Episodio 3 – A aparente felicidade
Tudo corria normalmente durante os dias seguidos, Murilo me tratava com muito carinho e eu sentia que Gustavo tentava se reaproximar de mim aos poucos, ele estava realmente interessado em querer reconquistar a minha confiança e amizade, coisa que seria muito difícil mesmo convivendo com ele ali. Tudo estava parecendo um sonho, um sonho muito bom pena que esse sonho mais tarde viraria um pesadelo. Os nossos dias eram normais sem nenhum fato interessante, já se passava 20 dias que estávamos na casa e Murilo andava muito preocupado, era como se ele pressentisse alguma coisa. Era uma tarde de sábado e eu estava sentado na rede da varanda distraído olhando o nada, eu sentia uma paz como nunca havia sentido antes, escutar o barulho dos pássaros e poder sentir a brisa bater suavemente contra meu rosto e poder ver o céu se manchando de laranja avermelhado com o pôr-do-sol me trazia uma sensação de felicidade como não tivera há muito tempo, ate que acabo sendo embalado pela melodia da natureza ao redor e acabo adormecendo, devo ter dormido umas 3 horas e quando eu acordei já era noite acho que devia ser umas 20 horas e fui atrás de Murilo e Gustavo, procurei os dois por todo andar de baixo da casa e nada deles, subi e procurei-os no andar de cima e nada eu já começava a ficar preocupado, até que ouvi a porta da sala se fechar e eu logo imaginei que eram eles que tinham saído e acabaram de chegar.
Samuel: Murilo onde vocês estavam?
Eu falava enquanto descia as escadas e quando eu cheguei à metade dela eu pude contemplar a visão macabra de Gabriel na sala com um sorriso perverso no rosto, ele exalava uma superioridade que dava ate medo, também com seus 1,90 de altura 93 kg de puro músculo, a pele levemente morena o cabelo penteado de lado com aqueles olhos verdes que poderiam ser reconhecidos em qualquer lugar do mundo o fato de eu ter todo esse medo dele é que o Gabriel havia ficado quatro anos no exército e sabia muito bem como colocar medo e impor respeito em alguém.
Gabriel: Surpresa! Sentiu saudades Sam? Por que eu morri sem vocês, da próxima vez procure um local mais próximo de casa, confesso que foi difícil de achar vocês aqui, mas nada que fosse impossível.
Samuel: Ga, Gabriel? O que faz aqui? Cadê Murilo e Gustavo?
Eu falava baixo e com medo, minha voz parecia sumir entre cada palavra, precisei me segurar no corrimão da escada para não cair devido ao susto. Antes que ele respondesse alguma coisa ele vinha em minha direção começando a subir as escadas eu tentei correr para o quarto e ele começou a correr e me perseguir, eu consegui chegar ao quarto e trancar a porta, mas Gabriel era mais forte e só com um chute foi-se a porta que parecia se feita de papel.
Gabriel: Não adianta fugir somos só nos dois aqui e dessa vez eu me certifiquei que nem o Murilo e nem o Gustavo vão me atrapalhar.
Ele começou a se aproximar de mim, eu estava encurralado, não havia como eu fugir, só havia uma janela que dava para frente da casa que era coberta por grama, não pensei duas vezes e me atirei dela, acabei caindo me machucando, acho que devido à altura eu apaguei e acordei e já estava dentro de casa, Gabriel me olhava enquanto eu tentava me levantar do chão, ele se aproximou de mim, me pegou pelo braço e me levantou eu pensei que o osso do meu braço ia se quebrar de tanta força que ele fez, a raiva estava estampada em seu rosto, ele respirava pesadamente.
Gabriel: Escuta aqui seu moleque, eu já disse que não adianta tentar fugir de mim, intendeu? E como castigo você vai apanhar!
Ele já ia retirando o cinto da sua calça e eu implorava para que ele não me batesse
Samuel: Gabriel não me bate, por favor, eu juro que nunca mais fujo de você, mas pelo amor de Deus não me bate.
Gabriel: Cala a boca e não adianta fazer ceninha, você tem que aprender a me respeitar e você esta merecendo essa surra desde quando fugiu de mim, agora você vai sentir o peso do meu braço.
E nisso veio a primeira lapada do cinto e logo em seguida a segunda e terceira e assim em diante, acho que ele me bateu ate eu cai no chão de tanta dor, então ele parou me pegou no colo me levou para o banheiro, tirou a minha roupa e me jogou de baixo da água gelada que ao bater nos ferimentos ardia, mais depois de um tempo começou a aliviar a dor, eu não tinha forças para ficar em pé, então Gabriel desligou o chuveiro e me enrolou em uma toalha e me pegou no colo e me atirou em cima da cama e saiu do quarto, eu ainda consegui me levantar da cama e dar alguns passos em direção a porta, mas não aguentei a dor e acabei caindo de novo, eu estava completamente nu e com frio e sentia muita dor até que Gabriel apareceu na porta e me levantou pelos braços
Gabriel: Você que apanhar mais? Já não foi o suficiente? Agora fique nessa porra de cama caralho!
E ele me joga na cama novamente e vem subindo lentamente ao encontro do meu rosto.
Gabriel: agora eu vou poder matar a saudade desse seu corpo, me beija quero te sentir.
Eu pensei que ele ia tentar alguma coisa comigo, mas eu estava enganado ele só me beijou e chamou outra pessoa que eu reconheci na hora, era Gustavo e ele estava calado e frio, Gabriel o mandou arrumar as minhas malas e colocar uma roupa em mim e que sairíamos daquela casa dentro de 1 hora.
Gabriel: Eu quero sair daqui o mais rápido possível, quero voltar para minha casa e poder rever meu amado irmão.
Como assim rever meu amado irmão? Eu pensava comigo mesmo, ele só podia se referir a Murilo! Será que ele estava bem? Ou Gabriel tinha mandado alguém fazer alguma coisa contra ele? Ou pior será que ele mesmo fez alguma coisa contra o seu próprio irmão? Era muitas perguntas que se passava em minha cabeça, ate que Gabriel saiu do quarto me deixando a sós com Gustavo que fazia minha mala, ele estava em um silencio aterrorizador e não olhava para mim e ele ficou assim uns 30 minutos ate que ele acabou de fazê-la e veio em minha direção e começou a me vestir eu com os olhos cheios de lagrimas só perguntei:
Samuel: Por quê?
Gustavo: Você não intenderia, só digo que foi para o seu bem e o de Murilo.
Samuel: Para o meu bem? Trazer Gabriel até aqui?
Gustavo: Eu não trouce ele ate aqui, ele achou e me procurou ameaçando fazer alguma coisa contra vocês se eu não o ajudasse. Eu não tive como dizer não, mais fiz ele prometer que ele não machucaria você e o Murilo, mais como eu não estava em posição de pedir muita coisa ele simplesmente...
Samuel: Simplesmente o que Gustavo?
Então ele levantou a camisa e eu puder ver os machucados e vários hematomas em seu corpo, ele tinha um olhar de tristeza e dor, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa ele pegou as malas e levou para fora do quarto me deixando sozinho com os meus pensamentos que nesse momento pareciam que me devoraram vivo me fazendo sentir uma dor maior ainda, eles me corroíam por dentro. Eu fui um idiota em pensar mal do Gustavo, ele acabou tentando me ajudar e eu ainda o culpei de ter trago o Gabriel aqui. Fique pensando por alguns instantes ate que Gabriel aparece na porta do meu quarto.
Gabriel: Vem, vamos para casa!
Ele falava com um tom autoritário, eu tentei levantar mais não consegui acho que machuquei o pé quando eu pulei da janela, então ele veio ate a mim e me pegou no colo e começou a descer comigo a cada passo que ele dava e eu olhava ao redor meus olhos enchiam de água lembrando os momentos felizes que eu tive com Murilo ali naquela casa, logo estávamos fora da casa e ele tinha me colocado no banco do carona do seu carro e num instante já estávamos fora da propriedade, Gustavo vinha em um carro logo atrás do de Gabriel, passamos boa parte da viagem sem falar nada a não ser o necessário, mas Gabriel sempre de olho em mim como se tivesse medo de que eu abrisse a porta do carro e me atirasse para fora dele ele agora estava cuidando de mim, paramos em um posto de gasolina para abastecermos o carro e ele automaticamente mandou Gustavo ir à loja de conveniências comprar comida para mim, já que ele era muito seleto no que comia, enquanto Gustavo foi comprar as coisas ele me ajeitava no banco do carro e fazia um carinho no meu rosto
Gabriel: Eu te amo tanto Sam, e você não imagina o quanto meu amor por ti é grande
Samuel: Se você me amando me trata assim imagina se me odiasse!
Gabriel: Eu faço isso para te proteger e te educar, e você mesmo sabe como eu sou com as coisas que me pertencem.
Agora vem cá e me da um beijo
Samuel: Não Gabriel, não toca mais em mim, eu não quero.
Gabriel: Intenda Sam, se não for por bem será por mal.
Ele acabou me beijando a força e Gustavo havia voltado com a comida, mas eu não comi nada e voltamos para a estrada, o caminho ate a minha casa parecia ser interminável e a companhia de Gabriel ao meu lado não era a das melhores por que ele é a ultima pessoa que eu queria ver, sofri muito em suas mãos, mais isso não é culpa dele e sim de Dr. Emanuel que havia se separado de minha mãe e ela havia ficado um ano na Itália com meu pai biológico um velho amigo de infância dela o Flavio que acabou se casando novamente e abandonou a minha mãe que acabou voltando para o Brasil e reatando com o Dr. Emanuel que nunca me aceitou e sempre manda seus filhos me maltratarem a única pessoa que me protegia era a minha mãe que infelizmente havia morrido junto do Dr. Emanuel em um acidente de carro quando iam para a empresa dele, Gabriel e Murilo assumiram muitas responsabilidades mais a maioria do tempo a empresa era cuidada por nossos advogados que eram competentes e faziam a empresa crescer a cada dia. Já se passava 3 horas que estávamos dentro daquele carro ate que reconheço que estávamos de volta ao estado do Espirito Santo e, pois estávamos na estrada de nossa cidade dentro de alguns minutos já estávamos no portão de casa que era aberto pelos seguranças. Rever aquela casa me dava medo, pois eu sofri muito lá e quando eu fugi com Murilo ele me prometeu que nunca mais voltaríamos aliGalerinha eu voltei kkkkkk desculpa pela demora em postar prometo que isso não vai votar a acontecer, minha vida ta uma bagunça literalmente.
Esse episódio foi tenso pro Sam, tadinho dele! e o Gustavo o que ele tem com o Gabriel? e o que o Gabriel fez com o Murilo? aii são tantas perguntas, mas calma galera aos poucos tudo está sendo revelado kkkkkk