Ari – Acho que você que está enganado, mas enfim, Te vejo de noite. Beijo.
Eu – Tá. Até a noite. Beijo.
Depois de falar com Ari liguei pro Bê. Queria saber porque ele estava triste, mas ele não atendeu. Tentei outras vezes, mas só dava na caixa postal. De tarde fui pra academia. Bernardo ainda não tinha chegado, então comecei a fazer meus exercícios sozinho. Pouco tempo depois ele chega e passa por mim sem falar nada.
Eu – Bê aconteceu alguma coisa? Você tá parecendo triste.
Bernardo – Não aconteceu nada. (disse ele friamente)
Eu – Claro que aconteceu! Você não é assim. Não importa o que esteja acontecendo você pode confiar em mim.
Bernardo – Posso mesmo? E você confia em mim? (Perguntou bravo)
Eu – Claro que confio.
Bernardo – Então me diz quem é esse cara que você tá gostando.
E agora o que eu faço? Falo que estou apaixonado por ele e corro o risco de perder nossa amizade ou desconverso e deixo ele pensar que eu não confio nele? É nesses momentos que eu gostaria que aparecesse um buraco no chão pra eu me enterrar.
Eu – Bernardo... é... eu... (Eu não sabia o que dizer)
Bernardo – Tá vendo! Você quer que eu confie em você, mas você não confia em mim.
Eu – Não Bê, não é isso... é que...
Bernardo – É o que? É do Caio né? (Falou com os olhos marejados)
Eu – Não! Não tem nada a ver com o Caio. Afinal porque você quer tanto saber de quem eu gosto? (Disse um pouco irritado)
Bernardo – Porque eu estou apaix... Quer saber esquece! (Falou e saiu correndo da academia)
Eu – Bê espera, volta aqui. Bernardo!
Ele continuou a correr sem olhar pra trás. Me deixando perdido em pensamentos. Perdi a vontade de malhar, então voltei pra casa. Mas aquela frase, ou melhor, aquela meia frase continuava a martelar meus pensamentos. “Porque eu estou apaix...”.
Eu – Será que ele ia dizer que também é apaixonado por mim? Não, não, não, não pode ser.
Peguei meu celular e liguei pro Bê. Ele não atendeu.
Eu – Droga! Mas hoje na casa no Igor eu falo com ele.
Finalmente criei coragem pra me declarar e seja o que Deus quiser.
#Narrado por Bernardo#
Tudo começou quando a Ariana, namorada do meu melhor amigo, veio nos apresentar um amigo dela que tinha mudado de horário. Foi a primeira vez que eu o vi. Seu nome é Sonny.
Ele com aquele jeito tímido, carinhoso, sempre disposto a ajudar quem precisasse me conquistou logo de cara.
Tá bom, não dava pra saber tudo isso só olhando. Mas de tanto que Ariana falava dele, parecia que eu já o conhecia.
Logo de início, senti apenas uma atração, que depois de um tempo virou um grande carinho. Mas que depois se transformou em paixão.
O que eu não queria aceitar por que sempre fui hetero. Era chamado de “O Pegador”, “O Comedor”. Nunca que passou pela minha cabeça gostar de um homem.
No mesmo dia que o conheci, por acaso, encontrei ele na academia. Passamos a tarde conversando e foi incrível. Temos bastante em comum.
Depois que acabamos os exercícios eu me ofereci pra deixa-lo em casa e ele logo respondeu: “Não precisa Bê”. Foi a primeira vez que ele me chamou de Bê. Ele me chama assim até hoje.
A cada dia que passava eu ia gostando cada vez mais dele. Cheguei até a pensar em me afastar dele. “Porra! Tu não é viado Bernado. Tu gosta é de mulher”. Eu repetia pra mim mesmo. Mas não dava, eu já tava amarradão na dele. Até transei com algumas garotas depois que conheci ele. Mas na hora do sexo, era nele que eu pensava.
No dia que ele me contou que é gay, não demonstrei, mas fiquei em choque. Não pelo fato dele ser gay, mas por que alí eu soube que existia uma possibilidade, mesmo que mínima, de acontecer algo entre a gente.
Ontem combinamos de ir no cinema juntos. Chegando lá eu fui comprar nossos ingressos e ele foi comprar pipoca. Quando volto, vejo Caio, um palhaço lá da faculdade, fazendo carinho no rosto dele. Eu queria matar aquele infeliz só por ter falado com ele. Cheguei lá e arrastei o Sonny pra entrada da sala do nosso filme e tive um ataque de ciúmes que quase que acaba com a nossa amizade. Mas ele, com aquele coração imenso me perdoou.
Nesse dia ele dormiu lá em casa. Eu e ele sozinhos na minha casa. Tive que me controlar muito pra não tacar um beijão naquela boca gostosa. Começamos a ver um filme de terror e ele se assustou e agarrou minha mão (ele é bem medroso), mas logo soltou. Então eu segurei a mão dele e disse que ele não precisava se preocupar que eu iria cuidar dele. Na metade do filme ele já estava dormindo. Eu, que não sou bobo nem nada, dormi agarradinho com ele. Aproveitando pra roçar meu pau já duro naquela bunda gostosa.
Hoje pela manhã na entrada da facul, estávamos todos lá de boa, até que chega o FDP do Caio e fala pro Sonny: “Bom Dia Gatinho”. Que vontade de socar aquele idiota até ele para de respirar. Eu abracei Sonny pela cintura e disse:
Eu – O nome dele não é gatinho.
Caio – E eu não falei com você.
Sonny – Gente! Sem brigas por favor
Caio – Tudo bem. Por você.
Como assim “por você”? Desgraçado dos infernos. Que ódio desse garoto.
Igor – O que foi isso?
Eu – É esse idiota que fica direto rondando o Sonny.
Ari – E qual o problema? Já rolou alguma coisa entre vocês Sonny?
Sonny – Obvio que não. Você sabe que eu gosto do...
Eu – De quem? Do Caio? Você tá afim desse otário? (perguntei com raiva)
Sonny – De ninguém! Eu não tô afim de ninguém!
Igor – Você ia falar o nome de alguém e mudou de ideia.
Eu – Exatamente!
Ari – Amor, isso não é da nossa conta. (Falou e cutucou o Igor)
Sonny - Ari vamos que já estamos atrasados. (Falou puxando Ariana)
Fiquei ali muito triste. Acabou de vez. Ele gosta de outro.
Igor me arrastou pro banheiro, que estava vazio e trancou a porta e disse:
Igor – Fala Bernardo. Eu sei que você não está bem.
Eu – Eu tô bem Igor. (Falei já quase chorando)
Ele me abraçou e minhas lágrimas começaram a cair compulsivamente.
Igor – Cara, eu te conheço desde criança. Eu sei quando tem algo errado com você. Você é gay e gosta do Sonny né?
Eu – Não, eu não sou gay! Eu não sei. Eu tô muito confuso.
Igor – Independente da sua opção sexual eu vou te apoiar. Você é meu brother e vai sempre poder contar comigo.
Eu – Eu sabia que podia contar com você.
Igor – O Sonny já sabe que você gosta dele?
Eu – Não. E nunca vai saber. Você não ouviu ele gosta de outro cara.
Igor – Não seja precipitado. Ele não disse quem é que ele gosta, e eu acho que é de você?
Eu – Se fosse eu ele já teria me dito.
Igor – Não sei não... Ele acha que você é hetero. E vai me dizer que você nunca notou o jeito que ele te olha.
Eu – Será? E se não for eu? E se eu acabar fazendo papel de idiota na frente dele?
Igor – É melhor você parar de pensar no “e se” e fazer logo sua jogada, antes que mais alguém faça. Agora vamo pra sala que nós já estamos atrasados.
Eu - Vamos. (Disse enxugando as lágrimas)
Passei as aulas todas pensando no que ia fazer e resolvi fingir que estava tudo bem.
Quando chego na academia, Sonny já está lá. Passo por ele mas falo nada e ele logo vem atrás de mim.
Sonny – Bê aconteceu alguma coisa? Você tá parecendo triste.
Eu – Não aconteceu nada. (disse friamente)
Sonny – Claro que aconteceu! Você não é assim. Não importa o que esteja acontecendo você pode confiar em mim.
Eu – Posso mesmo? E você confia em mim? (Perguntei bravo)
Sonny – Claro que confio.
Eu – Então me diz quem é esse cara que você tá gostando.
Eu precisava saber quem era. Precisava acabar com essa duvida
Eu – Bernardo... é... eu...
Bernardo – Tá vendo! Você quer que eu confie em você, mas você não confia em mim.
Eu – Não Bê, não é isso... é que...
Bernardo – É o que? É do Caio né? (Falei com os olhos marejados)
Eu – Não! Não tem nada a ver com o Caio. Afinal porque você quer tanto saber de quem eu gosto? (Disse irritado)
Bernardo – Porque eu estou apaix... Quer saber esquece! (Falei e sai correndo da academia)
Eu – Bê espera, volta aqui. Bernardo!
Ele continuei a correr. Peguei meu carro e fui direto pra casa do Igor chorando durante todo o caminho. Chegando lá, bati na porta da casa do Igor. Quando ele abriu eu o abracei e disse:
Eu – É do Caio. Ele gosta do Caio. (falei ainda chorando)
Igor – Ele te disse isso?
Eu – Nem precisou. Mas quer saber. Eu cansei. Eu vou matar de vez esse sentimento que eu sinto por ele.
Igor – Cara, não vai fazer besteira.
Eu – Eu vou ficar bem. Eu só preciso encontrar uma garota que goste de mim e que me faça esquecer toda essa merda que eu estou pensando.
Igor – Bernado, conversa direito com ele.
Eu – Não tem mais o que conversar. Eu já estou decidido. O Bernardo pegador está de volta. E eu vou começar
por hoje nessa festa.
Continua
