O tempo nunca foi meu amigo, quando eu pedia para ele parar ele ia mais rápido e quando eu pedia para ele acelerar ele demorava. Foi assim que o tempo passou, voando, durante o período que eu namorava Lucas, estávamos no meio do ano e de repente já chegamos no ano novo.
Luzes coloridas brilhavam no céu escuro da praia.
-Sua mãe me viu no shopping com você- eu disse, sorrindo para ele
-Ela não sabe que eu namoro você, e por mim nunca saberá.- estávamos sentados na areia, os dois com roupas sociais brancas e um sorriso frustrado no rosto.
-Eu vou contar para minha mãe...
-Você é louco?
-Ela vai entender e meu pai também vai.. eu sei...
Um grande estrondo seguido de mais luzes brilhavam no céu.
-Quando vai contar?
-Hoje, na festa da sua mãe...- A Sra. Durftys todo ano contratava uma banda e fazia uma grande e bela festa na praia.
-Eu não posso contar para minha...
-Por que? você não me ama mais?
-Obviu que amo mas minha mãe é ruim, ela vai fazer de tudo para nós nos separarmos
-Eu não ligo!- Lucas para mim era o meu ponto de paz, rezava toda noite para que deus me deixe leva-lo para o céu comigo.
-Você tem certeza?
-Sim.
Corremos para casa quando deu 20:00 em ponto, nos abraçamos na esquina e depois foi cada um para o seu lado.
-Mãe...- eu olhava para ela com os olhos cheios de lagrimas-... eu to apaixonado
-Que ótimo meu filho- ela me abraçou e beijou minha bochecha-... quem é a sortuda?
-Mãe por favor...- eu chorava como um bebê, se ela não aprovasse eu seria expulso de casa- por favor... me diz que você não pensa que é uma mulher!- o sorriso dela foi substituído por um rosto triste e gelado.
-Filho... o que voce esta falando, deve estar delirando...
-NÃO MÃE!!!- eu não aguentava mais-... EU AMO UM RAPAZ, POXA-
-Quem é ele?
-É o Lucas, o vizinho.
-Filho, eu apoio do fundo do meu coração que você seja bissexual...
-Gay, mãe.
-...Gay... tanto faz... mas você não pode namorar o filho da mulher mais poderosa do Estado!
-Eu amo ele mãe... não foi eu que escolhi, foi meu coração.
-Filho- ela se agachou amassando o vestido branco e caro- eu e seu pai te amamos, não ligamos para sua sexualidade mas esse garoto é perigoso.
-Eu o amo...- eu chorava- por favor!
-Ok mas cuidado com a Sra. Durftys.
-Não me deixe triste...
Eu ouvia os pássaros na brisa de verão voando como loucos pela cidade com medo das explosões dos fogos. Estavamos na festa dos Durftys, todos os importantes estavam lá, só os mais ricos.
-Felipe...- Lucas veio falar comigo, ele estava lindo naquela noite, usando o terno branco que realçava o topete liso e dourados.
-Então é esse o garoto né?- Meus pais disseram rindo para ele.
-Olá- Lucas beijou a mão da minha mãe e apertou a do meu pai -... prazer em conhece-los senhores.
-Meu filho..- meu pai disse- é um garoto sensivel, cuide bem dele!
-Pai...- eu falei-... não precisa disso!- nós quatro rimos e por alguns instantes o sorriso da família me fez achar que eu havia encontrado meu povo. Todo esse tempo eu passsei por muitas coisas, minha mãe que me abandonou em frente a um orfanato onde eu fui estuprado pelos donos, vivi 10 anos naquele inferno até que meu povo me adotou, foi o melhor dia da minha vida.
-Podem passear por ai, não precisa ficar com a gente- meus pais disseram- vai aproveitar seu namorado.
-Eu vou contar para minha mãe hoje- disse Lucas se distanciando dos meus pais e pegando minha mão.
-Lucas- eu disse- não faça isso, não aqui, estão todos vendo!
-Eu não quero mais esconder que te amo- os convidados da família nos olhavam com olhos esbugalhados e desconfiando. -Mãe- Lucas disse para sua mãe, ele segurava minha mão com tanta força que fez minha mão doer durante 3 dias.
-O que é isso Lucas?- ela disse esbugalhando os olhos
-Sou eu e meu namorado- ele disse olhando para ela.
-O QUE?- o rosto dela ficou serio e gelado- O QUE?
-Sra. Durftys- eu disse- está tudo bem... eu sou boa pesso...- antes de acabar a frase fui surpreendido por um tapa na cara tão forte que me fez cair no chão.
-MÃE- Lucas gritou, ele me levantou
-GABRIEL!!!- Sra. Durftys chamou o novo segurança- PRENDA LUCAS EM CASA E NÃO DEIXE ELE SAIR POR NADA.
-ME LARGA!- o segurança arrastava Lucas até a limousine.
-EU VOU TE MATAR FILHO DA PUTA!- gritou Sra. Durftys para mim que observava tudo espantado.- VOU ACABAR COM CADA PEDACINHO DESSA SUA CARA DE VIADO!!!- os olhos dela estavam me observando com um ar de superioridade.
Ela se virou para a plateia e gritou:
-A FESTA ACABOU!!!!! - e saiu de cena.
Sra. Durftys foi para casa tentar corrigir seu filho. Lucas lutava para não entrar em casa. O segurança era grande como uma geladeira.
-LUCAS!- Sra. Durftys disse- Eu te amo, filho... vá para casa!
-MÃEEEE, NÃO FAÇA NADA COM O FELIPE, POR FAVOR, SE VOCÊ MACHUCAR ELE EU ME MATO!!! EU JURO QUE ME MATO!- Lucas mordeu a mão do segurando que estava tampando a boca dele, quando se soltou correu pela liberdade, ela estava tão perto do mato onde sumiria e correria atrás de Felipe, até que algo perfura o pé dele, ele não consegui entender a dor e o ardido de seu pé. O que era aquilo? Quando olhou para o chão viu seus pés sangrando, ele levou um tiro de um dos seguranças no pé, ele caiu e não conseguia mais andar.
-DESGRAÇADO!!! NÃO TOCA NO MEU FILHO!!!- ela tirou da bolsa uma arma e atirou no peito do segurança que morreu na hora...- SEU BOSTA! OLHA O QUE VOCE FEZ, FILHO!
-Aaaaaaaaaah- Lucas gemia com os pés sangrando, Sra. Durftys arrastou o garoto até o quarto e o trancou lá. Pegou o corpo do segurança e o escondeu no porão.
-Isso só aconteceu por causa daquele garoto!- ela cochichava para si própria no porão da casa- EU MESMA VOU MATAR FELIPE!!!
continua...