NO FIM DO CAPÍTULO ANTERIOR (http://migre.me/ezIqf):
[...] Antes que Lucas pudesse se mover, corri em busca de Emanuel, que ficou maravilhado e desentendido ao mesmo tempo:
— Ei, você já tinha visto que eu ia escolher ele! — Lucas bufou
Esquecendo as infantilidades.
— Sinto muito Lucas, mas você demorou demais.
— É verdade Lucas, ele chegou primeiro, apesar de você estar vindo. — Emanuel concordou
Lucas saiu com muito raiva de lá e foi chamar a Victória pra ser a companheira dele, o professou deu mais explicações sobre o trabalho o resto da aula e etc. A hora do intervalo chegou, parei de falar com o Lucas, acho que mesmo se eu fosse falar, ele me ignoraria. Victória passou o intervalo inteiro com ele, e eu com Emanuel, que pergunta:
— Não sei se estou perguntando algo que não devo, mas por que você e Lucas estão meio que "me disputando"?
— Olha, é uma história meio embaraçosa, depois eu te conto.
— Depois quando?
— Vamos fazer assim: hoje à tarde você pode vir na minha casa? Daí a gente escolhe e treina a música que vamos cantar e após isso conto essa história.
— Tudo bem. Mas espera... Você sabe cantar?
— Sei na medida do possível, hahaha.
— Já estou ansioso pra ouvir você cantando.
Ele colocou a mão no meu ombro, abriu um largo sorriso, tal sorriso que eu nunca vou esquecer. Fez menção de que iria me dar um abraço, mas uma garota o chamou, ele se despediu e foi. Estaria eu me apaixonando por Emanuel? E quanto ao Lucas? Eu estava muito chateado comigo mesmo por ter tratado ele daquele jeito. Fui muito infantil e sabia que eu que estava errado, tinha que consertar isso de qualquer forma.
Voltamos pra sala, aproveitei o tempo que Lucas estava falando com uns amigos dele e fui falar com Victória:
— O que ele falou pra você no intervalo?
— Bom... Ele te xingou de todas as formas possíveis e...
— Não acredito!
— ESPERA! Você não me deixou terminar.
— Continua, então.
— E depois de te xingar, disse que estava muito confuso e pressionado. Ele te ama de verdade e você decepcionou ele, ele tentou te fazer ciúmes mas você descontou deixando ele mais furioso, não sei o que vai ser daqui pra frente em relação a vocês.
Isso só me deixou mais magoado. Lágrimas escorriam em meu rosto, que foram enxugadas por Victória. Abracei ela e disse:
— Eu vou me desculpar com ele, não acredito no que fiz. Foi o calor do momento, estava fora de mim.
— É o melhor a fazer, espero que dê tudo certo no final.
Saí e me aproximei de Emanuel, a aula estava chata pra caramba e nem liguei em não estar prestando atenção. Ele notou meu semblante de tristeza e logo perguntou:
— Tá bem?
— Pra falar a verdade, não...
— Pode desabafar comigo, se quiser.
— Lucas é meu amigo desde infância, acabei de me reencontrar com ele depois de tanto tempo e agora que voltamos parecemos que somos pessoas novas, ele nunca foi ciumento, mas desde o primeiro dia de aula que ele tá "assim" por causa da minha amizade com você, eu briguei com ele e ele tentou descontar usando você, daí...
— Olha, se quiser parar de falar comigo pra não perder sua amizade com ele eu vou entender. — me interrompendo
— Faria mesmo isso por mim?
— Sem pensar duas vezes.
— Por que você sempre reage como se fôssemos melhores amigos?
— Eu gosto muito da sua amizade, apesar de nos conhecermos a pouco tempo, me apeguei muito a você, não sei explicar o que passa, mas é isso.
Fiquei em silêncio, mas passavam mil coisas pela minha cabeça, fiquei sem reação. Estava perdendo um amigo, e não queria estragar tudo de novo dessa vez. Ele olhava fundo nos meus olhos, me sentia desprotegido, como se apenas com o olhar Emanuel estivesse invadindo minha alma. Eu sorri pra ele e ficamos alguns segundos nos olhando, como se estivéssemos analisando as expressões um do outro.
Na saída, eu e Lucas fizemos o mesmo esquema: ir pra casa lado a lado, fingindo que o outro não estava ali. Quebrei o silêncio e disse:
— Até quando vamos fingir que o outro não está aqui?
Ele me ignorou. Cheguei em casa e parei na entrada. Ele seguiu:
— Vai continuar fingindo que não estou aqui? Tudo bem, só quero que saiba que eu realmente me desapontei pelo que fiz com você. Fui muito infantil e jogar fora uma amizade tão forte e valiosa quando a nossa por causa de besteiras me magoa muito.
Ele parou de andar, ficou imóvel. Acho que era minha deixa pra chegar perto dele. Quando vi seu rosto, estava chorando muito, chegava a soluçar, o abracei muito forte e disse no seu ouvido:
— Bobão, eu não quero te perder nunca mais.
— Você é muito especial pra mim, Bru. Eu te... Eu te... amo.
A rua estava deserta, meu rosto estava tão perto do dele que até podia sentir a respiração dele. Ele olhava pra minha boca e eu olhava pra dele com uma vontade insaciável de beijá-lo. Eis que aconteceu. Ele se aproximou mais, segurou minha nuca e nos beijamos. Foi lindo e especial. Enquanto ele me beijava, ele dizia:
— Eu te amo Bruno, a muito tempo queria dizer isso a você, não conseguia mais controlar o que sinto, fica comigo pra sempre.
— Ainda bem que você me desculpou, eu te amo demais.
Rolou o maior beijão entre a gente no meio da rua, graças a Deus ninguém nos viu. Entrei em casa, almocei, tomei banho e fiquei pensando no que aconteceu. Beijei meu melhor amigo e gostei. Não haviam mais dúvidas que estava apaixonado por Lucas. Depois de uns segundos sorrindo pro nada, lembrei que Emanuel viria pra casa daqui a algumas horas. O que será que essa visita vai me reservar...
~~~~CONTINUA~~~~
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