Depois de me colocar à força no carro, meu pai entrou e disparou em auta velocidade. Ele me disse: "agora teremos uma conversa séria diante de toda à família", eu não conseguia responder somente chorava. A minha ficha ainda não tinha caído, o que mais me fazia chorar, era lembrar de Isaac caido na festa chorando, o meu medo era ser separado de Isaac, eu não poderia suportar a distância, ele já era parte de mim, e eu lutaria até o fim para estar ao lado dele, para viver o nosso amor.
Meu pai voltou a falar comigo:
- Tom eu estou decepcionado com você, para mim você não é mais o meu filho, vc vai decidir, você fica morando em nossa casa e vira homem ou vai para a rua com esse veado, mas se for para ficar com ele, vá para longe de mim, não quero que você envorgonhe a minha família
- eu já tenho uma decisão
- nossa tão rápido? qual é? - ele sorria como se acreditasse que eu fosse preferir ficar naquela casa
- eu vou para a rua - o sorriso dele se desfez- e não se preocupe, pois não vou envergonhar a sua família, porque você por si já a envergonha
- olha o respeito, eu que tenho vergonha de você
- eu que tenho vergonha de ter seu sangue e seu sobrenome - eu disse chorando, é humilhante ser rejeitado pelo próprio pai.
- não se preocupe a partir de hoje você não fará mais parte da minha família - ele disse enquanto estacionava o carro na porta de sua casa.
Eu desci do carro e antes que pudesse pensar qualquer coisa meu pai me levou para dentro de casa, todos estavam reunidos na sala onde meu pai me jogou, eu cai no chão, todos me olhavam espantados enquanto eu estava chorando ali
- mas o que houve? - perguntou a minha mãe, enquanto eu somente chorava, sem conseguir dizer se quer uma palavra.
- Você já vai saber - disse meu pai - minha filha já fez o qua disse? - perguntou ele à minha irmã mais nova
- já sim papai- ela disse correndo em direção às escadas
- Me diz logo o que houve, você saiu daqui super irritado depois de conversar com a Laila, e me disse que me explicaria tudo depois, agora chega e continua no suspense, me diz logo, porque o Tom está chorando? -
perguntou ela ao homem que era o meu "pai"
Então eu já tinha confirmado às minhas suspeitas, era a maldita Laila quem havia contado ao meu pai, que droga! eu podia esperar isso mesmo, no fundo eu sabia que ela contaria, mas só não esperava uma reação tão forte vinda de meu pai. Logo a minha irmã desceu das escadas e tinha em mãos duas malas cheias, de algo que eu até então não sabia.
- Tom essas aqui são as suas roupas, eu deveria queima-las e deixar você na rua só com a roupa do corpo, mas como foi você quem as comprou eu deixo que você às leve, e sabe por que o Tom vai ser expulso de casa? porque ele é veado, isso mesmo, ele tem um caso com aquele muleque que mora aqui na rua, aquele tal de Isaac , eu nunca esperei ter um filho assim, essa foi a maior decepção da minha vida, a partir de hoje Tom não é mais o meu filho, é um imundo qualquer! - ele disse gritando para todos ouvir, todo mundo me olhavam assustados, alguns com cara de decepção e outros com cara de pena.
- como assim? o Isaac é gay? mas que decepção, ele é tão bonitinho! - disse a minha irmã mais nova com cara de decepção
- cala a boca ! isso não pode ser verdade, o Tom não pode ser gay, me diz que isso não é verdade meu filho - disse a minha mãe chorando
- me desculpa mãe, eu nasci assim, e sou feliz da maneira que sou, eu não tenho culpa de amar Isaac, eu amo aquele cara e vou lutar até o fim para viver com ele! - eu respondi para ela, ainda em meio a lágrimas
- mas você vai se dar mal, porque eu já falei com os pais do Isaac e eles concordaram em manda-lô para um colégio interno na Alemanha
- não, não, isso não é verdade, o Isaac não vai me deixar, ele vai lutar pelo nosso amor - eu gritei descontrolado
- mais que barulheira é essa? Tom o que houve meu amor? - disse a minha avó após entrar na sala, logo ela correu até a mim e se abaixou, ela me deu um forte abraço de conforto e eu chorei ainda mais, nem sei de onde vinha tantas lágrimas, mas com aquele abraço eu me sentia mais forte, mais seguro, eu tinha o amor de Isaac, o carinho de minha avó e a amizade de Arthur, e isso era o suficiente para me dar forças.
- não é nada vovó, eu vou ficar bem- disse chorando nos braços dela
- eu não posso deixar que você trate o Tom dessa maneira, o Tom é um bom garoto - ele disse para o meu "pai" irritada
- você sabia que ele é viado? - ele gritou
- você quer dizer homossexual não é? não, eu não sabia, estou sabendo agora, se isso mudou meu amor por ele? não, não mudou, quer saber de uma coisa? eu não me importo, vou amar o Tom sempre! - disse a minha querida vovó
- mas para mim ele é um lixo, e lixo a gente põe para fora de casa! - disse meu pai me arrastando para rua afora
- solta ele - gritava a minha avó, mas ele parecia ñ ouvir, estava descontrolado.
Eu estava completamente arrazado, sem forças, sem expectativas, mas já que estava sendo humilhado sem razões ou motivos, eu precisa falar o que sentia.
Meu "pai" me jogou na calçada e em seguida jogou às minhas malas sobre mim, após me ofender com diversos palavrões, que são desnecessários serem relatados aqui, eu me recompuz e comecei agritar:
- Pois saiba que eu sou muito mais homem do que você, você se acha muito não é? mas homem não é quem faz filho, homem é quem ama aquele quem chama de filho, é aquele que ama e respeita, que cuida e protege, não aquele que joga o filho em uma calçada e o abandona por simplesmente ter um amor diferente, um amor superior, que poucos sentem ou entendem, coisa que gente ignorante como você diz que é errado, quem é você para me julgar? você se acha o dono da razão? pois saiba que você será o primeiro a passar bem longe da porta do céu, eu te odeio, mas não te desejo mal, não sei se algum dia irei te perdoar, você deixou uma grande ferida em meu coração, não se preocupe vou seguir meu caminho, eu tinha muito a te dizer, mas é melhor nem perder meu tempo com você, que você seja feliz nesse ninho de cobras - desabafei um pouco, eu já me sentia melhor, mas para ele não estava fazendo efeito algum, ele continuava com a mesma expressão de raiva
- já terminou? então sai da minha porta se não chamo a polícia! e de preferencia saia do país, pois se souber que você ta com aquele veado por aqui, vou acabar com a sua festa, eu separo vocês, agora some daqui seu lixo - ele gritava par mim, como alguém pode ser tão monstruoso? esse era o nível máximo da ignorância, ele não deveria ter sentimentos, se ele não me queria mais na casa dele tudo bem eu iria sair, mas depois de sair da casa dele, ele não tinha mais algum direito sobre a minha vida, por isso continuaria com Isaac na mesma cidade e de preferência no mesmo bairro.
Depois todos entraram para dentro e eu continei ali caído na calçada, ainda chorando, eu não queria parecer fraco e abatido, mas tudo aquilo era de mais para mim. Alguns estavam vizinhos olhando tudo de longe e comentando, mas da minha antiga casa e ex-família já não tinha ninguém. Os únicos que ainda considerava da família era os meus avós e a minha prima Padma.
A vovó correu até a mim e me entregou um molho de chaves
- essas são as chaves do meu apartamento, está meio bagunçado, mas você irá organiza-lo, você sabe onde é, lá tenho algumas economias na cômoda que dá para você se manter, procure um emprego, se cuide, se valorize, e seja feliz com Isaac, eu te amo meu filho, sempre quando puder irei te ver, e me ligue para dar notícias, mas vamos tentar deixar tudo em segredo para evitar problemas, agora vá, tome cuidado e juízo tá ! - ela disse e em seguida me deu um beijinho na testa
- obrigado por acreditar em mim, te amo vovó, eu ainda serei um orgulho para a senhora.
- Tom, você já é o meu orgulho - ela disse se virando para mim e e depois seguiu para a casa.
Pelo menos eu não ficaria na rua, eu já tinha pra onde ir, já não estava tão mal, estava meio que aliviado, agora seria uma nova fase em minha vida, era hora de amadurecer, só me preocupava com Isaac, não sabia qual seria a reação dos pais dele, que não eram tão severos, no fundo eu esperava que tudo fosse ficar bem. Então caminhei naquela madrugada fria, em direção ao apartamento onde seria o meu novo lar.
CONTINUA (...)
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Espero que tenham gostado.
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