Oi gente! Senti saudades... Quero vê os comentários de vocês, afinal suas opiniões são muito importantes para mim e fico feliz por estarem gostando. Para quem tem dúvidas, o Júnior é um protagonista vilão. Um beijo meus queridos e Boa Leitura...
Júnior gritou! Ficou descontrolado com a mensagem. Quem poderia ser o ameaçador? Ele nunca deixou falhas... Mais parece que ele não era tão esperto como imaginava ser. Alguém estava na sua cola, e queria acabar com ele a qualquer jeito.
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Passou-se um dia após ele ter transado com o Marcelo, e as lembranças daquele dia não paravam de circular a sua cabeça. No dia anterior, ficava andando pela rua o tempo inteiro, na esperança de encontrá-lo. Sempre via a janela fechada, e a vontade de bater na porta dele, era quase que incontrolável. Mais ele precisava ter paciência... Ia agir aos poucos, chegando devagar. Ia fazer o Marcelo gostar dele...
Como o Felipe estava viajando com a mãe, ainda teria mais dois dias, para ver o Marcelo e tentar uma aproximação mais profunda. Só que ele ia deixar isto para mais tarde, pois ele estava saindo de casa, querendo vingar-se do psicólogo que não quis mais atendê-lo, ou seja, não quis mais fazer sexo com ele.
- Oi. O José Carlos está? – perguntou ele a recepcionista.
- Sim. Mais acho que ele está atendendo. Qual é o seu nome?
- Na verdade, eu quero fazer uma surpresa pra ele. Vim entregar este presente... Eu gosto muito do Dr. Carlos.
- Você não é o rapaz que era atendido às tardes por ele?
- Sim. Sou eu mesmo. Como eu não tenho aula hoje, resolvi passar aqui para visitá-lo.
- Aguarde só um instante.
- Por favor, não diga que o meu nome. Como eu disse, é uma surpresa que quero fazer.
- Pode deixar. Eu só irei verificar se ele já pode recebê-lo.
Enquanto a recepcionista se encaminhou para o corredor, ele ficou ali esperando, com muita raiva no olhar. Ele já estava acostumado todas as tardes, se divertir com o Psicólogo, mais agora ele havia o provocado.
Alguns instantes e a mulher voltou, autorizando a entrada dele. Juninho entrou na sala, discretamente e viu ele de costas.
- Vim me consultar com você?
- Hã? O que você está fazendo aqui garoto? – disse ele assustado em vê-lo.
- Porque o susto? Eu sou o seu paciente, esqueceu?
- Saia daqui Júnior! Eu já te encaminhei a outro especialista.
- Mais eu gosto de conversar com você. O combinado foi que eu teria as minhas sessões com você; e não com outro.
- A situação estava indo longe demais, e você sabe disso! Eu sou um profissional, adulto... Não podia ficar me envolvendo com um adolescente. Entenda isso de uma vez!
- Mais quem te falou que eu quero envolvimento com você?
- Sabe garoto... Eu vou à sua casa, ter uma conversa com os seus pais, sobre o seu comportamento. E me afastarei de você.
- Faça isso! Vou até a polícia denunciá-lo por abuso sexual, estrupo, e ainda direi que fui molestado por todo esse tempo em que vim aqui na sua clínica.
- O que você ganharia com isso? E você não tem provas.
- Bom. Eu ganharia o prazer em vê-lo se ferrar! E enquanto as provas... Vou te mostrar só uma, para que não restem dúvidas do que eu sou capaz.
Ele exibiu um vídeo do seu smartphone, em que o psicólogo segurava a cabeça dele contra o seu pau, e ainda dizia palavras chulas.
- Viu só? Quem poderá dizer que é mentira?
- Como você...
- Simples seu bobinho... Todas as vezes que você me comia, eu ligava a minha câmera e colocava em cima da sua mesa gravando toda a nossa cena selvagem. Que delícia não é mesmo? – ele riu de deboche.
- Eu nunca em toda minha vida me deparei com alguém como você. O seu comportamento nem parece de um adolescente. Consegue ser mal como um adulto.
Ele avançou em cima do Júnior e segurou forte em seu pescoço. Queria estrangulá-lo. Pressionou ele contra a parede e Júnior ficou vermelho sem ar para respirar.
- Eu vou te matar seu garoto diabólico. Não vou deixar que estrague a minha carreira. – ele dizia com puro ódio. Júnior para se livrar, conseguiu dar um chute em suas partes íntimas, o fazendo recuar e soltá-lo.
- Aiii! Seu filho da puta!
- Toma mais um. – ele deu um chute ainda mais forte, e o Carlos caiu no chão. Mais segurando a dor, ele conseguiu derrubar o Juninho, e voltou a atacá-lo no pescoço. Desta vez apertou com mais força.
- Eu vou te matar!
- So-cor-ro! – dizia Júnior sem ar. E ao ver uma caneta no chão, próximo a ele, estendeu o braço para pegar e logo em seguida, cravou no pescoço do Psicólogo, que gritou de dor e caiu do lado dele. Júnior demorou minutos para recuperar o ar. Seu pescoço estava vermelho e dolorido. Ficou o vendo sangrar no chão, e ele conseguiu cravar aquela caneta na veia do pescoço dele. Se puxasse ela, uma hemorragia seria inevitável. O doutor não conseguia falar... Júnior aproveitou e cravou as unhas do Psicólogo em seu braço, forçando até sangrar. Procurou por álcool naquela sala, até encontrar no banheiro. Jogou por toda a sala e depois foi até a sua mochila, pegou um isqueiro e ascendeu em cima daquele solvente. A sala logo estava tomada pelo fogo, e o José Carlos caído no chão. Ele conseguiu levantar aos poucos e Júnior saiu dali correndo. Todos da recepção ficaram perplexos ao ver o estado dele, e o Júnior não parava de gritar.
- Socorro! Ele quer me pegar! Socorro!
Quando a recepcionista e outros médicos viram o fogo, eles correram para a sala, e encontraram o José Carlos no chão. Um deles tomou a iniciativa e entrou para salvá-lo. Como havia muito papéis, as chamas se espalharam rapidamente. Em meia hora o corpo de bombeiros já havia resolvido o caso. No hospital, o psicólogo recebia atendimento e passou por uma cirurgia no pescoço para tirar a tal caneta. O estado dele era estável, porém de risco.
Enquanto isso, o Júnior andava todo rasgado pela rua, em direção a sua casa. Ele mesmo havia feito aquilo com as suas roupas. Queria passar a impressão de que foi violentado. O seu pescoço ainda permanecia com dores e roxo, devido ao estrangulamento que sofreu.
Ele chegou em casa e contou tudo para os pais, claro que contou a versão dele. Eles ficaram horrorizados e perplexos com tudo.
- Pois é mãe... E eu gostava tanto dele. Quando eu soube que ele tinha mudado de horário, até comprei um presente, para agradecer por tudo que fez por mim.
- Era para ele ter morrido naquele fogo! – esbravejou o Paulo, pai do Júnior.
- Deixa pra lá pai, o importante é que eu estou bem.
- O Júnior tem razão. Graças a Deus que o meu filho não se machucou.
- Nós vamos colocar este safado na cadeia! Não se pode confiar em mais ninguém.
- Esquece pai. Ele já está pagando por ter tido prejuízo na clinica.
- Esquece? Você está louco meu filho? Um cara tenta abusar de você, te machuca, e você quer que eu esqueça? Vou até o fim com essa história.
Passou-se mais um dia, e o Júnior forçadamente, estava na delegacia junto com o pai, dando queixa do que aconteceu. O delegado ficou responsável em investigar o caso e dar uma posição sobre o assunto. Júnior não mostrou o vídeo que comprometia o psicólogo... Preferiu ficar em silêncio, pois queria se vingar aos pouquinhos. Voltando pra casa, ele encontra o Marcelo entrando em casa, com sacolas na mão. Deve estar voltando do supermercado, pensou ele. Júnior lançou um olhar para ele, e foi correspondido, mas não com a mesma intensidade.
No seu quarto, ele ria de tudo que aconteceu. Conversava com o seu reflexo no espelho, e dava crise de risos. Logo o seu pensamento voltou-se para o Samuel, seu colega de escola. Não deixaria barato, a forma como ele o desafiou e ia pensar numa vingança bem divertida pra ele. De repente o seu celular toca, ele vê no visor, era número confidencial.
- Alô! Alô! Alô! Fala porra!
Bateram na cara dele, e logo em seguida, mais uma mensagem:
“Quando for só eu e você, vou te matar aos pouquinhos... Quero vê o teu sofrimento. Quero que sinta a dor que você faz as pessoas sentirem. O nosso acerto de contas está próximo seu desgraçado”.
- Pois venha me pegar! – ele gritou, olhando para o celular. – Tente e você verá quem vai matar quem.
No dia seguinte, Júnior decidiu ir à casa do Marcelo. Queria tentar uma investida. Tocou na campainha várias vezes, até ser atendido.
- O que você quer?
- Queria conversar com você...
- Estou ocupado Júnior. Não tenho tempo agora.
- É rápido!
- Ok! Entra.
Ele entrou e sentou no sofá.
- Fala o que você quer.
Júnior começou a chorar... Mais uma vez, usou o seu teatrinho.
- Eu nem sei explicar como estou me sentindo... Às vezes sinto que as pessoas me odeiam que não me suportam, e fingem gostar de mim, sabe? Justo eu que sou tão bom para todo mundo. Que não faço mal a ninguém.
- Júnior, eu ainda não entendi aonde você quer chegar.
- Anteontem eu fui agredido por meu psicólogo. Na verdade, ele tentou me assediar e eu não queria. Aí ele me estrangulou e eu consegui sair. Ele queria me matar, olhe.
Ele tirou o cachecol que envolvia o pescoço, e mostrou as marcas.
- Meu Deus!
- Diz pra mim, você me acha ruim? Você me acha um rapaz perigoso?
- Júnior, eu...
Ele se aproximou do Marcelo e pegou na mão dele.
- Eu queria te pedi perdão por ter insistido naquilo com você. Eu não devia... é que, te amo tanto, que o meu coração falou mais alto. Me perdoa... Eu não vou mais incomodá-lo, e prometo me afastar do seu filho.
- Júnior eu sinto muito pelo que aconteceu com você. E não quero que se afaste do Felipe, vocês são amigos.
- Vai ser melhor assim senhor Marcelo. Sei que fundo não tá nem ai pelo que eu sinto por você, mais acredite... É verdadeiro e real. Eu sou um ser humano cheio de falhas, e só queria um pouco de carinho. Eu vou indo.
- Júnior, eu sinto muito mais uma vez.
- Será que você poderia me dar um abraço?
Quando eles se abraçaram, as lembranças da transa dos dois vieram na cabeça do Marcelo. Aquele contato com o corpo quente e cheio de tesão do Júnior,com os hormônios a flor da pele, estava deixando ele sem sentido.
- Nunca mais vou te incomodar senhor Marcelo. Tchau.
Marcelo ficou olhando para o rosto perfeito e angelical dele, e por um impulso que não soube explicar, puxou aquele garoto e beijou em sua boca.
CONTINUA...