Capítulo 1: Agora Estou Só!
Me chamo Alladyn, tenho os olhos negros, assim como os meus cabelos, que cobre a testa e as orelhas. Não sou negro e nem branco, pra fala a verdade nem sei qual é a minha cor. Sou bem magro de estatura média e corpo bem liso. Muitos acham que sou Coreano, mas não sou, nasci no Brasil mesmo. Enfim, não sou muito atraente.
Graças as Deus, hoje completo mais um ano de vida, estou completando 18 anos. A idade mais esperada por todos os adolescentes.
A idade libertadora. Nessa idade nos tornamos livres para fazer o que quisermos, sem nenhuma intervenção dos pais.
Seria hoje que faria o que sempre temi na minha vida, assumir a minha homossexualidade. A idade que completava era perfeita. Seria uma coisa difícil, mas eu tinha que fazer. E concerteza os meus pais ficaram decepcionados.
Depois de um dia cheio de afazeres, cheguei em casa super cansado, mas determinado a me revelar. Assim que abrir a porta, tive uma surpresa. Um bolo de chocolate estava na minha frente e todos os vizinhos, que estavam em minha casa, cantavam parabéns juntamente com os meus pais e o meu querido avó.
Fiquei muito surpreso com o que estava acontecendo. Devido as condições que vivo, jamais pensaria que ganharia um bolo de aniversário tão cremoso e saboroso.
Depois da cantoria, todos me abraçaram e, me deram simples presentes. Só o meu avó me deu um caro, era uma peça de dominó que valia um milhão de reais. Naquela peça de Dominó estava a sua vida, era a única que havia restado das 10 peças, que foram roubadas.
— Obrigado, vovó — Agradeci com um abraço muito forte.
— Cuide bem dele como cuidei. Ela vale muito — Ele disse a colocando no meu pescoço.
— Concerteza — Falei sorrindo.
Depois dos agradecimento foi a hora de partir o bolo. Naquele momento estava com o coração na mão, as coisas pra mim havia se tornado mais difíceis para poder me assumir. Tinha que acabar com isso de uma vez por toda, tinha que tirar esse peso da minha consciência.
Ao terminar de repartir o bolo, dispensei os vizinhos e reunir os meus pais e o meu avó na sala. Seria a coisa mais difícil da minha vida, eu não estava com medo mas estava com um pressentimento ruim de que nada sairia bem. Sem mais delongas disse á eles:
— Eu sou gay — Falei direto, sem gagueja.
O silêncio se formou na sala e todos se olhava um para o outro surpresos com a minha revelação. Como queria ser um telepata para poder ler as suas mentes e saber o que se passava. Mas é claro que imaginava o que eles pensavam. Poderia ser coisas boas, que não me afetasse muito.
— Eu... Eu... — Falou o meu pai com dificuldades e se levantando.
O meu pai ficou lerdo com a situação, para ele foi um choque já que ninguém suspeitava. Além do mais, eu sou seu único filho homem, nem mesmo uma outra irmã tinha. A minha já havia feito uma cara de nojo e desprezo e o meu avó continuava com o mesmo semblante de sempre. Vê a expressão de decepção no rosto do me fez me sentir um idiota por perfeito, uma aberração.
— Mas... Você é o único filho que tenho — Ele disse com os olhos lacrimejando.
— Pai, eu não tenho culpa pelo que me tornei. Ninguém têm culpa.
— Você ainda têm a cara de pau de dizer que não têm culpa?! — Falou a minha mãe, ela sim estava brava.
— Não é cara de pau. Realmente não tenho culpa — Vi o meu pai se levantar.
— Cale-se! Eu não suporto mais ouvi a sua voz! — O meu pai falou apontando o dedo na minha cara.
— Você é sim o culpado — Falou a minha mãe.
Já se dava pra ver os olhos dos meus pais vermelhos de raiva, o meu avó não dizia nada. Armas eu tinha para me defender e iria usá-las para a minha honra. O que me tornei não era uma maldição para eles me tratarem com desprezo.
— Sou filho de vocês dois, tenho o mesmo sangue seus — Os meus olhos já escorria lágrimas, Eu não queria afronta-los — Os culpados são vocês, não eu. Eu herdei isso de algum dos dois — Foi uma frase formulada sem a mínima vontade.
— Pare de falar besteiras como se nós fôssemos culpados — Falou o meu pai retirando o sinto para me bater — Eu vou te ensinar o que realmente deve ser, um homem!
Já estava ficando muito puto. Ei tinha a total razão de que eles eram culpados. Porque sou filho deles, o mesmo sangue deles corri em minhas veias. Agora o meu pai queria me bater como se apanhar resolvesse o problemas. Isso jamais aceitaria, por que não era mais criança, eu já estava com os meus 18 anos.
— Se vai fazer isso, pense bem, porque não irei lhe aceitar mais como o meu pai — Disse com a voz trêmula, não foi fácil, mas tive que dizer.
Ambos ficaram intactos pela frase que disse. Era uma coisa devastadora culpa-los pelo que me tornei, mas pra mim não havia outra lógica a não ser os culpa-los. Muitos não faria o que eu havia feito, essa é a parte que não consigo traduzir. Porque alguns não se defendem?
O meu pai jogou o sinto no sofá e disse:
— Vá para o seu quarto e só saia de lá quando Eu mandar — os olhos e punhos fechados.
— Não, eu não vou para o meu quarto. Porque não quero viver debaixo de um teto da mesma família que dizia... — Dê uma pausa para poder limpar as lágrimas — Que me amava. Eu prefiro viver na rua, viver sozinho do que mal acompanhado.
A única solução que me veio a cabeça. Me virei e sair lentamente pela porta da sala com a minha mãe gritando, pedindo, para Eu voltar. Simplesmente não dê ouvidos a ela. Eu jamais conseguiria olhar nos olhos deles, jamais rebaixaria dessa forma. Nessas horas difíceis fui forte pela primeira vez na vida.
Peguei no dominó de ouro que o meu avó havia me dado, e o beijei. Logo o escondi por baixo da camisa para ninguém roubá-lo, essa peça era a única coisa que tinha de valor nesse mundo cheio de injustiça. E o meu avó? Por que ele não me defendeu? Por que ele se calou na hora em que mais precisei? E quantos a mim? O que farei para me manter vivo já que agora estou só?
Dominó - Entre Ladrões e Mendigos - Capítulo 1 - Agora Estou Só.
!!!!!!Continua!!!!!!
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