Fui embora pra minha casa e foi à primeira noite que dormi sozinho em mais de um mês, se foi ruim? Não mesmo, foi ótimo, eu gosto da minha cama do meu espaço e os relacionamentos me consomem muito, enfim no sábado de manha o pessoal foi todo pra minha casa com um monte de sacolas, o Gustavo levou todos os amigos do Ferdinand pra minha casa, inclusive o Napoleão, eu acho que quando novo ele devia ser aqueles caras todo malhado, pois as costas dele é bem definida e os braços também assim como seu abdômen mais ele tem aquela barriguinha linda, sei disso porque o tinha visto de regata, ele foi de regata, short e chinelo pra minha casa, levou três garrafas de Absolut e uma de whisky, ficamos conversando lá dentro, um tempo enquanto eu organizei tudo o que precisava pra fazer um almoço para aquele exercito de gente.
Eu fiquei tão empolgado de ter minha casa cheia de gente de novo que decidi que faria Carne Recheada ao Molho Madeira, Galeto Assado na Cerveja, Arroz Neve e Arroz à Grega, mais para isso eu precisava de Cerveja e ninguém havia compro, desde meu rompimento com o Edgar eu passei a guardar meu carro só na garagem coberta que fica na entrada lateral da casa, como moro na esquina fica na outra rua, e entro pelos fundos da casa pra evitar de ele me ver, eu disse ao pessoal que ficasse a vontade pois iria ao mercado buscar cerveja e mais algumas coisinhas que faltavam para o cardápio, e o Napoleão disse...
– Vai de quê? Nós não vimos seu carro parado na porta.
– Ele esta aqui na garagem do fundo eu saio pela outra rua.
– Pra que isso pega minha chave aqui e vai no meu carro esta parado ai na porta mesmo.
– Pode ser, qual é o seu carro.
– A VeraCruz preta.
Fiquei em silencio um tempo e dei uma arqueada na sobrancelha finalmente um boy rico na minha vida, pra quem não sabe a VeraCruz é um esportivo de luxo da Hyundai, peguei a chave com ele e fui ao mercado, eu preciso de um carro daquele na minha vida urgente é meu numero, a direção é outra vida, eu ainda sofria na época da síndrome do carro 1.0 demora um pouco pra sair dela, comprei tudo o que precisava quando voltei parei o carro de ré na entrada da minha garagem da frente da casa e desci por infelicidade dei de cara com o Edgar chegando na casa dele todo sujo coitado, devia estar voltando de uma visita a fazenda, e viu aquele monte de carro na entrada da minha casa, o cumprimentei com um tímido sorriso, e entrei pra minha casa sem o olhar nos olhos pra evitar um possível dialogo.
Devolvi as chaves ao Napoleão que estava jogando videogame com os outros rapazes e fiquei na cozinha onde a Gustrava já estava lavando legumes e picando alguns outros, ficamos nós dois na cozinha tomando cocktail de Morango e leite condensado e fazendo almoço pro pessoal, Galeto assado na cerveja cheira longe, e por sinal o cheiro é ótimo, a casa ficou toda perfumada, ficamos os dois rindo e fazendo piada de tudo como dois retardados na cozinha, estava de costas no fogão o Napoleão veio por trás e me deu um beijo na nuca roçando a barba nas minhas costas nossa fiquei em tranze quase me queimo no fogão de tão distraído...
– Nossa o cheiro é ótimo...
– Eu acabei de comentar com o Gustavo adoro o cheiro de galeto assado na cerveja, é muito bom mesmo.
– Esse cheiro também é bom mais eu me referia ao seu cheiro, ele sim é ótimo.
– Nossa, Obrigado.
Ele não disse mais nada, apenas pegou gelo na refrigerador e voltou pra sala, eu fiquei com aquele sorriso bobo no rosto, elogios são sempre muito bem vindos, deixei o Gustavo fazendo comida e fui preparar umas sobremesas pro pessoal e pra mim também finais de semana eu me libero pra comer doces, estava distraído na minha o Gustavo me disse que meu telefone estava tocando eu peguei era a mãe do Agnaldo e eu atendi...
– Alô?
– Oi Deo é o Agnaldo, joia?
– Porque não me ligou do seu telefone? Estou bem sim.
– Pensei que se te ligasse do meu você não atenderia, me desculpa não ter te agradecido direito, é que você precisava de um momento só seu e também tem meu TCC agora pro final do ano então não quis te incomodar.
– Imagina, quando quiser pode ligar, eu te atendo. Meus parabéns por não deixar sua monografia pra depois.
– Valeu, esta tudo bem com você?
– Ótimo, eu pensei que fosse sofrer mais, mais graças a Deus tenho um amigo ótimo, e tem me ajudado muito.
– O Gustavo é o cara. Tudo bem então eu queria te chamar pra almoçar comigo qualquer dia desses pode ser aqui em casa mesmo, minha mãe vive cobrando uma visita sua, porque ela mesmo tendo o visto poucas vezes gosta muito de você.
– Que lindo, pode marcar sim, também gosto muito de sua mãe, pode organizar que irei almoçar com vocês.
Não quis me prolongar demais no telefone com ele e desliguei, voltei a minha comida e minha cozinha, o pessoal conversando na maior altura do mundo na sala tinha horas em que pareciam estar brigando por causa do game, mais era só impressão mesmo, terminamos de fazer o almoço servimos a mesa, e fomos chamar os boys pra comer, ainda tivemos que esperar eles terminarem a partida de futebol que estava jogando, eu tinha bebido tanto cocktail que já estava meio bêbado e meu paladar já estava afetado por isso fiquei com medo de ter errado as porções de tempero mais ninguém reclamou então deduzi que tinha acertado, almoçamos nos intervalos das risadas que dávamos e conversávamos... Muito agradável tudo, após comermos ainda tomamos nossa sobremesa e fomos beber mais um pouco enquanto ouvíamos musica e beliscávamos uns aperitivos ficamos a tarde toda assim, o Gustavo e o Fedinand capotaram no quarto de hospedes, o pessoal foi embora e o Napoleão dormiu no sofá.
Arrumei minha casa toda, lavei minha louça e eles ainda dormindo, o Napoleão acordou as sete da noite e foi ao banheiro do corredor se lavou e veio falar comigo...
– Nossa parece que dormi 24 horas direto, estou renovado, e então pra onde vamos hoje a noite?
– Depois de beber tanto ainda quer sair a noite?
– Ainda não viu nada, eu poderia ficar a noite toda na rua, sou desses eu adoro amanhecer na rua, os meninos queriam ir para o Café De lá musique mais eu prefiro ir pra um ambiente gay, cansei de balada hetero.
– Nossa amém, finalmente alguém que pensa como eu, vamos combinar então conversa com os meninos e me liga mais
tarde pode ser.
Fomos conversando até o carro dele eu me sentei na calçada e ele no banco do carro ainda conversamos mais meia hora até que ele foi embora, eu me levantei o Edgar estava sentado na varanda da frente eu apenas o olhei a abaixei os olhos eu prefiro não ter um confronto direto, mesmo eu sendo inocente na historia, eu sinto que não deveria tentar esclarecer nada, mais dessa vez foi em vão porque ele veio falar comigo...
– Quem é esse cara Deo?
– Amigo do Ferdinand, eles ficaram o dia aqui em casa hoje, um pessoal muito gente boa.
– O Ferdinand e o Gustavo ainda estão ai? O carro deles esta aqui fora. E esse cara ele tentou alguma coisa com voce? Porque eu já te vi saindo no carro dele.
– Sim os meninos estão aqui em casa, e o Napoleão não tentou nada, e mesmo se tivesse eu teria todo o direito de ficar com ele, além de ser solteiro, eu sou independente sendo assim eu posso fazer o que eu quiser, e ah me lembrei de uma mesmo se fossemos um casal você ainda me deve essa né?
– Para com isso Deo, já esta me castigando muito, vamos voltar, vamos conversar me da uma outra oportunidade eu não vou mais pisar na bola.
– Eu já te dei uma chance, e é mais que o suficiente, já te perdoei, e somos amigos, serio mesmo se quiser seremos amigos o resto da vida mais é só, agora deixa eu entrar que tenho que me arrumar pra sair.
Entrei pra dentro e deixei ele com aquela cara de cão que caiu do caminhão de mudanças na calçada, sinceramente!? Eu não estava nenhum pouco afim de perdoar ele, eu sentia como se não tivesse a obrigação, ainda mais agora com um gordinho delicia me querendo, o que eu mais curti no Napoleão foi a falta de interesse de tentar me impressionar, por mais que ele quisesse, ele ficava na dele e isso me conquista sempre...
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