Nunca tinha sentido a vontade de sumir que tive naquele momento, talvez fosse o melhor, pra mim naquele momento ninguém gostava de mim, ninguém me amava, no meu peito eu sentia um enorme vazio, nem sei quanto tempo eu fiquei ali deitado no chão frio. Minutos depois eu escutei alguém entrando no quarto, mais não me movi permaneci ali deitado.
- Amigo levanta, por favor. - disse o Guto deitando-se do meu lado me abraçando.
Eu o escutava longe, estava parecendo um zumbi, me mexia no automático, Guto me levantou e me levou até minha cama, e ali deitei de novo. Ele deitou de frente pra mim e passou a me olhar alisando meus cabelos.
- PP, olha não sei o que aconteceu ontem, mais se você não quer contar eu te respeito. – eu olhava pra ele com os olhos cheios de lagrimas, não é porque eu não queria contar eu só não conseguia, não sei explicar bem o que se passava pela minha cabeça, meus pensamentos ainda estavam confusos. – você comeu?
- Não, to sem fome. – eu disse.
- Nada disso eu vou falar com a Mel pra ela fazer uma sopa bem gostosa pra você, e você vai comer tudinho. – ele colocou a mão na minha testa verificando se eu não estava mais quente. – a febre já passou, quando eu cheguei aqui você tava bem quente. – ele deu um beijo na minha testa e saiu do quarto.
Pensei em tantas coisas naquele momento, tive medo de meus pensamentos de tão absurdos e errados, levantei sem animo e fui até o enorme espelho que tinha no meu quarto, me olhei, meu estado estava deplorável, eu tava com olheiras, minha boca estava pálida, e eu não estava nem aí, aquilo não me interessava, mais mesmo assim fiquei me olhando nem lembro quanto tempo fiquei em pé ali, tocando no meu próprio corpo e lembrando com dor de cada cena que aconteceu.
Guto entrou no quarto com uma bandeja colocou em cima do criado mudo, e me puxou pelo braço me levando até minha cama me pondo sentado.
- Guto eu não estou com fome.
- mais você vai comer nem que não queira. – ele disse levando uma colher até minha boca.
Passei uma semana sem ir a escola, não estava a fim de sair do quarto, Guto sempre ia me visitar depois da aula, não que eu tivesse esquecido o que aconteceu comigo, mais já se fazia uma semana, eu decidi que não podia ficar dentro de casa, mais era difícil, eu não tinha vontade de fazer absolutamente nada. No sábado eu tomei banho logo cedo, coloquei uma roupa e sai de casa pra caminhar, meus pais já haviam chegado de viajem, caminhei até a praça que costumava ficar com o Julio, sentei no mesmo lugar em que nós nos sentávamos, ali tinha um pequeno parquinho e algumas crianças brincavam me perdi olhando pra elas, como eram sorridentes, desejei que elas nunca sofressem nessa vida o que é muito difícil nos dias de hoje, mais mesmo assim em pensamento desejei pra que elas mesmo depois da infância nunca passassem por um ato de violência tão perturbador.
Depois de horas ali voltei para casa, meus pais não costumam reparar muito em mim, então nem perceberam nada. Passei o final de semana todo lembrando do Julio, eu queria contar, mais não dava algo me bloqueava, decidi ir à escola segunda-feira.
Acordei cedo, vesti meu uniforme. Eu tinha ligado pro Guto passar lá em casa pra gente ir juntos, e quando desci, ele já estava na cozinha conversando com a Mel.
- Bom dia. – disse tentando ser o mais simpático possível.
- Bom dia. – disseram os dois junto.
Depois de um breve momento o silencio foi quebrado.
- Pedrinho querido, esses dias eu notei que você anda meio triste, pelos cantos, está acontecendo algo? – disse a Mel.
- Não Mel, não é nada demais. – eu disse já me levantando, nem comi nada só estava esperando Guto terminar.
- É que o Julio terminou com ele Mel. – disse o Guto.
- Ah, não fique assim meu filho, logo logo vocês vão se acertar. – ela disse me puxando para um abraço, é tão bom sentir que alguém realmente gosta de você, sentir afeto, aquele abraço para mim significou muito. Dei um beijo nela e fomos pra escola.
Chegando lá eu fui direto pra sala, nem perdi muito assunto assim, apesar de tudo eu não era um mau aluno. Não sou muito de reparar nas coisas, como disse sou um pouco desligado, mais notei que tinha um aluno novo na sala, ele estava em um canto sozinho mexendo no celular. Ele aparentava ser alto, tinha cabelos castanhos escuro, era bronzeado. Não dei muita importância, o Guto ficava puxando papo comigo o tempo todo, eu respondia o básico.
Na hora do intervalo, eu procurei sentar um pouco afastado de onde ficavam as pessoas, o Guto havia ido comprar o lanche dele, eu estava andando pelo corredor olhando para o chão em passos lento, e me esbarro em alguém.
- Desculpa. – eu falei erguendo a cabeça, quando vi era o Julio, foi tão bom senti o cheiro dele novamente, mais logo ele me respondeu com rispidez.
- Vê se olha por onde anda, pra não ficar esbarrando nas pessoas. – e saiu
Suspirei e sai dali pra baixo, sentei-me debaixo de uma arvore, e fiquei pensando, me deu vontade de chorar, nesses dias era o que eu fazia de melhor. Até que alguém senta do meu lado, pensei que era o Guto, e sem ao menos olhar falei:
- Até que fim.
- Até que fim o que. – disse àquela voz que eu não conhecia, não era o Guto, quando eu olhei pro meu lado era o garoto da minha sala, eu não sei o porquê mais quando olho pra uma pessoa sempre são os olhos que me chamam mais atenção e os dele eram verdes, mais era um verde bem claro.
- Desculpa, eu pensava que era meu amigo. – disse um pouco constrangido.
- Meu nome é Miguel e o seu?
- Me chamo Pedro.
- Sabe Pedro eu não conheço ninguém aqui nessa escola, acabei de me mudar e fica difícil me enturmar, porque pelo que percebi todos aqui já tem seu grupo de amigos.
- É verdade, mais porque você veio até mim? – questionei.
- Porque te vi aqui sozinho e percebi que você só tem aquele menino de amigo. – ele disse sorrindo, mais em nenhum momento eu sorri. – acho que estou te incomodando, você está serio.
- Não, não é isso é que eu não estou bem mesmo. – eu disse cabisbaixo.
- E o que houve? – ele perguntou mais o que mais me chamou atenção foi o fato dele ter colocado a mão sobre a minha.
- Prefiro não comentar. Espero que você me entenda, não quero falar sobre o assunto. – eu disse tirando minha mão debaixo da dele.
- Tudo bem, não posso te forçar a falar.
Nesse momento eu avisto o Guto que vem com um sorriso enorme no rosto, ele me olhou de um jeito, nunca consigo decifrar os olhares dele, quando ele chegou apresentei ele ao Guto e disse que ia ao banheiro, deixei os dois lá e fui, quando cheguei ao banheiro lá estava o Julio lavando as mãos quando ele me viu entrar apressou-se em sair e eu segurei no braço dele.
- Porque você ta agindo assim comigo? – perguntei triste.
- Dá pra me soltar? – ele disse me olhando serio.
- Por favor, não me trata assim.
- Eu já disse pra me soltar. – ele disse isso se soltando de mim e saindo do banheiro.
Encaminhei-me até a pia, e lavei meu rosto, fiquei um pouco de cabeça baixa, e escutei alguém abri a porta, fiquei pensando no Julio, que ele tinha voltado pra mim, e dizer que estava com saudade, mais as coisas não funcionam como a gente querDesculpem-me se demorei, mais é que meu tempo anda corrido, e eu tenho um problema na minha mão direita que quando eu faço muito esforço eu sinto dor nela, daí esses dias não tive como escrever, ainda não recuperei 100%, mais hoje fiz um esforço e escrevi essa parte, sei que não deve ter ficado muito boa, mais foi o que deu pra fazer. Espero que gostem, deixem sua opinião é muito importante. Beijos...
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AlejandroNando: obrigado por acompanhar.
:desculpa pela demora.
Learsi*-*: obrigado lindo também te amooooo,rs, to esperando você publicar.beijos...
Ru/Ruanito: Amo teus comentários.rsrs
Guto: obrigado lindo, beijos...
Rafaah: você chorou lendo e eu escrevendo.rsrsrs, é horrível mesmo isso, como o ser humano age com o seu semelhante. Obrigado por acompanhar lindo, beijos...
Matheus.92:que bom ver seu comentário aqui. Beijos lindo...