Eu não sei como eu suportaria a morte do Douglas, mais uma vez a vida me tira alguém amado, pra mim o Douglas foi muito mais que o Mateus, eu jamais iria me amar outro. Era 04:00 horas, eu precisava fazer alguma coisa, não queria ficar sozinho, eu precisava do Douglas, saí escondido da casa da minha mãe, quando cheguei na Ponte do Arcos subi na barra, olhei pra baixo, eu queria pular, não suportaria viver sem ele, respirei fundo, justamente no instante que eu ia pular ouvi a voz de um velho, parecia um mendigo.
Velho- Vai pular?
Eu- Isso não é dá sua conta.
Velho- Se vai pular então pule logo, mas isso não vai resolver nada.
Eu- O que você quer? Vai embora.
Velho- Quero ver você pular.
Eu- Acha que eu não tenho coragem?
Velho- Coragem? Pra pular não tem que ter coragem, pra pular tem que ser idiota.
Eu- Está me chamando de idiota?
Velho- Vai pular ou não? Quer que eu te empurre?
Eu- Não vai tentar me impedir? Dizer que a vida é assim mesmo e que preciso aprender a lidar com ela, ou que depois da dor vem alegria? Sei lá...
Velho- Pra que eu vou dizer o que você já sabe?
Eu- Então vai embora.
O velho virou as costas, já estava indo embora, parou e disse.
Velho- Só uma pergunta. Você tem fé em Deus?
Eu- Não mais.
Velho- Deveria ter, ele sabe o que faz, um dia vai entender que Deus é um escritor, ele pode escrever um final triste ou feliz.
Eu- No meu caso ele escreveu um final triste.
Velho- Tem certeza que é o final e não o começo de uma bela história?
Eu- Deus matou o amor da minha vida, me tirou a coisa mais preciosa que tenho.
Velho- Pessoas matam pessoas, não Deus.
O velho me beliscou no braço.
Eu- Aooo!! Por que você fez isso.
Velho- Doeu?
Eu- Claro!!
Velho- Eu não senti nada.
Eu- Isso porque não foi em você.
Velho- Exatamente.
Eu- Mas ainda está doendo.
Velho- Não interessa!! Está no passado, supere isso.
Eu- Vai ficar a marca.
Velho- Exato!! O que aprendeu com isso?
Eu- Que não devo confiar em velhos loucos.
Velho- Garoto arrogante!! Faça o que quiser, eu vou voltar para o meu banco dormir, se eu fosse você iria um pouco mais pra direita, tem uma pedra enorme lá, vai morrer mais rápido.
Aquele velho realmente queria que eu pulasse, se fosse alguém tentando me impedir eu com certeza pularia sem pensar duas vezes. O velho saiu cantando baixinho, eu consegui ouvir ele. http://www.youtube.com/watch?v=NMcgv8hbkiM
Velho- Ainda se vier,
Noites traiçoeiras,
Se a cruz pesada for,
Cristo estará contigo,
O mundo pode até,
Fazer você chorar,
Mas Deus te quer sorrindo...
Olhei para baixo, o rio estava bem cheio, fiquei em pé e me joguei, fechei os olhos e ficou tudo escuro, acordei assustado na cama da Daiane, acho que foi um sonho, ao contrário do Douglas eu sou muito religioso, confio muito em Deus, fui procurar a letra daquela música no Google, era como uma mensagem pra mim, tudo se encaixava. Me deitei novamente, fiquei lembrando dos nossos momentos juntos, quando eu vi ele passando correndo na secretaria enquanto eu conversava com o diretor, não queriam deixar ele entrar. Nós dois no Morro Azul deitados e vendo as estrelas, o nascer do Sol, no meu A.P assistindo filmes, ele tirando sarro da cara do meu pai no carro, o sorriso do Douglas, seus olhos descontraídos, a várias caretas que fazia, as suas palavras várias vezes repetidas, eu jamais esquecerei aquele garoto.
O enterro foi no Domingo de manhã, muitos amigos, colegas, parentes dele estavam lá, sua mãe não suportou, foi embora, disse que não conseguiria enterrar um filho. No cemitério todos de preto, tempo nublado, aonde eu olhava era uma lembrança dele, a Sarah, Beatriz e Jeff jogando Volley Ball, o Rafa lutando com ele, Mellysa conversando com ele no chão da quadra da escola, Fernanda, Sara, Jessica e ele sentados na praia conversando e tomando sol, ele puxando o dedão do pé do Lucas na árvore, Daiane correndo com ele pelo Shopping, ele brincando com o cachorro, muitas lembranças do meu amado com os amigos, por fim as minhas próprias lembranças, jamais esquecerei aquele sorriso, o soco que me deu no campinho de barro, nós três, Eu, Douglas e Rafa no barco pirata se enfiando no meio do pessoal pra aparecer nas fotos dos outros, era de mais pra mim ver ele daquele jeito, no fundo restava uma gota de esperança de que ele estivesse vivo.
Eu- Por favor levanta, é a última chance Douglas, levanta daí e diz que está vivo.
Eu imaginava ele na minha cabeça conversando comigo.
Douglas- Tem que me enterrar Will, você vai superar isso.
Eu- Não Douglas, eu prometi "Eu sempre vou estar do seu lado, pro que der e vier, mesmo que eu tenha que derrubar esse morro se preciso, até se você voltar a me odiar, eu sempre estarei esperando você", agora eu estou te esperando, volte pra mim.
Não me aguentei e caí em lágrimas, vi ele pela última vez no caixão, o velório todo esteve fechado, eu precisava ver se ele realmente estava morto, era seu corpo ali, com os mesmo machucados, eu vi o caixão descendo, eu reza, implorava pra ele abrir e sair dali, abracei minha mãe e chorei mais ainda.
Rafa- Acabou.
Depois do velório minha mãe me forçou a ficar com eles por um tempo pra ela ficar de olho em mim, me joguei na cama e fiquei olhando para o teto.
Gustavo- Primeiro o Mateus, agora o Douglas, qual o próximo clone que vai matar?
Eu- O Douglas era só o Douglas, não foi culpa minha o que aconteceu, nunca mais compare os dois e volte a dizer seus nomes.
Gustavo- Você é meu irmão, sinto que é meu dever cuidar de você, não gosto de te ver desse jeito, eu sei como trazer ele de volta.
Eu- O quê?
Gustavo- Um pacto com Lilith, um demônio, ela pode trazer a alma dele de volta, mas você só tem 3 dias depois que a pessoa morre, te resta mais um dia e meio, o preço vai ser alto.
Eu- O que vai ser?
Gustavo- Ela vai escolher, sua alma, 10 pessoas mortas talvez.
Eu- Eu faço o que for preciso pra ter meu Douglas de volta.
Gustavo- Daria pra ela o seu futuro filho, o pequenino Jhone da Mellysa, fruto de um pecado?
Eu- Não sei, se for possível, talvez.
Gustavo- Vem comigo, vou te apresentar a alguns amigos.
Saímos de carro, Gustavo mentiu que iria me levar pra esfriar a cabeça, me distrair, me levou pra Blumenau, cobriu minha cabeça com um saco preto. Quando tirou eu estava em um prédio, algumas pessoas lá, muito assustador, usavam capas pretas, máscaras, todos com nome de demônio, eram Luciferianos, seguidores do anjo caído Lúcifer, o suposto Diabo.
Gustavo- Está mesmo disposto a dar o que for preciso pra ter ele novamente?
Eu- Sim!!
Fizeram um símbolos no chão, no meu braço, eu perguntei o que era tudo aquilo, eles disseram que iriam invocar a Lilith, pra isso ele deveriam se precaver, precisariam de um corpo, selos no chão e em mim pra ela ter só um corpo pra possuir.
Gustavo- Você acredita mesmo no paranormal, em demônios, Deus, anjos?
Eu- Você me conhece, sempre acreditei.
Gustavo- Sim ou não?
Eu- Sim!
Tiraram um pouco do meu sangue, do sangue de mais alguns, pegaram um frasco em especial com o sangue de alguém que não estava ali.
Eu- Esse sangue é de quem?
Gustavo- Douglas, roubei do hospital.
Líder- Silêncio, é bom seu irmão só ficar quieto, falar pouco, Lilith é uma demônio perigosa, não sei se podemos conseguir prender ela.
Fizeram um ritual muito esquisito, não quero dizer como foi, não quero que tentem fazer também, uma garota que tinha uns 17 anos foi o corpo usado, tinha um símbolo enorme no chão, o suficiente pra ela caminhar, uma banquete também, duas crianças, eu não estava nem aí pra elas, só queria o Douglas. Me vendaram pra não olhar pra ela, disseram que não sou digno disso.
Lilith- Que criatura imunda que ousa me conjurar?
Líder- Eu minha rainha, perdoe-me pelo que fiz, nunca invoquei nada durante minha vida medíocre como um humano antes.
Lilith- Cuidarei de vós mais tarde.
Líder- Minha rainha, preciso de um pacto, não pra mim, para o...
Lilith- William!! Tem a alma perfeita, doce como a de um anjo. Qual o desejo.
Líder- Trazer uma alma de volta.
Lilith- Por que eu deveria me importar?
Líder- Não é uma alma qualquer minha rainha, é a de um seme.
Lilith- Um semi? Estão pensando em criar um novo demônio?
Líder- Sim minha rainha, um novo recruta para Lúcifer.
Lilith- Os seme's são poderosos, é arriscado.
Lider- Confie em nós.
Lilith- Está me dando uma ordem?
Líder- Não, eu...
Lilith- Silêncio!!
Aquilo tudo parecia ser coisa de gente doida, eu não via nada, ouvia apenas as duas vozes, a da garota estava distocida.
Lilith- Eu imagino que estão tramando, trarei o garoto de volta a vida, não irei querer nada em troca, só o amor de vocês, Lúcifer quer um mundo livre, que as pessoas sejam o que querem ser, ele amou todos vocês e foi condenado a maçã deu a Eva o poder de ser livre, escolher o caminho que queria seguir, Lúcifer ama cada humano que existe na Terra, amar não é pecado.
Ela ficou com um papo furado sobre o Lúcifer, eu estava arrepiado, sentia como se não existisse mais felicidade em mim, a morte estava bem próxima.
Lilith- Quero o sangue do garoto.
Passou um tempo.
Lilith- Eu sinto o gosto!! Huumm!! Sangue puro de um seme. Vou trazer esse seme de volta, me tragam o corpo dele.
Líder- Minha rainha, o corpo está enterrado.
Lilith- Quanta incompetência!!! Se tiverem sorte poderão desenterrar ele antes que morra novamente.
Fiquei apenas ouvindo, depois de um tempo ela gritou de novo.
Lilith- Vou procurar a alma dele.
Gustavo- Vai demorar irmão, mas 60 segundos aqui valem 60 anos no inferno, um seme sempre está condenado ao inferno, o Douglas está lá.
Eu- O que está acontecendo? O que é um seme?
Gustavo- O Douglas nasceu morto, depois foi trazido de volta, nasceu prematuro, ua alma de ligou a alma de um demônio, seme-demônio e seme-humano.
Cinco minutos depois ela volta a falar.
Lilith- Estão de brincadeira comigo? Esse garoto não está no inferno?
Líder- Impossível minha rainha, ele...
Lilith- Está me chamando de mentirosa?
Líder- Não min...
Lilith- Então diz que sou do bem? Que não minto? Eu sou um demônio!!!
O prédio todo tremeu, ouvi chuva forte no lado de fora, fiquei cheio de esperança, se fosse tudo real então o Douglas estava vivo.
Líder- Me perdoe...
Lilith- Não sou um anjo, Deus, ou a mão dele para perdoar alguém, como ousam se dirigirem a mim dessa maneira?
Não sei o que aconteceu, de alguma forma eles expulsaram ela de lá, chamaram meu irmão pra conversar, eu não ouvi nada.
Líder- Precisamos ir o mais longe possível.
Gustavo- Duvido muito ela vir só pra nos matar, tem coisas mais importantes pra fazer.
Líder- É melhor precaver.
Eu apaguei, acordei no quarto da Daiane, meu irmão estava me sacudindo dizendo pra mim acordar.
Eu- Que foi??
Gustavo- Acorda, você não para de gritar, vai acordar todo mundo.
Eu- O que aconteceu? Eu sonhei?
Gustavo- Não sei, quando entrou no carro dormiu.
Eu- O pacto!!
Gustavo- Que pacto? Já sei, está delirando por causa do Douglas.
Eu estava ficando maluco com tudo aquilo, não sabia mais se estava acordado ou dormindo, culpa da Sara e seus sedativos, provavelmente os efeitos ainda estavam em mim. Terminei de conversar com ele, estava sendo carinhoso comigo pela primeira vez, volta a dormir. Alguns dias se passaram, eu não ia mais pra escola nem pra academia, passava todos os dias na mesma rua em que dei uma carona para o Douglas e seu cachorro cagão, ficava parado lá, lembrando dele caminhando com o joelho machucado por minha culpa, minha voltade era de colocar o pé no acelerador e dar de frente com um poste, todas as noites eu ia para o Morro Azul aonde ele me fazia cafuné, quando me olhava no espelho eu via seu rosto. Todas as noites sonhei com ele, dizia pra mim procurar, que estava perdido.
Eu estava morrendo aos poucos, merecia tudo isso.
Depois de dois meses a dor já tinha passado um pouco mas a saudade estava ainda maior, eu fiquei fechado, não falava com mais ninguém na escola, mal conversava com meus parentes. Voltei a fazer academia, fui no banheiro me trocar, saí de lá e fui malhar, eu estava distraído descontando minha raiva no peso quando vi o Douglas descendo as escada, vi pelo reflexo do espelho, era o Douglas que conheci nos primeiros dias de aula, diferente daquele que eu havia enterrado, larguei os pessoa e corri até as escadas pra ver se era ele, não encontrei ninguém, subi de volta, fui no banheiro chorar, ouvi a voz dele pedindo uma chave, saí correndo do banheiro e vi ele descendo as escada novamente, corri, a academia estava cheia, mal dava pra mim passar, quando cheguei nas escadas já era tarde, não vi mais ele.
Eu podia jurar que ouvi a voz do Douglas e que tinha visto ele, contei isso para o Rafa, ele não acreditou.
Rafa- William acorda!!! O Douglas está morto, nós vimos ele ser enterrado, não faz mais isso. Olha só pra você, tem que superar logo antes que isso te mate.
Eu- É sério Rafa!!
Rafa- Rafa? Por que só me chama assim? Sempre me chamou de Rafinha!! Está vendo, é coisa da sua cabeça, você quer tanto que ele esteja vivo mas não percebe que é você o problema.
Acho que ele estava certo, eu estava ficando louco, não suportava a morte do Douglas, já tinha se passado muito tempo mas parecia ter acontecido ontem.
Fui para o Shopping relembrar nossos momentos, eu comprei dois Milk Shakes, um de chocolate que eu sempre tomava e um de morango pra ele, deixei o de morando do lado do banco enquanto eu tomava o de chocolate, eu lembrava dele provando meu e eu provando o dele, jamais farei aquilo com outra pessoa. Caí em lágrimas.
"Aonde está você Douglas? Volta pra mim, eu não aguento mais"
Uma garotinha tocou meu rosto, era loirinha, estava sorrindo, disse pra mim sorrir pra ela,não tinha como eu não sorrir, eu perguntei pra ela aonde estavam seus pais, ele apontou, estavam um pouco longe, eu levei ela até eles perto do cinema, me apresentei, contei o que aconteceu, disse que ela parecia estar perdida. Eles me agradeceram, fazer aquilo me fez me sentir bem, uma menininha vindo me pedir pra sorrir como se fosse um anjo. Entrei em uma loja de sapatos, era enorme, eu estava perto da vitrine, ficava bem longe da saída, eu estava olhando um causado novo pra mim quando me assustei com o que vi, uma garota loira muito bonita, estava com o namorado, ele beijava o pescoço dela, mordia sua orelha enquanto ela apontava para um par de sapatos, jamais pensei que veria isso algum dia. O cara olhou para o sapato, consegui ver bem o seu rosto.
Eu- Douglas?
Percebeu que eu reparava os dois, fez sinal com a cabeça e sorriu, era o sorriso do Douglas, eu gritei seu nome bem alto, ele parecia não ouvir, se assustou comigo, fez uma cara de quem não me conhecia, eu corri até a saída mais próxima, quando cheguei no local...
Cheggaaaa por hoje, aiii meus dedos!!! Tadinho do William, está ficando louco. Será que ele viu o Douglas mesmo ou era só coisa da cabeça dele? O lance com o irmão foi só sonhos mesmo? Quem era o velho? Seme? Afinal quem era o Dremon? O que aconteceu com os Jhones? São muita perguntas pessoal, vou deixar pra vocês descobrirem sozinhos, tenho certeza que vão gostar do que vou escrever. Terminar? KKK tenho a quarta temporada já toda planejada, falta pesquisar, buscar umas informações, e tem muita coisa acontecendo ainda, esse copa um ingresso para a entrada dos Dremons, Jhones, Luciferianos e muitas outras sociedades no Brasil. Um novo personagem vai surgir, o Erick!! Chega de choradeira, o Douglas morreu e pronto. Aos fãs dos Jhones eu aviso que me obrigo a escrever um manual do Jhone, de como criar um na sua mente, como fazer alguns truques como cuspir fogo, é perigoso, mas faz quem quer, não tentem nada antes do manual ficar pronto blz?
Blz? Responde phooo!! Bjks do Jhonnee Boy ;)
