Revenge - introdução

Um conto erótico de Enzo
Categoria: Homossexual
Contém 2488 palavras
Data: 12/05/2013 17:17:46

Quando a porta do avião se abriu, eu me encaminhei ao solo descendo pelas escadas, a todo o minuto eu me lembrava de que não deveria estar fazendo isso, não devia ter voltado a essa cidade, não devia, mas precisava. Chegara a ser cômico, a cerca de dez anos eu sai dali escondido, de carona em um caminhão clandestino, apenas com uma mala de roupas e cinquenta reais no bolso, partira pra nunca mais voltar, partira para recomeçar e hoje estava ali de volta, agora com um jatinho particular, inúmeras malas nada no bolso, mas sim um patrimônio em vários bancos que nenhum contador conseguiu me dizer a quanto chegara.

- você esta bem? - Ana, a babá, interrompe meu devaneio. Ana se tornou uma grande amiga, ela tem quase a minha idade, é linda, quando todos na minha vida se foram e me encontrei mais uma vez sozinho, mas daquela vez com uma criança de um não de vida, precisei pedir socorro, sorte que dinheiro nunca foi problema.

- estou bem Ana, só são muitas lembranças, muitas historias ocorreram nessa cidade. Nem todas tão boas.

- o senhor tem certeza que quer fazer isso, quem a busca sempre fica infeliz ao final.

- não tenho muita coisa realmente valorativa a perder, só meu filho que graças a Deus tem uma linda babá com sua custodia caso algo aconteça. - rimos juntos e descemos do avião, em terra um carro com um motorista que contratei me esperava.

- ola senhor como vai? – o motorista me pareceu simpático, aparentava ter uns dezoito anos. De inicio não reparei muito nele, apenas entrei no carro, coloquei meu filho que estava em meu colo dormindo na cadeirinha e partimos pra casa que havia compradoclaro que você não poderia ter comprado uma casa simples e comum ne. – Ana brinca comigo ao ver a casa, era uma casa simples em vista a que eu morava, se encontrava em dos residenciais fechados mais conceituados da cidade.

- ah Ana, ela tem apenas cinco quartos sendo apenas duas suítes, você acredita, e o quintal lá atrás é pequeno, a piscina toma conta de quase todo o jardim. Não tem nada na casa.

- ata uhmrum- ao descermos e entrarmos a casa se mostra muito mais do que a imobiliária relatou, ambas as salas eram enormes, a escada que dava acesso aos quartos era de vidro, e os quartos eram enormes, me instalei na suíte principal.

-hey olha lá o papai Enzo- nos braços de Ana vinha com minha pequena e maior joia, Enzo, era moreno dos olhos azuis, é galera ele era adotado rs, mas era meu filho e isso que importava

- oi meu amorzinho, vem aqui com o papai – o seguro e brinco com ele. – Ana pode se recolher eu o coloco pra dormir hoje.

-beleza chefe, boa noite pro dois – “afes acabo me perdendo um dia dessas nessa casa” ouço Ana resmungando no corredor. Foi só cantar para Enzo que ele já adormeceu, o levei ate o quarto que ficava ao lado do meu e o deitei no bercinho. Aquela cena me fez viajar no tempo...

“há três anos.

-Meu amor não chore, por favor- Dimitri enxuga minhas lagrimas e me abraça muito forte.

- ela não podia ter ido, não podia, ela era minha melhor amiga, ela não mereceu.

-meu amor calma, por favor, querendo ou não ela esta em um lugar melhor. – ele me abraçou com tanta força, e ali em seus braços como sempre encontrei meu alento, entre soluços e lagrimas de ver minha melhor amiga partir, um choro de bebe rompe a sala.

-o que vai ser dessa criança Dimi, ele não tem nada, nem sequer um pai.

- um pai de sangue não, mas Deus deu a ele um tio maravilhoso que agora será seu pai e ele tem a mim, vamos adota-lo meu amor, e ele será nosso filho, acho que a Bella ficaria feliz com isso.

-ficaria sim – pego o bebe no colo, ele tem o rosto da mão, mas o cabelo e olhos do pai, que deixou minha amiga gravida e nunca sequer ligou pra ela. – Enzo, o nome dele é Enzo.

-é lindo meu amor – Dimi me beijou e acariciou o rostinho dele. - Agora Enzo, você é meu filho e nada de ruim vai te acontecer. –ele beija sua testa e tira do seu pescoço o colar de um anjo que pertencera ao pai e coloca em seu pescoço.”

Sem notar as lagrimas enroupem meu olhos. – é meu lindão, o papai deve ta olhando por nos agora, e nada de ruim vai acontecer. – dou um beijo em sua testa e passa a mão em seu peito onde repousa a medalha de anjo que ganhara. Saio do quarto ainda chorando, eram lembranças felizes, mas que no funda repercutiam uma grande tristeza, tomei o rumo contrario ao meu quarto, e desci para admirar o céu, havia a muito me esquecido de quão belo era o céu daquela cidade.

Desci ate o jardim, que por sinal era magnifico, o gramado era todo verdinho e uma fonte se materializara em seu meio, rosas de todas as corres enfeitavam o jardim e uma pequena estufa de orquídeas ao fim, perto do muro.

Sentei-me ali na fonte e contemplei o céu, era mais lindo do que eu lembrava, o céu na capital não tinham muitas estrelas visíveis, as lembranças vinham em turbilhão e causavam certo desconforto e um grande aperto no coração e não teve como conter as lagrimas.

Em volto aos meus pensamentos e lembranças me perco ali nas horas, quando observei já passava das três da madrugada. No silencio do jardim um barulho me assusta como se alguém estivesse na piscina, fui verificar, e realmente alguém estava nadando na minha piscina em plena madrugada. Quem será que era, fiquei meio receoso, mas se ele quisesse roubar já teria entrado na casa. Chego perto da piscina onde ele poderia me ver, já que a lua estava cheia estava tudo muito claro, quando a pessoa me viu tomou um susto e rumou a beirada para poder sair.

- cara, ham senhor me desculpa, eu não sabi...a –ele caminha em minha direção e posso observar que era o motorista da manha que eu havia contratado, mas naquele momento nem havia prestado atenção, agora pude reparar cada detalhe, seu cabelo era grande e pelo visto ondulado, seus ombros largos e seu peitoral muito definido assim como a sua barriga e tinha cada gominho certamente traçado, com um short de jogador de futebol eu reparei nitidamente que suas coxas eram grossas, e sua bunda um tanto quanto avantajada.

- senhor, me desculpe eu...eu pensei que não teria ninguém acordo a essa hora e desde de manha eu queria nadar, se o senhor quiser pode descontar do meu salario ou ate me demitir eu entenderei. – ele falava rápido e assustado, seus olhos permaneciam baixos. Não sei o que passou ela minha cabeça, eu o encarei com seriedade e encarei a piscina, ah a agua, como eu adorava nadar e a nãos não fazia isso, na Europa era muito gelado rs. Tirei minha camisa e meus sapatos e cai na piscina, pedindo a Deus que retirasse todo pensamento ruim e me libertasse daquela tristeza, espantado o motorista mergulhou comigo, e me fintou.

-olha obrigado.

-obrigado senhor?

-kkkkk não me chame de senhor, afinal não sou tão mais velho que você, me chamo Lucas.

- senhor, quer dizer Lucas, prazer patrão, me chamo Erick.

- hahaha prazer em conhecer, mas então você costuma sempre nadar de madrugada na casa do patrão?

- kkkkkk me desculpe mais uma vez sen...Lucas. – o sorriso dele era encantador.

- relaxa, só tome cuidado ok?

-pode deixa, o senhor esta sem sono? – fiquei meio receoso no começo de conversa com ele, mas algo dentro de mim me disse que podia conversa com ele.

-pensamentos me atormentam, me torna muito mais difícil relaxar e adormecer.

-sei bem como é, sempre eu não consigo dormir eu vejo as estrelas, aqui nessa cidade ela se torna magica, nunca vi nada assim. – seu olhar encontrou o meu e de repente me perdi naquele olhar, parecia que ele enxergara ate o fundo da minha alma. Quando voltei a mim, decidi da um mergulho, ali no fundo da piscina, um vulto me esperava, era ele, Dimitri, estendi a mão e tentei seu rosto, ele estava triste, jurava que ele estava chorando, “me leve com você” pensei, fechei meus olhos e me encontrei em um jardim, um campo cheio de rosas vermelhas, assim como aquelas que Dimitri me trazia quase toda a noite, Dimitri aparece ao fundo e vem se aproximando, confirmo que estava chorando, não entendo o porquê ‘’me leve com você”, penso novamente, tentava falar, mas não sai nada da minha boca. Ele chegou tão perto que poderia sentir sua respiração, mas não senti nada, o jardim em que estávamos ficou sombrio, o olhar de Dimitri se transformou de tristeza a susto e preocupação...caiu uma horrível tempestade, rios de agua vinham do céu ....não conseguia mais respirar, minha consciência começou a falhar e ficar acordado e em pé se mostrou muito mais árduo que o normal.

“Lucas olha pra mim”, ouvi esse pensamento e reconheci sendo a voz que a muito já não ouvia fintei Dimitri, “você não pode...” não conseguia escutar tudo, minhas forças estavam se esvaindo, “se entregue e seja feliz, e agora ACORDA”, não contive mais, as forças se mostraram nulas, e desmaiei.

-hey acorda!! – em alguns lampejos, me vejo nos braços de Erick, mas não aguento ficar acordado por muito tempo, na próxima vez eu estava no chão e alguém soprava ar dentro dos meus pulmões. – por favor acorda- quando acordei comecei a tossir, tinha agua em meus pulmões, Erick sentou-se do meu lado na borda da piscina – Cara o que foi isso, você ficou louco Lucas – tentei falar qualquer coisa mas nada saiu, a única palavra que saiu foi seu nome “ERICK” e depois mais uma vez ficou tudo escuro e me apaguei

Acordei atordoado, não me lembrara de nada, o quarto onde estava era estranho, era apertado e havia poucos moveis, uma pequena janela com uma cortina se encontrava ao lado da cama, e dela emanava os primeiros raios de sol da manha.

-acordou, acho que você deve esta com frio. – só de calça jeans Erick adentrou o quarto, cara que corpo ele tinha, ele era muito lindo, realmente estava com muito frio. Ele me entregou um cobertor, percebi que só vestia minha cueca boxer branca, que estava meio molhada.

- me desculpe pelo transtorno, obrigado por ter me salvado – ele veio, sentou do meu lado, não sei por que meu corpo se enrijeceu, meu peito começou a se acelerar.

-relaxa Luquinha, hey cara o que houve lá na piscina?-

-nada, só apaguei.

-Luquinha, me responde uma pergunta, você tem tanto dinheiro, por que veio pra cá? Nesse fim de mundo, você poderia estar em qualquer lugar.

- é uma longa historia Erick, eu nasci aqui, cresci ate meus dezoito anos, fui embora cresci, casei e fiquei viúvo, hoje volto pra cá pra tratar de uns assuntos. – enquanto eu falava sentia a raiva que sempre vinha dentro de mim ao lembrar por que estava ali, Erick me encarava serio.

- sua expressão me diz que não é coisa muito boa que você veio fazer aqui.

-não, não é – não sei por que fui verdadeiro com ele. Só saiu. – e você é daqui mesmo?

- sou de uma cidadezinha perto, quero juntar grana pra sair daqui, e fazer faculdade meu sonho, rs tenho apenas 19 anos. – nus ele era novo mesmo.

-bom tenho 28 já rs, estou passando da idade ter sonho estou velhaco. – rimos juntos.

- velho nada, tu tens um corpão, é lindo e claro que deve sonhar. – o jeito com que ele me olhou mexeu comigo, fiquei muito sem graça e me remexendo na cama nossas mãos se encontraram, foi como uma corrente de eletricidade percorresse meu corpo, nossos olhos se encontram e senti uma onde de ternura emanar ate mim, nossos corpos foram se aproximando e nossos rostos quase se juntaram, quando aqueles lábios tocaram o meu me entreguei ao momento, sua mão deslizou em minhas costas e foi ao meu cabelo minha mão foram as costas dele, deslizando por cada musculo dele, seu cheiro era divino, uma perfume amadeirado e adocicado vinha dele, sua boca tinha gosto de chocolate, uma delicia que me deixou viciado, estávamos em meio a sensações que jamais existiram, mas foi quando ele desceu sua mão e abriu o zíper da calça, aquele som me despertou daquele momento, o que eu estava fazendo? Empurrei Erick com força.

-me desculpe, Lucas me desculpe eu não sei o que eu... - ele com certeza também não planejara aquilo. Eu estava irado comigo mesmo, eu sentia nojo de mim, como pude me permitir fazer aquilo, e o Dimitri, que raiva vinha de mim mesmo, as lagrimas começaram a sair sem querer. Em levantei da cama, vesti meu short, enquanto me vestia Erick não sabia o que falar ou fazer, ele não tinha ação nenhuma, vesti minha roupa e me encaminhei à porta, antes de sair virei-me e fintei Erick, não queria magoa-lo.

-não precisarei de seus serviços hoje, pode descansar, use quando quiser a piscina. E mais uma vez obrigado por me salvar. – sai sem olhar para traz e me dirigi ao meu quarto, deitei-me em minha cama e chorei, pensando em Dimitri, Pensando na Isabella, Pensado naquele lugar onde eu estava, onde eu nasci e cresci e justo onde acabaram com minha vida, mas ele iam pagar, cada um deles que me fizeram sofrer ia pagar.

-então posso saber onde o senhor estava. – Ana entra em meu quarto, senta na cama e me acolhe em seu colo, choro ali, há anos não ganhara colo. – Lucas já viramos amigos já, e sei por que esta aqui, peço pra que desista dessa vingança, acabe com isso, vamos voltar .

-não Ana, cada um deles vai pagar, e vou cobrar cada centavo.

- Lucas isso não traz felicidade a ninguém.

- não quero ser feliz, minha felicidade se enterrou com Dimitri, o único que me amou e me acolheu. – Ana desiste de me convencer, olha pra mim e tenta me fazer sorrir.

- e onde o senhor esteve?

-kkkkkk se eu conto você não acreditaria. –dei um beijo em sua testa, e fui ate a sacada, tomar um ar. Meu quarto da vista ao jardim e a piscina, quando observei o jardim vi Erick sentado na fonte, ele encarava minha sacada, e agora encarava a mim, lagrimas escorriam do seu rosto, me senti o pior cara do mundo naquele momento, o que aquele garoto despertou em mim? Quando estava dando meia volta pro quarto, vi um vulto ao lado dele, o reconheci na mesma hora, Dimitri, desta vez ele sorrirá pra mim, e sua mão repousou no ombro de Erick. Entrei e fui tomar um banho, pensar em tudo, e também já estava atrasado, minha vingança estava para começar.

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Comentários

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Eita bom começo, nada como uma boa vingança pra começar a semana! Dá uns pega ai no motorista ele tá dando mole!Muito bom

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