Engraçado como a vida é... ás vezes sem saber acabamos sendo escolhidos pelo destino. Fico pensando... a Luciana foi o motivo de eu ter encontrado o Mauricio, e se eu não a tivesse encontrado... como seria a minha vida?! Terei essa família? E o Márcio? Teria sofrido todos esses anos pelo crime que cometeu? Ele também pensava a mesma coisa que eu... na prisão a vida dele não era fácil. O único consolo era a proteção de Ryan.
- Ei boneca... - disse o prisioneiro entrando na cela.
- Já falei que não gosto que me chamem assim. - falou Márcio.
- Mas, na hora que eu te pego de jeito tu geme igual a uma cadela vira lata.
- Grosso...
- Tú gosta é assim né? - disse Ryan deitando em cima de Márcio.
- Para. - pediu Márcio afastando Ryan e colocando algo de baixo do colchão.
- Tú acha que eu sou idiota?! - gritou Ryan assutando alguns detentos que dormiam.
- Porra cara... assim tá foda. - disse um dos homens saindo da cela.
- Deixa eu ver o que tú tá vendo. - exigiu Ryan.
- Não é nada.... eu juro...
- Deixa eu ver...não vou pedir de novo.
Tremendo Márcio entregou uma foto para Ryan. Ele analisou e soltou uma gargalhada. Tão alta que todos ouviram.
- Esse que é o tal médico?
- Para.
- Responde caralho!!! Esse que é o tal médico?
- É sim!!! É o Mauricio. - gritou Márcio levando um tapa de Ryan.
- É assim que você agradece... esse cara tá em outra... você mesmo disse. Se eu pudesse agora sairia daqui e mataria esse desgraçado com as minhas próprias mãos.
- Não... ele não te fez nada... eu sirvo a você... só a você. - implorou Márcio.
- Vocês gays não se respeitam né? Gostam de sofrer... vamos fazer o seguinte... vou queimar essa foto... - ele disse tirando um isqueiro do bolso. - E por ora, vamos esquecer dessa história. - falou Ryan ateando fogo na foto.
- Por favor... não...
- Aqui não é mais o teu castelo encantado princesa... você vai ter muito tempo para ver quem realmente é o teu parceiro... porque até agora o teu principe encantando não chegou.
- Não machuca o Mauricio.
- Isso vai depender do que você vai fazer por mim...
- Eu faço qualquer coisa.
- Então te arruma que tu vai fazer um serviço com dois faxineiros. Eles vão facilitar a entrada de drogas aqui na cadeia.
- Eu.... eu... eu faço.
- Muito bem... vai se arrumar. - ele disse dando um tapa na bunda de Márcio.
- Eu vou. - disse ele saindo da cela.
- Vai deixar barato assim?! - questionou um dos detentos.
- Tú acha que eu esqueço um rosto assim?! Tive trabalho pra domar esse viadinho... e esse médico não vai me atrapalhar. O Márcio é bom... em poucos anos vai sair daqui... e dessa forma o nosso plano de vingança vai ter exito... e quando eu tiver fora daqui acerto as minhas contas com esse tal doutor... e ele vai se arrepender de ter nascido. - disse Ryan pisando nas cinzas da foto.
São Paulo - Atualidade -
- Nossa. - disse Mauricio acordando assutado.
- Está tudo bem? - perguntei acordando.
- Pesadelo.
- Nossa é um festival de sonho ruim nessa casa... quando não sou eu é você. - disse o beijando.
- Verdade. - ele disse coçando os olhos.
- Ei... é essa semana que você leva o Paulinho no hospital?
- Não... apenas no final do mês. – disse ele levantando. – Vou marcar uma semana onde o hospital fique mais tranquilo.
- E existe esse dia?!? – perguntei rindo.
- Quem sabe?! – ele respondeu entrando no banheiro.
Phelip passou a madrugada acordando esperando Ezequias. O jovem havia ficado na boate para curtir a noite e esqueceu do horário. Eleonora percebeu que o jovem estava dormindo acordado na poltrona.
- Querido?!
- Hummm oi?! Oi Eleonora. – ele disse levantando.
- Está tudo bem?!
- Mais ou menos... o seu filho não chegou do trabalho ainda.
- Oi gente. – disse Ezequias entrando e deixando o violão em cima do sofá.
- Filho... você sabe que horas são?! – perguntou Eleonora.
- 6h.
- Isso mesmo. São 6h da manhã. Seu show é até 02h.
- Ahhh mãe... hoje era a despedida de uma das garçonetes do bar... e...
- Vou tomar banho – disse Phelip entrando para o quarto.
Ezequias o seguiu e perguntou se estava tudo bem. Meu irmão foi monossilábico e entrou no banheiro.
- Sério Phelip?! Estou tentando ter uma conversa aqui. – disse Ezequias sentando vaso.
- Conversa? Desde quando conversamos? Afinal você anda muito ocupado....
- Meu Deus... você está com ciúmes do meu trabalho.
- Deixa de ser bobo... é demais querer que o namorado da gente durma ao nosso lado?! – ele disse passando o sabonete.
- Sabe o que seria demais?! – perguntou Ezequias. – Se você falasse menos e beijasse mais. Eu sei que estou meio ocupado, mas é importante para mim. Quero que você entenda.
Ezequias pressionou seu corpo contra o do Phelip e mordeu a orelha dele. Phelip gemeu e se entregou aquele momento. Ezequias desceu e abriu as nádegas de Phelip e começou a lamber. Ele delirava, afinal era a primeira relação onde ele era passivo também. E Ezequias era... digamos... abençoado pela natureza. Então, não era uma tarefa fácil para nenhum dos dois.
- Eu te quero... eu amo você. – disse Ezequias penetrando meu irmão.
- Ahhh... devagar... eu...
- Assim... – disse Ezequias penetrando com mais carinho.
- É. – disse meu irmão com o rosto na parede do banheiro tentando relaxar o máximo que conseguia.
Ezequias começou a bombar em Phelip que começou a se masturbar. Ele pediu para penetrar o namorado, coisa que não fazia há dias. Ezequias se apoiou no vaso e abriu bem as pernas. Phelip cuspiu no seu pênis e começou a penetrar Ezequias que gemia e se masturbava.
- Assim... vai... vamos gozar juntos... – pediu Ezequias.
- Eu to quase... eu to quase... ahhhhhh!!!! – gritou Phelip.
- Ahhhhh... assim.... – disse Ezequias caindo de joelhos no chão.
- Eu te amo... – disse Phelip se ajoelhando e beijando as costas de Ezequias.
- Também te amo... amo demais... vou conversar com o chefe para ficar em um horário que não afete a nossa relação.
- Obrigado... nós agradecemos. – Phelip disse rindo.
No hospital comecei a fazer algo proibido. Aproveitava que uma enfermeira amiga minha ficava de plantão e visitava quase todos os dias o prisioneiro. Conversamos sobre muitos assuntos. Sentia pena dele. E a forma como era tratado.
- E você... matou mesmo aquelas pessoas?! – disse jogando uma carta do baralho.
- Defina matar?! – ele perguntou.
- Matar... tirar a vida... ceifar a alma... aniquilar...
- Nossa que dicionário cheio. – ele disse rindo e depois ficando sério. – Sabe Pedro, não me orgulho de muitas coisas que eu fiz... e não sei se não faria novamente, mas não foi algo aleatório. Foi um momento de dificuldade... digamos que a sociedade me obrigou.
- Entendi... mas, que pena que você não é bom com cartas... – disse mostrando a minha mão. – Full House.
- Você está ficando bom nisso. – ele disse rindo.
- Obrigado. Agora todas as noites de poker eu fecho a casa. – falei rindo.
- Pedro.. 5 minutos. – falou Rogéria a enfermeira.
- Agora é a minha vez... porque? – ele perguntou.
- Porque o que?!
- Porque você vem me visitar com frequência? Você é da polícia? Psicologo?
- Eu sou apenas um amigo... sei que as pessoas podem achar estranho, quer dizer... o que você fez foi errado e eu não tira a razão da justiça, mas sinto algo bom de você.
- Pedro... eu paguei pelo que fiz... e ao tentar fugir errei novamente... e vou cumprir o que determina a lei. Prefiro a comida do presídio. – ele disse rindo.
- Deixa eu ir... até amanhã.
Cheguei à minha sala e para minha surpresa Mauricio e a Dra. Alexis me aguardavam para uma pequena intervenção.
- Oi? – perguntei sentando em minha mesa.
- Amor? Está tudo bem? – ele perguntou.
- Sim... porque não estaria?!
- Pedro... temos uma informação que há seis dias você visita o presidiário do leito 23. – falou Dra. Alexis.
- Gente e o que isso tem demais?! – perguntei.
- Ele matou sete pessoas... ele pegou 43 anos de prisão. – falou Mauricio.
- E isso faz dele pior do que a gente?! – falei levantando. – Eu converso com ele, porque sinto compaixão... não se preocupem não sou maníaco ou assassino. – falei saindo da sala.
- Nossa. Ele ficou bravo.
- O Pedro é assim mesmo... ele amadurece, mas não perde a inocência. – disse Mauricio.
Priscila foi ao banheiro e urinou em cima de um teste de gravidez. Ela ainda não havia se recuperado completamente da última vez, mas queria ter certeza. Os minutos nessa ocasião demoram uma eternidade, mas o resultado não poderia ser outro.
- Ohhh Deus... – disse minha irmã.
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