Como Chamas 1x07: A SALA DE MANUTENÇÃO É UM PESIMO LUGAR PARA DAR UNS AMASSOS!
Abri os olho no dia seguinte com um sorriso no rosto. Não que tivesse dormido muito bem, eu tentei, mas o beijo de Felipe me manteve ligado a noite quase toda.
Eu nao sabia o que esperar dali para frente. Sempre pensei que minha paixonite por ele era algum tipo de castigo divino, por que eu nunca imaginei que fosse ao menos ganhar um beijo.
Na noite anterior, ele agiu normalmente após o beijo, como se nunca tivesse acontecido, mas isso não me chateou.
Cheguei ao meu serviço mais cedo naquele dia, para terminar de cumprir minhas horas e dou de cara com Felipe sentado na minha cadeira e com o celular na mão.
- Eu ia te ligar agora. Ele falou.
- Hum, porque?
Ele se levantou e caminhou ate mim.
- Eu meio que fugi do assunto ontem a noite, mas acho que estou disposto a falar agora.
Eu o avaliei por um instante.
Sua expressão parecia nervosa, mas também culpada e quase arrependida. Eu sabia o que precisava fazer, ele iria me dispensar e dizer que o beijo não significou nada.
Cruzei os braços a passei por ele e sentei em minha cadeira. Colocando a mesa entre nos.
- Você não precisa dizer nada. Você gosta da Alice e estava meio carente, então nos podemos esquecer tudo e...
- Não, não. Eu não quero esquecer. Ontem a noite foi...
- O que rolou ontem a noite? Perguntou a voz curiosa de Mike quando ele entrou na sala.
O sangue sumiu do rosto de Felipe, eu simplesmente olhei para ele.
Eu podia sentir meu corpo todo se agitando, com vontade de pular e gritar, repetindo as palavras de Felipe de novo, de novo e de novo em minha mente.
Tudo era bom demais.
- Nao é da sua conta. Falei dando as costas para ele.
Felipe deu um sorriso breve para o irmão e se afastou também.
Logo após isso, Alice chegou e todo o dia de trabalho correu normalmente, apesar de eu notar que Felipe me lançava cada vez mais olhares.
Quase no fim do expediente, Joaquim pediu para que eu fosse checar a sala de manutenção, pois havíamos tido piques de luz o dia todo.
Arrumei minha mesa para sair assim que acabasse e desci. A sala ficava no sub solo da empresa e Joaquim já estava lá, rodando uma chave em alguma coisa de metal.
Fiquei ao lado dele ate que ele identificou que o problema estava no interruptor de energia.
- Vou ate o meu carro pegar as outras ferramentas que preciso e você fique aqui. Já volto.
E então ele saiu.
Fiquei naquela salinha pequena e abafada sozinho por alguns minutos, ate que a porta se abriu e eu não me virei para ver quem era.
- Você foi rápido! Falei ao me virar para Joaquim, mas ele não estava lá.
E antes que eu me desse conta do que estava acontecendo, Felipe me tinha em seus braços, me abraçando forte, enquanto sua boca explorava cada centímetro da minha.
Suas mãos deslizavam por toda as minhas cosas e uma delas chegou a enfiar os dedos no cós da minha cueca.
Felipe mordeu meu pescoço e gemi.
No meio de todo o alvoroço, ele me empurrou para trás e bati as costas no centro de energia, mas a dor não me incomodou.
Estiquei um dos braços involuntariamente e toquei alguns fios. Tomei um pequeno choque e gritei, mas de dor desta vez.
Empurrei Felipe para longe dali e fomos para a porta. Ele estava sem ar e todo vermelho. Eu provavelmente tinha marcas no pescoço e nas costas.
Olhamos um pro outro em silencio, e então caímos na gargalhada.
A cena toda tinha sido patética.
- O que você esta fazendo aqui? Perguntei.
Ele ajeitou a blusa e passou a mão sobre os lábios, como estivesse saboreando o gosto de meu beijo.
Sorrindo, ele me respondeu.
- Joaquim me pediu para de dar uma mãozinha.
- Bem, obrigado. Falei.
- Sempre que você quiser.
- Você esta bem? Ele perguntou rindo.
- Estou.
Falei, mas eu não me referia ao choque, e sim ao meu coração.
