foder depois. “Mas te prepara... depois que elas começam, é difícil parar, estão sempre querendo novos cacetes, a minha não quer ir embora antes de levar pelo menos quatro”, concluiu piscando para mim. Ele era sincero e percebi que fizera um novo amigo.
Fui ao banheiro mijar e me coloquei ao lado de um sujeito. Era muito simpático, me encarou, percebi que ficou ali de propósito enquanto eu ainda não tinha terminado. Afastou-se um pouco e pude ver seu pau, na meia bomba, enquanto ele o balançava para mim. Fiz um sinal que não e saí dali. Voltei ao bar e não encontrei Moreira. O sujeito ficou a certa distância e, discretamente, me olhava, tive de virar para o outro lado para ver se ele desistia. Fui tomado por dois sentimentos parcialmente contraditórios: talvez minha condição de corno estivesse estampada no meu jeitão, não tinha como disfarçar, isso era notado pelos caras que andavam por ali; e, por outro, senti tesão pelo cara, isso nunca tinha me acontecido antes, pois sempre afastara tais pensamentos. Logo depois Moreira voltou e me disse que sua mulher já estava com outros dois. Pedimos mais uísque e continuamos nosso papo.
Acordamos tarde no sábado e durante todo o café da manhã Paula dominou a conversa, comentando suas impressões sobre a noitada, como estava feliz e realizada. Tinha dado para dois caras diferentes e chupado um terceiro. Márcio comera duas casadas junto com os maridos. Eu nada comentei sobre Moreira nem o sujeito do banheiro, eram meus segredos, claro.
Na quarta feira recebo novo telefonema de Evaristo, ele novamente queria um encontro. No fundo, a conversa era a mesma, só que o clima foi mais incisivo e quente. Disse a ele que iria ver o que poderia rolar, encerrando o papo. Falei com Paula e conversamos longamente sobre o assunto. Acabamos concluindo que estávamos a fim de foder com ele. Demos a bela desculpa de que tínhamos um casamento para ir para Márcio e zarpamos num sábado de manhã para um motel com Evaristo.
Ele nos recebeu superbem e logo nos desinibimos, eu e Paula chupando seu cacete. Ele começou estocando Paula no frango assado, o que me permitiu dar a ela meu para chupar. Foram infinitas as variações dali pra frente. Evaristo comeu Paula diversas vezes, levando-a a gozos maravilhosos que eu assistia de perto. Eu fui contemplado com duas enrabadas, uma de manhã e outra de tarde. Não sei se era pela ocasião ou pelo clima de traição, mas nós três estávamos embalados naquele sábado e fodemos até a exaustão.
Nas três semanas que se seguiram acabamos acomodando um jeito de sairmos com Evaristo, sem que Márcio soubesse. Foi um período muito bom tanto para Paula quanto para mim, pois estávamos com dois amantes toda semana; mas aquilo não teria condições de continuar, não apenas porque estávamos cansados, mas também porque começou a ficar difícil armar um esquema para deixar nossa filhinha distante de toda aquela putaria. Paula e eu conversamos e decidimos abrir para Márcio toda a situação. Numa terça feira, ao abrir a porta, entram Márcio e Evaristo. Ficou certo clima de tensão no ar, não sabíamos o que eles faziam os dois juntos ali. Servi uísque para todos. Mas ambos estavam muito calmos e sorridentes, de modo que fomos levando a conversa normalmente girando sobre amenidades. Até que Márcio colocou as cartas na mesa: “já conversamos bastante, já sei de toda a história... podem relaxar... Evaristo me procurou e me detalhou as fodas maravilhosas que estão dando, de modo que não há nada a esconder. De fato, criei duas putinhas, aliás duas putinhas deliciosas..., nunca vai faltar macho pra vocês” ele riu, “de modo que só nos resta aproveitar, dividir fraternalmente nosso casalzinho tesão”. Esvaziamos os copos e ficou decidido que eles se alternariam nas visitas, sem criar problemas para eles nem para nós. Só que Márcio ficava liberado para encontrar novos casais. Ele achava que já tinha cumprido seu papel conosco, já estávamos mais que iniciados.
“Vamos fazer ping pong, uma lá e outra aqui, uma lá e outra aqui, ok? – disse Márcio, indicando o quarto para Paula e Evaristo. Despidos, luzes abaixadas, suguei o pau de Márcio para coloca-lo em pé. Ele me empalou no frango assado e me beijou longamente. “Promete que vai dar sempre pra mim? Teu cu é maravilhoso e não quero perder”, foi a última frase que me lembro antes de sucumbir aos gemidos lascivos que aquele macho sabia extrair de minha garganta.
Quando contei essa história toda para Moreira, que eu encontrava com alguma regularidade desde que o conhecera na casa de swing, ele riu muito e disse que nós quatro éramos muito civilizados, que admirava nossa coragem em enfrentar uma situação tão delicada. Ele tinha 38 anos e comentou que já tinha passado por situações bem terríveis. Que em certa ocasião teve de apartar uma briga entre dois machos dentro de sua casa e que não tinha sido mole. O segundo chegara sem aviso e topara com o primeiro lá, que tinha sido um bafafá daqueles. Finalmente concluímos que, no nosso caso, talvez a diferença estivesse no fato de que eu também entrava na brincadeira, éramos um casal mais moderno, de modo que os machos tinham buracos suficientes para se contentarem e isso minimizava o atrito, ou pelo menos o atenuava.
No caminho de volta fiquei repassando a conversa. Talvez Moreira tivesse razão. Eu não era o corno clássico nem Maria Paula a casada tradicional que sente prazer em humilhar o marido. Enfim, as coisas indicavam para direções diferentes. E também aquela promessa feita a Márcio, no calor da foda, não saía de minha mente. Assim como o maitre, quando se despediu de mim no bar, me sorrindo de um modo que não pude deixar de notar. Era um homem charmoso, interessante. Pisei fundo no acelerador, preferindo me entreter com a velocidade do veículo na marginal e não com minhas ideias extravagantes. Eu estava pensando rápido demais.