Digamos que quando eu era mais novo, eu era um garoto bastante rebelde do tipo problemático mesmo, eu quebrava vidraças de casas, fazia arruaças, e as vezes meus amigos infernizavam alguns garotos mais “afetados” eu não participava, mais sempre ria dos guris chorando, éramos uma espécie de Skinred’s. Sou branco 1,96 alt, 90 Kilos, olhos castanhos claros, cabelo loiro porem muito curto estilo corte militar, não me orgulho da minha adolescência mais a historia que vou contar precisava dessa introdução.
Quando mais novo tinha 18 anos de idade, já havia sido preso duas vezes por arruaça e agressão, mais como eu era de família tradicional, sempre era solto no outro dia e meu pai claro, “alisava” as mãos dos policiais depois me dava àquela bronca, um dia já no final do ano quando cheguei da escola meu pai me disse que teria uma entrevista de emprego, e que deveria me adiantar, implorei, chorei, ameacei, mais nada adiantou ele me disse que se quisesse continuar naquela casa teria que trabalhar. Isso porque na noite anterior eu havia pego o carro da minha mãe e na volta da boate acabei perdendo o controle da direção e batendo em um poste, que caiu e acertou um carro parado, foi uma bagunça, eu tinha bebido, acabei sendo preso novamente, então como sabia que meu pai estava puto comigo por conta de mais essa que eu havia aprontado, mesmo revoltado eu fui, a empresa ficava no centro da cidade, era um dos últimos andares do prédio e ocupava todo o andar, a empresa era de uma amiga do meu pai, mais quem administrava era o filho dela esperei por 50 minutos quando finalmente me chamaram eu ate estava arrumado porem com cara fechada, era uma transportadora de containners, achei estranho porque eu tinha uma outra visão de transportadora, mais ali era o polo, ou sede, todos de ternos alguns poucos de uniforme ou crachá com nome da empresa, era realmente o meio corporativo.
Entrei na sala, em seguida entrou um rapaz um pouco mais velho que eu, 24 anos 1,80 alt, 83 kilos, era bem encorpado sem ser gordo, enfim... Ele moreno tipo chocolate uma pele lisa e bem cuidada, terno, cabelo curto, olhos negros, sobrancelha bem feita, e estava muito cheiroso, chegou me cumprimentou com um sorriso branco e lindo, e me estendeu a mão, o cumprimentei, ate então nunca tinha conversado com uma pessoa de “cor” e agora uma delas seria meu chefe?! Quando começou a entrevista ele já sabia tudo sobre mim, que havia sido preso, etc. e me disse que o engraçado é que eu agredia sempre negros e gays, ele, me disse olhando nos olhos que o que eu fazia na rua de nada interessava a ele, mais o que eu fazia nas dependências da empresa interessava muito, e que se eu fizesse algo que refletisse na minha imagem dentro da empresa, meu pai teria que desculpá-lo mais seria rua, conforme ele falava eu analisava melhor seu rosto ele tinha traços firmes e másculos no entanto tinha uma aparência delicada sem ser afeminado, seu ar serio e intimidador não me deixava dizer nada apenas ouvi-lo, como ele tirou o blazer notei que ele era malhado pois a camisa branco marcava seus ombros e peitoral, fui ficando confuso ao mesmo tempo que suava enquanto ele falava.
Fiquei tenso, já parecia que ele me mandava me mandou fazer os exames e disse que eu não entraria no almoxarifado como ficou combinado, mais que seria assistente dele, feito os exames cheguei em casa, contei pra minha mãe que havia sido contratado, ela meu deu um sorriso sincero, eu via que ela estava com orgulho, eu me sentia diferente, era uma sensação nova, minha mãe me levou compramos roupas adequadas ao trabalho, na Segunda feira as 13:00 horas eu estava lá pronto para servir meu chefe, vou chamá-lo de Jorge, meu trabalho era de meio período pois ainda estudava, faltavam duas semanas para o termino das aulas eu já fazia 3 ano. O Jorge chegou, 13h10min entramos para sua sala, ele falando ao telefone, e eu atrás, ele me pediu pra fazer um DRE (demonstrativo de resultados no exercício) dos carros da empresa, fiquei desesperado, era meu primeiro dia e ele já estava me ferrando, mais ele foi muito atencioso me passou um e-mail com tudo que eu precisava, modelo da planilha dados dos veículos, era só montar. (eu já me sentia o Máximo, no meu primeiro dia já tinha até e-mail do domínio da empresa) meu horário de ir embora era 17:00 quando se aproximava desse horário vi que não terminaria e decidi ficar, o Jorge estava em reunião e fiquei lá ate 21:00 da noite, quando já saia ele me chamou, e disse que me levaria já que morávamos bem perto, topei.
No caminho nem conversamos, pois o telefone dele não parava de tocar. Minhas primeiras semanas foram bem intensas trabalhei ate mais tarde todos os dias as aulas acabaram, e continuei na rotina, certo dia o Jorge me chamou na sala dele já era mais ou menos 20:00 fiquei preocupado, pensando que levaria um rala, ou que ele me mandaria embora, cheguei tímido ele me mandou sentar, desligou o celular, daí pensei pronto... Deu merda, ele me olhou e disse...
– farei um teste com você, a partir de Segunda-feira ira trabalhar o dia todo, o teste terá uma duração de 15 dias, se eu achar que você esta indo bem iremos efetiva-lo, até agora não tenho nada a reclamar, minha única observação é quanto sua postura você deve corrigi-la fora isso tudo ok.
Fiquei mega feliz, não consegui conter o sorriso, agradeci a ele e fui saindo da sala, mais parei na porta, e perguntei se ele queria jantar comigo, nem vi quando perguntei... Tentei justificar dizendo que minha mãe estava fora, e que havia me dado dinheiro pra comer em um restaurante, ele riu, disse que sabia que minha mãe tinha viajado e falou que iria só seu eu pagasse, daí falei que só se fossemos ao Mcdonalds que era mais barato, rimos e saímos.
Fomos a um restaurante muito chique, daí falei nossa cara, não tenho como pagar não, ele me disse calma, como você esta merecendo, dessa vez eu pago, depois a gente lancha no Mcdonalds, e fomos jantar estamos de roupa social, comemos, uma comida boa, porem com porções muito pequenas, ainda estava com fome, já no carro comentei...
– Nossa Jorge, ainda to com muita fome, bora passar no McDonald’s pra comer alguma coisa.
– Vamos mesmo, também estou com muita fome, preciso mesmo comer algo, nem almocei hoje, estou a base de barras de cereais.
Fomos então comer no McDonald’s, o assunto e a companhia estavam tão boas que nem vi a hora passar quando me atentei já se passavam das 02:00 Horas da manhã, conversamos sobre muita coisa da trajetória dele desde a faculdade até hoje, ele tinha se formado em Economia, e assumiu a direção da empresa quando os pais estavam abrindo ela para capitar recursos externos transformando em uma S/A (Sociedade Anônima) me deu algumas dicas sobre o trabalho me disse pra evitar as rodas de fofoca, engraçado pois no café do escritório o pessoal chama dele de “Dama de Ferro” mesmo sem ninguém ter certeza sobre a sexualidade dele todos especulam, ele já tinha mandado pessoas poderosas embora, e tinha afastado a própria irmã da empresa quando soube de uns desvios que ela tinha feito para pagar cirurgias plásticas, ele era bem rígido, mais comigo parecia ser mais calmo e acessível, fomos embora ele me deixou em casa me dando apenas um até logo e foi embora, no final de semana meus amigos me ligaram pra sair, mais eu não estava com um mínimo de vontade, um mundo novo tinha se aberto minha frente, e eu não queria voltar para o que eu conhecia.
Na segunda fui de manhã, mal cheguei o Jorge já me chamou na sala dele nem entrei direito e ele já foi falando...
– Volte a sua casa agora arrume uma mala para três dias que iremos viajar.
– Mais meu pai me deixou aqui e foi para o trabalho.
– Preciso de soluções e não que me conte seus problemas, o que mais temos aqui são motoristas atoa peça para secretária te arranjar um agora, daqui a uma hora eu te encontro no aeroporto.
Fiquei tenso, ele não gosta de incompetência eu deveria ter pensando em formas de ir antes de falar pra ele aqui, então desci as pressas e fui para minha casa organizei a mala com a ajuda da minha mãe, ela me deu dinheiro e fui para o aeroporto, quando desci do carro peguei meu celular ele tinha acabado de mandar uma mensagem no texto tinha apenas: Morreu!? Entrei louco no aeroporto, e fui de encontro a ele no guichê da Tam, ele pediu meus documentos e comprou minha passagem, fomos para sala de embarque enquanto esperávamos o voo, o telefone dele tocou, ele começou a discutir com alguém no telefone ele dizia que a pessoa não poderia deixa-lo, que tudo iria se resolver, que ele estava sem tempo mais era temporário, mais a voz do outro lado era masculina ou seja ele estava terminando com um cara, ao desligar ele colocou óculos escuros, dava pra notar que ele estava chorando pois a ponta de seu nariz estava vermelha mais fiquei na minha, se bem que fiquei com um peso no coração por não saber o que fazer ou o que dizer para tranquiliza-lo.
Quando nosso voo foi anunciado, ele se levantou e foi em direção ao embarque porem a bagagem de mão dele ficou na poltrona, eu o avisei ele só olhou pra trás e continuou andando, ou seja, era pra eu pegar a bagagem dele, dentro tinha tudo, notebook, palm, e as coisas pessoais dele, fomos de primeira classe, na viagem era tudo novidade pra mim, mais para ele, nada tinha graça, ficamos em silencio, vez ou outra eu olhava pra ele e seu rosto tinha expressão chorosa, e e contraste com o sol que refletia no seu rosto o deixava lindo, hoje consigo falar isso sem a menor vergonha mais na época do ocorrido pra mi isso era quase que impossível, chegamos a São Paulo, e fomos para o hotel, lá tomei um banho, me vesti e fomos ao primeiro dia de congresso, foi chato, porem muito informativo, o Jorge parecia ser bem conhecido, ele me entregou o Not Book dele e foi se reunir com um pessoal, voltei para o quarto, e fui mexer no PC dele, tinha muitas fotos dele com outro rapaz, bonito até porem mais velho, não sei porque mais senti uma raiva daquele homem, eu queria matá-lo...