Eai pessoal. Essa parte começara a partir do ponto de vista do Leandro. Boa leitura.
- O que? - Perguntei, fazendo um carinho nos cabelos avermelhados da Joice. Nós estávamos na sala da minha casa. Ela, deitada no sofá e com a cabeça apoiada no meu colo.
- Eu... eu recebi em casa um envelope sem remetente com o meu nome. Eu abri e... - Disse Joice, não conseguido mais falar... Ela tremia e chorava como nunca vi na minha vida.
- Minha amiga, fala por favor. Eu não vou poder te ajudar se você não disser... - Disse o com a voz mais calma que eu conseguia emitir. Ela tentava a minutos falar mas não conseguia...
- Eu abri o envelope e tinha vários fotos do desgraçado do Raphael beijando uma---
- Ele te traiu, foi isso? - Disse interrompendo-a, furioso. Ela respondeu acenando que sim com a cabeça. A minha vontade era de me bater, por dar esse desgraçado uma oportunidade de brincar com a minha amiga. Bater nela, por se deixar levar por ele. E bater nele, por ter feito isso. Mas, não, me controlei. Ela precisava do meu apoio.
- Se acalma, tá. Ele não vale uma lagrima que você tá derramando...
- Eu sei, mas, tá doendo demais. - Disse caindo no choro novamente.
- Eu sei Jô - disse - Vem pro meu quarto?
Subimos as escadas e entramos no meu quarto. Ela sem cerimonia alguma se deitou na cama.
- Jô, fica aqui, eu vou ter que resolver uma coisa rápida.
- Não, você, você não vai me deixar aqui sozinha. Eu não quero. - Disse ela se agarrando em mim, cara, eu nunca vi minha amiga assim! Ela sempre bancou a durona...
- Minha linda - disse eu separando-a de mim - eu vou rápido, tá. Daqui a pouco eu tô aqui.
Assim que eu consegui sair dos braços dela fui em direção a casa daquele estupido. Eu simplesmente não ia deixar barato o que ele fez com a Joice...
A partir daqui narrado pelo ponto de vista do Raphael:
Acordei com batidas na minha porta. Levantei, me arrastando e abri a porta. O que recebi foi um belo soco na cara. Do Leandro.
- Você tá louco? - Bradei eu, enquanto Leandro inutilmente tentava soltar seus braços, que eu, é claro, segurei.
- Me solta!!! - Gritava ele. Ah, a minha vontade era de quebrar a cara desse moleque.
- Qual é a tua de vim na minha casa me bater!?
- Eu te avisei, você vai se arrepender de ter traído a Joice! - Gritou Leandro.
- Para de se fazer de inocente... Eu não sei como, mas eu sei que foi você que mando aquelas fotos pra Joice! - Respondi no mesmo tom.
- O que!? Eu nunca faria isso! Ela é minha melhor amiga. Se eu tivesse mesmo essas fotos, eu teria mostrado pra ela e não deixado na caixa de correio! - Falou ele.
- Eu não confio em você... Eu sei que foi você quem fez!
- Me solta! - Gritou ele novamente.
- Te solto com todo o prazer, mas antes, vai ter que me prometer que não vai tentar nenhuma gracinha. - Disse encarando aqueles olhos...
- Tá, me solta...
- Tá o que? - Indaguei, vendo aqueles olhos verdes se tornarem vermelho como sangue, de pura raiva.
- Tá, eu não faço nada. - Disse Leandro, baixinho.
- Assim que eu gosto. - E logo depois de dizer isso, o joguei para dentro do meu quarto, fazendo-o cair próximo a minha cama. Foi o tempo suficiente de trancar a porta. Quando me virei, ele estava se pondo de pé...
- Eu quero sair desse quarto! - Falou Leandro com os olhos apreensivos.
- Você quer? Então vem pegar a chave - Disse botando-a no cós da cueca que eu estava usando. Detalhe: só estava usando a cueca. Nada mais.
- Calma, eu só vou te ensinar a não me dar ordens... - Disse eu, botando um sorrisinho na boca. Fui na direção dele, que apenas recuou na direção da parede. Seus olhos indicavam que ele estava suplicando por ajuda, mas, ele me encarava, fingindo que não estava com medo.
- O que foi? Ficou mudo? - Disse eu, quando me aproximei dele. Coloquei minhas mãos espalmadas na parede, fazendo que Leandro ficasse entre os meus braços.
- Não, - disse Leandro, levantando um pouco o rosto para me encarar - eu só não vou ficar implorando pra você me soltar. Quer me bater? Me bate! Só que isso não vai mudar uma coisa: Que você é um ser nojento, que não merece nem estar vivo!
- Que bom que você não te medo, porque vai apanhar muito! - Disse e logo em seguida dei um soco na barriga dele, que o fez cair de joelhos, com as mãos no lugar aonde meu pulho lhe acertou.
- Ainda não tem medo? - Disse, me agachando e segurando o queixo dele. A resposta que ele me deu: uma cusparada na cara.
- Você vai merecer isso! - Cego de ódio, dei mais um soco, agora no rosto dele, que o fez tombar. Ele desmaiou. Caranho, ele desmaiou!
Droga, eu não devia ter feito isso... Droga, droga. Mas também, ele tinha que me provocar? Ele tinha que me bater?
- Leandro? - Disse o pondo sentando. Ele tinha mesmo desmaiado. Merda, como eu fiz isso com ele. Percebi que da boca dele escorria um pequeno filete de sangue. Não podia ficar pior! O carreguei no colo e o pus na cama. Acorda Leandro...
Peguei uma toalha de rosto e me sentei ao lado dele. Limpei o sangue que teimava a escorrer da boca dele.
O observei melhor... Parecia até um anjo, assim, apagado. Quando me dei conta, estava fazendo carinho nos cabelos dele. Caraca, e bem macio! - pensei eu. Mas, uma coisa me chamou atenção: a boca. Ele tem a boca mais, mais, linda que eu já vi...
Você tá ficando louco? - Perguntei a mim mesmo. Retirei a mão que ainda estava no cabelo dele e me levantei... Precisava beber alguma coisa. Abri o frigobar e de lá retirei uma latinha de cerveja. Me sentei novamente ao lado dele, esperando ele acordar...
Enquanto o observava, duas vozes dentro de mim gritavam por atenção..
Você bem que podia beijar ele!
Não, é errado!
Mas... aquela boca é linda... Um beijo não vai te tornar gay...
Mas, se alguém souber, e se ele acordar?
Ele não vai acordar e ninguém vai saber, você tá sozinho em casa. Seu pai e sua mãe estão fora, senão eles teriam vindo aqui ver o que tava acontecendo...
Tomei mais um gole da cerveja. Coloquei a latinha no chão e voltei minha atenção a Leandro, que continuava lá, parecia até estar dormindo...
O cutuquei... Ele continuava desmaiado. Logo depois, me coloquei em cima dele... Não pude deixar de tocar naquela pele macia... E beijei os lábios dele. E que lábios... Não sei quanto tempo eu fiquei ali, que até perdi a noção... Só me toquei quando ele acordou... Tentei me levantar, mas as mãos deles me enlaçarão... Ele abriu lentamente os olhos, aqueles olhos verdes lindos... Tão lindos... Não me contive, a única coisa que eu queria era beijar aquela boca. Senti as mãos dele contornarem as formas da minha costa... As coisas começaram a esquentar... As mãos dele começaram a passear por todo o meu corpo até a chegar no cós da minha cueca...
O que aconteceu a seguir foi em décimos de segundos. O Leandro puxou o pequeno pingente que estava preso a chave da porta do meu quarto e me derrubou de cima dele fazendo que eu batesse minha cabeça no criado-mudo. Antes que eu conseguisse me levantar ouvir ele correndo na direção da porta e a abrindo:
- Você achava mesmo que eu ia ficar com você? - Disse ele gritando, do lado de fora do quarto, enquanto a trancava a porta à chave.
Eu simplesmente não me dei conta, ele me enganou! Fingiu que desmaiou, se fez de vitima, me tentou e me fez de palhaço.. Mais não vai ficar barato!
Narrado a partir daqui do ponto de vista do Leandro:
Por que ele fez aquilo? Por que ele me beijou?
Era isso que minha mente repetia e repetia desde que eu sai da casa dele até a minha.
Eu não posso mentir pra mim mesmo. Eu gostei do beijo sim. Mas não podia deixar de lado o que ele fez. Ele me bateu! E um beijo não ia mudar isso... Não ia... Por isso disse que nunca ficaria com ele... Por isso eu fugi... Por que se eu ficasse... Eu me arrependeria...
Entrei no meu quarto e vi Joice dormindo... Menos mal... Me deitei ao lado dela desejando que tudo isso não tivesse acontecido... Que eu não tivesse gostado daquele maldito beijo...
***Continua***
Bem pessoal, eu ainda não li o resultado da enquete que eu propus... Então, escrevi do jeito que eu prefiro... Bem, não tenho muito o que dizer, só que eu quero a opinião de vocês...
P.S.: Finalmente rolou o primeiro beijo ;)