.
.
.
Eu: Me desculpa por tudo que falei, abre.... Eu não queria machucar você, eu só quero conversar....
Gábi: É! Não quer, mas só me machuca....
Fiquei alguns segundos em silêncio com cabeça encostada na porta, só tem um jeito pra ela abrir essa porta (pensei) só apelando. Então, a chamei do jeito que ela mais gosta e fica toda boba (é que nós já nos conhecemos à uma cara e com a convivência nos demos apelidos carinhosos).
Eu: Amor! Amor! Abre vai...por favor (disse com voz de súplica).....
Enfim, ela resolveu abrir (he he), imagina aquela baixinha com mão na cintura, cheia de marra...
Gábi: O que mais você quer? (falou segurando a porta)
Eu: Posso entrar?
Gábi: Claro.....(disse secamente)
Eu: Eu.....aff...eu só quero saber.... Por que?
Gábi: Como?
Eu: O por quê de toda essa raiva.... Que eu saiba eu não fiz nada e se fiz não foi intencional, você só precisa me dizer...eu posso ser cega, mas posso entender....
Gábi: (suspirando) Hum! Senta aqui vai...mas você tem que prometer que vai escutar-me sem interromper até o fim....promete?
Eu: Nossa, é sério não é?!(tentei descontrair, mas ela torceu a boca) Tá eu prometo....
Cara! Nessa hora ela soltou o verbo, falou horrores...disse que desde que eu comecei a sair com o Beto eu não liguei mais pra nossa amizade, que nunca tinha tempo pra conversar, que eu a estava deixando de lado..... E o pior e mais massacrante era saber que eu não a olhava como ela queria, e que doía muito ver-me com outra pessoa..... ouvir as risadinhas, encontrar-te aos beijos com ele na sua cama e de porta aberta todas as vezes que chegava em casa, as trocas de carinho..... Tudo isso me fere demais, será que você não vê que EU TE AMO!
Essas palavras.... EU TE AMO...me atingiram como balas de canhão.... E mais forte ainda, foi a erupição que eu sentir quando aqueles lábios tocaram os meusÉ! Uma erupição de sentimentos confusos, um arrepio percorreu a minha espinha e a única reação foi ficar, alí, estática, em uma espécie de transe momentâneo.....quando dei por mim, ela me olhava intrigada e num salto levantei-me abrindo os braços...
Eu: Não, não e não....você não me ama, você tá confusa, é isso e carente....e...
Gábi: (com voz embargada) Para! Tá! Eu não estou confusa....eu te amo, é a única certeza que eu tenho....sei que não falei nada antes, mas eu tive medo da rejeição e medo de arriscar e te perder de vez....e pelo visto tinha razão...
Eu: não estou te rejeitando só que...eu...(não coseguir terminar).
Não precisa falar nada...disse ela já me guiando porta afora e com lágrimas escorrendo por seu rosto.
Caí na cama, ainda tentando digerir tudo o que havia acontecido. A noite ía arrastando-se e eu não conseguia pregar o olho...pensando naquele beijo. Por ora reprovava, porém, meus pensamentos de reprovação eram cortados pela sensação do toque daqueles lábios, que me traziam a mente várias lembranças corriqueiras, como um carro desgovernado uma atrás da outra... Como eu não havia percebido? Os toques as carícias que por vezes me arrepiavam, os abraços mais demorados, os beijos...ah! os beijos...que normalmente se dão no rosto eu dava em seu pescoço e geralmente sentindo ela arrepiar e me abraçar ainda mais forte, e mesmo que fosse de maneira inconsciente, agora tudo isso pertubava minha mente e vinha aquela vontade louca de ter retribuído aquele beijo....tentava afastar esses pensamentos...mas tudo voltava...de novo, e de novo e de novo. Que droga! Eu tô ficando maluca....ou será que estou apaixonada, também?! Tudo bem eu tinha que admitir que morria de ciúmes dela com aquelazinha da May (vaca grudenta que ainda por cima era bi) e o jeito que ela andava tão à vontade dentro de casa(calcinha e sutiã) povoavam minha mente e eu tentando negar tudo isso, que agora parecia tão....assustadoramente claro! É realmente eu gostava dela e não era só amizade, eu não podia crer que estava sentindo tezão por aquela garota e pensar que talvez ela se afastaria me dava um medo de perdê-la. Eu precisava saber....sentir....aquela boca novamente. Já passavam das 2h da madruga quando fui à cozinha...não resistir e bati no quarto dela.
Eu: ainda tá acordada?
Gábi:Anrã! Tá aberta...entra...
Entrei e me recostei na porta... Olha, (ela começou)se veio aqui só porque tá com pena é...interrompi..não, não estou com pena, eu...ela me cortou... Então, o que quer?
Eu: Eu...quero...você(disse gaguejando)
Gábi: o quê?!
Eu: você entendeu...
Foi aí que ela levantou-se, andou em minha direção (como ela tava gata de camiseta e calcinha) com a cara mais safada que eu já vi, aproximou-se como se fosse me beijar colou suas mãos na porta, como se me prendesse, desviou pro ouvido e susssurrou bem sacana:
Gábi: Eh! Eu entendi...mas quero ouvir de novo.... Vai...Pede!
Continua.....
